Fanfics Brasil - Numa Tarde De Domingo Ensina-me a Viver - Adaptada

Fanfic: Ensina-me a Viver - Adaptada | Tema: Vondy


Capítulo: Numa Tarde De Domingo

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 Definitivamente, o instinto que crescia dentro de Dulce Maria era quase assassino. A garota estava nutrindo uma vontade imensa de pegar alguma panela e golpear a cabeça do soldado, pra ver se o dito criava algum juízo. Ainda se perguntava insistentemente porque raio de motivo ele levantara da maldita cama para ir tomar banho. Ainda por cima, molhando todos os curativos!



 Dulce tinha vontade de grunhir toda vez que se lembrava da feição risonha daquele bastardo enquanto ela, furiosamente, recolocava os curativos no lugar. E ele ainda se divertia às suas custas!



 Claro que o coitado deveria estar desesperado por um banho decente, afinal desde que chegara lá, só tomara banhos piores do que os de um gato – até porque, naquela estação e naquela época quase ninguém se dava ao luxo de banhos diários – mas... poxa, custava esperá-la?



 Argh, assim toda aquela maldita confusão da banheira seria evitada. E os olhares que Anahí lançava também. A mente da amiga de Dulce não era muito inocente para alguém daquele tempo, e claro que ela não perdeu a oportunidade de falar caraminholas a cerca do soldado e da alemã. Algo como ‘aposto que ninguém vai ir embora dessa casa tão cedo...’



 Mas... A verdade – aquela que Dulce não admitiria nem sob tortura – era que chegar em casa naquele dia e encontrar o soldado já praticamente banhado deixara-a... decepcionada.



 Porque... ela queria... ela queria dar banho no soldado!



 Céus! Isso não era lá um pensamento muito nobre, principalmente para ela que, de certa forma, era uma moça respeitável. Entretanto, era a verdade, por mais que parecesse imoral e pecaminosa. Ela gostava de dar banho nele.



 Não como uma mãe que sente prazer em banhar o filho, claro que não. Mas sim como uma mulher que gostava de tocar num homem.



 Por Deus! Ela simplesmente gostava de passar as mãos pelos cabelos bronzeados dele e sentir a textura macia, enquanto os lavava... Gostava de ver as gotículas de água descendo por todo aquele peitoral que dispensava comentários... Gostava de ajudar a secá-lo...



 - Jesus, Maria e José! – Dulce esperneou, levantando-se de súbito da cadeira em que se encontrava sentada e balançando a cabeça freneticamente para dispersar todos aqueles pensamentos que, decididamente, não era nada admirável ter.



 Sentia-se uma meretriz com tudo aquilo passando por sua mente. O homem estava mal, machucado, tinha dores por todo o corpo, era um maldito soldado inglês e ela ainda ficava dando mais atenção do que o necessário para os atributos físicos dele!



 Tudo bem que ele era um verdadeiro homem – ainda mais com aquela aura de imponência militar que ele exalava, mesmo estando inconsciente – que qualquer mulher de Nagold gostaria de ter em sua cama, mas isso não justificava os pensamentos que ela estava tecendo sobre ele.



 Quase riu histericamente ao notar o próprio devaneio: qualquer mulher de Nagold gostaria de ter em sua cama. E ela o tinha! Claro que não da maneira que as mulheres gostariam, mas ainda assim...



 Passou as mãos pela testa, tirando suor inexistente dali e abriu a porta de sua humilde casa, observando a Rua Frieden*.



 Mesmo com a neve encobrindo quase todo o asfalto, as crianças se divertiam alegremente com a bola de futebol furada, que Dulce sabia pertencer ao menino dos Hustemberg. Um garoto loiro e franzino, terceiro de seis irmãos. Ele sempre jogava cantadas bobas pra cima de Dulce quando podia, jurando que ainda se casaria com ela. Algum tipo de ilusão que toda criança tinha com alguma mulher mais velha.



