Fanfics Brasil - Sangre en los ojos ─ Capítulo dezessete. El sabor de la venganza... Portiñón, AyD.

Fanfic: El sabor de la venganza... Portiñón, AyD. | Tema: Anahí e Dulce.


Capítulo: Sangre en los ojos ─ Capítulo dezessete.

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Por Dulce...


 


Fico uns segundos encarando a porta fechada... A mesma porta em que Anahí se retirou, deixando o seu rastro de perfume.


O meu coração golpeava dentro do meu peito, um turbilhão de emoções e sentimentos pairavam em mim. Porém, apenas alguns que predominavam: Frustração, raiva, angustia... Desde o retorno de Anahí, soube que não seria fácil conquistá-la. Mas mantive a alusão de que seria possível. E depois de senti-la em meus braços, tão quente, tão entregue, tão minha, tive a remota esperança de que tudo fosse resolvido e que teríamos uma chance para viver o nosso amor.


Sem jogos. Sem manipulações. Apenas o puro e doce amor.


Porém, enganei-me completamente. Sinto-me ultrajada e usada. Ela me usou para satisfazer o seu corpo. Para sentir prazer. Em nenhum momento cultuou pensamentos românticos, não pensou em mim como um ser humano, como alguém do passado que a amou bastante – apesar dos meus erros. Ela apenas me viu como um pedaço de carne e isso me matava.


A dor emocional estava beirando o insuportável. Fecho os meus olhos que ardem com as lágrimas que brotam em suas beiras, abro a minha boca para soltar o ar e balanço a minha cabeça em negativo... O meu coração parecia que estava dentro de uma caixinha pequena, sendo espremido e sufocado. Tento liberar a vontade de chorar e a depressão que me abate. A sensação vai piorando á cada segundo, principalmente quando sinto o seu cheiro tão acentuado em minha pele. Imagens do seu corpo nu, de suas expressões de prazer, da intensidade dos seus olhos me abate profundamente, e quando percebo estou me tremendo quase com violência e com uma imensa vontade de beber, já que a minha abstinência de Anahí não seria saciada, não por hora, e talvez, nunca.


– Vamos Dulce, você não pode se entregar dessa forma. – Digo a mim mesma e abro os meus olhos, sentindo as lágrimas escorrem. Limpo rapidamente e solto um longo suspiro.


Não posso deixar Anahí me destruir mais. Já estou arrasada o suficiente por dentro, revirada pelo avesso, morta... Os únicos momentos que sentir que estava vivendo foi nos braços de Anahí, depois que ela se retirou deles e abriu a sua boca para me acusar e esfregar verdades doloridas em minha cara, a vida escorreu entre os meus dedos, devolvendo-me para o meu mundo sombrio de culpa, remorso e dor.


Anahí fez questão de iniciar uma guerra. A primeira batalha estava perdida. Ela venceu o primeiro round. Porém, mais batalhas serão lutadas. Apesar de querer reconquistá-la, não posso deixá-la pisar em mim e fazer o que bem entender. Tenho a minha personalidade e minha dignidade. Boa parte de mim sabe que essa atitude de Anahí é uma reação á todas as minhas ações, mas... Não aceito ficar debaixo dos pés dela. Ela lutará contra mim, e eu lutarei para mostrá-la que o meu amor é verdadeiro e que deveremos ficar juntas. Farei isso com a cabeça erguida.


Um dia, ela será novamente minha. Não importa quanto tempo durará, mais um dia, Anahí se dará conta que não pode nadar contra a maré e que o seu lugar é no meus braços.


Depois de arrumar o meu vestido parcialmente destruído. Passo as mãos em meus cabelos, ao imaginar que estão um ninho. Quando me sinto digna de me retirar do escritório, o faço. A casa está mortalmente silenciosa, como se não tivesse ninguém. Porém, engano-me... A assistente de Anahí surgiu no corredor distraidamente com o celular na mão.


Ao me ver, ela estanca no lugar. Os seus olhos esverdeados me analisam de maneira ofensiva, sinto a hostilidade vindo dela, principalmente quando me encara. Rapidamente adquiro uma carranca, na defensiva. Algo vindo dela me deixa irritadiça. Fico tentada a questioná-la se perdeu alguma coisa me olhando, mas percebo que não vale a pena me desgastar com empregados.


Ia passar tranquilamente por ela, quando...


