Fanfic: El sabor de la venganza... Portiñón, AyD. | Tema: Anahí e Dulce.
Comprei dois cupcake de chocolate, ambos têm a cobertura rosada e vários confetes aparelhados. Custou o único dinheiro que eu tinha na carteira, mas foram os dez dólares mais bem pagos de toda a minha vida. Sei que minha mãezinha ficará muito feliz.
Apreciamos a simplicidade da vida, sempre formos desapegadas á valores financeiros, principalmente depois que mamãe fora diagnosticada com leucemia aguda. Fora um grande choque para nós, uma punhalada do destino. Mas, apesar da tristeza que essa notícia trouxe, não abaixamos ás nossas cabeças e usamos o otimismo e a boa fé para acreditar que se tratava de uma tempestade passageira e que o sol não tardaria á chegar...
Infelizmente, não era isso que estava acontecendo. O organismo da mamãe não estava respondendo ao tratamento, a metástase estava acontecendo... O baço e o fígado estavam comprometidos. A radioterapia e quimioterapia era apenas um breve paliativo, os médicos foram sinceros em dizer que ela estava no estágio final. E é horrível. Eu quis parar de estudar para cuidar dela, porém, mamãe negou-se, ela dizia que não iria interferir em minha vida e muito menos pará-la por causa de sua doença. Aliás, ela negava-se parar qualquer coisa por conta do câncer. Luta todos os dias contra a leucemia. Minha mãezinha é uma mulher forte e trabalhadora, não permitiu que a tristeza invadisse a nossa casa.
Muitas vezes, eu choro escondido para não magoar os sentimentos da mamãe. Sei como ela não suportar a ideia de chorar por sua causa. Eu tento não pensar muito, mas eu sei que á cada minuto que passa é uma sentencia de morte para mamãe, busco sempre me manter sorridente e feliz, mas... Tinha dia que parecia que eu ia desabar, principalmente quando mamãe sofria com os efeitos dos medicamentos e da doença. Mas, em meio ao todo o sofrimento, mamãe ainda consegue olhar pra mim com muito amor e sorrir... Isso que me dá forças. Entregar os pontos não me parece nada aceitável.
Por isso que hoje é um dia mais que especial... Além de ser um dia á mais que Deus permitiu a dádiva da vida á mamãe, ainda é o seu aniversário! Isso é um grande motivo para me fazer sorrir!
Saio da padaria com um singelo sorriso nos lábios, imaginando a reação de mamãe, completamente alheia ao mundo á minha volta. Atravessei a rua sem olhar para os lados, ouvi alguns gritos de vozes distintas, mas foi tarde demais... Algo me atingiu em cheio a minha perna, fazendo-me desequilibrar pela força da batida e cair do chão, machucando a minha bacia e a embalagem dos cupcake saltou para frente, esmagando-se. Foi preciso de um minuto para o meu cérebro ter consciência da dor, e eu gemi angustiada.
As pessoas se aproximaram, em borbulho, me prendendo em um círculo sufocante, muitas caras desconhecidas, gesticulando e falando inúmeras coisas que eu não compreendia. Eu só queria que eles se afastassem para não amassarem mais os cupcake, fiquei desolada quando eles não me atenderam. Movi-me para tentar me levantar e uma dor bem chata na minha perna me fez gemer novamente, algo quente e gosmento escorria por ela, olhei em direção receando encontrar uma fratura exposta, mas o que encontrei foi um corte que sangrava muito, não dava para saber se era superficial ou profundo, mas era bem chatinho e queimava!
“Você está louca?”. Uma voz gritou mais alto entre as pessoas, as empurrando para abrir caminho e chegar até mim. Algumas pessoas fizeram algumas caretas, mas deram passagem. Era a causadora do meu acidente. Ela se aproximou de mim e retirou o capacete. “Oh droga, você está ferida! Tentei frear, mas você estava muito em cima e...”.
Na minha mente, o gesto de remoção do capacete tinha acontecido em câmera lenta, como se o tempo tivesse diminuído de frequência – assim como o meu coração – na presença de Dulce Maria. Um belo presente para as minhas pupilas quando o capacete foi removido e uma cascata avermelhada deslizou pelos ombros em ondulações perfeitas até a cintura. Ela parecia tão preocupada com o cenho franzido e os olhos caramelados quase assustados.
Ai meu coração...
“Você quer que eu chame uma ambulância?”. Dulce me perguntou ficando cada vez mais aflita. Agachou-se na minha frente, retirou um lenço de seda que sempre carregava no bolso e tratou de enrolar á minha ferida. Os toques dos seus dedos em minha pele eram simplesmente mágicos. “Você fala?”. Questionou-me diante do meu silêncio.