 Um pouco mais no extremo leste da rua larga, havia a loja de livros. Ou não exatamente, já que o recinto era pequenino e não vendia os livros, a senhorinha de ar gentil os emprestava para as crianças que gostavam de ler.



 As casas que compunham a rua Frieden eram quase todas praticamente iguais à de Dulce: pequenas e de aparência aconchegante. Algumas eram pintadas de azul e outras – como a de Dulce – tinham um jardim bonito na frente.



 A casa da senhora Stanley tinha um porão grande e profundo onde todos da rua se refugiavam quando ameaças de bomba eram anunciadas. Tudo sempre inútil, já que as bombas nunca caiam.



 Cão que ladra não morde, pensava Dulce toda vez que ouvia alguma estação de rádio dizendo que a cidade provavelmente seria massacrada por alguma bomba. O soldado deitado em sua cama que o diga, afinal a bomba que seria jogada perto de sua floricultura não fora anunciada.



 Por falar no soldado, estava quase na hora de fazer o almoço para os dois. Ele e pensara em fazer algo mais sólido dessa vez... Mudando um pouco a rotina empapada das sopas. Até porque, Christopher já estava infinitamente melhor e já podia engolir qualquer coisa mais consistente sem engasgar.



 Talvez até ele já estivesse melhor para um pequeno passeio no dia seguinte. Tudo bem que isso já seria se arriscar demais, mas Dulce já tinha uma desculpa mais convincente, caso perguntassem. Ela diria que aquele homem era um primo distante de sua mãe que fora dar os pêsames pela morte da mesma. E, se perguntassem por que o rapaz só aparecera agora para visitá-la, ela diria que ele sofrera um acidente e estava se recuperando. E, de brinde, ela já explicaria todos os ferimentos dele.



 Mais uma ideia genial de Anahí Portilla.



 E Dulce seria eternamente grata a amiga por isso, afinal não ter que ficar se enrolando nas palavras pra inventar uma desculpa que nem era tão convincente assim. Se bem que... Eternamente era uma palavra forte demais, então Dulce seria grata à Anahí pelo tempo que o soldado ficasse na sua casa.



 E... Ah, maldição! Por que é que seus pensamentos sempre migravam para o bendito soldado deitado em sua cama?



 Bufando, Dulce sentou-se na calçada em frente a sua casa e ficou a observar as crianças brincando na rua, tentando não pensar em nada.



 Aquele 30 de novembro de 1943 ainda estava frio, porém o céu abria um pequeno espaço para um sol tímido, mas muito bem vindo. Quer dizer, pelo menos pra Dulce, já que ela não suportava o frio.



 Simplesmente porque não tinha com quem dividi-lo.



 Seus pensamentos melancólicos foram brutalmente interrompidos pela figura animada de Anahí Portilla irrompendo a esquina.



 Dulce franziu o cenho para amiga que trazia alguns pacotes nas mãos, perguntando-se o que raios ela queria... até que se lembrou do dia da confusão da banheira onde ela disse algo como ‘ele não pode viver com as roupas de seu falecido pai pelo resto da vida’. Então, a maluca devia ter ido à loja do Senhor Clearwater para comprar alguma roupa.



 Dulce logo rolou os olhos castanhos para ela. Que preocupação boba.



 Se bem que... Christopher não podia mesmo ficar com as roupas do pai de Dulce, porque ele precisaria de alguma coisa decente pra quando fosse embora.



 - Olá! – Anahí disse alegremente, quando chegou perto de Dulce.



 A de cabelos encaracolados sorriu de cenho franzido.



 - O que é tudo isso?



 Anahí deu os ombros, sentando-se despreocupadamente na calçada, aos pés de Dulce.



 - Roupas necessárias.



 - Quanto você gastou nisso tudo?



 - Nada muito assustador. Você sabe que o Clearwater está preocupado demais com o filho na  guerra pra vender as roupas por preços altos.



