Fanfics Brasil - Capítulo 05 - Parte 03 À procura de alguém (Vondy)

Fanfic: À procura de alguém (Vondy) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 05 - Parte 03

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         Dulce se concentrou em arrumar o estúdio para não encarar o cliente suado, irritado, maravilhosamente sexy que estava atrás dela. Quando Maite contou a ela o que tinha em mente, ela duvidou de que Christopher aceitasse participar. Na metade daquela aula extenuante, bastou olhar para o rosto dele para ter a confirmação de que jamais daria conta. Maite era muito esperta quando se tratava de destravar bloqueios. Dulce já tinha feito várias sessões com ela, quando a frustação da guagueira a havia deixado travada. Por isso, imaginara que seria divertido ver o charme confiante de Christopher se esvair.


               Mas, ao contrário, ele a tinha deixado bem impressionada.


               Não desistiu e foi bem honesto no círculo. Disse a verdade, depois de primeiro falar o que achou que elas quisessem ouvir. Ela já tinha visto vários homens surtarem em sessões como aquela, por não estarem prontos para ir fundo.


              Mas, é claro, o que realmente a irritou foi o corpo dele.


             Christopher Uckermann era pura perfeição.


             Cada músculo era firme e definido. Mesmo suado e irritado, ele não perdera a compostura. Para ela, isso queria dizer que aquele homem tinha uma autoconfiança inabalável. Gostava de vencer. Gostava de conseguir o que queria. Estava seguro de suas convicções e nunca desistia de um desafio.


            O corpo dela clamava por Christopher. Por isso, se manteve distante, com cuidado para não tocar nele.


              Escutou a porta fechar e respirou aliviada. Finalmente. Dulce pôs o último tapete na pilha, empurrou-a cuidadosamente para o canto virou-se.


               "Oi."


             Ela deu um passo para trás. Ele estava de pé diante dela, dominando todo o espaço ao redor. O cabelo úmido caía sobre a testa, a camiseta estava colada no peito e o cheiro masculino era delicioso, nem um pouco nojento. Droga, o homem suava perfumado. Isso não era justo.


               "O-o-oi. Achei que tivesse ido."


             "Ainda não. Sessão interessante. Você tortura todos os clientes assim ou só os de que não gosta?"


               Ela se esforçou para não sorrir e tentou chegar para trás, mas não havia para onde ir.


           "Não há qualquer discriminação na Kinnections. Você tinha que ver outras sessões da Maite. Ela pegou leve com vocês."


            "Ela é mais assustadora do que um sargento, especialmente porque não espera isso dela."


             "Você foi bem." admitiu Dulce. Obrigou-se a sustentar o olhar dele, embora se sentisse nua e vulnerável. Sua pele se arrepiou com o calor que havia entre eles, consumindo todo o seu ar.


            "Aguentei firme. Aposto que você perde um monte de clientes com essa temperatura de quarenta graus."


            Dulce levantou um pouco o queixo, mas ele ainda se sobrepunha a ela. Droga de pés descalços. "Alguns sim. Mas se não estão dispostos a encarar dificuldades na busca pelo amor, não devem mesmo estar na Kinnections. Os relacionamentos não são só leves e divertidos. Exigem trabalho duro."


                 "Pelo menos se fortalecem para quando o divórcio chegar."


                 Ah, eles haviam voltado à mesma dinâmica de sempre. Ela sorriu. "Acho que você sabe que o número de divórcios tem diminuído, já que os casais agora vivem juntos por mais tempo antes do casamento. Você não fica com medo de não ter mais trabalho se eu for bem-sucedida no meu?"


                Ele jogou a cabeça para trás e riu. O rugido áspero fez uma carícia nos ouvidos dela e entre suas pernas. "As estatísticas podem ser manipuladas para chegar às conclusões que você preferir. Mas o fato é que cerca de quarenta e um a cinquenta por cento dos primeiros casamentos terminam. E como os filhos de pais separados são quatro vezes mais propensos ao divórcio, os números vão disparar. Vou acabar me aposentando como um homem rico."