– Mais uma para a lista da Condessa Lippucci. – Ela solta com a voz temperada que me faz parar e me virar para ela. – Não me olhe assim, você foi mais uma entre tantas, ouviu bem? Diante mão, digo: Não crie expectativa e muito menos esperança, ela não fica com mulheres do seu tipo, é apenas um leve passatempo.


Pisco algumas vezes, surpresa pela abordagem. Abro a minha boca para responder quando me dou conta... Olho bem para a garota de pele alva e cabelos acobreados... Os seus olhos esverdeados estavam enciumados, quase agressivos. Então, eu soube... Anahí tem um caso com ela. Sinto o meu sangue chicotear de ódio e ciúme pelas minhas veias, porém, a única coisa que exibo é um sorriso de lado, quase sarcástico, frio, demonstrando algo que estou muito longe de sentir.


– Assim como você? – Pergunto com tranquilidade.


– Como? – Ela pergunta surpresa, a palidez torna a sua pele mais alva, quase translucida.


– Oh, Barbie, assim você me decepciona. É capaz de afrontar, mas não é capaz de entender o óbvio? – Estralo a língua com falsa chateação, deixando-a bem vermelha, quase igualando com a cor dos seus cabelos. – Você já parou de criar expectativa e esperança com a Anahí ou é um discurso pronto que você faz questão de dizer as outras como um lembrete a si mesmo que não passará apenas de mais uma na cama dela?


Ela abre a boca e fecha diversas vezes, cerra os punhos, irritada.


– Você não sabe do que diz. Eu e a Ana... Lady Lippucci temos algo em especial, o que não vale a pena lhe explicar, já que o que eu tenho com ela não é da sua conta. – Solta com altivez. – Você não nos conhece!


Sorrio abertamente.


– Reformulando a sua resposta: Eu não conheço você. Mas conheço muito bem a Anahí. – Respondo com um dá de ombros. – E digo á você com todas as letras: Eu não sou como as outras. Eu vou muito além das outras. – Digo com orgulho. – Sabe por que? Ao contrário de você que vive com suposições criadas em sua cabecinha, eu e Anahí temos uma história, um passado, vivemos o amor cru. Ela me amou loucamente, me amou mais do que a sua própria vida. E o que aconteceu no escritório foi a prova viva de que ela continua me amando e me desejando mais do que tudo. – Dou um passo à frente, ignorando o quase colapso da outra. A olho com seriedade e um pingo de ameaça. – Por tanto, digo-lhe que tenha cuidado comigo e apague a ilusão de que vai ter um futuro com Anahí. Ela é minha e eu a quero bem longe da minha mulher, porque se eu imaginar que você tentou cravar essas suas unhas de gatinha nela, vai ter que se resolver comigo. Entendeu, bebê?


Ela solta o ar, freneticamente, os seus olhos se arregalam um pouco, mas se mantém parada no mesmo canto.


– Você não tem nenhuma propriedade em relação a Anahí. – Ela solta com a voz um pouco baixa. – Que eu saiba, ela é viúva e não tem absolutamente nada com você. Se tivesse, não tinha ordenado que os empregados arrumassem as suas malas e deixassem na sala para você levar ao sair. – Fico surpresa com a informação. A pes/te sorrir, feliz com a minha reação. – Acho que não levarei em conta com a sua ameaça, não é mesmo? Cão que late, melhor dizendo, cachorra que late, não morde. Não vou me amedrontar por uma mulher com complexo do passado, estamos no presente. – Ela solta os ombros.


Ardilosa, com a língua afiada. Tenho que convir que talvez, essa garota seja um problema no futuro. Tento me manter relaxada, ao menos, na frente dela. Não estou acostumada a ser afrontada por empregados. Isso não deve se tornar um hábito.


– Seu cabelo. – Digo, de repente, olhando fixamente para os fios avermelhados.


– O que tem? – Ela pergunta, confusa, passa a mão sobre eles que estão implacavelmente penteados.


– Quando eu era mais nova, uma adolescente, pintava o cabelo de vermelho. Bem vivido, como o seu.


– O meu cabelo é natural! – Ela responde na defensiva.


Continuo a falar, a ignorando:


– Sempre fui muito branca e o tom avermelhado parecia me deixar translucida, assim como você. Até mantinha o meu cabelo com esse corte. – Volto a olhar nos olhos. – Você tem uma breve semelhança comigo quando eu era mais nova. Não completamente, mas com essas pequenas características. O que me faz saber imediatamente o porquê a Anahí se sentiu atraída por você. Agora me responda, você ainda acha que o passado não influencia no presente?


