Fanfics Brasil - The Perfect Girl Blood, Sweat & Tears

Fanfic: Blood, Sweat & Tears | Tema: BTS, Bangtan Boys, Bangtan Sonyeondan, EXO, GOT7


Capítulo: The Perfect Girl

19 visualizações Denunciar


 "Meus pés soam o alarme, anunciando a


minha entrada para o mundo do K-Pop"


The Rise Of Bangtan – BTS


 


 


        E o dia finalmente chegou.


Foram dois longos meses até o dia da viajem chegar, tempo suficiente para que tanto elas quanto qualquer outro – agora – aluno de intercambio que faria sua viagem por meio daquela empresa tivessem tempo suficiente para se preparar. A empresa cuidou de toda a documentação necessária para todos os futuros universitários, deixando a cargo deles o maior problema da viajem, as roupas de frio – ao menos foi assim no caso delas – que era algo um tanto escasso no Brasil, mas nada impossível; no final elas conseguiram tudo o que precisavam e agora estavam prontas para ir.


Não era difícil ver a excitação nos olhos das cinco garotas que logo mais embarcariam em uma longa viajem rumo à Coréia do Sul, estavam animadas de mais para tentar esconder a ansiedade pela chegada daquele dia. Não sabiam ao certo o que lhes esperava por lá, ou como iriam lhes receber por lá, nem nada do tipo; sabiam muito bem que havia grandes diferenças entre as pessoas que moravam no Brasil e as que moravam na Coreia, bem como o preconceito que grande parte dos coreanos tinham para com os estrangeiros, mas estavam preparadas para aquilo, ao menos esperavam que sim.


"Eles provavelmente serão bem mais tímidos e quietos..." Pesavam elas, mas não estavam se importando tanto com aquilo, seria bom, uma viajem e tanto; seria bom ter experiências completamente novas, além de que a educação nessa parte do mundo era bem mais puxada, então elas teriam que dar tudo de si para se acostumarem a essa nova rotina.


Foi com esses pensamentos que Beatriz entrou no aeroporto naquele dia; o vôo havia acabado de ser chamado e ela e suas amigas precisavam se despedir uma ultima vez de seus amigos e parentes que foram deixá-las no aeroporto. Bia viu quando Malia foi fortemente abraçada pela mãe que parecia muito feliz por aquele dia ter finalmente chegado; Nessa estava um pouco mais afastada de sua família dando adeus às outras pessoas que estavam ali por elas enquanto Ádrian abraçava seus pais que nem pareciam notar a falta da segunda filha; Luana agarrava seu padrasto pelo pescoço enquanto mandava um beijo para seu irmão mais velho que estava abraçado a sua mãe que parecia estar muito orgulhosa por sua filha ter conseguido aquela viajem com uma bolça de estudos para uma das escolas de artes mais disputadas do mundo; todas sabiam muito bem que, se não fosse à bolça, era provável que Luana nem fizesse faculdade naquele ano...


Bia foi tirada de seus pensamentos quando alguém a puxou pela mão para mais perto de seus amigos. Foi ai que realmente começaram os abraços e beijos de despedidas, junto com palavras melosas e fofas vindas de cada um dos presentes ali e isso incluía também os pais de suas amigas que, pela convivência, já tratavam a todas elas como suas filhas. Por fim Bia se aproximou de seus pais biológicos que a encaravam orgulhos abraçados um ao outro; seria a ultima vez que os veria de perto em muito tempo, já estava na hora de ir...


- Se comporte! – disse seu pai enquanto a puxava para um abraço – E mate qualquer garoto que tentar se aproximar de mais de você...


- Pode deixar pai – murmurou ela rindo por seu comentário completamente desnecessário, ele sabia bem que ela era muito capaz de se defender sozinha e que tinha o bom senso de não se aproximar das pessoas erradas, além de que, suas amigas nunca deixariam que isso acontecesse nem se ela quisesse.


Seu pai a soltou e depositou um beijo no topo de sua cabeça e ela sorriu para ele antes de ir até sua mãe. A mulher a encarou de cima a baixo e sorriu abraçando sua filha com força.


- Se concentre nos estudos! – mandou ela se afastando para encarar sua filha – Estarei recebendo suas notas por e-mail, qualquer deslize que for eu juro que pego o primeiro avião que aparecer para a Coreia apenas para ir lhe esculhambar, esta claro?


