Fanfic: Ensina-me a Viver - Adaptada | Tema: Vondy
Base Militar Inglesa em Londres – 13 de novembro de 1943
Christopher mantinha o rosto lívido enquanto caminhava vagarosamente até a casa amadeirada, onde era improvisado o escritório do coronel. A única coisa que denunciava isso era a placa ridícula, onde era entalhado ‘Coronel Adams’.
Ele já previa o que o coronel tinha para falar com ele. Outra missão é claro.
Embaixo de seus olhos esverdeados, já estava mais do que evidente as manchas assustadoramente arroxeadas, que denunciava as incontáveis noites mal dormidas. Estar naquela base militar era o mesmo que renunciar a todo e qualquer luxo dado a qualquer ser humano, como medo, compaixão e, claro, liberdade.
Estava submisso às ordens daqueles malfeitores, sem nem poder recusar as missões dadas à ele, afinal, mesmo que de forma infantil, isso seria considerado traição. E Christopher sabia o que acontecia com os traidores.
A brisa era gélida sobre sua pele pálida, enquanto, novamente, Christopher tentava ver um fim para aquilo. Não para seu próprio bem, claro, mas pelo bem das gerações futuras. Não era justo para as crianças inocentes crescerem naquele tipo de ambiente hostil.
Ele mesmo demorara em se acostumar a toda aquela brutalidade. Chegara ao Exército no começo da Grande Guerra, onde a cólera das nações era ainda mais grandiosa, e ele – que crescera no interior inglês, rodeado por amor e compreensão – se assustara com o que vira. Destroços, feridos, armas, sangue. Dor.
Mas, depois de primeiro bombardeio que presenciara, Christopher começara a se esquecer completamente dos sentimentos bons, não tinha porquê praticá-los naquele lugar, de qualquer modo.
Forçou-se a caminhar mais alguns passos até parar na frente da porta inopinada. Suspirou, concentrando toda sua pouca paciência dentro si e, de forma nada sutil, adentrou ao local, com sua postura imponente e arrogante, ainda que submisso àquela gente.
- A missão? – perguntara direto ao homem de cabelos grisalhos e rugas profundas que estava sentado atrás de uma grande mesa de mogno, infestada de papéis. Ele tinha um sorriso satisfeito nos lábios enquanto mirava o rapaz de cabelos de bronze.
- Você vai para um bombardeio em Nagold, Alemanha. – Informou o coronel, sem rodeios.
Christopher crispou os olhos, fitando o responsável pela merda de vida que era lhe dada com um ódio repentino dentro de si.
Não conhecia Nagold – afinal, as únicas vezes que fora para Alemanha, participara de bombardeios em Berlim –, mas sabia que a cidade citada era pequena e de interior e, consequentemente, não apresentava riscos. Sabia que, se esse bombardeio fosse concretizado, apenas inocentes morreriam.
- Isso não faz sentido – contestou. – É uma cidade pequena e duvido que haja algum tipo de armamento escondido lá. – Terminou com a voz baixa, porém decidida.
O homem atrás da mesa sorriu sadicamente e, em claro gesto de aprovação, balançou a cabeça positivamente. Christopher era, de longe, o melhor ali. Não só em combate, mas também nos adjetivos que deveriam caracterizar qualquer bom militar daquela época. Havia completado, com maestria, todas as missões que lhe foram entregues sem medo algum de olhá-lo nos olhos e dizer algo daquele calibre, num sinal claro de que tinha suas próprias opiniões e não seria manipulado.
Christopher era seu soldado e o queria como o mais forte dali, mesmo que ele tivesse apenas vinte e dois anos.
Seu maior erro era óbvio. Christopher não queria nem estar ali, tampouco ser o mais forte.