 Dulce, ainda cautelosa, sentou-se ao lado da amiga e também se pôs a fuçar nos pacotes, vendo que as roupas tecidas pela mulher do senhor Clearwater tinham melhorado consideravelmente de um ano para outro.



 - E o que foi que você disse para o senhor Clearwater?



 - Disse que eram presentes para um parente que viria me visitar, vindo de Berlim.



 Dulce balançou a cabeça. Nunca gostara muito de mentir e agora até induzia os outros a fazê-lo por causa de um homem que nem conhecia direito.



 - Coloque nele e vá até a construção da casa da rua de trás da floricultura, no máximo em três semanas. Isso dará tempo pra você tentar ensinar algo de alemão pra ele.



 Dulce fitou Anahí, confusa com a instrução dela.



 - E por que eu deveria?



 - Ora, porque tenho um trabalho praticamente arranjado para seu soldado!



 Dulce corou minimamente quando ouviu a amiga proferir ‘seu soldado’, mas logo sua vermelhidão tornou-se abundante ao notar que gostara daquilo.



 - Trabalho? – repetiu debilmente, abaixando o rosto e torcendo para a amiga não notar sua face rubra.



 - Sim! – Anahí repetiu feliz. – Sabe aquela casa bonita e majestosa que estão construindo perto da floricultura? – Dulce apenas assentiu. – Pois bem, eu conheço o homem que comanda toda a construção, e adivinha? Ele está precisando de homens que o ajude na construção da casa, então eu logo pensei no soldado!



 Dulce não evitou sorrir, porém algo a apertou dentro do peito. Um trabalho já arranjado para Christopher queria dizer que ele já estava perto de ir embora e isso... a incomodou.



 - Ei, não Alfonso Herrera quem está comandando tudo aquilo? O homem que roubava maçãs da propriedade do senhor Peters e que voltou da guerra, depois de quebrar um braço? –Dulce indagou inocentemente vendo Anahí corar. – Ah, o homem que você queria que fosse seu namorado! – Provocou Dulce, rindo logo depois.



 - Eu não queria, não! – Anahí tratou logo de negar, não acabando com as risadas de Dulce. Por fim, bufou e se lentou de supetão. Com a cara ainda amarrada, apontou para as roupas e proclamou: - veja se isso vai caber naquele gorila e chegue naquela construção com o soldado falando um pouco de alemão, pelo menos.



 Dulce bufou, em meio a sorrisos e se levantou com os pacotes de roupas nas mãos.



 Claro que, para Anahí, era muito fácil falar ‘ensine alemão pra ele’, porque não era ela que estava na sua pele!



 Pelo amor de Deus! Ela não podia ensinar a um homem outra língua em menos de uma semana!



 Por fim, rumou para dentro de sua casa, com o caminho de seu quarto traçado na cabeça e a ideia de apresentar o soldado sua mais nova vida.



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 Christopher, para a grande surpresa de Dulce estava bem desperto e em pé. Observava os objetos que habitavam em cima da mesinha do quarto com a curiosidade e a vontade de pegar e ver do que se tratavam quase que escancaradas em seus belos e brilhantes orbes esverdeados. Ele tinha uma bengala na mãos direita, que o auxiliava na locomoção.



 Um pigarro vindo de Dulce o tirou do transe em que se encontrava e, envergonhado, colocou as mãos rapidamente ao lado do corpo, como se nunca tivesse retirando-as de lá para pegar os pertences da alemã e ver mais de perto.



 Notou a alemã com um sorriso matreiro no rosto, que dizia claramente – junto com os olhos compreensivos – que não se importara de pegá-lo mexendo em suas coisas.



 O que, novamente, surpreendeu o inglês.



 Afinal, mulheres não odiavam que suas coisas migrassem de lugar, principalmente se isso fosse causado por homens?



 Christopher riu internamente. A alemã parecia uma exceção às outras mulheres que conhecera.



 Observou o pacote que ela trazia nas mãos e, com dificuldade, rumou até ela gesticulando para o mesmo e indagando, com os olhos, o que era aquilo.