Beatriz se limitou apenas a concordar com a cabeça antes de ser abraçada novamente pela mãe que agora tinha lágrimas nos olhos, não lágrimas de tristeza, mas sim de felicidade, lágrimas que demonstravam o quão grande era seu orgulho pela mais nova. Apesar de sempre requerer muito de Bia, sua mãe era uma boa pessoa e a amava muito, não era fácil para Bia sentir que sua mãe não se orgulharia de sua filha caso ela deixasse de ser a melhor no que fazia para ser apenas... Ela, e – apesar de saber que isso estava bem longe de ser verdade – isso fez com que ela começasse a se sentir impelida a ser melhor que todos os outros em tudo o que fazia; era por esse motivo que Beatriz sempre estava em primeiro lugar nos rankings da escola e, por ter as melhores notas do lugar, também era considerada a mais inteligente de todo colégio. Era muito importante para Bia deixar sua mãe orgulhosa, por isso acreditava que precisava ser perfeita em tudo o que fazia, independente de qualquer coisa.


– Tome cuidado – sussurrou a mais velha em seu ouvido; Bia apertou mais o abraço antes de se afastar mais uma vez de sua mãe e se juntar as outras garotas que já lhe esperavam juntas um pouco mais afastadas de seus familiares. As cinco observaram mais uma vez para todas aquelas pessoas que estavam ali por elas com enormes sorrisos em seus rostos antes de se virarem umas para as outras fazendo uma pequena rodinha bem ali, no meio do aeroporto.


- Estão prontas? – perguntou Nessa para ninguém em especial enquanto arrumava a alça da bolça transversal que carregava.


- Eu estou – murmurou Bia agitando um pouco as mãos ao lado do corpo, estava um pouco nervosa com a viajem, nunca havia andado de avião antes, mas mesmo assim estava feliz por estar ali.


- Com certeza – disse Ádrian sorrindo presunçosamente.


- Vamos lá – sorriu Malia, parecia ser uma das mais animadas para a viajem.


Já Luna apenas se limitou a balançar a cabeça em concordância; a mais velha das cinco não tinha o costume de falar muito além de que havia acordado cedo de mais naquele dia e estava morrendo de sono, provavelmente dormiria durante boa parte da viajem, se não a viajem inteira.


Elas arrumaram mais uma vez suas roupas antes de continuarem. Estavam usando o uniforme que todos os alunos de intercambio tinham que usar, eles eram compostos por saias e blusas pretas, um casaco azul marinho com detalhes em vermelho e dourado presos por dois botões dourados logo abaixo dos seios, além da logo da empresa bordada no lado esquerdo do peito, tanto no casaco quanto na blusa; também receberam um crachá onde estavam escritos os seus nomes, o país e a cidade para onde iriam, elas tiveram que prender esses crachás na gola de suas blusa para que ficassem bem visíveis.


Caminharam em direção ao portão de embarque junto de suas mochilas e bolças em que elas haviam guardado coisas que era provável que fossem precisar durante o caminho até a primeira parada da viajem, no Texas, onde o avião reabasteceria; de lá partindo mais para o norte dos EUA, parando dessa vez em Washington D.C. onde elas mudariam de avião indo logo depois para o Canadá; parariam apenas por algumas horas em Northwest para um rápido reabastecimento e partindo depois para a capital da China, Pequim, onde mais uma vez mudariam de avião, mas dessa vez indo direto para a Coreia do Sul, mais claramente para a capital do país, a cidade de Seul, onde morariam a partir de então...


Todas elas já estavam com os documentos em mãos prontas para entrar no avião. Seria uma longa e cansativa viagem que duraria cerca de 56 horas, mas elas estavam prontas para ir, era isso o que importava.


As cinco logo estavam dentro do avião; foram direto para as poltronas indicadas pelos bilhetes de entrada. Aquele era um dos aviões particulares da empresa de intercâmbio, a PBEI tinha filiais pelo mundo todo, então a cada vez que trocassem de avião elas entrariam em um segundo avião da empresa, o que significava que apenas alunos de intercâmbio dividiriam seus vôo com elas.


O programa em que tinham se inscrevido era especial. Fizeram um acordo entre a PBEI e algumas escola de artes de alguns países da Ásia, da Europa e das Américas para que jovens adultos que estivessem pretendendo fazer faculdade de artes – assim como elas pretendiam – pudessem fazer um ano de intercâmbio em um país diferente e, assim, conviver com pessoas e culturas diferentes das que estavam acostumados. Esse projeto visava aumentar o conhecimento dos alunos e a ampliação de seu comércio de trabalho por estarem em contato com uma língua e povo diferente; além de dar a eles novas experiências, preparando-os para possíveis acontecimentos futuros em suas vidas.


