Fanfic: Paixão sem Limites | Tema: AyA - Romance Hot
Mesmo sem janelas no quarto para me dizer se o sol já nascera, eu sabia que tinha dormido até tarde. Fui me deitar exausta, mas a longa viagem de oito horas e os passos na escada durante horas depois de eu ir para a cama me impediram de dormir. Eu me espreguicei, me sentei e estendi a mão para o interruptor na parede. A pequena lâmpada iluminou o quarto e estiquei o braço até debaixo da cama para pegar a minha mala. Precisava de um banho. Se todo mundo ainda estivesse dormindo, eu poderia usar um dos banheiros sem ninguém perceber; mas Christian não tinha me mostrado onde ficava. Só me ofereceram o quarto, mas eu esperava que uma ducha rápida estivesse incluída no pacote. Peguei uma calcinha limpa, um short preto e uma camiseta branca sem manga. Com sorte, conseguiria entrar e sair do chuveiro e começar a faxina antes de Alfonso descer.
Abri a porta que dava para a despensa, passei por entre as prateleiras que continham mais comida do que qualquer pessoa jamais poderia precisar. Girei a maçaneta da porta devagar e a abri. A luz da cozinha estava apagada e a única claridade vinha do sol forte que entrava pelas amplas janelas que davam para o mar. Se não estivesse tão apertada, eu teria parado um instante para admirar a vista. Mas a situação era urgente e eu precisava ir ao banheiro. A casa estava silenciosa. Copos vazios estavam espalhados pelos cômodos, junto com restos de comida e peças de roupa. Eu poderia limpar aquilo. Se me mostrasse útil, talvez me deixassem ficar ali até eu arrumar um emprego e receber um ou dois salários. Abri lentamente a primeira porta que encontrei, com medo de ser um quarto. Era um closet. Fechei a porta e desci o corredor em direção à escada. Se os únicos banheiros fossem os das suítes, eu estava ferrada. A não ser que... talvez houvesse um banheiro para as pessoas usarem depois de passar o dia inteiro na praia. Afinal de contas, Henrietta também tinha que tomar banho e ir ao banheiro. Virei as costas e voltei para a cozinha e para as duas portas de vidro que eu vira abertas na noite anterior. Olhei em volta e reparei alguns degraus que desciam até debaixo da casa. Fui por ali.
Lá embaixo havia duas portas. Abri uma delas e vi paredes cobertas por coletes salva-vidas, pranchas de surfe e boias. Então abri a outra. Bingo. Era um banheiro com um pequeno boxe. Sobre um banquinho havia xampu, condicionador e sabonete, além de uma luva de banho e uma tolha limpa. Que prático. Uma vez limpa e vestida, pendurei a toalha e a luva no ferro da cortina do boxe. Aquele banheiro não era muito usado. Eu poderia usar a mesma toalha e a mesma luva a semana inteira e lavar no fim de semana. Se ficasse ali tanto tempo assim. Fechei a porta depois de sair e subi os degraus. A maresia tinha um cheiro maravilhoso. Quando cheguei lá em cima, fiquei parada junto ao guarda-corpo e olhei para o mar. Ondas quebravam na praia de areia branca. Era a coisa mais linda que eu já tinha visto.
Mamãe e eu cogitávamos, um dia, viajar para ver o mar. Ela havia ido quando era menina e as suas lembranças não eram lá grande coisa, mas ela passara a vida inteira me falando sobre isso. Todo inverno ficávamos sentadas dentro de casa em frente à lareira e planejávamos a nossa ida à praia. Nunca conseguimos fazer essa viagem. Primeiro mamãe não tinha dinheiro, depois não tinha saúde. Mesmo assim, continuávamos a planejá-la. Isso ajudava a manter o sonho vivo. E agora ali estava eu, olhando para as ondas com as quais apenas sonhara. Não eram nossas férias de conto de fadas, mas eu estava ali vendo o mar por nós duas.
– Essa vista nunca fica velha. – A voz grave e arrastada de Alfonso me espantou.
Virei-me e o vi encostado no batente da porta. Sem camisa. Ai, ai, ai. Não consegui articular palavras. O único peito nu de homem que eu já tinha visto fora o de Rodrigo. E isso foi antes de a minha mãe ficar doente, quando eu tinha tempo para namorar e me divertir. O peito de 16 anos de Rodrigo não exibia aqueles músculos largos e definidos, assim como ele também não tinha aquela barriga tanquinho que eu via diante de mim.
– Está gostando da vista?
Seu tom de quem estava achando graça não me escapou. Pisquei os olhos e tornei a erguê-los para o sorriso de ironia nos seus lábios. Droga. Ele tinha me pegado secando o seu corpo.
– Não quero interrompê-la. Eu mesmo estava gostando – continuou ele antes de dar um gole na xícara de café que segurava.
Senti o meu rosto ficar quente; sabia que devia estar vermelha feito um pimentão. Eu me virei de novo e tornei a olhar para o mar. Que vergonha. Eu estava tentando fazer com que aquele cara me deixasse permanecer ali por um tempo. Ficar babando por ele não era a melhor estratégia. Uma risada baixinha atrás de mim só fez piorar as coisas. Ele estava rindo de mim. Que ótimo.
– Ah, você está aí. Senti a sua falta na cama quando acordei.