A pergunta quebrou as pernas dela. O seu semblante se desmanchou e a vulnerabilidade se fez presente com um franzido de cenho. Por hora, coloquei a assistente no lugar dela, porém, me incomoda o fato de ela estar próxima de Anahí e ainda por cima, ficar com ela. Dou-lhe as costas e me afasto, passo pela sala e lá estão as minhas malas que não tem como eu levar na moto e o motorista se negou a me levar. A única opção foi chamar um táxi e perdi que ele entregasse as malas no hotel Staybridge.


Aparentemente, Anahí não estava na mansão. Nem ela, e nem o seu filho... Subo em minha moto com a sensação de estar encerrando algo em minha vida. Enquanto, piloto, as palavras de Anahí me vem à cabeça... Onde estão os seus pais, Dulce? Em que você os ajudou durante esses doze anos? Os meus pais... Novamente a sensação ruim me vem á boca do estômago. Não sei dos meus pais. E sinto-me extremamente culpada por isso, a forma que Anahí me olhou ao fazer essa pergunta era o sinônimo de que ela sabia muito bem que eu não os visitava e muito menos ajudava.


Movida pelo ânimo do momento, mudo a minha rota e vou por um caminho que jurei a mim mesma nunca voltar... O subúrbio vai surgindo em minha frente, dando-me a mesma sensação de desprezo como anos atrás. O que me faz lembrar novamente das palavras de Anahí... Será que a minha mudança é realmente tão superficial? Ou não houve nenhuma mudança? Sei que não conquistarei a Anahí se não ter um mínimo de empatia pelo próximo, mas não posso fingir algo que não sinto.


Adentro em meu antigo bairro, tinha melhorado um pouco. Ao menos, algumas casas foram reformadas e estavam apresentáveis. Paro a moto na frente da casa dos meus pais, ou, o que acostumava a ser e um choque me invade. Desligo a moto e saio de cima dela, ao mesmo tempo que tiro o capacete para encarar o destroço. Aproximo-me e estremeço com as ruínas, o que sobrou das paredes estavam acinzentadas, como se tivesse sido queimadas.


Olho em volta com o coração contorcendo no peito. Um medo percorreu em meu corpo. O que tinha acontecido com os meus pais? Nunca fui uma boa filha e nunca os amei, mas a hipótese de ter acontecido alguma coisa com eles, deixava-me em pânico.


Meio tonta, procuro a casa de Eliana que para o meu desgaste, não residia mais ninguém ali. A casa estava desocupada. O frio do medo aumentou mais ainda. Voltei até a casa que era dos meus pais, e bati na porta da casa vizinha com aflição. Felizmente, era a mesma vizinha dos anos atrás. Assim que me viu, ela travou as mandíbulas em irritação.


– Dulce? O que você faz aqui? O que quer na minha casa? – Ela me pergunta em tom áspero. Era uma das amigas de minha mãe, não estranho o seu comportamento.


– Bom dia, dona Noely. Tudo bem? – Tento manter a educação.


– Estaria bem melhor se não tivesse visto a sua cara. – Ela responde com rispidez, me julgando com o olhar. – Você não me respondeu, o que quer aqui?


– Os meus pais... O que aconteceu com a casa deles? Onde eles estão? – Pergunto com agonia.


Noely me olha com desconfiança, provavelmente estranhando o meu súbito interesse em relação aos meus pais. Ela cruza os braços, e me encara por uns segundos que parece eternidade, a minha respiração se torna irregular em expectativa.


– Houve um incêndio. Um botijão de gás explodiu e levou a casa para os aires. A minha e dos vizinhos também foram atingidas, mas conseguimos reergue-las com ajuda de... – A interrompi.


– Incêndio? Quando isso? E os meus pais? – Pergunto sem fôlego.


– Uns seis anos atrás. – Ela deu de ombros. – Não sei onde estão os seus pais.


– Quer dizer, eles... Eles se mudaram?


– Não. Quero dizer que desde o incêndio ninguém soube mais da existência dos seus pais. Eles sumiram, evaporaram.


– O quê? – Quase grito. – E ninguém procurou por eles? Polícia? Bombeiros? Alguém? – Sinto as minhas pernas tremulas.


Noely soltou uma risadinha.