Também queriam ver como os jovens de hoje poderiam lidar com uma cultura com a qual não estavam acostumados, onde enfrentariam problemas como adultos responsáveis já que, a partir de agora, passariam a tomar suas próprias decisões sobre suas vidas, apesar de estarem sob constante supervisão para que não fizessem nada que pudesse impedir um novo intercâmbio entre os países por meio da empresa.


Depois daquele primeiro ano seria direito delas e dos outros intercambistas escolherem entre, requisitar um novo visto que os permitiria ficar no país onde fariam o intercâmbio para continuarem seus estudos, ou então simplesmente voltar para casa e continuar o estudo em uma faculdade no país em que vivia. Cada faculdade que participava daquele novo programa estava ciente que deveria fornecer os documentos necessários para que seus novos alunos pudessem se rematrícula caso quisessem.


Porém, o teste que as meninas fizeram era ainda mais especial; o pai de Malia era amigo do dono da empresa PBEI e conseguiu um passe livre para a filha e suas amigas escolherem a escola para onde queriam ir juntas, coisa que não era permitida para mais nenhum aluno que se inscreveu naquele programa intercâmbio. Mas o fato de terem conseguido aquela ajuda não diminuiu a dificuldade do teste que elas fizeram para conseguirem a vaga na faculdade, os requisitos eram iguais aos de qualquer outro intercambista, irem juntas para o mesmo país e a mesma faculdade era como um bônus para elas.


 


 


– Estou tão ansiosa... – murmurou Bia mais para si mesma do que para as garotas sentadas ao seu lado.


Haviam entrado no avião a cerca de 20 minutos e já estavam muito bem acomodadas as suas poltronas apenas esperando a entrada de todos os passageiros para que pudessem finalmente decolar.


– E quem não está – disse Luana enquanto se aconchegava na poltrona de trás, encostando a cabeça na janela a sua direita, ela olhava para a pista de decolagem pela mesma enquanto Malia – que estava sentada ao seu lado – mexia em sua mochila em uma busca desesperada por seu celular.


– Primeiro ano de faculdade... – murmurou Ádrian que estava sentada na cadeira do corredor ao lado de Bia – O fato de ser fora do Brasil já é algo extremamente foda, agora, ir para a Coreia? Já é pedir para eu ser feliz!


Beatriz sorriu e concordou levemente com a cabeça ouvindo um sonoro e feliz “Achei!” vindo do banco de trás quando uma Malia feliz tirou seu celular recém-recuperado de dentro da bagunça que era sua bolsa de viajem.


– Iremos estudar música, escrever, dançar, tocar e atuar. O que poderia ser melhor? – perguntou Vanessa que estava sentada do outro lado de Bia, na poltrona que ficava ao lado da janela esquento fazia gestos amplos com as mãos como se perguntasse, "Tem algo melhor que isso?". Naquele momento realmente não parecia ter...


– Garotos coreanos! – Respondeu Ádrian como se fosse óbvio, arregalando minimamente os olhos em um gesto – claramente infantil – que significava "Dhã!" o que fez Vanessa revirar os olhos em respostas. Bia se encolheu um pouco em sua poltrona já prevendo uma pequena discussão entre as duas.


– Garotos são uma completa perda de tempo para nossas vidas – disse Vanessa em tom de tédio enquanto se apoiava no braço de sua poltrona olhando para a pista de decolagem pela janela. Aquele havia sido o seu bordão nas últimas duas semanas; toda vez que uma de suas amigas falava sobre um garoto ela repetia aquelas exatas palavras, "Garotos são uma completa perda de tempo", Bia não ficou nem um pouco surpresa quando Vanessa repetiu novamente aquelas palavras para a irmã, o problema era que, diferente de Lia, Ádrian não lidava da mesma forma com a repentina mudança de comportamento de sua irmã.


– Não é porque você não quer mais garotos na sua vida que eu também não queira Srta. Castidade! – resmungou Ádrian também revirando os olhos enquanto cruzava os braços – Ainda não entendo porque diabos você terminou com o Luan! Aquele cara era um pedaço de mau caminho e tinha muitas outras garotas no pé dele, mas ele queria namorar você; ai, depois de mais de um ano de namoro você simplesmente dá um pontapé no garoto! Sério, qual o seu problema? – ela bateu no braço da sua da poltrona com força dando um leve susto em Bia que se encolheu ainda mais no banco e chamando a atenção de algumas pessoas a sua volta com o barulho repentino, mas Drica não pareceu ligar para isso já que continuou com seu discurso – Da ultima vez que eu fui ver vocês estavam muito bem; ai, do nada você me aparece dizendo que, você terminou com ele! Então me explica Vanessa porque até agora eu não entendi o que o garoto fez de tão ruim para vocês terminarem assim tão de repente?