A voz feminina dengosa vinha de detrás de mim. A curiosidade me venceu e eu me virei. Uma menina só de calcinha e sutiã se aconchegava a Alfonso e corria uma unha comprida e cor-de-rosa pelo seu peito. Não podia culpá-la por querer tocar aquilo. Eu própria estava bem tentada.
– Está na hora de você ir – retrucou ele, tirando a mão dela do próprio peito e se afastando.
Vi quando ele apontou para a porta da frente.
– Como é? – rebateu a menina.
Pelo ar de incompreensão no seu rosto, ela não esperava por isso.
– Você conseguiu o que queria vindo aqui, gata. Queria que eu te comesse. Conseguiu. Agora já deu para mim.
Sua voz fria, dura e neutra me espantou. Será que ele estava falando sério?
– Você só pode estar de sacanagem! – disparou a menina, batendo o pé.
Alfonso balançou a cabeça e tomou mais um gole do café.
– Você não pode fazer isso comigo. Ontem à noite foi incrível. Você sabe que foi. Ela estendeu a mão para o braço dele e ele rapidamente se esquivou.
– Eu avisei ontem à noite quando você chegou implorando e tirando a roupa... A única coisa que iria acontecer seria uma noite de sexo. Só isso. Prestei atenção na menina. Sua expressão era de pura raiva. Ela abriu a boca para protestar, mas tornou a fechá-la. Com mais uma batida do pé, voltou a passos firmes para dentro da casa. Eu não conseguia acreditar no que acabara de ver. Era assim que pessoas daquele tipo se comportavam? A minha única experiência de relacionamento tinha sido com Rodrigo. Embora nunca tivéssemos chegado a transar, ele sempre fora cuidadoso e gentil comigo. Aquilo era duro, cruel.
– Então, dormiu bem? – perguntou Alfonso como se nada tivesse acontecido.
Eu me obriguei a desviar os olhos da porta pela qual a menina havia saído e o examinei. O que passara pela cabeça dela para ir para a cama com alguém que tinha deixado bem claro que não haveria nada além de sexo? Tudo bem, ele tinha um corpo de causar inveja a modelos... e aqueles seus olhos eram capazes de levar uma garota a fazer loucuras. Mas ainda assim. Era muito cruel.
– Você faz isso sempre? – perguntei antes de conseguir me conter.
Alfonso levantou a sobrancelha.
– O quê? Perguntar às pessoas se elas dormiram bem?
Ele sabia o que eu estava perguntando. Estava desconversando. Não era da minha conta. Para ele me deixar ficar ali, eu precisava ficar na minha. Abrir a boca para repreendê-lo não era uma boa ideia.
– Transar com garotas e depois jogá-las fora feito lixo? – retruquei.
Fechei a boca, horrorizada com as palavras que acabara de ouvir ecoar na minha mente. O que eu estava fazendo? Tentando ser posta na rua? Alfonso pousou a xícara na mesa ao seu lado e se sentou. Recostou-se e esticou as pernas compridas. Então tornou a me encarar.
Autor(a): annyherrera
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
– E você, sempre mete o nariz onde não é chamada? – rebateu. Eu queria ficar brava com ele. Queria, mas não consegui. Ele tinha razão. Quem era eu para julgá-lo? Nem conhecia aquele cara. – Não, em geral, não. Desculpe – falei e entrei depressa. Não queria dar a e ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 10
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bedlens Postado em 20/10/2017 - 15:40:05
GAROTA, O QUE FOI ESSA REAÇÃO DO PONCHO?! Não estou sabendo lidar... Aí, aí, aí essa Nan não me passa confiança... To sentido que ela vai trazer dor de cabeça para Any.
annyherrera Postado em 22/10/2017 - 10:16:46
Ponchito com ciumes😍😍😍 e a Nan é uma megera
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ginja2011 Postado em 17/10/2017 - 02:53:17
Espero que a Any aprenda a se defender do playboy do Derrick!
annyherrera Postado em 17/10/2017 - 18:46:02
Calma.. nao odeie o Derick aimda.. ele nao será mal!
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ginja2011 Postado em 17/10/2017 - 02:51:37
Percebe-se que o Poncho tem um profundo pesar sobre as atitudes da mãe e que se estende ao padrasto e desforra em todo mundo, fala que o pai da Any é um aproveitador e a mãe dele é o quê? e ele faz o quê da vida além de farrear e gastar dinheiro?
annyherrera Postado em 17/10/2017 - 18:39:19
É bem por ai.. ele de certa forma sente uma culpa pelo sofrimento que a anny passou ao mesmo tempo que tem medo de se aproximar dela.. tem um grande segredo do passado deles que ainda vai ser revelado.. continue lendo que vc vai entender😊
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carlosaugustof Postado em 16/10/2017 - 23:34:49
Oi, estou amando a fic <3
annyherrera Postado em 17/10/2017 - 18:35:50
Ai que bom.. essa história é linda! Fico feliz por estar gostando..
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bedlens Postado em 16/10/2017 - 16:27:22
Hey! Estou amando a fanfic <3 Continue...
annyherrera Postado em 16/10/2017 - 23:32:15
Que bom que está gostando linda! Eu amo essa história e estou muito feliz por saber que vc está gostando... Vc é minha primeira leitora :D