Fanfic: Esquisitices( Vondy) | Tema: Vondy criaturas sobrenaturais
Ucker estava encostado em um poste. Havia saído tarde do trabalho e já era noite, sua mãe deveria estar preocupada. O rosto já não doía, por causa do soco que levará mais cedo de seu pai.
- Você deveria ter devolvido o soco – resmungou Anahí ao seu lado.
Ucker sorriu gentilmente.
- Isso só teria trazido mais problemas, gosto de evitar isso e você sabe.
- Mesmo assim – ela continuou – Seu pai te bate, sua mãe te evita como se você não existisse. Eles desmontaram todo seu quarto e a única coisa sua mesmo e um colchão que você dorme no corredor!
De fato, aquilo tudo era verdade. Ucker não tinha mais um quarto seu, ele fora desmontado e sua mãe o fizera de ateliê, seu pai, quando não o evitava batia nele, se ele não comprasse nada para comer, ficaria sem e passaria fome, suas roupas ficavam em caixas alinhadas cuidadosamente no corredor, assim como os sapatos.
- Você já tem 26 anos, pode morar sozinho ou se quiser…. Pode ficar um tempo comigo! – Terminou Anahí o fitando.
- Agradeço, mas não. – Ucker adiantou-se assim que o sinal ficou verde – Não quero lhe incomodar, assim como não gosto quando incomodo meus pais.
- Pessoas como aquelas não merecem ser chamadas de pais...
Ucker suspirou. Ele e Anahí trabalhavam juntos no escritório do centro da cidade, ambos se conheciam desde pequenos, uma época que ele queria que voltasse.
- Nos vemos amanhã? – Perguntou ela.
- Claro, eu pago o almoço! – Respondeu rindo.
Ela o beijou no rosto e seguiu seu próprio caminho. Ucker suspirou, sabia que a amiga se preocupava com ele, mas era inútil. Claro que ele poderia ir embora há qualquer momento, mas sua mãe ficaria triste, ela gostava dele, ela o amava, apenas não podia demonstrar isso na presença do pai ou de ninguém, porem quando ambos estavam sozinhos ela o fazia. Tivera as melhores notas, nunca reclamava, não chorava, não brigava, conseguira um bom emprego. Mais cedo quando seu pai lhe dera o soco ele não reagira, apenas sorriu e disse:
- É melhor tomarmos cuidado quando o senhor tiver esses acessos de fúria pai, não queremos machucar a mamãe, não é?
Seu pai apenas sacudiu a cabeça e afastou-se, enquanto sua mãe o olhava com medo. Já suportara coisas piores, ossos quebrados, queimaduras de cigarro... Ao ver de Sérgio, o filho era perfeito de mais e isso o irritava, afinal era como se ele jogasse em sua cara todos os seus defeitos.
Ucker parou. Apesar de deserta, aquela parte do bairro era bem iluminada e ele pode ver o corpo de um gato no meio da rua, nenhum carro à vista.
- Coitado... – Ucker foi em direção ao animal e pegou seu corpo.
Era um gato diferente, pouco maior do que os demais, totalmente branco e não tinha uma calda. Na verdade, era como se ele nunca tivesse tido, não havia sinas de que ela havia sido tirada.
Ucker foi até o parque ali perto e começou a cavar com as mãos a areia, em baixo de uma arvore.
- Acho que aqui será um bom lugar para você – disse ele colocando o corpo do gato cuidadosamente na cova improvisada – Será que eu deveria fazer uma oração? Bem, pelo menos você vai descansar, não é mesmo?
Levantou-se assim que terminou de enterra-lo.
- Dizem que se você tiver dó enquanto os enterram, eles voltam para te assombrar.
- Filho da P... - Ucker virou-se rapidamente em direção da voz.
Uma garota vestida de preto e sentada no muro o observava.
- O.… o que você disse? – Perguntou ele
- Se você tiver dó enquanto os enterram, eles voltam para te assombrar. – Ela repetiu, com um sorriso zombeteiro.
- Como se isso fosse possível – resmungou ele
- Há muitos mistérios nesta vida, acredito que você poderia viver séculos e não solucionaria todos. – Ela riu.
Ucker sentiu-se um pouco desconfortável com aquela garota. Ela era muito bonita, mas algo nela não estava certo. Seria a palidez?
- Então fantasmas existem?
- Esquisitices, melhor dizendo. – Ela deu alguns passos em direção a ele – A noite de hoje está linda não?
Ele concordou com um aceno de cabeça.
- Como é seu nome? – Ucker não fazia ideia o motivo de perguntar aquilo.
- Dulce e o seu?
- Christopher, mas meus amigos me chamam de Ucker.
Ambos ficaram ali parados se encarando por alguns segundos.
- Já viu um fantasma? – Perguntou ele.
Ela riu.
- Eu já vi algo muito pior do que um fantasma...
Ela sorriu e Ucker sentiu algo estranho, era impressão dele ou os caninos eram maiores que o normal? Os olhos dela, eles também pareciam ser diferentes.
- Nos vemos por aí.... Miau!
Ela deu as costas e saiu, assim que se afastou o suficiente Ucker sentiu o corpo relaxar.
- Eu realmente espero que não! – disse para si mesmo.
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Autor(a): lenadark
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