“Sim”. Engoli á seco, várias vezes, antes de responder. Estou sonhando. Dulce Maria falando comigo, me tocando... É o céu. Talvez, eu tenha morrido no acidente e antes de partir para a glória estava tendo um pequeno deslumbre do paraíso. Ah, como era belo. E esse perfume? Queria tanto deitar a cabeça no ombro dela e aspirar o seu cheiro. “Quero drenar o seu cheiro”. Soltei em voz alta, atraindo a atenção de Dulce que me olhou como se eu fosse uma louca. Fiquei vermelha. Ótimo Anahí! Parabéns! “Eu... Eu... Olhe... Veja bem, eu... É...”. Não tinha o que dizer, então, soltei uma risadinha débil.
Quase li um doida varrida nos olhos maravilhosos de Dulce.
“Eu acho melhor irmos ao hospital”. Dulce disse ao terminar de amarrar a minha perna. “Não sei a gravidade da tua perna, mas acho que tem que pontear”.
Também acho. Está sangrando muito e o tecido tão macio e suave de seda estava praticamente encharcado, mas se eu fosse ao hospital, perderia muito tempo e não quero ficar mais um minuto longe de minha mãezinha. Tento me levantar e a perna me incomoda bastante, engulo a careta de dor e tive a ajuda de Dulce para ficar em pé. Como foi bom. Suspirei quase em prazer por poder abraçá-la, mesmo que rapidamente.
Nessa altura do campeonato, as pessoas já tinham se dispersando.
“Não precisa. Em casa eu cuido disso, tenho um kit de primeiros socorros que é quase um hospital”. Brinquei, mas era verdade, tinha um pouco de tudo lá. “Eu só preciso ir pra casa”. Sorrir pra Dulce que continuou me olhando sem expressão, então, voltei a suspirar e olhei para a embalagem amassada. “Você poderia me dá...?”. Apontei.
“Ah, claro”. Dulce pegou a embalagem e também a minha mochila, me entregando em seguida. “Você quer que eu chame um Uber para te levar pra casa?”. Perguntou solicita.
Só se o Uber aceitar ticket refeição. Pensei e rir sozinha com a piadinha. Dulce me encarou novamente com aquele olhar de doida varrida. Parei de rir.
“Não Dulce, obrigada”. Ajeitei a mochila nas costas.
“Como sabe o meu nome?”. Perguntou-me cautelosa.
“Estudamos no mesmo colégio”. Respondi sem deixar de me ressentir por Dulce não saber quem eu era. Mas eu não a culpo. “Na mesma sala, eu sento atrás de você... Todos os dias”.
“Ah sim!”. Dulce sorriu de lado, mas sem nenhuma empolgação. “Eu tenho que ir agora, ah... Ah...”. Ela estava hesitando como se tentasse descobrir o meu nome.
“Anahí”. Disse.
Ela deu de ombros.
“Ok Anahí”. Pegou o capacete do chão. “Nos vermos amanhã no colégio”. Disse, mas eu não senti muita firmeza. “E cuidado ao atravessar, o sinal de trânsito existe por um motivo”. Terminou de dizer e foi para a sua moto.
Sorrio suavemente, acabo de receber uma pequena bronca de Dulce. Que amor. Voltou a suspirar. Ela sobe na sua moto com destreza, liga e acelera, andando alguns metros, fico observando-a ir... Até que algo á faz parar por uns segundos, então, ela volta de ré até mim e me olha.
“Sobe aí”. Diz ela.
“Quê?”. Pergunto abobalhada e sem acreditar se de fato á Dulce me quer em sua moto.
“Eu disse sobe aí. Vou te levar até a sua casa”. Ela responde meio impaciente.
Não deixo de me admirar com a sua atitude, poderia simplesmente me deixar aqui.
“Não precisa se preocupar comigo, eu vou andando”. Disse simples.
“Garota! Eu sei que você pode ir andando, mas estou oferecendo carona, sobe logo nessa moto que estamos atrapalhando o trânsito”. Mandou subitamente estressada.
Um doce, não? Ainda olhei para a moto um pouco indecisa, mas a forma que Dulce me olhava indicava que não ficaria com nenhum remorso em retirar a carona e minha perna estava de fato, doendo. Ignorando o meu medo de motos e com um pouco de dificuldade, subi.
“Onde você mora?”
“No alto da cidade, no penhasco”. Respondi.
Ela apenas balançou a cabeça.
“Melhor se segurar”.
