Fanfic: Paixão sem Limites | Tema: AyA - Romance Hot
– Não vai trabalhar hoje? – perguntou ele, por fim.
Fiz que não com a cabeça.
– Estou de folga.
– Como vai o emprego?
Até que ele estava sendo educado. Pelo menos não estava me evitando. Por mais bobo que parecesse, eu queria a sua atenção. Sentia uma atração por ele que não conseguia explicar. Quanto mais ele mantinha distância, mais eu queria me aproximar. Ele inclinou a cabeça e levantou uma das sobrancelhas, como se estivesse esperando que eu dissesse alguma coisa.
Ah, sim. Ele me fizera uma pergunta. Culpa daqueles seus olhos prateados: era difícil me concentrar.
– Desculpe, o quê? – perguntei, sentindo o meu rosto ficar quente.
Ele deu uma risadinha.
– Como vai o emprego? – perguntou devagar.
Eu precisava parar de parecer uma idiota sempre que estava perto dele.
– Bem. Estou gostando.
Alfonso sorriu e olhou na direção do mar.
– Aposto que está.
Passei alguns segundos refletindo sobre esse comentário.
– Como assim? – perguntei.
Alfonso deixou os olhos passearem pelo meu corpo, depois tornou a me encarar. Eu estava arrependida de não ter posto a camiseta de novo.
– Você sabe que é bonita, Anahí. Sem falar nesse seu sorriso encantador. Os golfistas lá do clube estão lhe pagando uma nota. Ele estava certo em relação às gorjetas. Também estava me deixando sem ar ao olhar para mim daquele jeito. Queria que ele gostasse do que via, mas ao mesmo tempo me sentia apavorada com o que poderia acontecer. E se ele mudasse de ideia quanto a manter distância? Será que eu estaria à altura?
Passamos algum tempo sentados em silêncio; ele manteve os olhos fixos à frente.
Pude ver que estava pensando em alguma coisa. Tinha o maxilar contraído e uma expressão sombria. Repassei tudo o que tinha dito, mas não consegui pensar em nada que pudesse tê-lo deixado chateado.
– Quanto tempo faz que a sua mãe morreu? – perguntou ele, tornando a olhar para mim.
Eu não queria falar sobre a minha mãe, não com ele. Mas ignorar a pergunta seria uma grosseria.
– Trinta e seis dias.
Ele trincou o maxilar como se estivesse com raiva de alguma coisa e o seu semblante ficou mais carregado.
– Seu pai sabia que ela estava doente?
Mais uma pergunta que eu não queria responder.
– Sabia, sim. Também liguei para ele no dia em que ela morreu. Ele não atendeu. Deixei recado. O fato de ele nunca ter retornado a ligação era doloroso demais para admitir.
– Você odeia o seu pai? – Rush quis saber.
Queria odiar. Desde o dia em que a minha irmã tinha morrido, ele só me causara dor. Mas era difícil. Ele era o único parente que eu tinha.
– Às vezes – respondi, sincera.
Alfonso assentiu, estendeu a mão e enganchou o dedo mindinho no meu. Não falou nada, mas nessa hora nem precisava. Aquela única pequena conexão dizia tudo. Eu podia não conhecer Alfonso muito bem, mas estava me afeiçoando a ele.
– Vou dar uma festa hoje à noite. É aniversário da minha irmã Nan. Sempre dou uma festa para ela. Pode não ser a sua praia, mas está convidada, se quiser. Irmã? Ele tinha uma irmã? Pensei que fosse filho único. Nan não era a menina que tinha sido grossa na noite da minha chegada?
– Você tem irmã?
Alfonso deu de ombros.
– Tenho.
Por que Chris tinha dito que ele era filho único? Esperei a explicação, mas ele não deu mais detalhes. Então decidi perguntar.
– Chris falou que você era filho único.
Senti o corpo de Alfonso ficar tenso. Ele balançou a cabeça enquanto desenganchava o mindinho do meu e se virava para o mar.
– O Chris não devia ficar contando as minhas coisas. Por mais que ele queira levar você para a cama.
Ele se levantou e não tornou a olhar para mim enquanto se virava e tomava novamente o rumo da casa. Havia algo de proibido em relação a Nan. Eu não fazia a menor ideia do que fosse, mas com certeza era proibido. Eu não deveria ter sido tão intrometida.
Levantei-me e fui até o mar. Estava calor e eu precisava de algo que me distraísse.
Sempre que baixava um pouquinho a guarda em relação a Alfonso, ele me lembrava por que era melhor mantê-la bem firme no lugar. Que cara estranho. Gostoso, lindo e delicioso, mas estranho.