               A disputa verbal entre eles tinha efeitos físicos, e o corpo dela se acendia tão rapidamente quanto seu cérebro reagia. Seus mamilos se retorciam e empurravam a lycra da camiseta. "Se todo mundo vivesse de acordo com as estatísticas ou com medo de se arriscar, seríamos uma nação de robôs. O amor é a única mágica, o maior mistério do mundo. Ele nos dá esperança."


            Christopher estudou o rosto dela e se aproximou alguns centímetros. "Concordo. Mas a mágica é uma ilusão, Dulce. Assim como o amor. A amizade dura. A família. Mas o amor romântico é só uma miragem, um copo de Coca-Cola gelada no meio do deserto. Você tropeça e tenta pegá-lo para matar a sede, mas o copo desaparece entre os seus dedos."


                 "Se você não aceditar no copo e não tentar pegá-lo, vai morrer do mesmo jeito."


             Os olhos dele escureceram. Dulce congelou, incapaz de lutar contra as descargas de eletricidade que estalavam entre eles, como um imã que força um objeto a se aproximar. O sussurro rouco dele envolveu-a em intimidade. "Pelo menos você morre sabendo da verdade. Do seu jeito."


               Ela respirou fundo e revidou. "É, do seu jeito. Sozinho e com um orgulho covarde. Você não deseja mais do que isso?"


              Ele se inclinou. Dulce passou a língua nos lábios como a típica mocinha de romance-clichê, esperando pelo beijo. Deus, que humilhação. Tentou recuperar a sanidade, mas a cabeça rodava, envolta em uma névoa esbranquiçada que mantinha seus pés presos ao chão, indefesa sob o feitiço dele. Ele era um cliente. Um cliente. Um cliente. Aquilo era péssimo...péssimo...péssimo.


 


                                        beijo


             "Por que você é tão inocente?"


             "Por que você é tão descrente?", perguntou ela.


             "Porque meu trabalho me mostrou a verdade."


             "O meu também."


          Eles olharam um para o outro, sem se mexer, e mal respiravam. Christopher murmurou qualquer coisa. Ela abriu a boca para encerrar aquela loucura, ir embora e cuidar do trabalho.


              Tarde demais.


             Ele se aproximou, cobrindo os poucos centímetros que restavam entre eles. Levantou-a do chão pela cintura e levou-a ao encontro do seus lábios.


 


                                beijo


               Bum.


               Pow.


             Como fogos de artifício, uma explosão de eletricidade a acertou, arrancando um suspiro de seus lábios. Todo o seu corpo estremeceu e o calor a atravessou, iluminando-a como árvore de natal do Rockefeller Center.


              Ele apertou a cintura dela, enquanto mergulhava a língua entre seus lábios. Devorou-a em um beijo faminto, qua afastou qualquer outro pensamento da cabeça dela, exceto o desejo de ter mais. Dulce gemeu sob aquele ataque sensual e levantou as mãos, enfiando os dedos entre os cabelos de surfista dele. O beijo a devorava por dento. Ele tinha gosto de café, hortelã e de desejo masculino, e, como se estivesse embriagada, ela sorveu tudo e pediu mais. Conforme continuavam, Dulce sentiu que estava se afogando em prazer. A vontade de deixá-lo nu, de montar em cima dele e de senti-lo entre as coxas só aumentava, transformando-a em um animal que ela não reconhecia.


             A porta se abriu e uma voz estranha cortou o ar. "Desculpa, gente, não sabia que vocês estavam aqui."


           Dulce se afastou, com o corpo todo tremendo. O ar carregado de eletricidade soltava faíscas.


              "Puta merda." Christopher olhou para baixo, piscou e balançou a cabeça. "O que foi isso?"


               Ai. Meu. Deus.


               O dom. A maldição.


               Ele.


            Dulce não tinha tempo para decifar o dilúvio louco de emoções que tomava conta dela. Quase caiu para trás na tentativa apressada de recuar. Tropeçou e correu como uma louca para o lado quando ele tenrou segurá-la. "N-n-n-não, não toca em mim. I-i-i-isso foi um erro."


