Fanfics Brasil - Capítulo 02 - Parte 04 À procura de alguém (Vondy)

Fanfic: À procura de alguém (Vondy) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 02 - Parte 04

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                                                       Dulce Maria


      Dulce relaxou as mãos tensas e soltou um suspiro. Os efeitos de toda aquela energia masculina ainda a rondavam. Será que havia errado em concordar com aquilo? O homem era encrenqueiro e totalmente crítico em relação ao processo, além de ostentar aquele charme letal dos bons advogados. Ela não podia acreditar que Christopher e Jane tivessem os mesmos genes, embora instintos protetores de irmão conferissem a ele alguns pontos extras.


         "Vai ser um belo desafio." Uma voz rouca ronronou até os ouvidos dela. Anahí Portilla, amiga íntima e sócia na Kinnections, veio caminhando em cima dos saltos dez sem titubear, com um terno de xadrez cor-de-rosa que era pura perfeição e elegância. Ela levou uma unha também pintada de rosa aos lábios curvos e comentou, com os olhos daçando de alegria: "Ai, acho que posso me divertir um pouco com ele...Você fez bem, Dulce. Dava para sentir a agressividade que emanava dele, e você não cedeu. A Maite ficaria orgulhosa. As técnicas de meditação estão funcionando para controlar o gênio, não estão?"


 


                             Anahí


         Dulce pegou uma garrafa e começou a enchê-la no filtro. "Muito engraçadinha. Por favor, não conte que ainda não assisti ao tal DVD, porque ela ficaria arrasada. Meus instintos gritavam para mandar o cara ir embora, mas não quis correr o risco de um processo."


          "Esperta. Acabamos de começar a ter lucros substanciais, não vamos estragar tudo. E, além disso, o homem é de babar. Nossas clientes vão implorar para conhecê-lo."


         Dulce apertou o botão e observou a corrente gelada cair dentro da garrafa. "Eu sei . Estamos no caminho certo. Leva cerca de três anos para um negócio amadurecer e começar a dar dinheiro. Claro que a mídia positiva e os dez casamentos ajudaram. É uma porcentagem muito sólida nesse mercado."


          "Quem sabe finalmente o canal Bravo coloque no ar o nosso programa, em vez do Millionaire Matchmaker?"


       Dulce riu. "Não, obrigada. A última coisa que eu quero agora é o mundo todo prestando atenção na dona da agência que não consegue arrumar um namorado. Que droga, eu nunca passo do terceiro encontro. É a maldição."


          Anahí revirou os olhos e examinou as cutículas. Seu cabelo loiro e farto quase branco. "Esse drama de novo? Sua família não é amaldiçoada. Sua mãe foi muito bem casada até seu pai morrer e depois nunca ficou sem uma companhia pra sair. Você é que é teimosa."


        "Eu já nem me abalo mais, já virei patética mesmo. Meu último encontro foi um pesadelo. Acabei arranjando o cara para o garçom, e agora eles devem estar felizes juntos."


          "Você fez isso de novo? Amiga, qual é o problema que você tem com restaurantes? Você jogou o Paul nos braços da garçonete na semana passada."


            Dulce bebeu a água e colocou o cabelo para trás da orelha. "Não tive escolha. Quando ela me entregou o cardápio, senti a vibração e notei como eles se olhavam. Eram perfeitos um para o outro. Tive que ser generosa."


           " Um médico lindo que queria compromisso. Dá próxima vez, seja egoísta. Marcar pra eles tomarem um drinque depois do jantar foi bizarro, Dulce. E você nem cobrou nada dele!"


          A melancolia pairou sobre elas. "Eu sei. Desculpa. De qualquer forma, eu tomei uma decisão. Chega de encontros. Fechei para balanço."


           A amiga bateu com o pé no chão encerado. "Não seja ridícula, nós vamos à falência se a nossa garota-propaganda for a louca dos gatos. Ou do cachorro, no caso. De repente, você pode começar a usar luvas. Isso controlaria seus impulsos."


          " E ficar parecendo uma germofóbica com TOC? Não, obrigada. Madonna e Michael Jackson eram os únicos que davam conta de usar luvinha, e eu não tenho a menor intenção de voltar aos anos 80."