– Quem diria que você um dia voltaria a procura dos seus pais, sempre soberba nas revistas e na alta classe social...


– Isso não vem ao caso, dona Noely. Eu só quero saber onde estão os meus pais e não de sua opinião, com todo respeito.


Ela aperta os olhos em minha direção.


– A polícia foi informado, porém, encerram o caso ao constatar que os seus pais morreram carbonizados, apesar de não encontrar nenhum resto mortal. Eles viraram pó. – Responde com mau humor. – Já dei a informação, agora não me enche mais o as/co, tenho coisas muito importante para fazer do que ficar perdendo meu tempo com você.


Noely bate à porta na minha cara. Deixando-me atônita em sua calçada. Viro-me em câmera lenta, olhando para as ruinas que antes era a casa e a oficina dos meus pais...


Mortos? Carbonizados? Sinto uma sensação horrível. Como se um caminhão tivesse passado por mim, diversas vezes, indo e vindo, com maldade e a vontade de me destruir. O tempo parou, tropeço em meus próprios pés, sentindo o impacto cada vez mais. Sinto-me um monstro, novamente a sensação que sentir tanto com a Anahí, agora sinto em relação aos meus pais. Seis anos do acidente, e eu nunca soube. Se eu tivesse ajudado eles assim que fiquei rica, eles não teriam morrido. Se eu fosse uma boa filha, o final não teria sido assim. Deus! O que eu fiz em toda a minha vida?


Quando percebo, estou chorando. Muito, á ponto de soluçar. Agacho-me e abraço as minhas pernas. Que tipo de ser humano, eu sou? Todas as pessoas que me amam acabam morrendo ou sofrendo danos irreversíveis. Infelizmente, não tenho mais como voltar atrás e pedi perdão aos meus pais por tudo.


Eles não mereciam morrer assim... Não mereciam...


Não sei quanto tempo fico nessa posição. As minhas pernas doem muito e minha coluna também. As pessoas passam por mim e me olham, curiosas. Mas eu não me importava com isso. Em um dado momento, o meu celular toca, levanto-me, ignorando o peso em minhas pernas e retiro o aparelho do bolso.


É a Rubi.


Amiga! Onde você está? – Ela pergunta com afobação. – Soube que aconteceu com vocês. É verdade que foram despejadas da mansão e Anahí é a dona de tudo?


– Pelo jeito, des/graça alheia corre solta. – Respondo com um suspiro.


Nossa! Quando eu vir a Anahí no velório do Klaus com aquela revelação bombástica na revista People, soube que ela tinha voltado com um intuito, mas não sabia que as coisas chegariam a esse ponto. – Rubi comenta.


– Pois é... – Mordo o lábio inferior. Olhando fixamente para os escombros. – É... Rubi, você pode me encontrar no Staybridge?


Claro amiga. Estou atoa mesmo.


– Ótimo. Leva tudo que você tem disponível. Coca, heroína, êxtase... Quero me acabar hoje. – Desligo.


Uma última olhada e vou embora, sabendo que a suposta morte dos meus pais ficaria dentro de mim, remoendo. Tinha a porcentagem de eles estarem vivos, mas considerando de que eles não tinham dinheiro para absolutamente nada e muito menos uma reserva no banco, eles não sumiriam do bairro sem deixar vestígios, eles se importavam demais com os vizinhos, eram como uma família para eles. Com esse pensamento que o veredicto era morte... Eles deviam mesmo estarem mortos.


Encontro com a Rubi na recepção.


– Minha nossa senhora. O que aconteceu com você? Foi atropelada?


Ignoro a pergunta.


– Trouxe o que eu pedi?


– Tudo aqui. – Ela responde, balançando sua bolsa.


– Vamos subir.


Pego na recepção o cartão da minha suíte. Peço também algumas garrafas de bebidas distintas. Subimos para o quarto. Mal entramos, e já cheiramos algumas carreiras de coca, a bebida não tardou a chegar. Bebi o uísque no gargalho mesmo, sem me preocupar com copo. Rubi foi mais cautelosa que eu, e serviu uma dose com gelo para si.


– Conte-me o que aconteceu, amiga. Sinto a sua angustia á quase um metro de distância. O dia foi péssimo, não é mesmo?


Suspiro, e conto tudo a Rubi. Sobre a leitura do testamento, o filho de Anahí, a expulsão da mansão, o sexo, o desprezo de Anahí,  o pequeno embate com a assistente e por último sobre a morte dos meus pais. Não chorei a mencionar o último caso, porém, o incomodo foi palpável.