          A fala dela saía, tropeçava, saía e tropeçava de novo. Dulce lutou para se recompor, enquanto a gagueira aumentava e ameaçava dominá-la.


              "Dulce, espera."


           Ele levantou as mãos, com as palmas abertas. De testa franzida, não fez nenhum movimento na direção dela, mas o pânico já tinha se instalado. Se a tocasse mais uma vez, ela não resistiria ao desejo louco de tê-lo, a qualquer preço.


               "Eu t-t-tenho que ir. Vamos fingir que isso não aconteceu."


               "Dulce!"


              Ela saiu dali sem olhar para trás. Recolheu os sapatos e atravessou a academia descalça. Enfiou os mocassins quando chegou à porta e correu para o seu Ford Fusion como se fosse a última sobrevivente em um filme de terror, fugindo de um serial killer.


              Enquanto saía do estacionamento, Dulce se deu conta de que o sonho da vida inteira, de encontrar o homem feito para ela, acabara de acontecer. Por mais de quatro gerações sem falhar, o dom havia unido casais e confirmado amores programados para durar com a pessoa certa.


              Até agora.


             Porque ele era a pessoa errada.


 


 


                


 



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Autor(a): minhavidavondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 97



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  • tahhvondy Postado em 27/10/2017 - 23:02:31

    amei que final lindo

    • minhavidavondy Postado em 30/10/2017 - 09:37:42

      Lindo, né!!

  • beatris Postado em 23/10/2017 - 17:28:47

    ai q final lindo amei o fato de ter sido no pontto de vista do robert e as palavras finais realmente nos instiga a refletir parabéns essa fic foii demais

    • minhavidavondy Postado em 24/10/2017 - 09:07:05

      Tb achei interessante ao ler. Foi de uma importância muito legal o Robert mostrar como se sentia. Afinal ele foi uns dos personagens mais ativos kkk

  • beatris Postado em 22/10/2017 - 00:34:36

    meu deus me arrepiei c essa parada do feiitiço coitada da dul se meteu na maior increnca quero ver como vai sai....

  • btrutte Postado em 21/10/2017 - 11:59:14

    Ca-ce-te. Christopher realmente tá com medo assim? Gente, o casamento dele deve ter terminado muito, muito mal pra ele fugir desse jeito. Até a Jane sacou que rola um climão entre ele e Dulce. Onde clica pra esses dois se resolverem? Que dó da Dulce, meu Deus!!!

  • mimila Postado em 21/10/2017 - 10:54:31

    O Ucker é um idiota ou oq? Ele tem q ver q nem todos os relacionamentos são como os que ele resolve e nem como foi o dele e se ele ama a Dul e ela o ama eles tem q tentar pra ver oq dá. Pois como diz quatro frase que li um dia desse q: "Porque o futuro pertence a Deus, e ele só revela em circunstâncias extraordinárias." "O futuro a Deus Pertence." "O amanhã Pertence a Deus." "Viva o Hoje e o Resto Você Vive Conforme For Acontecendo." Então é isso, ele tem q pensar nessas frases e ser feliz com a Dul... Posta maissssss

  • tainara_vondy Postado em 21/10/2017 - 01:08:51

    Posta mais ***

  • mimila Postado em 19/10/2017 - 16:12:00

    Quero mais e quero que a Dul e o Ucker parem com esse chove não molha veem que ambos são perfeitos um pro outro, posta maissssssssssssssss

  • tahhvondy Postado em 18/10/2017 - 17:57:22

    continua

  • tainara_vondy Postado em 17/10/2017 - 18:35:19

    Continua....

    • minhavidavondy Postado em 18/10/2017 - 08:39:54

      Pode deixar kkkk

  • btrutte Postado em 17/10/2017 - 13:12:55

    Meu Deus, ela vai procurar o Chris. Por que eu tenho a sensação de que ele vai ficar apavorado? Nossa, me dá agonia só de pensar nele dando um fora na coitada da Dulce. O cara não consegue raciocinar direito quando se trata dela.

    • minhavidavondy Postado em 18/10/2017 - 08:39:31

      Obrigada pelos comentários


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