       Anahí deu de ombros. "É, tá certo. Aquela moda era um verdadeiro crime contra a humanidade. Sem falar nos cabelos...."


           Bem na hora, a campainha tocou de novo e o terceiro membro da equipe entrou pela porta. Maite Perroni era a personificação de um desastre de estilo, daqueles que Anahí era louca para consertar. Infelizmente para ela, a amiga estava bem feliz e satisfeita, vivendo só com peças de algodão orgânico, calças de ioga e pigmentos vegetais, o que excluía a maior parte das maquiagens. "Ei, meninas. Sobre o que vocês estão falando?"


            Anahí lançou um olhar intenso para ela. "Sobre o que não vestir."


         Maite


 


         Maite riu. O som delicado combinava com a voz dela, perfeita para a carreira terapeuta e para aconselhar clientes. Ela era uma hippie presa na sociedade comtemporânea, mas mesmo assim chamava a atenção, com os cabelos pretos na altura da cintura e os profundos olhos castanhos.


         Dulce olhou para as amigas e depois examinou seu visual do dia a dia. Calças pretas, camiseta preta, blazer e botas. Era simples, profissional e confortável. Uma fashionista era o bastante no grupo, e Anahí não perdia a oportunidade de arrematar peças de grifes com bons preços.


          Estranho, as três eram tão diferentes e, mesmo assim, quando se conheceram na faculdade, foi como se estivessem destinadas a ficarem juntas para sempre. Como uma família. Completamente disfuncional. No bom sentido.


         Dulce passara a maior parte da vida fugindo do dom - ou da maldição - da família, experimentando vários trabalhos que nunca davam certo. Alguma coisa sempre a deixava inquieta, como se ela não devesse estar ali, e não hesitava em seguir logo para outro projeto. Mas quando as amigas se juntaram, reunindo qualificações e experiências profissionais, a ideia de abrir uma agência de relacionamentos na cidade delas criou raízes e floresceu. Repleta de espinhos e ervas daninhas no caminho, claro. Mas Dulce podia honestamente dizer que elas haviam formado uma base sólida e que a Kinnections estava crescendo depressa.


              Anahí usava seus talentos para coordenar os eventos. Ela organizava tudo, cuidava do visual dos clientes e também era responsável pelo marketing. Maite aproveitava a formação em psicologia para explorar o nicho de conselheira: encontrava-se com todos os clientes e os aconselhava em uma variedade de questões que estivessem bloqueando o caminho deles até o amor.


             Era bom que Dulce tivesse o dom, ou poderia acabar sendo o elo mais fraco da corrente no grupo. Claro, ela preferia formar um casal baseando-se em diversas técnicas em vez de confiar somente no choque. Além das sócias e da família, ninguém conhecia este segredo, e ela pretendia manter as coisas assim. No momento em que uma habilidade esotérica viesse a público, elas seriam perseguidas pela imprensa e desacreditadas em sua própria cidade.


           Afastou os pensamentos e encostou o quadril na escrivaninha. "O que temos hoje na agenda?"


             Anahí parecia estar lendo os itens de uma lista mental. "Tenho testes de visual com duas clientes. Preciso me encontrar com o pessoal do bar Purple Haze para tratar do nosso próximo coquetel. Depois vou sair cedo porque tenho um encontro."


            Dulce levantou uma sobrancelha. "Alguém interessante?"


            "Vamos ver."


            "Você chegou a ele pela Kinnections?"


            "Não. Tudo por conta própria, e tenho muito orgulho disso."


            Maite suspirou. "Os primeiros encontros são tão cheios de esperança e intenções...."


            Dulce bufou. " E estranhamento, drama e decepção."


         "Lembre-se do código. Nunca usar energia negativa para falar de relacionamentos. Pode recair sobre a nossa empresa."


           Dulce gostaria de poder rir dos comentários da amiga, mas já havia aprendido que o senso de boas e más vibrações de Maite era mesmo uma das chaves do sucesso delas. Talvez todas fossem meio bruxas. "Desculpa. O que você tem hoje?"