Ádrian se inclinou na poltrona para conseguir ver sua irmã melhor, mas a mesma agora se mantinha calada com o rosto ainda virado para a janela evitando olhar para a mais velha, na verdade, evitando olhar para qualquer um, não queria que ninguém visse as lágrimas que tomavam conta de seus olhos. “Você quer um bom motivo? Eu tenho um bom motivo!” ela gostaria de poder dizer, mas sabia que se começasse provavelmente não teria coragem de terminar, além disso, ela tinha medo, medo de como suas unnies a olhariam depois que soubessem a verdade sobre a noite do termino, sobre o que havia acontecido entre eles...


Luan havia sido o primeiro namorado de Vanessa e, ao que parece, o último por muito tempo. O relacionamento dos dois durou apenas 1 ano e dois meses, e Bia sempre se perguntou o porque deles terem terminado tão repentinamente já que os dois sempre pareciam tão felizes quando estavam juntos, mas Nessa parecia determinada a não abrir o bico. Bia percebeu que algo estranho acontecia com a maknae ainda em Dezembro, ou seja, cerca de duas semanas antes da viajem e na época do fim do relacionamento; seu comportamento estava diferente, inclusive a maneira como ela começou a se vestir mudou após o termino...


Era um pouco difícil não reparar nas mudanças de atitude de Nessa quando, uma garota que antes era muito extrovertida e que estava sempre por ai, saltitante e sorridente, esbanjando sua inocência, ingenuidade e infantilidade para o mundo, de repente se fecha para si mesma não permitindo que ninguém se aproximasse de mais... Bia no fundo sabia que alguma coisa realmente séria havia acontecido a sua amiga e se sentia mal por pensar que Nessa não confiava nela o suficiente para lhe contar a verdade. Duas semanas não era tempo suficiente para que Vanessa pudesse falar sobre o término deles sem pirar? E afinal, o que pode ter acontecido entre os dois para que, um casal que muitas pessoas consideravam perfeitos um para o outro, ter terminado tão repentinamente?


A única coisa que Bia tinha certeza era que o termino não tinha nada haver com o intercâmbio já que, meses antes, quando as cinco ainda estavam decidindo se fariam o teste para a faculdade, Nessa havia comentado com as amigas como Luan apoiava a ideia da maknae de ir fazer um ano de faculdade fora do país, independente para onde fosse; Vanessa sempre dizia que amava o fato de que, apesar de saber que ambos sofreriam com a distância, ele a amava o suficiente para deixar sua felicidade em primeiro lugar...


O que pode ter acontecido para um casal assim terminar de uma hora para a outra?


Ádrian se endireitou no banco enquanto bufava tirando Beatriz de seus pensamentos; estava bem claro para ela que Drica também se sentia mal por crer que sua irmã não confiava tanto assim nela. Apesar de se considerarem melhores amigas elas ainda eram irmãs antes de tudo, eram família de sangue também, então Ádrian deveria achar que a confiança seria em dobro, mas esse claramente não é era o caso...


As duas garotas no banco de trás se calaram ao perceberem o clima pesado entre as irmãs no banco da frente, enquanto Bia se mantinha encolhida em seu banco com o olhar grudado no banco da frente, tinha medo do olhar de Drica que fulminava o piso azul do avião e estava estranhando o silêncio deixado por Vanessa quando a mesma se calou. Ela não sabia o que fazer para melhorar o dia, na verdade, quando algo assim acontecia entre as duas as outras três costumavam não saber o que dizer já que normalmente eram elas que acalmavam as coisas quando suas amigas discutiam e agora Beatriz estava bem na zona de fogo cruzado.


"Bom dia estudantes de intercâmbio, aqui é o seu piloto falando." Ouviu-se em inglês dos altos falantes "Vim lhes informar que o avião vai decolar em poucos minutos, portanto guardem suas bagagens e apertem os cintos enquanto as aeromoças vão lhes explicar o necessário para terem uma viagem calma e em segurança...”.


As meninas suspiraram e colocaram os cintos, estavam prontas para partir...