– Um péssimo dia. – Rubi fez uma careta. – Sinto muito pelos os seus pais.


Dei de ombros, sentindo o efeito da droga juntamente com o álcool. Algumas coisas foram perdendo o foco para mim, tudo ficou lento, lento demais.


– Tanto faz. – Dou mais um gole em minha bebida, busco um comprido de êxtase, e tomo com mais bebida. – Não éramos próximos mesmo, e de toda via, já faz seis anos. Não vou ficar me remoendo.


Rubi me olha com atenção, pensativa. Entorta a boca por algo, mas desistir de falar. A minha fase de negação me atingindo. Não vou me importar e sofrer. Não vou mesmo. O meu corpo vai relaxando cada vez mais, e pego-me sorriso com uma leve alucinação que tenho... Com os olhos de Anahí... O quarto tinha adquirido cores estranhas, vibrantes, vejo algumas coisas que não compreendo bem.


– Quer dizer que Anahí te pegou de jeito, não é? – Rubi perguntou com malícia.


Solto uma gargalhada.


– Bem de jeito. Fiquei chocada com ela. Está uma safada de boca suja! Como eu queria calar aquela boquinha deliciosa com algo que sei que ela iria amar.


Rubi rir, e cheira mais uma carreira de cocaína. Então, joga a cabeça para trás e aperta uma asa do nariz.


– Pagaria pra ver essa cena!


– Não pagaria nada! – Retruco enciumada. – Anahí é minha. Está louca?


Ela levanta os braços.


– Desculpe-me, Sra. Possessão. Foi apenas uma brincadeira. – Ela me olha, os olhos avermelhados e rir novamente, bem louca. Rio juntamente com ela por achar bem engraçado. – Estou interessada em alguém bem específico, só preciso ter a chance de encontrá-la, porque está bem difícil.


– Ainda fantasiando com a Maite Perroni? Você não se cansa? – Pergunto.


– Se você não se cansa de fantasiar com a Anahí, eu posso fazer muito bem com a Maite. – Deu de ombros.


– A questão, mona, é que eu já namorei com a Anahí no passado e transei com ela hoje, então, posso me dá o luxo de fazer isso. – Solto com uma piscadela.


– A esperança é a última que morre. Tenho um bom pressentimento que provarei e matarei a minha sede por Maite o mais rápido que imagino. – Rubi se joga no sofá, olhando pra o nada, e viaja. – Vai ser bem quente. Selvagem...


Mantenho-me calada. Lembrando-me do sexo com Anahí. Minha mente vagueia entre a fantasia e realidade. Os acontecimentos se mesclando com o mundo da imaginação. Fico nessa onda por um bom tempo, até que a porta da suíte se abre e alguém entra...


– Não acredito que vocês estão chapadas quando está pra acontecer a festa do ano no Cassino Fantasy. – Megan retruca, olhando de mim para a Rubi que não se importou nem um pouco.


– Festa, é? Legal. De quem? – Rubi pergunta.


– Da dona do Cassino. Festa reservada, mas dizem que vai ser muito boa. Coisa de primeira, sabe? Só entra apenas os vips. E adivinhem? Mexi os pa/uzinhos e conseguir pôr os nossos nomes na lista. – Ela deu um pulinho feliz.


Olho para Megan... Ela está com um vestido vermelho curto de saia balão. Um tomara que caia, deixando os seus pequenos seios bonitinhos no decote. Seus cabelos estão soltos e ela está bem maquiada. Nos pés, sandálias altas, pretas. Não me despertou. Depois que voltei a rever a Anahí, as mulheres tinham perdido a graça.


– Onde você esteve desde ontem? – Pergunto com curiosidade. – Sumiu.


– Ah. – Megan fez uma careta. – Estava com o meu pai, tivemos dois bar mitzvá para ir. Se eu não fosse, bem capaz de ele me deserdar. Algo chato, mas, ócio do oficio.


O pai de Megan é judeu, e altamente rígido. Apesar de ela ser desse jeito, na frente dele, mudava completamente. Ele não sabia dos passatempos da filha, e Megan fazia de tudo para manter bem distante dos ouvidos dele a sua vida particular.


Apenas balanço a cabeça, tento dá mais um gole na minha bebida quando a Megan toma a garrafa de minha mão.


