Fanfic: O poder das estrelas | Tema: Sailor Moon

   - Darien? - Perguntou surpresa.

   -  Serena! – Darien disse e sorriu. – Aqui, trouxe para você. – Entregou as rosas.

   - São lindas! – Sorriu e ficou vermelha. – Obrigada.

   Serena abriu o portão, os dois ficaram parados em frente à porta de entrada.

   - Serena, eu.... Eu queria me desculpar.

   - Se desculpar? Pelo o que? – Perguntou confusa.

   Ficou em silêncio por alguns minutos enquanto apenas se olhavam. A brisa leve da noite, balançava os cabelos de Serena. Enquanto isso Seiya, que não havia tido tempo para conversar com Serena desde o encontro, resolveu ir até sua casa para conversar. Quando chegou perto, viu Darien esperando e Serena chegando logo após.

   Seu coração ficou apertado. Estou sempre chegando tarde demais. Pensou angustiado. Não conseguiu se conter e caminhou até o muro da casa de Serena, ficou encostado do lado de fora.

   - Eu queria me desculpar porque não tenho sido o melhor dos noivos. Na outra noite quando saímos para jantar e você veio com todas aquelas indagações sobre o futuro, sobre Tóquio de Cristal.... Eu não soube lidar. – Suspirou. – Sei que já se passaram vários dias, mas eu não queria deixar passar. Eu não quero que você pense que eu não me importo.

   Seiya fechou os olhos e suspirou baixinho.

   - Darien...

   - É que por um momento.... Eu senti como se você não quisesse mais o futuro. Não quisesse a mim, Rini, Tóquio de Cristal.... – Darien disse e seus olhos encheram-se de lágrimas.

   Rini. Esse nome de novo.... E Tóquio de Cristal? Seiya pensou.

   Serena colocou a mão no rosto de Darien. – Eu não quis te chatear. – Olhou em seus olhos. – Nós passamos por tantas coisas juntos.... Eu acho que a responsabilidade está me deixando louca e confusa. Eu sinto como se tudo na minha vida já está decidido e eu só estou aqui.... Esperando o inevitável acontecer. – Lágrimas começaram a escorrer.

   - Serena, não se sinta assim. – Darien pegou em sua mão. – Eu sei que é difícil e é muito para carregar sozinha, mas é por isso que nós estamos aqui....

   Serena começou a chorar mais ainda. – Darien, eu.... Eu saí com o Seiya. Me perdoe.

   - Como assim? – Darien disse surpreso e machucado.

   - Nós demos uma volta e.... E..... Nos beijamos.... – Serena apertou a barra do vestido. – Eu não tinha o direito, eu estava confusa e..... e.....

   Darien estava de coração partido e magoado. Por um momento um sentimento de raiva e ciúmes tomou conta mas parou ali, observando Serena chorar e tentar se explicar. Lembrou-se das dúvidas que ela havia tendo e resolveu deixar a mágoa e ressentimento de lado por um momento. Ele não queria perde-la. Abraçou-a e beijou-a na testa. – Ô, Serena.... Nós vamos consertar isso. – Disse e lágrimas começaram a cair.

   Uma brisa fria passou e Serena convidou-o para entrar, já estava tarde e estava ficando frio. Seiya ficou ali parado, com o coração partido. Rini, Neo Queen Serenity, Tóquio de Cristal.... Bombom, tem tanta coisa que não sei sobre sua vida. Lágrimas invadiram seus olhos e escorreram por seu rosto. Caminhou para casa, arrastando os pés.

   A sua volta, casais de namorados caminhavam feliz e sorridentes de mãos dadas. Seiya não sabia lidar com seus sentimentos. Então aquele dia.... Tudo que fizemos e aquele momento tão único, nosso primeiro beijo.... Foi tudo porque ela estava confusa? Foi só um experimento? A dor em seu coração era tão forte que ele decidiu parar para descansar e se recompor. Não queria que Taiki e Yaten o vissem desse jeito. Avistou um banco embaixo de duas arvores flor-de-cerejeira que tinha vista para o mar.

   Sentou-se ali, observando o reflexo da lua e das estrelas no mar. A brisa gelada não o incomodava, estava perdido em pensamentos. Eu não sou bom o suficiente?! Lembrou de quando lhe fez essa pergunta, anos atrás, durante uma tempestade, no telhado da escola. Não importa o que eu faça, ela sempre escolhe ele.

   Observou um casal sentado na distância, estavam abraçados aproveitando a bela noite de luar, conversando sobre algum assunto cotidiano e rindo.

   - Eu nunca terei algo assim. – Pensou alto.

   - Sabe, você não deveria ser tão pessimista assim. – Uma voz ao lado dele disse.

   Seiya ficou vermelho. – Eu não quis dizer isso em voz alta! – Limpou a garganta. – Posso te ajudar? Quem é você?

   - Meu nome é Maya. – Sorriu. – Eu queria ver o luar e esse é o único banco com uma vista boa, mas se você quiser eu posso ir embora.

   - Não.... Não. Desculpe, não quis ser rude. Apenas não sabia que alguém estava do meu lado.

   - Você está bem? Parece estar chateado. – Maya disse preocupada.

   - Não é nada não. – Suspirou e olhou para as estrelas. – Acho que meu destino já está escrito nas estrelas e parece que esse destino é viver com um coração partido. – Ficou vermelho, falou mais do que pretendia.

   Maya sorriu levemente. – Ninguém merece viver assim. Nada é fácil, mas você tem que ter perseverança, tem que ir atrás do que quer. – Falou olhando para a lua.

   - É fácil falar. – Seiya retrucou.

   - Amanhã é Lua Nova. Ela representa novos começos, renascimento. Tudo é possível. – Sorriu.

   Seiya ficou mesmerizado com Maya, a energia que fluía dela.... Tão calma e acolhedora. Novos começos. Pensou.

   - Está ficando tarde, tenho que ir agora. – Ela disse.

   - Obrigado. – Olhou em sua direção. – Por me acalmar. E aliás, meu nome é Seiya.

   - Nos vemos por aí, Seiya.

   Maya levantou-se e foi embora. Seiya ficou a observar o mar por mais alguns minutos e então foi para casa. No outro dia de manhã, ele não conseguia tirar da cabeça a conversa que ouvira entre Darien e Serena e, também, a conversa que teve com Maya.

    Caminhou pelo centro da cidade. O dia lá fora estava igual a como ele se sentia por dentro. O céu estava cinzento, trovões rachavam a escuridão da tempestade. A chuva estava forte e o vento rugia. As poucas pessoas que estavam na rua, caminhavam depressa, com guarda-chuvas tentando escapar da tempestade e chegar em casa. Porém Seiya caminhava devagar, entorpecido, suas roupas estavam encharcadas.

    Maya estava sentada dentro da lanchonete onde as meninas tanto passaram seu tempo. Ela olhava pela janela e avistou Seiya. Observou-o caminhar arrastando seus pés pela tempestade, tristonho. Respirou fundo e fechou os olhos. Eu queria poder ajudar mais, queria poder te contar tudo e curar teu coração partido.... Mas eu não posso, não agora. Pensou. Suspirou e tomou um gole de chá...

   Seiya chegou até um bloco de apartamentos. Ficou ali parado por alguns minutos, ponderando o que fazer. Entrou, subiu as escadas apesar de ter um elevador logo ali. Parou em frente à um dos apartamentos e bateu na porta.

   Darien abriu a porta, encarou Seiya com rancor. – O que você quer?

   - Acho que precisamos conversar. – Seiya respondeu.