- E é por isso mesmo que você deve acabar com aquilo – disse o homem calmamente. – Acha que aquela cidade despertaria algum tipo de desconfiança nos inimigos? É um esconderijo perfeito, Uckermann. As coordenadas estão nesse papel. – Mostrou os desenhos que só eram entendidos pelos homens dali. – Você irá partir daqui a algumas horas. Ah, chame o James, também. Você não vai conseguir sozinho.
Christopher cerrou os punhos, canalizando toda sua raiva num suspiro raivoso. Sem dizer mais nada, arrancou as coordenadas da mão do coronel e deu as costas a ele, saindo de lá com passos firmes. ‘Velho imbecil!’ Christopher gritava em pensamento, enquanto rumava para abarraca onde os soldados faziam o reabastecimento de armas, munição e qualquer outra coisa relacionada. Se o velho queria sangue, teria uma carnificina em massa, então.
Ignorando completamente a série de impropérios que eram proferidos contra ele, por ter passado direito na fila, dirigiu-se até um dos responsáveis pela distribuição de armas – que o olhava com medo e respeito – e, sem pedir permissão, apanhou três armas potentes escondendo-as entre suas roupas.
- Ei, ei, ei! – repreendeu o primeiro da fila, indignado. – Você não pode fazer isso, imbecil! – Continuou com a voz imersa em raiva. Os responsáveis pela tenda de armamento olharam-no com diversão, apenas atentos ao próximo passo de Christopher. Conheciam muito bem o de olhos castanhos para saber que o outro recruta sairia dali com o rabo entre as pernas.
Christopher, por outro lado, apenas balançou a cabeça negativamente, ignorando-o por completo, e rindo baixinho.
Ouviu uma arma sendo destravado e se virou, apenas para ver o outro rapaz com uma Uzi apontada para sua cabeça.
- Saía daí – sibilou, com a veia do pescoço saltada, tamanha era a raiva que sentia Christopher empinou o nariz e deu dois passos, ficando apenas um palmo de distância do ‘nervosinho’, que, aliás, era novo por ali.
Já sabia como os novatos se portavam. Chegavam na guerra todos cheios de si, achando grande motivo de orgulho matar outras pessoas, e acabavam morrendo com trezentas balas lhes atravessando o corpo. Chegava a ser patético.
- E quem é que vai me tirar? – Christopher sussurrou ameaçadoramente.
O outro rapaz sorriu, mexendo levemente os dedos na arma, esperando causar algum medo em Christopher, que apenas sorriu torto, sarcástico.
- Está com medo? – perguntou o outro soldado convencido. Num movimento rápido e quase imperceptível, Christopher arrancou a arma da mão do recruta, jogando-a no chão e colocando o pé em cima logo depois. Fitou, com divertimento, o rapaz arregalar os olhos e engolir em seco, recuando levemente.
- Está com medo? – Christopher perguntou irônico, alargando seu sorriso, vendo sua vítima soltar um gemido. – Fraco. – Sussurrou rente ao ouvido do outro.
Voltou a sua habitual indiferença, saindo do local ainda sob o olhar amedrontado dos outros ali presentes. Rumou até o estábulo, sem realmente saber o que faria lá. Queria apenas dormir um pouco, e sabia que não ia conseguir fazê-lo se fosse para o dormitório.
Antes de chegar ao estábulo, viu-se estranhamente deslumbrado com uma amoreira bela e vistosa, sobrevivente aquela destruição, com o tronco de um marrom quente e as folhas verdes e alegres, dançantes sobre a brisa fria que as banhava. Sem conseguir se conter, parou ao lado da bela árvore, sorrindo inocentemente ao passar a ponta dos dedos pelo tronco.
Encostou sua testa na madeira, invejando-a. Queria também ser livre, sentir a brisa bagunçando seus cabelos enquanto ele apenas sentava-se na grama, aproveitando de um sono tranquilo e sem interrupções.
Suspirou pesadamente, afastando-se dali e encarando sua verdadeira realidade.
Sangue, armas e mortes
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Nagold, Alemanha.