Sentada na cama, fiquei ouvindo os risos e a música que tomaram conta da casa. Passara o dia inteiro mudando de ideia quanto a ir àquela festa. Da última vez em que tinha decidido ir, pusera o único vestido bonito que ainda possuía. Era vermelho, justo no peito e nos quadris, com uma saia curta e reta que chegava à metade das coxas. Eu o havia comprado quando Rodrigo me convidara para o baile de formatura do colégio. Aí ele fora indicado para rei do baile e Grace Ann Henry tinha sido indicada para rainha. Ela quisera ir à festa com ele e ele me telefonara para perguntar se estava tudo bem ir com ela em vez de ir comigo. Todo mundo dizia que eles iriam ganhar e achava legal os dois irem juntos. Então eu concordei e pendurei o vestido de volta no armário. Naquela noite, mamãe e eu assistimos a comédias românticas e nos entupimos de brownie. Pelo que eu me lembrava, aquela fora uma das últimas vezes em que ela pôde comer bobagens sem passar mal por causa da quimio.
Nesta noite, eu tinha tirado o vestido da mala. Pelos padrões daquelas pessoas, não era um vestido caro. Na verdade, era bem simples. O tecido vermelho era um chiffon macio. Baixei os olhos para os sapatos prateados de salto da minha mãe que eu havia guardado. Ela os calçara no dia do seu casamento. Eu sempre amara aqueles sapatos. Ela nunca mais tornara a usá-los, mas os guardava dentro de uma caixa muito bem embrulhados.
Eu corria um risco enorme de ir à tal festa e ser humilhada. Não me encaixava no meio daquela gente. Tampouco me encaixara no ensino médio. Minha vida era apenas um eterno constrangimento. Eu precisava aprender a me encaixar, a me afastar da garota desengonçada que era excluída no ensino médio porque tinha problemas mais graves.
Levantei-me e alisei o vestido para remover qualquer amassado produzido pelo tempo que passara sentada ali pensando se iria ou não à festa. Decidi sair do quarto. Quem sabe pegar uma bebida e ver se alguém falava comigo. Se fosse um desastre completo, eu sempre poderia voltar correndo ali para dentro, vestir o meu pijama e me encolher na cama. Aquele seria um passo pequeno, mas muito bom para mim.
Abri a porta da despensa e entrei na cozinha, grata por não ter ninguém ali. Sair da despensa seria um pouco difícil de explicar. Pude ouvir a voz de Chris rindo alto e conversando com alguém na sala. Ele falaria comigo, poderia até me ajudar a me enturmar naquela festa. Respirei fundo, saí da cozinha e desci o corredor até o hall.
As rosas brancas e fitas prateadas espalhadas pela casa toda me fizeram pensar em um casamento, não em um aniversário. A porta da frente abriu e eu me assustei. Parei e vi olhos escuros conhecidos encararem os meus. Senti o meu rosto ficar quente enquanto Derrick me dava uma longa e vagarosa olhada de avaliação.
– Anahí – disse ele quando os seus olhos finalmente voltaram ao meu rosto.
– Não achei que fosse possível você ficar mais gata. Estava errado.
– Caramba, menina, é mesmo. Você fica ótima depois de um banho. – O rapaz de cabelos louros encaracolados e olhos azuis sorriu para mim. Não conseguia me lembrar do nome dele. Será que ele tinha me dito?
– Obrigada – consegui articular.
Estava sendo tímida mais uma vez. Aquela era a minha oportunidade de me enturmar. Eu precisava aproveitar a chance.
– Não sabia que Poncho tinha voltado a jogar golfe. Ou você veio com outra pessoa?
Fiquei confusa e levei alguns segundos para entender o que Derick queria dizer.
Quando percebi que ele achava que eu estava ali com alguém que conhecera no trabalho, sorri. Não era nem de longe o caso.
– Eu não vim com ninguém. Alfonso é... bom, a mãe dele é casada com o meu pai.
Pronto, estava explicado.
O lento sorriso descontraído de Derick se abriu mais um pouco enquanto ele se aproximava de mim.
– É mesmo? Ele está obrigando a irmã postiça a trabalhar no country club? Ora, ora. Esse rapaz não tem modos mesmo. Se eu tivesse uma irmã bonita como você, manteria ela trancada... o tempo todo. – Ele parou de falar e ergueu a mão para acariciar a minha bochecha com o polegar. – Eu ficaria com você, é claro. Não iria querer que se sentisse sozinha.