 A alemã – que estava ludibriada com os olhos intensamente do homem – piscou algumas vezes até notar que ele estava querendo saber o que era aquilo que ela trazia consigo, já que não parecia ser comida.



 Dulce abanou a cabeça e andou até a cama do meio do pequeno quarto, tirando as roupas do pacote e estendendo-as na mesma.



 Fez um gesto displicente com as mãos delicadas e, com um sorriso, colocou as roupas em frente ao próprio corpo, como que mostrando ao soldado que elas eram pra ele.



 Christopher franziu o cenho – de um jeito que, estranhamente, o deixava ainda mais charmoso – e sorriu torto, fazendo Dulce esquecer-se completamente de como é que se fazia para respirar.



 O soldado ainda fazia o grande favor de estar sem nada cobrindo aquele peitoral que subia e descia no ritmo da respiração calma, e jogava para o ar aquilo que Dulce chamava de ‘pensamentos decentes’.



 Pois é, Christopher também não colaborava para que ela não se tornasse uma verdadeira meretriz – em pensamentos, claro.



 Por fim, Christopher alargou mais o sorriso e se curvou para frente, num agradecimento silencioso e típico de um verdadeiro Lord inglês.



 Dulce sabia que os homens daquele país eram bastante educados, mas não imaginava que seu soldado também fosse assim, afinal, ela sempre criara uma imagem rude de qualquer militar.



 A alemã – meio desajeitada – se curvou também, rindo sonoramente ao lembrar-se que damas não faziam exatamente daquele jeito.



 Christopher pareceu pensar do mesmo jeito, porque a acompanhou nos risos.



 O inglês sentia-se... leve demais na presença de sua alemã.



 Simplesmente porque, com ela, ele podia ser ele mesmo, sem rigidez, sem violência, sem regras, sem coordenadas...



 Podia esquecer-se do que era, podia imaginar que sempre fora uma pessoa respeitável que não trazia inúmeros assassinatos nas costas.



 Podia até ser... descontraído, alegre.



 Dulce ainda sorria lindamente quando deu um tapa amigável no ombro do soldado, incentivando-o a se trocar.



 Deixou-o ali. Deslumbrado, com aquela mulher que o fascinava cada dia mais.



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 Era um domingo ensolarado na rua Frieden.



 Não muito ensolarado, já que até o sol parecia estar com medo dos soldados com suas armas.



 Dulce tinha apenas mais alguns dias para ensinar Christopher a falar, pelo menos, um pouco de sua língua, já que Anahí dissera a Alfonso que seu ajudante chegaria lá dali a sete dias. Dulce também queria saber como é que faria para comunicar a Christopher que já tinha um emprego.



 Decidiu, então, que pararia de pensar e que deixaria as coisas correrem, porque senão poderia ficar maluca.



 Com gestos e muita dificuldade, informou ao soldado que eles fariam um passeio naquele dia. Queria levá-lo a doceria da senhora Weber para dar-lhe bastante açucar; tinha certeza de que ele nem se lembrava como era chupar uma bala.



 Sabia que era arriscado demais levá-lo lá, já que a mulher havia os visto saindo do pasto onde o avião cairá, mas Dulce optou contar com a memória falha da senhorinha de cabelos brancos e olhos fundos.



 Agora os dois caminhavam lentamente em direção à doceria. Christopher mancava perceptivelmente, e Dulce não tinha certeza do tempo que ele levaria para recuperar o andar normal, porém não se importava muito.



 Achava que aquele caminhar manco dava a ele um ar misterioso, muito charmoso e... Oh, meu Deus! De onde é que ela estava tirando aqueles pensamentos?



Com um sorriso discreto abanou a cabeça diversas vezes, tentando dispersar aqueles pensamentos torpes mais uma vez naquela semana.



 As roupas que Anahí levara ficaram até bonitas no soldado. Algumas ficaram largas, mas nada que algumas costuras não resolvessem.



 Chegaram a fachada da loja de doces da senhora Weber com mais demora do que era realmente necessário. Pudera, a perna manca já incomodava. Christopher sempre fora ágil em tudo e ter que andar naquela maldita lentidão pra não sentir dor o irritava.



 Mesmo sendo um domingo, a doceria não estava de portas fechadas.



 A senhora Weber tinha um amor estranho com a lojinha e não a fechava nem nos domingos – dia que, normalmente, as pessoas descansavam.



 Deixando o soldado do lado de fora – pra evitar maiores especulações –, Dulce adentrou ao estabelecimento, apenas assentindo ao ouvir o costumeiro ‘Heil Hitler’. Não gostava muito de responder a esse cumprimento, porque não seguia em nada a ideologia daquele homem no poder de seu país. E não se envolvia com política.



 Por fim, ela comprou um saco cheio de balas e saiu da doceria tentando ignorar o olhar curioso e quase acusador da velhinha de trás do balcão.



 Estampou um enorme sorriso no rosto quando pôs o pé pra fora da loja e já mirou o inglês. Andou até ele e estendeu o pacote com as balas, se deliciando com o verde mais claro que os olhos dele assumiram, num claro aviso que ele estava quase salivando pelo doce nenhum pouco saudável.



 Ela riu e pegou na mão dele, conduzindo-o para sua casa novamente. Um estranho choque se instalou no corpo de ambos com o contato da pele; mas não fora algo ruim, pelo contrário, fora algo bom... Até demais. Logo que sentiram, se entre olharam, confusos com aquilo. Mas não ousaram desentrelaçar as mãos, tampouco se afastar um milímetro sequer. Apenas, com relutância, desviaram os olhares e continuaram andando naquele ritmo lento, em direção a casa que seria testemunha daquela complexa história.



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 Christopher nem quis entrar dentro da casa para saborear as balas.



 Não havia muito movimento na rua naquele horário, então os dois se permitiram ficar sentados na calçada, como duas crianças gulosas.



 O soldado ria como não fazia em tanto tempo, apenas por poder colocar aquela coisa doce demais e super saborosa na boca. As balas dentro daquele saco eram abundantes, mas a metade já havia sido devorada apenas por ele.



Dulce, entretanto, não ficara atrás. Chupou várias balas, chegando até ficar com dor de barriga. Sabia que o jantar não seria muito bem apreciado por ambos, já que a maioria do espaço do estômago deles estava tomada por aquele doce.



 De repente, Christopher estendeu uma das balas para Dulce, mas não como se ele estivesse oferecendo à ela, mas como se estivesse perguntando algo. Perguntando como aquilo se chamava – em alemão, logicamente.



 Dulce sorriu, vendo a oportunidade perfeita pra ensinar algo a ele, e deixá-lo preparado para o emprego.



 - Bullet** - ela sussurrou lentamente, deixando tempo para o soldado conseguir repetir corretamente. Ele o fez, mas tão baixinho que Dulce não teve a certeza de que ouvira.



 Porque ele não fitava exatamente os olhos dela – como sempre fazia, quando queria entender algo –, mas sim sua boca.



 Dulce ficou envergonhada com aquela análise do soldado, mas não se afastou, tampouco fez algo para tal.  Apenas fechou os olhos, sentindo a mão áspera do mesmo escovar lentamente seus lábios vermelhos por conta das balas de cereja e morango.



 Christopher estava enervado com a boca da alemã. Era chamativa demais pro seu próprio mal.



 Não se conteve. Pode ter sido precipitado, mas ele simplesmente deixou que seus instintos o guiassem, como sempre fazia. Aproximou-se devagar do rosto da alemã e ficou ali, sem se mexer, apenas desfrutando do calor que ela emanava.



 - Mund *** - ela murmurou de repente. E só depois de um tempo que Christopher foi entender que, provavelmente, ela estava dizendo como se dizia ‘boca’ em alemão.



 O soldado ainda pode sentir o hálito doce dela batendo contra sua própria boca, com o inconfundível cheiro de cereja.



 Dessa vez, ele escovou os lábios dela com o seus próprios, experimentando a avalanche de prazer que o inundou naquele momento.



 Ouviu o arfar assustado da alemã e riu internamente, pousando uma das mãos na cintura dela, enquanto a outra, deliberadamente, fazia círculos regulares no pescoço da mesma.



 Dulce iria derreter, sabia disso.



 Jesus, Maria e José! O que dera na cabeça daquele homem? O que dera em sua própria cabeça?



 Não era um beijo, mas somente aqueles lábios úmidos e doces roçando-se nos seus eram capazes de fazer seu cérebro apagar a luz da consciência e fazê-la praticamente amolecer naquela calçada.



 A lucidez tomou conta de ambos somente no momento em que um moleque gritou algo na rua – provavelmente chamando a gangue infantil para brincar de bola novamente.



 A alemã se afastou rapidamente e, numa rapidez digna de um próprio militar, se levantou da calçada, mexendo as mãos no cabelo nervosamente. Apontou para dentro de sua casa e logo entrou na mesma, muito envergonhada para sequer olhar o soldado.



 Mas Christopher continuo ali, olhando para a porta fechada da pequena casa, lembrando-se dos doces lábios da alemã e tendo a plena certeza de que faria de tudo para que aquilo que ele sentiu naquele momento se repetisse.



*Frieden: Paz



**Bullet: Bala



***Mund: Boca.



(Segundo o Google Tradutor, rs)



rs.Comentem! Preciso saber o que acharam!Beijos =*



 




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Autor(a): CáVondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 25



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  • candyle Postado em 04/03/2018 - 09:59:01

    Volta logo pfr :'(

  • Gabiih Postado em 15/07/2017 - 22:14:30

    Repetiu o texto mais de uma no capitulo né rs, ou to ficando doida? rs tudo bem mas eu amei e o beijo foi tão fofinho, acho tão lindo como ela cuida dele, como ele se porta diante dela, eles são uns amorzinhos, estou encantada por essa história posta mais!!!

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 15/07/2017 - 20:13:59

    Safada querendo dar banho nele kkkkkk. Que bom que a Annie arrumou um emprego pro Christopher, não vejo a hora deles falarem a mesma lingua *-* Me encanta essas 'conversas' sem som <3 Oq seria das nossas vidas sem o google tradutor kkkkk. Um selinho *-* Continua!!

  • candyle Postado em 12/07/2017 - 22:30:19

    To amando de mais essa historia <33 Posta maiiis *-*

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 12/07/2017 - 20:51:25

    Vou amar essa fase ternurinha *-* Amo historias românticas!! Continua!!

  • Gabiih Postado em 12/07/2017 - 20:20:58

    Nossa eu estou encantada com a história,acho a Dulce tão fofa,e o Christopher então ai como amo esses dois,louca para essa fase ternurinha dos dois,sera que eles vão conseguir se entender com palavras algum dia? rsrs, e os dois na banheira ai to amando posta mais!!!

  • srt.myyh Postado em 10/07/2017 - 22:03:25

    Continuaaaaaa

  • candyle Postado em 10/07/2017 - 14:50:00

    Ai que fofos esses dois, to amando essa relação de &quot;doutora&quot; e &quot;paciente&quot; <3 Continuaaa *-*

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 09/07/2017 - 16:22:54

    Que fofos 'conversando' por olhares, mas logo quero toques tbm kkkk. Dulce ta sendo muito atenciosa *-* Espero que ele ñ vá embora tão cedo! Continua!!

  • Gabiih Postado em 09/07/2017 - 12:47:19

    Hoje ameei que lindinhos, que boom que vc atualizou com novo capitulo, posta Mais! !!! Olha eu escrevo uma vondy tbm, se chama 20 anos mais novo! !


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