 


 


A primeira viagem se seguiu muito silenciosa. Beatriz passou a viagem toda concentrada em um dos livros que comprara dias antes para se ocupar durante a viajem; já Ádrian passou boa parte da primeira viagem vendo filmes na pequena TV que ficava acoplada no banco em frente ao seu antes de cair no sono; Luana passou quase que a viagem toda dormindo, acordando de vez em quando e mexendo no celular antes de dormir de novo, Malia estava olhando no Youtube como andavam as coisas no canal dela – ela e Nessa haviam criado um canal onde faziam criticas de livros, filmes, séries, bandas e qualquer outra coisa que lhes chamassem a atenção – desde o momento em que foi anunciado que já poderiam mexer em aparelhos eletrônicos, ela passou boa parte da viajem lendo e respondendo comentários que fizeram em seu ultimo vídeo, já Vanessa passou a viagem inteira com seus fones de ouvido plugados ao celular no volume mais alto – tão alto que Beatriz conseguia facilmente identificar as letras das músicas que a garota ao lado ouvia – enquanto lia um livro qualquer; Bia já cansara de se perguntar como Nessa conseguia fazer aquilo, se concentrar nas duas coisas ao mesmo tempo, pois, enquanto seus olhos corriam pelas paginas do livro ela cantarolava a melodia da música que estava ouvindo.


Ao pousarem no Texas, lhes deram cerca de 3 horas para descansarem um pouco em um dos hotéis da região antes de retornarem ao aeroporto e continuarem a viagem. Já dentro do segundo avião as meninas tiraram um tempo para dormir, sabiam que quando chegassem à Coreia o fuso horário as mataria, afinal, eram praticamente 12 horas e meia de diferença do Brasil para a coreia, então elas tinham que ir se acostumando com a ideia de dormir as 11 da manhã e não as 11 da noite.


Assim que desembarcaram em Washington D.C. não demoraram muito para embarcar no vôo com destino a China, parando rapidamente em North West no caminho. No último vôo, em direção a Coreia dessa vez, elas passaram às 9 horas no avião conversando sobre assuntos diversos como, o que queriam fazer e os primeiros lugares que iriam visitar, a pequena discursão que Nessa e Drica tiveram no dia anterior já havia sido esquecida, na opinião de Bia essa era a melhor parte de ter sua irmã como melhor amiga, vocês fazem as pazes sem ao menos perceberem. Quando finalmente entraram em território coreano já era quase meio-dia na Coreia, estavam um pouco cansadas, mas não parecia que iriam voltar a dormir tão cedo...


As cinco garotas se entreolharam e respiraram fundo algumas trocadas de sorrisos e risadas ansiosas depois o piloto finalmente anunciou que eles haviam chegado e estavam prontos para o pouso. Desembarcaram minutos depois uma atrás da outra, elas então pararam no portão de desembarque e olharam em volta.


Sem duvida não estavam mais no Brasil...


Elas haviam prestado bastante atenção nos outros aeroportos em que haviam estado, mas nem um deles era tão arrumado e limpo quanto o de Seul... O local era basicamente branco e cinza, as únicas cores vivas que se viam eram as das roupas das pessoas, as maquinas de salgadinhos e bebidas que ficavam espalhadas pelo local, além, é claro, das lanchonetes, restaurantes e lojas de lembranças que ficavam por ali.


O local estava tumultuado como qualquer outro aeroporto estaria, mas as pessoas ali pareciam ser bem mais calmas, apesar da euforia dos reencontros e das despedidas não se via muita coisa que chamasse a atenção, as pessoas nas filas estavam caladas, não se ouvia gritos de brigas entre atendentes e passageiros o que as surpreendera muito, afinal as brigas em aeroporto eram tão normais e comuns que se tornaram basicamente mundiais, tanto que elas costumavam até mesmo aparecer em filmes e series de todos os tipos, mas aquele lugar fazia parecer que todas essas brigas faziam parte de um mundo diferente, uma dimensão paralela...


Bia notou uma mulher que não aparentava ter mais de 27 anos se aproximando, ela mantia um sorriso estampado no rosto fino, era alta, parecia ter mais ou menos 1,75, seus cabelos castanhos estavam muito bem presos em um coque bem feito e seu rosto levava uma maquiagem bem leve destacando seus olhos orientais; ela trajava uma saia lápis-lazúli, blusa branca de botões e um casaco azul marinho desabotoado com a logo da empresa de intercâmbio bordada no lado esquerdo do peito.


- Olá garotas, vocês devem ser as intercambistas brasileiras, estou certa? – disse ela em um inglês fluente, as meninas responderam com breves acenos de cabeça.


- Sou Luana – disse Luna também em inglês com um sorriso sem dentes no rosto –, essas são Malia, Beatriz, Ádrian e Vanessa.


