Fanfic: El sabor de la venganza... Portiñón, AyD. | Tema: Anahí e Dulce.

Por Anahí.

– Annie, você viu? – Maite adentra em meu apartamento de supetão com os olhos arregalados.

Os meus olhos saem da televisão que estava ligada no noticiário para ela. Depois de uma troca de olhar compreensível, os meus olhos voltam para o noticiário que fazia uma grande lavagem de roupa suja.

Camila estava presa, entregou-se por vontade própria e tinha renegado a fiança por falsificação de documentos para beneficiar a Sol de La Riva... E bem, Soledade estava morta... Morrera depois de tentar fugir da polícia quando eles tentavam prendê-la pelo assassinado de Klaus de La Riva.

Imagem do conversível de Sol totalmente destruído era mostrado. Tinha sido tirado do fundo do mar. Se ela tivesse sobrevivido a batida, provavelmente não sobreviveria ao afogamento. Já que o seu corpo estava preso nas ferragens.

– Acabou? – Maite perguntou sentando-se ao meu lado.

Continuo para a Maite, desnorteada. Surpresa com a morte de Sol. Nem em meus altos devaneios poderia imaginar que isso iria acontecer. O meu peito encheu-se de surpresa, depois de alívio... Um alívio tão profundo que parecia massagear a minha alma.

A mulher que tinha me feito tão mal... Na adolescência, depois na minha vida adulta, estava morta. Morreu tragicamente. Toda a sua maldade foi-se com ela. O ar parecia mais puro depois da notícia de sua morte. Era ético sentir-se bem com a morte de uma pessoa? Tenho certeza que não, mas de alguma forma, eu sentia como se a justiça tivesse sido feita.

– Acabou... – Murmuro com os olhos voltados para a televisão.

Todas aquelas que me fizeram mal tiveram os seus castigos de alguma forma. Soledade a morte, Serena a loucura e alzheimer. E Dulce se regenerou.

Sinto os meus olhos marejarem, não era de pesar, mas de satisfação e alívio. A vida estava finalmente sendo justa comigo. A justiça tinha sido feita. Não existia mais nada além do pó. As cicatrizes ainda continuam, mas... A revolta que queimava o meu peito tinha sido reduzida ao pó. A sede de vingança fora saciada...

– Você está bem? – Maite perguntou me olhando com preocupação.

Percebo que estou soluçando e chorando, mas não era um choro de pesar. Era um choro de libertação, como se tudo de ruim tivesse sendo drenado em mim pelas lágrimas.

Fui puxada para um abraço firme de minha melhor amiga. Abraço-a e deito a cabeça em seu ombro, deixando que as lágrimas fluíssem do meu ser. Oh, Cristo! Os meus ombros e minhas costas estavam tão leves, á ponto de eu achar que poderia flutuar... Tudo estava acabado. O meu pesadelo vivido finalmente foi exterminado.

– Annie... – Maite chamou com a voz suave, afastou-se de mim e colocou as mãos em meu rosto, mirando-me. – Por que está chorando?

– Porque eu estou livre, Maite... – Soluço, meus lábios estremecidos e a sensação de leveza aumentando cada vez mais. – Todo ódio, e rancor que eu sentia... Tudo aquilo que escravizava meu coração e alma, foi arrancado com a morte de Sol... Você entende? Eu estou livre das amarras da maldade e perversão... Livre. – Digo sem fôlego.

Maite sorriu, mas os seus olhos marejaram. Ela entendia o que eu estava sentindo. Ela sempre entendia porque estávamos conectadas. Ela sempre me entendeu. Ela voltou a me abraçar, e eu rir ao meio das lágrimas.

Não sei por quanto tempo ficamos assim, até que as minhas lágrimas secaram. Afastei-me de Maite e a olhei fixamente, ela estava tão bem... Sei que o seu amor com o Poncho está muito bem, e finalmente os dois ficaram juntos para toda eternidade ou até a linha da vida se encerrar.

Nada nos impedia mais de sermos felizes. A Diana não fazia mais presente na vida dela, e Sol de La Riva não fazia mais na minha... Dias de luta, dias de glória, e depois de tanto tempo, a glória estava reinando.

– Você poderia ficar com o Niko? Eu preciso dá uma volta...

– Claro que sim. Você sabe que eu adoro passar um tempo com meu afilhado, e o Poncho vem aí com o Dan, vamos fazer aquela programação em família com muitos doces e filmes infantis. – Ela riu. – Não se importa se fizermos isso aqui, não é?

– Claro que não. Eu estou muito feliz que o Poncho esteja se conectando com o Niko. Eles se adoram. – Levanto-me. – Só não comam todos os doces, deixem um pouco para mim, não demoro...

O Poncho depois que enxergou que era distante do Niko, fazia de tudo para se aproximar do meu filho, e estava dando certo. O meu filho estava louco pelo padrinho, e eu não podia me sentir mais feliz com isso. Sei que um dia, se eu faltasse, o Poncho e a Maite seriam bons pais para o meu Niko. Beijo a testa da Maite e saio...