– Ei! Essa bebida é minha. – Reclamo e tento pegar, mas tombo para trás.


– Era. Não é mais. Você não vai beber mais. Aliás, vocês! – Megan também tomou a garrafa de Rubi que resmungou. – Vamos para essa festa e não quero que vocês desmaiem antes do tempo. – Olhou para mim. – Você comeu alguma coisa, Dulce? Ou está bebendo feito um gambá sem se preocupar com a alimentação?


Não preciso buscar em minha mente a resposta para essa pergunta. Não tinha comido absolutamente nada durante o dia e me lembrar de que não tinha me alimentado, fez com que meu estômago ficasse embrulhado. Percebendo isso, Megan foi até o telefone e pediu na recepção um jantar... Ela ainda estava no telefone, Rubi praticamente inerte no sofá, quando a porta da suíte bate violentamente.


Levanto-me e cambaleando, abro o mesmo, deparando-me com Sol e Serena. Elas estavam destruídas. Sol me lançou um olhar selvagem e me empurrou para passar, Serena seguiu a sua filha.


– O que você faz aqui? – Pergunto com o cenho franzido.


Sol olha para a Megan que lhe dá um sorrisinho de lado, então, olha para Megan e por último para mim.


– Não parece o óbvio? Vou ficar aqui na suíte, com você. Até tudo ser resolvido. – Sol me responde.


– Não mesmo. – Soluço bêbada. – Esse quarto é meu e eu estou pagando com o meu dinheiro. Tenho nenhuma obrigação de te aturar aqui.


– Você está pagando com o seu dinheiro, porque você foi inconsequente demais em torrar todo o meu dinheiro com porcaria de jogos! – Sol gritou. – E que história é essa de não ter nenhuma obrigação? Você tem, meu bem, assim como eu tive muitos anos com você. Além do mais, somos noivas.


Serena se senta, parecendo bem abatida. Ela suspira ao sentir o conforto.


– Não somos mais noivas. O noivado durou até o momento que você poderia me bancar, não pode mais fazer isso, cada uma para o seu rumo. Por tanto, tchau! – Aponto para a porta.


– Como eu disse. Não será fácil se livrar de mim, e o nosso noivado não terminou. – Sol se serve de uma dose de bebida. – Não adianta querer me expulsar, Dulce. Estamos no mesmo barco. – Abro a boca pra falar, mas ela se adianta. – Se você abrir a boca para me mandar sair, vou denunciá-la por furto. – Disse calma e baixinho, apenas para eu ouvir. – Vou dizer a polícia que você furtou o meu cartão e gastou todo o meu dinheiro no Cassino, as câmeras de segurança vão mostrar claramente você usando ele.


– Você está louca? – Minha boca vai parar no queixo. – Você sempre me deu livre acesso para usar os seus cartões, inclusive, as senhas!


– Sim, mas eles não sabem disso. – Sol sorrir maquiavélica. – Será a sua palavra contra a minha. Você pode até ir presa, já que tenho boas provas ao meu favor. O que será então, Dulce? Vou poder ficar com a minha mãe ou não?


Estremeço de raiva. Dou uma rápida para as outras pessoas na suíte... Apesar de estar olhando em minha direção, Megan continuava no telefone, Serena estava deprimida dentro de algum drama particular e a Rubi mexia no celular, vir claramente acessar o twitter de Maite.


– Pode. – Respondo contra a vontade.


– Ótimo. – Vira-se para ir para o quarto, mas para. – E só um adendo: Continuaremos noivas. Não vou ser abandonada porque estou suspostamente pobre. Não darei vazão para as pessoas falarem mais de mim. Continue bancando a noiva apaixonada, ou...


– Ou o que? – Pergunto com o queixo erguido.


– Eu a mato, Dulce. – Sol ameaça de maneira tão sombria que me causa um arrepio involuntário. – Não apenas você, mas a sua amada Anahí e todos que você ama. – Olhou para a Rubi – Que felizmente, não são muitos.


Fico em cólera, o ódio que sinto por Sol se multiplicando cada vez mais. Essa mulher é uma praga e eu nunca vou me ver livre dela?


– Você não seria capaz... – Rango os dentes.


Sol se aproxima de mim á ponto de eu sentir o seu hálito. Os seus olhos estão malvados e ela me encara com zombaria. O seu tom continua baixo:


– Ah, Dulce... Você realmente não me conhece, não é? Se eu fui capaz de mandar tirar os freios do carro do meu pai, se eu fui capaz de matar o meu progenitor, imagina o que eu faria com você que é apenas a mulher que eu amo, e as outras duas que não influenciam em nada a minha vida?