            Maite espreguiçou os braços longos e flexionou os dedos das mãos. "Aconselhamento com o Gary sobre fobias sociais. Depois preciso mexer em alguns programas de computador e atualizar nossa base de dados. Alguns clientes viram perfis interessantes e querem marcar telefonemas."


            Sempre a espantava que, atrás daquela imagem holística, Maite tivesse o cérebro de um deus geek quando se tratava de computadores. Era uma combinação letal que permitia à Kinnections competir com as agências grande do ramo.


             "Parece bom. Eu também não tenho muita coisa, então vou tentar pôr em dia a papelada infinita e sair daqui no horário."


             Voltaram para seus respectivos escritórios. Dulce tentou se concentrar no trabalho, em vez de pensar em Christopher Uckermann. Seus instintos diziam que era melhor correr o risco de um processo, porque o homem irradiava perigo. Mas ela jamais havia sido covarde, e não começaria agora.


             Sem problemas.


             Ela saberia lidar com ele.


          


                                              Kinnections


 


 


 



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Autor(a): minhavidavondy

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               Dulce observou o novo cliente tirar o paletó e se sentar na poltrona elegante, cor de ameixa. Ele deu uma olhada ao redor da sala, prestando atenção nas linhas clean e na decoração zen. Maite, encarregada de decorar a Kinnections, tinha escolhido tons que estimulam o chacra do cora&cc ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 97



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  • tahhvondy Postado em 27/10/2017 - 23:02:31

    amei que final lindo

    • minhavidavondy Postado em 30/10/2017 - 09:37:42

      Lindo, né!!

  • beatris Postado em 23/10/2017 - 17:28:47

    ai q final lindo amei o fato de ter sido no pontto de vista do robert e as palavras finais realmente nos instiga a refletir parabéns essa fic foii demais

    • minhavidavondy Postado em 24/10/2017 - 09:07:05

      Tb achei interessante ao ler. Foi de uma importância muito legal o Robert mostrar como se sentia. Afinal ele foi uns dos personagens mais ativos kkk

  • beatris Postado em 22/10/2017 - 00:34:36

    meu deus me arrepiei c essa parada do feiitiço coitada da dul se meteu na maior increnca quero ver como vai sai....

  • btrutte Postado em 21/10/2017 - 11:59:14

    Ca-ce-te. Christopher realmente tá com medo assim? Gente, o casamento dele deve ter terminado muito, muito mal pra ele fugir desse jeito. Até a Jane sacou que rola um climão entre ele e Dulce. Onde clica pra esses dois se resolverem? Que dó da Dulce, meu Deus!!!

  • mimila Postado em 21/10/2017 - 10:54:31

    O Ucker é um idiota ou oq? Ele tem q ver q nem todos os relacionamentos são como os que ele resolve e nem como foi o dele e se ele ama a Dul e ela o ama eles tem q tentar pra ver oq dá. Pois como diz quatro frase que li um dia desse q: "Porque o futuro pertence a Deus, e ele só revela em circunstâncias extraordinárias." "O futuro a Deus Pertence." "O amanhã Pertence a Deus." "Viva o Hoje e o Resto Você Vive Conforme For Acontecendo." Então é isso, ele tem q pensar nessas frases e ser feliz com a Dul... Posta maissssss

  • tainara_vondy Postado em 21/10/2017 - 01:08:51

    Posta mais ***

  • mimila Postado em 19/10/2017 - 16:12:00

    Quero mais e quero que a Dul e o Ucker parem com esse chove não molha veem que ambos são perfeitos um pro outro, posta maissssssssssssssss

  • tahhvondy Postado em 18/10/2017 - 17:57:22

    continua

  • tainara_vondy Postado em 17/10/2017 - 18:35:19

    Continua....

    • minhavidavondy Postado em 18/10/2017 - 08:39:54

      Pode deixar kkkk

  • btrutte Postado em 17/10/2017 - 13:12:55

    Meu Deus, ela vai procurar o Chris. Por que eu tenho a sensação de que ele vai ficar apavorado? Nossa, me dá agonia só de pensar nele dando um fora na coitada da Dulce. O cara não consegue raciocinar direito quando se trata dela.

    • minhavidavondy Postado em 18/10/2017 - 08:39:31

      Obrigada pelos comentários


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