Dulce Maria suspirou pesadamente, apoiando o rosto nas mãos pálidas e fitando sua floricultura quase às moscas. Era um desperdício ver tantas flores serem mortas de um dia para o outro. E um prejuízo, também.
Se não fosse a insistência de sua sócia, Anahí Portilla, ela nem abriria as portas, afinal sabia muito bem que ninguém estava com coragem para por o pé na rua, quiçá, comprar flores.
Mesmo que Nagold não apresentasse nenhuma intimidação aos inimigos na Guerra, constantes ameaças de bomba era anunciadas pelas estações de rádio que faziam questão de ressaltar o perigo. Três ou quatro bases militares foram montadas em pontos estratégicos da pequena cidade, intimidando mais ainda os moradores.
Deu a volta no balcão, cruzou os braços e ficou a fitar o lado de fora de sua pequena floricultura. Era uma cidadezinha bonita aquela em que vivia, não podia negar. Ainda não estava destruída pela guerra e isso aumentava sua beleza inocente. Da porta de vidro de sua floricultura, ela avistava casinhas amadeiradas prostradas sobre gramas verdes e bem cuidadas. O ar que emanava era puro... Doce. Era até engraçado ver os soldados – que deviam estar a postos – se deitarem despreocupadamente na grama verde de lá, apenas observando o céu azul. Certamente, os homens que foram escalados para fazerem a ‘segurança’ de lá, foram os mais sortudos.
Suspirou novamente, fitando o relógio ébano que pendia na parede leste da floricultura e amaldiçoando-o eternamente pela lentidão com a qual andava. Queria voltar pra casa logo e poder dormir.
Foi quando tudo aconteceu. De forma rápida demais, assustadora demais.
Dulce sentiu o coração acelerar ao ver dois dos cinco soldados que ficavam na Base Militar próxima correrem desembestados na direção de um pasto que ficava a leste, com medo escancarado no olhar. A moça sentiu a boca ficar seca ao ouvir um estrondo ensurdecedor e, depois, silêncio. Nada mais se ouvia. Nem passarinhos cantando, nem os passos cautelosos dos soldados.
Sua respiração estava descompassada e o sangue passando rápida e dolorosamente por suas veias enquanto ela se escondia embaixo do balcão da floricultura, tendo a quase certeza de que acabara de presencia um ataque inimigo. Mas, ao que parecia frustrado.
Engoliu em seco e, deliberadamente, levantou-se do chão caminhando até a porta, sendo vencida pela curiosidade, e espiou o lado de fora. Era um avião de pequeno porte, mas estava destroçado e em chamas. Em meio ao fogo que se propagava, Isabella conseguiu distinguir um único desenho que lhe chamou a atenção. Uma bandeira inglesa desenhada na lataria do avião.
Arregalou os olhos ao ver o soldado alemão retirar um corpo de dentro do avião e balançar a cabeça em desgosto.
- Esse já era – disse o recruta de cabelos loiros, em alemão. – Vamos levá-lo à Base pra ver o que o Chefe quer fazer com ele. – Comandou ao outro. Os dois apenas apanharam o corpo inerte do inimigo e o rebocaram para longe da cena do ataque.
E Dulce continuou ali. Amedrontada, tentando assimilar o fato de que uma bomba quase fora jogada a menos de três metros de seu corpo. Saiu da floricultura, não cabendo em si de tanta curiosidade. Sabia que não devia ir até o local, porque, segundo as histórias que seu pai contava, os aviões caídos podiam explodir a qualquer momento. Mas estava sendo mais forte que ela. Olhava para todos os lados, enquanto pisava cautelosamente na grama do pasto, rumando para a cena intimidadora. Ajoelhou-se ao lado do monte de metal destorcido e fez uma careta.
Foi aí que ela viu.
Um braço. E não era simplesmente um membro desintegrado. Era uma parte de uma pessoa inteira. Havia mais alguém dentro do avião!