Fico pálida com o choque da revelação. Os meus olhos voltam a procurar novamente a Megan e Rubi na esperança quase doentia que elas tivessem escutado essa revelação de Sol, mas elas continuam alheias a situação. Sinto algumas gotículas de suor surgirem em minha testa.


– Você não... – Falo com um fio de voz.


– Oh, eu fiz. Matei o meu pai, e faria novamente. Como pode ver, não importa quem seja, mas ninguém fica em meu caminho e muito menos me abandona sem ter consequências. Sinta-se sobreaviso. – Ela se inclina e me dá um selinho, causando um asco em mim. – Bem, vou tomar banho! Adoro essa suíte, grande o suficiente para comportar eu, você e minha mãe. – Caminha até uma das portas. Mas antes, aponta pra Megan. – Pu/ta! Não se cansa de correr atrás da mulher dos outros, não é?


Megan desliga o telefone.


– Ao contrário, fofa. Não me canso de correr atrás de sua mulher.


Sol apenas solta um sorriso debochado e me olha de relance. De repente, sinto pressa em tirar a Megan e Rubi da suíte com um medo absurdo, a revelação de Sol ainda causando um reboliço dentro de mim. O efeito do álcool e das drogas causam a sensação ainda pior, e fico neurótica, assombrada. Elas não queriam ir, mas eu prometi que as encontraria na entrada do Cassino de meia-noite, e elas concordaram. Fechei a porta com um alivio depois que elas foram embora, Serena não estava mais na sala. Ainda escuto uma gargalhada vindo da Sol.


Ela sabia... Ela conseguiu me aterrorizar... Ao menos, por hora...


 




 


E quem diria que a Sol mandaria matar o pai, né?


E será que os pais de Dulce estão mesmo mortos?


Não me odeiem pelo sumiço. Por favor.


Final de ano e as coisas estão corridas por demais.


Não me abandonem.


Vou responder os comentários atrasados...


 


Luh_Perronita: Sol está muito perdida mesmo. Está parecendo um cego no tiroteio, mas sabe... Não sinto a menor pena dela? Merece isso e muito melhor. Dulce não queria ajudar, mas... Ajudou pra evitar problemas maiores e sabemos como a Sol é a rainha dos problemas e escândalos. Diana é chata mesmo. Hahaha. Tem que ter muita paciência com essa embuste... Não se sinta abandonada, posso até demorar, mas voltarei aqui sempre. Aliás, eu não deixo as minhas fanfics inacabadas, né? Continuando...


Biah_Herrera: A vida e suas consequências, não é mesmo? Cada escolha um rumo diferente na estória. Eu não teria paciência para a Diana não. Hahaha. Parece que o Herroni vai dá o que falar. (Amo Herroni, apesar de que sou bem Ponny. Hahaha. Portinon por paixão, Ponny por amor e Herroni por empatia). Passe mal não... Hahaha. Continuando...


Candy_Mai: Opa. Que perigoso isso! Hahaha. Sim, não tem como a Anahí ser completamente imune, querendo ou não, mesmo pagando de superior, a Dulce foi o amor da vida dela e é difícil se desprender do seu grande amor, mesmo com todos os motivos para fazê-lo. E Dulce sofreu, ainda teve a Camila pra jogar um pouquinho de terra na cova. Haha.


Emily_Fernandes: Oh... Nem precisa contar que eu imagino! Hahaha. Eu me divirto com as duas, e também tenho raiva. Escrever essa fanfic é como um parque de diversão. Adoro a briga de ego e a prepotência das duas. Como diz Safadão: Você não merece 1% do amor que eu te dei. Hahaha. Anahí está bem nesse estilo. Confie em mim, sabe que eu sempre compenso ou tento. PS: Estou planejando uma terceira temporada pra True Love, quem sabe a Emily não surge novamente? Hahaha.


KIKI: Uma conversa deliciosa, estou precisando de uma conversa assim, urgente! Hahaha. Amei tudo, principalmente o desprezo de Anahí, até porque a Dulce não pode sair ganhando todas as partidas, não é mesmo? Ela ainda vai sofrer um pouco com o desprezo de Anahí e eu gosto assim! Hahaha. Se conquistasse fácil, não teria graça. Quanto mais se luta por algo ou alguém, mais prazeroso e satisfatório se torna a conquista. Dulce vai lamber o chão para Anahí passar...