Não havia dúvida: ele estava me cantando. Pesado. Aquele ali estava em um nível muito acima do meu. Era experiente demais. Eu precisava de um pouco de espaço.
– Essas suas pernas deviam vir com um aviso. Impossível não tocar.
A voz dele ficou um tom mais baixa e quando olhei por cima do ombro dele vi que o lourinho não estava mais ali.
– Você... você é amigo do Alfonso ou da, hã, da Nannette? – perguntei, lembrando-me do nome que Chris havia usado para nos apresentar na primeira noite.
Derick deu de ombros.
– Nan e eu temos uma amizade complicada. Já Poncho e eu nos conhecemos a vida inteira. – Derick levou a mão às minhas costas. – Mas posso apostar que a Nan não é sua fã.
Eu não sabia se era. Não tivemos contato nenhum desde aquela primeira noite.
– Na verdade a gente não se conhece.
Derick franziu o cenho.
– Sério? Que estranho.
– Derick! Você chegou – guinchou uma mulher ao entrar no recinto.
Ele virou a cabeça e deparou com uma ruiva de longos cabelos cacheados e um corpo cheio de curvas mal coberto por uma roupa de cetim preto. Aquela seria a sua distração. Comecei a me afastar e a voltar na direção da cozinha. Meu momento de coragem tinha passado.
Mas Derick segurou o meu quadril com força, mantendo-me firme onde eu estava.
– Laney – foi tudo o que ele disse em resposta.
Os grandes olhos castanhos da garota se desviaram dele e pousaram em mim.
Observei sem poder fazer nada quando ela viu a mão dele pousada no meu quadril.
Aquilo não era o que eu queria. Eu precisava me encaixar.
– Quem é essa? – disparou a menina, agora olhando para mim com raiva.
– Esta é Anahí. A nova irmã do Alfonso – respondeu Derick com um tom entediado.
A menina estreitou os olhos e, em seguida, riu.
– Não é, nada. Ela está usando um vestido vagabundo e sapatos mais vagabundos ainda. Não sei quem essa menina é, mas ela está mentindo para você. Mas, enfim, você sempre foi fraco diante de um rostinho bonito, não é, Derick?
Eu realmente deveria ter ficado no quarto.
Autor(a): annyherrera
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Capítulo 7 – Por que você não volta para a festa e encontra algum homem idiota em quem afiar as suas garras, Laney? Ainda segurando firme o meu quadril e me obrigando a ir com ele, Derick andou em direção à porta, onde a maior parte da festa estava acontecendo. – Acho que eu deveria voltar para o meu qua ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 10
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bedlens Postado em 20/10/2017 - 15:40:05
GAROTA, O QUE FOI ESSA REAÇÃO DO PONCHO?! Não estou sabendo lidar... Aí, aí, aí essa Nan não me passa confiança... To sentido que ela vai trazer dor de cabeça para Any.
annyherrera Postado em 22/10/2017 - 10:16:46
Ponchito com ciumes😍😍😍 e a Nan é uma megera
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ginja2011 Postado em 17/10/2017 - 02:53:17
Espero que a Any aprenda a se defender do playboy do Derrick!
annyherrera Postado em 17/10/2017 - 18:46:02
Calma.. nao odeie o Derick aimda.. ele nao será mal!
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ginja2011 Postado em 17/10/2017 - 02:51:37
Percebe-se que o Poncho tem um profundo pesar sobre as atitudes da mãe e que se estende ao padrasto e desforra em todo mundo, fala que o pai da Any é um aproveitador e a mãe dele é o quê? e ele faz o quê da vida além de farrear e gastar dinheiro?
annyherrera Postado em 17/10/2017 - 18:39:19
É bem por ai.. ele de certa forma sente uma culpa pelo sofrimento que a anny passou ao mesmo tempo que tem medo de se aproximar dela.. tem um grande segredo do passado deles que ainda vai ser revelado.. continue lendo que vc vai entender😊
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carlosaugustof Postado em 16/10/2017 - 23:34:49
Oi, estou amando a fic <3
annyherrera Postado em 17/10/2017 - 18:35:50
Ai que bom.. essa história é linda! Fico feliz por estar gostando..
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bedlens Postado em 16/10/2017 - 16:27:22
Hey! Estou amando a fanfic <3 Continue...
annyherrera Postado em 16/10/2017 - 23:32:15
Que bom que está gostando linda! Eu amo essa história e estou muito feliz por saber que vc está gostando... Vc é minha primeira leitora :D