- Mer/da! – praguejou baixinho, dividida entre a vontade de sair correndo dali e a vontade de tirar o homem de lá dentro.
Ouviu um gemido abafado e sua vontade de ser solidária triplicou. De súbito, lembrou-se da voz rouca de seu pai citando uma frase famosa: “tudo o que fazer na vida, será insignificante, mas é importante que o faça”.
Foi com esse pensamento que ela retirou o metal que encobria quase todo o corpo do desconhecido, deparando-se com o inglês desacordado.
Entreabriu levemente os lábios ao avistar tamanha beleza daquele homem. Os cabelos eram acobreados e, apesar de estarem encobertos por uma camada de cinzas, ela podia afirmar com toda a certeza que a cor era maravilhosa. O rosto era angular, quadrado... Másculo. Por debaixo da farda manchada de sangue, Dulce conseguia ver o abdome perfeitamente definido. Em um pedaço de pano do lado esquerdo do peito do homem estava escrito: ‘Christopher Uckermann’.
Eu sei que não ficou nada 'OH, MEU DELS', mas não era pra ser. Isso é pra quando... Ah, maldição, sem spoiler, rs. ENFIM. Espero que tenham, ao menos, aceitado um capítulo meio ruim, porque no próximo as coisas melhoram, sério. Comentem, por favor
Autor(a): CáVondy
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Dulce engoliu em seco, olhando ansiosamente para todos os lados, certificando-se que ninguém estava por perto, para poder dar total atenção ao desconhecido. Tossiu de forma alta demais, sentindo a fumaça penetrar-lhe nas narinas, fazendo o simples ato de respirar tornar-se praticamente impossível. Com um esforço sobrenat ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 25
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candyle Postado em 04/03/2018 - 09:59:01
Volta logo pfr :'(
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Gabiih Postado em 15/07/2017 - 22:14:30
Repetiu o texto mais de uma no capitulo né rs, ou to ficando doida? rs tudo bem mas eu amei e o beijo foi tão fofinho, acho tão lindo como ela cuida dele, como ele se porta diante dela, eles são uns amorzinhos, estou encantada por essa história posta mais!!!
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AnazinhaCandyS2 Postado em 15/07/2017 - 20:13:59
Safada querendo dar banho nele kkkkkk. Que bom que a Annie arrumou um emprego pro Christopher, não vejo a hora deles falarem a mesma lingua *-* Me encanta essas 'conversas' sem som <3 Oq seria das nossas vidas sem o google tradutor kkkkk. Um selinho *-* Continua!!
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candyle Postado em 12/07/2017 - 22:30:19
To amando de mais essa historia <33 Posta maiiis *-*
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AnazinhaCandyS2 Postado em 12/07/2017 - 20:51:25
Vou amar essa fase ternurinha *-* Amo historias românticas!! Continua!!
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Gabiih Postado em 12/07/2017 - 20:20:58
Nossa eu estou encantada com a história,acho a Dulce tão fofa,e o Christopher então ai como amo esses dois,louca para essa fase ternurinha dos dois,sera que eles vão conseguir se entender com palavras algum dia? rsrs, e os dois na banheira ai to amando posta mais!!!
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srt.myyh Postado em 10/07/2017 - 22:03:25
Continuaaaaaa
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candyle Postado em 10/07/2017 - 14:50:00
Ai que fofos esses dois, to amando essa relação de "doutora" e "paciente" <3 Continuaaa *-*
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AnazinhaCandyS2 Postado em 09/07/2017 - 16:22:54
Que fofos 'conversando' por olhares, mas logo quero toques tbm kkkk. Dulce ta sendo muito atenciosa *-* Espero que ele ñ vá embora tão cedo! Continua!!
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Gabiih Postado em 09/07/2017 - 12:47:19
Hoje ameei que lindinhos, que boom que vc atualizou com novo capitulo, posta Mais! !!! Olha eu escrevo uma vondy tbm, se chama 20 anos mais novo! !