- Annyeonghaseyo – falaram juntas fazendo uma reverencia a mais velha que sorriu com a educação das meninas, não esperava algo assim de garotas estrangeiras...


- Me chamo Sung Mhynna - disse a mais velha ainda em inglês -, mas podem me chamar apenas de Mhynna, estou aqui representando a PBEI, vou levar vocês para a faculdade e faremos um rápido Tour por ela. Mas primeiro vamos pegar as bagagens de vocês, sim?


As meninas se limitaram a concordar com a cabeça, Mhynna fez um movimento com as mãos e cinco homens apareceram atrás dela, todos vestiam roupas sociais compostas por casacos pretos e calças cáqui, a única diferença no vestuário eram suas camisas que, apesar de serem todas sociais, eram de cores diferentes.


- Meninas, esses serão nossos ajudadores hoje – disse Mhynna ainda em inglês antes de falar em coreano – Digam olá meninos!


Eles abaixaram as cabeças na mesma hora soltando um rápido "Annyeonghaseyo!" que as garotas responderam com breves reverências.


- Muito bem, vamos – disse Mhynna em inglês novamente – Suas malas não vão esperar para sempre...


Eles caminharam para a esteira que levava a bagagem aos passageiros e pegaram as mochilas e malas que já haviam chegado e esperaram aquelas que ainda não haviam aparecido. Depois de pegarem suas malas – deixando boa parte delas com os cinco homens que estavam ali para ajuda-las –, elas caminharam para o estacionamento, Mhynna estava com uma pequena vã de 12 lugares onde todos entraram, três dos cinco homens que estavam com elas foram na parte da frente da vã e os outros dois foram na traseira com as malas, Mhynna sentou-se junto das meninas.


– Eu tenho isso aqui para vocês – disse ela entregando um folheto para cada uma das cinco garotas enquanto a vã era ligada – Nesse folheto tem mais detalhes sobre a escola terciaria que vocês vão frequentar, e aqui... - ela puxou um tipo de livro gordinho de seu casaco entregando-o para Malia que estava ao seu lado -... estão os horários de passeios e pontos turísticos de Seoul, eu espero que aproveitem bem...


– Você pode falar com a gente em coreano, Mhynna – disse Malia em um coreano quase fluente enquanto sorria para a mais velha – Nós estudamos muito para essa viagem e acho que falo por todas quando digo que queremos treinar com alguém que domine bem a língua para que possa nos corrigir...


– Tudo bem, então – disse Mhynna com um sorriso no rosto antes de voltar a falar, mas agora em sua língua materna – Tenho também isso aqui para vocês – ela se abaixou e pegou uma sacola de compras debaixo do banco entregando-a a Beatriz que estava ao lado de Malia, Bia abriu a sacola e examinou seu conteúdo com curiosidade, haviam sete carteiras de couro castanho amendoado dentro da sacola, ela as tirou de lá e começou a examina-las enquanto Mhynna continuava a falar – Dentro de cada uma das carteiras tem dois cartões de crédito, um deles é para despesas do dia a dia, já o outro serve para emergências... Ah, e não exagerem nas compras, dependendo da quantia das despesas a empresa cobrara suas famílias, tenho certeza que não é isso que vocês querem...


Bia ficou olhando as carteiras junto com Malia enquanto Vanessa se esticava no banco de trás para tentar ver algo; elas pareciam iguais, mas cada uma delas tinha um pingente diferente pendurada no bolço de fora das mesmas, uma delas tinha uma rosa negra, outra tinha o símbolo do Youtube, uma outra um microfone, a quarta tinha um violão e por fim a quinta tinha um ursinho branco com olhos brilhantes ... Ela sorriu e começou a distribuir as carteiras, deu para Drica à carteira com o pingente do violão, para Luna a carteira com a rosa, Lia ficou com a do símbolo do Youtube, Nessa a do microfone e ela, logicamente, com o ursinho.


– Alguma pergunta meninas? – perguntou Mhynna depois de alguns segundos enquanto espe-ravaque elas terminassem de examinar as carteiras.


As cinco se entreolharam e sorriram em cumplicidade umas paras as outras, então, uma por uma, foram perguntando tudo o que queriam saber sobre o lugar que seria sua casa a partir daquele dia.