Quando ia questionar á onde, Dulce deu partida na moto e eu, agarrei-me nela como se fosse um polvo, mas protegendo a minha caixinha de cupcake. Fechei os meus olhos e encostei a minha testa próxima a nuca dela. Não quero ver absolutamente nada, porque se eu vir às pessoas, os carros, as casas, a passagem voando diante dos meus olhos, irei ficar paranoica por estar em cima de uma moto e ainda por cima sem capacete...
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Autor(a): ThamyPortinon
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 349
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luh_perronita Postado em 09/03/2018 - 19:56:03
Mais uma estória sua maravilhosa, amei tudo. Esse final foi muito perfeito aaa mais uma vez você conseguiu me emocionar com seu talento, a estória ficou ótima e que bom q mais uma vez o amor venceu o ódio sz estou muito feliz com a continuação de TL, amo mt ela, so perde pro meu xodozinho CTA aa
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Kah Postado em 05/03/2018 - 16:06:50
O que dizer dessa história? MDS. Todo esse trajeto de amor e vingança, e que bom que o amor venceu. Adorei a forma como você retrata os personagens e consegue fazê-los distintos uns dos outros e mostra a evolução deles na história, maior prova foi a Dulce, que encontrou seu lugar ao sol que mais que todos ali, aprendeu a viver e viver bem e Anahi que depois de ir ao fundo do poço, se reergueu, eu amo essa macumba que vc faz pra eu ficar vidrada nas histórias haha E no fim, elas precisavam se reencontrar sozinhas para então poder ter uma vida juntas. ESDLV foi foda e angustiante desde o início, meu pai que sofrimento kkkkk Mas ainda sim uma bela história. Minha Rainhaaaaaaa ♥
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candy_mai Postado em 02/03/2018 - 00:44:27
O que está predestinado a ser, será. Final digno de uma estória maravilhosa, como sempre digo não esperava menos de vc bebe... não querendo nada, quem sabe não tenha uma terceira temporada El Sabor... essa gravidez da Dulce da um gostinho de continuação, quem sabe num futuro não tão distante
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KIKI Postado em 01/03/2018 - 23:59:27
AAAA,fico uns dias sem ler,e é o final.Sol morreu,gostei.Camila se redimiu e devia ter pego algum dinheiro pra ela na falsificação dos documentos.Rubi e Megan,nunca pensei,mas é uma boa junção.Serena terminou seus dias em um manicômio.Fernando e Blanca que fofos.Maite e Poncho com seus Dan e Eloize:-) E o que dizer de portiñon?O amor supera tudo,e Dulce ainda fica grávida?É maravilhoso.Enfim,mas uma fanfic sua maravilhosa!
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..Peekena.. Postado em 01/03/2018 - 23:00:35
Que lindo amei o final parabéns..
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luh_perronita Postado em 01/03/2018 - 16:44:32
Grito com o novo casal. Amei essa evolução delas, o afastamentos realmente foi essencial. Tomara que elas se acertem logo aaaa, ja imagino elas passeando no parquinho com o niko onwwwt tomara q eu explora a. Continua, a fic ta mt lindinha a
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candy_mai Postado em 01/03/2018 - 00:29:04
EU TÔ NO CHÃO, na verdade não esperava menos de uma estória escrita por vc, o meu vô me falou uma vez q só o amor não sustenta um relacionamento, esse tempo que elas tiveram foi essencial pras duas...
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..Peekena.. Postado em 01/03/2018 - 00:12:54
Continua ansiosa para o próximo Capítulo tô amando fanfic.. Se você for postar outra Fanfic me avisa, eu com certeza eu vou ler.
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luh_perronita Postado em 28/02/2018 - 14:49:02
To amando essas capítulos finais, a mudança da Dulce é perceptível pq mesmo amando a Anie ela resolveu deixa-la por saber q são tóxicas uma para outra, amei muito essa atitude dela, a mudança para o bairro antigo me surpreendeu muito, que bom q ela finalmente se encontrou. Anahí por fim resolveu procurar uma terapia, ela tava precisando mesmo. Esse final da Sol me deixou em shook, morreu sem o perdão do pai, e Anahí acho q pode ate perdoar ela. To torcendo pra rubi encontrar alguém aaa. Tá acabando e estou sofrendo por isso aa. Eu espero que portinon fiquem juntas :((
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KIKI Postado em 27/02/2018 - 10:12:24
Camila trabalhando para a Sol,espero que ela roube-a.Eu queria que a Anahí terminasse sua vingança.Rubi voltou pra Dulce,que bom.Dulce está mesmo mudada,voltou para o seu antigo bairro.