 


 


 



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Autor(a): ThamyPortinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 349



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  • luh_perronita Postado em 09/03/2018 - 19:56:03

    Mais uma estória sua maravilhosa, amei tudo. Esse final foi muito perfeito aaa mais uma vez você conseguiu me emocionar com seu talento, a estória ficou ótima e que bom q mais uma vez o amor venceu o ódio sz estou muito feliz com a continuação de TL, amo mt ela, so perde pro meu xodozinho CTA aa

  • Kah Postado em 05/03/2018 - 16:06:50

    O que dizer dessa história? MDS. Todo esse trajeto de amor e vingança, e que bom que o amor venceu. Adorei a forma como você retrata os personagens e consegue fazê-los distintos uns dos outros e mostra a evolução deles na história, maior prova foi a Dulce, que encontrou seu lugar ao sol que mais que todos ali, aprendeu a viver e viver bem e Anahi que depois de ir ao fundo do poço, se reergueu, eu amo essa macumba que vc faz pra eu ficar vidrada nas histórias haha E no fim, elas precisavam se reencontrar sozinhas para então poder ter uma vida juntas. ESDLV foi foda e angustiante desde o início, meu pai que sofrimento kkkkk Mas ainda sim uma bela história. Minha Rainhaaaaaaa ♥

  • candy_mai Postado em 02/03/2018 - 00:44:27

    O que está predestinado a ser, será. Final digno de uma estória maravilhosa, como sempre digo não esperava menos de vc bebe... não querendo nada, quem sabe não tenha uma terceira temporada El Sabor... essa gravidez da Dulce da um gostinho de continuação, quem sabe num futuro não tão distante

  • KIKI Postado em 01/03/2018 - 23:59:27

    AAAA,fico uns dias sem ler,e é o final.Sol morreu,gostei.Camila se redimiu e devia ter pego algum dinheiro pra ela na falsificação dos documentos.Rubi e Megan,nunca pensei,mas é uma boa junção.Serena terminou seus dias em um manicômio.Fernando e Blanca que fofos.Maite e Poncho com seus Dan e Eloize:-) E o que dizer de portiñon?O amor supera tudo,e Dulce ainda fica grávida?É maravilhoso.Enfim,mas uma fanfic sua maravilhosa!

  • ..Peekena.. Postado em 01/03/2018 - 23:00:35

    Que lindo amei o final parabéns..

  • luh_perronita Postado em 01/03/2018 - 16:44:32

    Grito com o novo casal. Amei essa evolução delas, o afastamentos realmente foi essencial. Tomara que elas se acertem logo aaaa, ja imagino elas passeando no parquinho com o niko onwwwt tomara q eu explora a. Continua, a fic ta mt lindinha a

  • candy_mai Postado em 01/03/2018 - 00:29:04

    EU TÔ NO CHÃO, na verdade não esperava menos de uma estória escrita por vc, o meu vô me falou uma vez q só o amor não sustenta um relacionamento, esse tempo que elas tiveram foi essencial pras duas...

  • ..Peekena.. Postado em 01/03/2018 - 00:12:54

    Continua ansiosa para o próximo Capítulo tô amando fanfic.. Se você for postar outra Fanfic me avisa, eu com certeza eu vou ler.

  • luh_perronita Postado em 28/02/2018 - 14:49:02

    To amando essas capítulos finais, a mudança da Dulce é perceptível pq mesmo amando a Anie ela resolveu deixa-la por saber q são tóxicas uma para outra, amei muito essa atitude dela, a mudança para o bairro antigo me surpreendeu muito, que bom q ela finalmente se encontrou. Anahí por fim resolveu procurar uma terapia, ela tava precisando mesmo. Esse final da Sol me deixou em shook, morreu sem o perdão do pai, e Anahí acho q pode ate perdoar ela. To torcendo pra rubi encontrar alguém aaa. Tá acabando e estou sofrendo por isso aa. Eu espero que portinon fiquem juntas :((

  • KIKI Postado em 27/02/2018 - 10:12:24

    Camila trabalhando para a Sol,espero que ela roube-a.Eu queria que a Anahí terminasse sua vingança.Rubi voltou pra Dulce,que bom.Dulce está mesmo mudada,voltou para o seu antigo bairro.


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