 


 


 


Levaram cerca de 1 hora para chegar à escola terciaria – que em outros países era conhecida como faculdade –, ela ficava bem no centro de Seul perto de uma feira movimentada. A vã estacionou em frente a um conjunto de prédios todos pintados de azul, cinza e vermelho, eram cerca de seis prédios, cada um possuía um grande número pintado de preto em uma das paredes; ao olhar para o seu folheto Bia começou a identificar as salas que ficavam dentro de cada prédio, no prédio numero Um estava a sala de jogos, o anfiteatro, salas de ensaios e os estúdios de gravações e as salas de dança, no Dois ficava o dormitório masculino, no Três e Quatro as salas de aula, no Cinco o dormitório feminino e no Seis a secretária; sem contar, é claro, com outros prédios que estavam espalhados pelo campus, alguns eram lanchonetes, um outro era a biblioteca e ainda tinha muitos outros que Bia não pode identificar de onde estava. E entre tantos prédios ela pode identificar o que pareciam ser quadras separadas ao longe, olhando no folheto ela viu que se tratavam das quadras de vôlei, futebol, basquetebol, tênis, entre outras.


As garotas saíram da vã e seguiram Mhynna pelo campus em direção ao prédio Um, ao adentrarem ao prédio as meninas viram alguns poucos alunos que conversavam, riam e brincavam pelos corredores. Mhynna lhes disse que o prédio era dividido por andares, cada andar tinha a finalidade para apenas uma coisa, ela então mostrou onde ficavam cada uma das salas e para que serviam, fazendo o mesmo com os prédios Três e Quatro. Elas passaram direto pelo dormitório masculino e pelo feminino, indo em direção ao prédio Seis onde Mhynna foi indicando onde pedir informações e a quem pedir. Por fim, voltaram para o prédio Cinco, o dormitório feminino.


Pouco antes de entrarem no prédio Mhynna parou de andar e olhou paras as cinco garotas atrás de si informando que, pelo fato de o número delas ser impar, uma delas teria que dividir o quarto com uma coreana e que, como era uma coisa nova para a faculdade ter alunos de outros países, a direção resolveu deixar que elas mesmas escolhessem quem dividiria o quarto com a coreana para que isso não soasse como uma injustiça aos seus ouvidos.


– Acho melhor eu ficar – disse Ádrian em português enquanto dava de ombros.


– Não! – disse Malia na mesma língua enquanto arregalava os olhos – E se a garota for grossa e você resolver pular no pescoço dela! Não mesmo! Ninguém aqui quer ser processada...


– Apesar de ter exagerado um pouco, Lia tem um pouco de razão no que diz, Drica; precisamos botar dentro desse quarto alguém que saiba se controlar quando preciso – disse Bia antes que Ádrian pudesse contestar – O que significa que nós duas já estamos fora da jogada.


– Ei, eu posso ser amável quando quero! – reclamou Ádrian fazendo cara de ofendida enquanto cruzava os braços sobre o peito.


– Exatamente, quando você quer, mas o problema é quando você não quer... – apontou Nessa dando de ombros – Eu é que não ia querer ser essa garota caso você resolvesse não ser "amável"...


– Temos que colocar alguém fácil de conversar – disse Malia voltando ao assunto inicial antes que as duas resolvessem começar discutir no meio do corredor, Lia pareceu pensar um pouco antes de prosseguir – Então Luana também não pode...


Todas as outras olharam para Luana esperando uma reação da mesma que logo as encarou e deu de ombros, sabia que era verdade, então pra que contestar?


– Então sobraram apenas eu e Lia– disse Nessa passando o peso de um pé para o outro parecendo um pouco agitada, talvez até mesmo desconfortável. Dormir em um quarto com alguém que você não conhece tem seus prós e contras, todos sabiam disso, mas Vanessa tinha muito mais coisa para pensar com relação a aquilo do que a maioria das outras pessoas...


– Eu aposto em você Nessa – disse Drica tirando sua irmã de seus pensamentos – Apesar de ser pavio curto, sabe por alguém em seu lugar sem partir para briga.


– Eu não sou muito fã de violência – disse Nessa dando de ombros – Pelo menos não quando eu participo dela...


– Mas quando está de fora só sabe jogar lenha na fogueira – brincou Bia rindo.


– Como se vocês não fizessem isso também! – Nessa rolou os olhos enquanto sorria divertida.