Inicialmente, não tinha um destino, fiquei vagando pelas ruas de Seattle, com a mente vazia, e a sensação ainda permanente dentro de mim até que paro em frente a um pequeno hospital, não sei porque meu inconsciente me trouxe aqui até que a vi...

Dulce estava sentada no banco do estacionamento do hospital, comendo um sanduíche e tomando café. Vestia a farda do hospital que apesar de parecer um saco de batata estava lindo nela... Ela estava com os cabelos presos em um coque, mais alguns fios escapavam do mesmo. Ela parecia muito bem, a sua face estava corada e apesar de algumas olheiras, ela parecia satisfeita.

Desligo o carro, e fico a olhando tão distraída e alheia a minha presença. O meu coração acelera pelo simples fato de olhá-la, um sorriso brota em meus lábios. Eu sinto saudade de tê-la junto de mim, isso é um fato, mas sei que esse período longe uma da outra é de extrema importância para ambas.

Suspiro apaixonadamente quando o meu coração parece que vai transbordar de tanto amor... Desta vez, não tinha nenhuma culpa, remorso ou o sentimento de traição, tinha apenas o sentimento puro e simples.

Eu amei a Dulce desde a primeira vez que os meus olhos bateram nela, e continuo a amando. Intensamente e loucamente, isso não é surpresa para ninguém. Desde que tudo aconteceu, eu nunca tive realmente disposta a ouvi-la, mas agora... Eu estou disposta a tudo para viver finalmente o nosso amor. Sei que ela me quer longe, mas... O meu coração me dizia que a nossa história não acabou, que em algum momento iremos nos acertar.

O meu coração está aberto para recebê-la, sem recriminação ou acusações. Ele só quer a sua parte, e eu só quero estar de bem com a Dulce...

Por que vivemos para estarmos juntas...

Em todas as vidas...

Por Autora...

Nove meses depois...

Tudo que Anahí tinha planejado para a fortuna do Klaus tinha acontecido... Depois que recebeu o dinheiro de volta, ela tinha investido todas as cédulas em causas sociais. Os seus projetos tinham ajudando muitas famílias e pessoas que a sociedade julgava como “descartáveis”. Mas para Anahí, eram seres humanos merecedores de uma oportunidade na vida. E ela os ofereciam, e sentia-se muito bem em ajudá-los, era como se uma parte dela tivesse realmente nascido para isso, para fazer bem ao próximo.

Nesses meses que se sucederam, a Anahí entrou em contato consigo mesma. Se purificou, e deixou que o bem adentrasse o seu coração, se tornou uma mulher sonhadora – mas como os pés no chão. Com meses de terapia compreendeu que apesar de toda a tragédia que acontecera em sua vida, ela tinha um motivo para ser feliz... O seu filho, os seus inseparáveis amigos e também o seu amor por Dulce... Ela e Dulce ainda não tinham se aproximado para conversar sobre elas, apesar de sempre se encontrarem na casa de Blanca e Fernando...

Não eram encontros desconfortáveis, as duas sempre se perdiam no olhar uma da outra, apesar de nenhuma das duas tomarem partido ou terem a iniciativa de se aproximarem, mas era boa a sensação que os olhos transmitiam... Anahí sabia que a Dulce ainda a amava, só bastava olhar para os olhos castanhos que todo sentimento estava derramados nas pupilas da outra. E Anahí a amava a cada dia que se passava, como se isso fosse possível, mas amor é assim mesmo... Descontrolável e inexplicável. Bobos eram que tentavam explicar algo que devia ser apenas sentido.

O Niko estava totalmente recuperado, felizmente sem nenhuma sequela. Era um menino de sorte. Já sofrera de câncer e infarto, mas felizmente se recuperara como se nada tivesse acontecido. Realmente, era uma criança forte, com vitalidade e o desejo de viver. Anahí sentia-se mais que abençoada por ter o seu menino ao seu lado. Niko foi um menino que seu coração e todo o seu ser decidiu amar, ele era mais especial do que um filho saído de dentro de si, era um filho que sua alma amou condicionalmente, e ela não podia deixar de se sentir lisonjeada por Deus e o destino conceder a dadiva de viver com o seu menino.

Ela tinha perdoado a Dulce ao longo dos meses, tinha finalmente percebido que sim, Dulce tinha errado, mas não foi responsável pelo o que aconteceu com a Tisha... De qualquer maneira, a Dulce não pôs a ideia de fazer mal a Tisha na cabeça de Sol e Serena, elas eram psicopatas e rancorosas demais para envolver inocentes em suas síndromes de poder.

Anahí se conformou. Era uma das coisas que faltava a ela, conformação e aceitação de que sua mãe iria ir a óbito de qualquer maneira. Nesses meses, ela tinha descavado o prontuário de Tisha, e descobrira que mesmo com o tratamento experimental, a sua mãe no máximo teria dias de vida. Nenhum tratamento poderia salvar a Tisha... Nem o mais moderno, tudo era questão de tempo.

Depois de toda a prova, e reflexão, Anahí se conformou e perdoou a Dulce... Por ter sido gananciosa demais, o único erro de Dulce foi colocar o dinheiro a cima dos sentimentos, e Anahí sabia disse, agora, ela sabia. O esclarecimento veio no momento certo, libertando mais ainda a Anahí.

Já a Dulce, estava crescendo na vida com os seus méritos. Era grandioso o que estava conquistando, aos poucos, estava se tornando uma nefrologista conceituada e bastante procurada por indicações. Os seus pacientes tinham afeto por ela a ponto de indica-la para familiares, amigos e amigos de amigos, o seu nome estava propagando e ela crescendo, gradativamente.

A sua rotina era puxada, isso era um fato. Dando plantão no hospital e estudando para o seu mestrado, não era fácil, porém, não era impossível. Estava adquirindo conhecimento e tornando-se uma profissional mais capacitada. Continuava morando na mesma casinha e não tinha nenhuma pretensão de se mudar. Também não tinha embarcado em nenhum envolvimento amoroso apesar de ter conquistado os corações de alguns colegas de trabalho.

Mesmo estando longe de Anahí, e seguindo em frente, o seu coração se mantinha fiel a outra... Aí, vocês se perguntam... Como ela está seguindo em frente se o coração continua preso a Anahí? Ai, eu as respondo... Por que o amor verdadeiro é assim, eles se mantém fixos em nossos corações mais não nos impendem de caminharmos; de nós construímos. Porque o verdadeiro amor é livre do egoísmo e do bloqueio. Eles só querem nos ver bem, mesmo que seja com suas pareias ou não... Eles só querem ter a certeza de que a felicidade e a plenitude estejam presentes.

E Dulce se sentia bem, e feliz. Mas tinha aquele quê que faltava para que a sua felicidade fosse completa, e ela sabia que era a ausência de Anahí em sua vida, a atmosfera entra as duas tinha mudando consideravelmente. Anahí não a olhava mais de um jeito acusador, sempre que esbarrava com a outra na casa dos seus pais, o olhar que Anahí lhe direcionava era de... Amor, e afeição. Algo que ela nunca esperava receber de Anahí – não depois de tudo, mas que disparava o seu coração e ela tinha quase certeza de que a Anahí estava mudada.

Talvez, fosse a morte de Sol. Uma morte que pegara a Dulce de surpresa, mas seria hipócrita em dizer que sentira a morte da loira. A vida era um karma, um ciclo que tudo que fazíamos voltava para nós. E a Sol tivera apenas o que merecera...

Dulce seguia amando a Anahí, e tinha consciência que quando chegasse o momento de ambas se acertarem, não existiria absolutamente nada no caminho para interferir.

Enfim...

Focando-se em outros personagens, a Camila tinha sido solta depois de sete meses de reclusão por conta de Anahí que tinha tirado contratado um bom advogado para Camila, mesmo que sua ex assistente não quisesse nenhuma ajuda, Anahí achava injusto que a garota sofresse tantos anos de reclusão por algo que ela se arrependia. Ainda dera uma carta de recomendação para que Camila tivesse sorte ao procurar um emprego em Nova York.

A surpresa do momento era que Rubi tinha finalmente encontrado alguém. Não tinha sido programado, nem planejado, simplesmente aconteceu. E aconteceu com Megan Fox. Em uma balada da vida, as duas tinham se encontrado, aproveitando a companhia uma da outra durante toda a balada, sem se pegarem... Até que na despedida o beijo aconteceu, depois do beijo muitas coisas desencadearam, como a vontade de sempre estar junto se amando, e compartilhando os momentos. Elas até tentaram manter as ficadas num nível que não as comprometessem, mas estavam apaixonadas demais para perderem tempo com atitude de adolescentes, então, se assumiram... Megan enfrentou o pai para estar com a Rubi, as coisas ainda estavam estranhas entre pai e filha, mas Megan estava feliz. Aliás, elas estavam felizes e apaixonadas. Ás vezes, um amor inesperado é tudo que precisamos para revigorizar as nossas vidas.

Enquanto, o Herroni... Eles estavam mais felizes do que nunca. Finalmente o divórcio de Poncho e a guarda do Dan saiu. Como imaginado, o Poncho ficou com a guarda absoluta do menino que estava crescendo e mostrando-se muito feliz, mesmo com a ausência da Diana. Maite tinha ocupado o lugar de Diana e dava amor ao Dan... Um amor que o menino nunca tinha recebido de sua mãe. Mas que recebia de Maite... Ele tinha até arriscado de chamá-la de mãe em sua inocência, até porque, para o Dan, a figura de Maite estava tão presente e o cuidava com tanto zelo que era como uma mãe para si. A Maite chorara muito quando escutou a simples palavra pronunciada, ela tinha o Daniel como o seu filho... O Poncho não poderia estar mais feliz, sentia-se completo... Estava ao lado do seu filho e do amor de sua vida.

Não sabia da existência da Diana, e sentia-se muito bem com isso. Não queria nenhum contato com aquela mulher.

Eles eram felizes, oh Deus... Como eram!

Todos estavam encontrando os seus caminhos e se encaixando, como deveria ser desde o início...