Vanessa era a Maknae do grupo, suas amigas a achavam fofa, extremamente fofa, principalmente pelo fato de que ela fazia aegyos o tempo todo apesar de não parecer reparar quando acontecia. Ela media cerca de 1,60 e achava completamente injusto o fato de que, além de ser a mais nova era também a menor do grupo. Seus cabelos castanhos escuros eram diferentes do da maioria das pessoas apenas pelo fato de que eles eram indecisos, em um momento eles estavam tão lisos que se tornava quase que impossível prender se quer um grampo neles, mas em outro eles estavam quase formando cachinhos. Seus olhos eram de um castanho avermelhado intenso e pareciam um pouco com os asiáticos por serem um tanto quanto puxados nas extremidades, e, quando ela sorria, eles quase se fechavam completamente dando ao mundo uma amostra de seu eye smile o que a tornava ainda mais fofa segundo suas amigas e é claro que o fato de suas bochechas serem um pouco cheinhas não ajudava em nada a tirar essa impressão. Vanessa não se achava fofa, não conseguia se ver assim e sempre contestava quando a chamavam de fofa se irritando com as meninas que apenas ficavam mais encantadas com sua cara de brava.


Seus lábios eram bem marcados, cheios e avermelhados, e o ar gelado da Coreia os deixavam ainda mais vermelhos e um pouquinho inchados, fazendo-os contrastar com seu tom de pele que era um tanto claro de mais para uma brasileira, mas isso se dava ao fato de que a garota odiava sair de casa usando shorts ou saias, e blusas sem mangas compridas estavam fora de questão no seu vestuário, então ela costumava usar basicamente apenas calças, blusas de mangas compridas e moletons, o que a tornava uma pessoa estranha no Brasil, mas ela não se importava muito com isso, gostava de ser diferente, de não suar quando estava correndo pelas ruas vestido calça jeans e moletom porque quase não sentia calor, ela simplesmente gostava de ser do jeito que era.


Nessa olhou para Mhynna que mantinha uma expressa confusa no rosto ao ouvir as meninas conversando em português e sorriu docemente tentando ser educada, parecia até um pouco constrangida por ter deixado a coreana de fora da conversa, e de fato estava.


– Eu vou fazer companhia para a coreana – disse ela em um coreano fluente fazendo a mais velha lhe dar um sorriso verdadeiro enquanto concordava com a cabeça.


– Vou leva-las aos seus quartos – disse ela caminhando para dentro do prédio cinco. O saguão do prédio era branco com detalhes em vermelho e azul nas paredes, já o chão era feito por um padrão de lajotas pretas e brancas.


O saguão dava para dois corredores compridos que ficavam opostos um ao outro e uma grande escada de mármore escuro que ficava entre eles. As meninas seguiram Mhynna escada a cima encontrando mais um enorme saguão parecido com o primeiro que se dividia novamente, mas dessa vez em quatro corredores, dois deles ficavam de frente para a escada, e os outros dois na direção contraria. Elas deram a volta na escada e adentraram o corredor da direita passando por portas e mais portas de outros quartos antes de dobrarem uma única vez para a direita caminhando até o final do corredor onde Mhynna parou e se virou para as meninas ainda mantendo um sorriso singelo no rosto.


– Vamos às divisões dos quartos – ela encarou as cinco garotas pensativa antes de balançar a cabeça perdida em seus próprios pensamentos – Certo, eu não deveria fazer isso, mas vou deixar vocês escolherem quem será sua colega de quarto.  Não quero que fique desconfortável para nenhuma de vocês, esse ano será um dos mais importantes de suas vidas, quero que tenham um lugar em que se sintam a vontade no final do dia e possam ser típicas garotas brasileiras por algum tempo... – ela pareceu notar quando as meninas hesitaram ao pensar se isso traria problemas com a escola, para uma delas, ou mesmo para a própria Mhynna, então, antes mesmo que pudessem negar a oferta, a mais velha continuou – Mais tarde eu me dou com a burocracia da escola, não se preocupem, isso não afetará nenhuma vocês!


As meninas sorriram agradecidas para Mhynna e conversaram mais uma vez entre si decidindo por fim que Bia e Malia dividiriam um quarto deixando o outro para Drica e Luna. Mhynna concordou com a cabeça e indicou os três quartos em que elas ficariam, o de Malia e Bia era no lado direito e os outros dois do esquerdo do longo corredor.


As meninas se entreolharam mais uma vez antes de correrem para a porta de seus respectivos quartos, ansiosas para poderem conhecer sua nova casa...


 


 


"Estamos indo para avançar para algumas etapas


Que são um pouco mais difíceis"


2 Cool 4 Skool (feat. DJ Friz) - BTS



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): dessafig

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

"O mundo é outro nome para o desespero Minha altura é outro diâmetro da terra Eu sou minha própria felicidade e ansiedade Isso se repete todos os dias, o gostar e não gostar em relação a mim." Reflection — Rap Monster     O quarto era bastante amplo. Tinha apenas uma grande j ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 0



Para comentar, você deve estar logado no site.


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais