Fanfics Brasil - Numa escala de 0 a 10 Oceanos nada pacíficos

Fanfic: Oceanos nada pacíficos | Tema: Romance


Capítulo: Numa escala de 0 a 10

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Tentei tirar esses pensamentos da cabeça e fui me arrumar. Quando cheguei ao shopping o Miguel já estava me esperando.



 



— Oi. – Ele sorriu.



— Oi... – Fiz uma pausa tentando pensar em um bom jeito de começar a falar o que eu queria. – A gente tem que conversar.



— Ah não... Nada bom sai de uma conversa que começa com “A gente tem que conversar”. – Ele riu.



— Não é verdade.



— Ah é? Diz uma conversa sua que começou assim e terminou bem.



— Bom argumento, mas eu espero que essa seja exceção.



— Eu também. – Ele sorriu.



— Ok, eu não sei como começar a falar isso.



— Do começo seria uma boa.



— ‘Tá. – Eu ri. – Ontem a Sof foi lá em casa e a gente estava conversando coisas aleatórias da vida até que a gente começou a falar sobre você.



— Então é isso que vocês fazem quando estão sozinhas, falam da gente.



— Talvez. – Nós dois rimos. – Enfim, conversa vai, conversa vem, ela deu a entender que você estava esperando que a gente evoluísse para alguma coisa mais.



— Bom, não posso dizer que ela mentiu...



— Pois é, aí que está o problema. Eu adoro nossas conversas, você é lindo, beija bem...



— Mas?



— Mas eu não consigo te ver como nada além de meu amigo. E eu estou me sentindo bem filha da puta por isso. De verdade, mas eu não vou te dar esperanças sabendo que não existe possibilidade. E se você não quiser mais olhar na minha cara, eu vou entender, não vou gostar, mas vou entender.



— Eu não vou fingir que gostei, mas ao menos você foi sincera comigo e eu agradeço por isso. – Ele sorriu. – Só uma pergunta.



— Claro. – Concordei com a cabeça.



— Eu tive algum concorrente nessa história toda?



 



Hesitei um pouco antes de responder.



 



— Talvez. Mas não foi a única razão para eu te ver só como amigo.



— Ah, entendi.



— Então, amigos ainda?



— Amigos ainda. – Ele sorriu e me abraçou.



 



Ainda ficamos um tempo perambulando pelo shopping e conversando. Quando eu cheguei em casa, a Becca estava cozinhando e o Caíque estava no sofá vendo TV.



 



— Se você pretende mudar para cá é melhor começar a ajudar no aluguel. – Falei sentando ao lado dele.



— Haha, para a sua informação eu vim ver se você já havia chegado e a Becca me convidou para jantar aqui.



— Hm, sei.



— Então, como foi no shopping? – Ele perguntou sem me olhar nos olhos.



— Foi bom, por quê? – Levantei a sobrancelha.



— Nada ué. – Ele deu de ombros.



 



O que me aliviou bastante já que ele parecia ter superado o ciúme bobo de mais cedo. Apesar de não dever satisfação a ele, lá no fundo eu estava me sentindo mal por ter “trocado” ele, mas meu assunto com o Miguel era importante demais para ser adiado. Pelo menos, ele havia entendido.



A Becca terminou de cozinhar e nós dois fomos arrumar a mesa. Passamos o jantar todo conversando, mas lá pelas 21h00, o Caíque se despediu de nós porque tinha uma festa para ir, claro que eu fiquei criando mil e uma paranoias na cabeça, mas deixei quieto. Ele ainda nos convidou para ir junto, mas ainda tínhamos que arrumar as malas e resolver algumas coisas da viagem, então não fomos.



A Becca foi para o meu quarto me ajudar com as minhas malas. Enquanto eu escolhia o que levar, ficamos conversando.



 



— Então, Babi, em uma escala de 0 à 10, quanto de ciúmes você está sentindo pelo Caíque ter ido a uma festa? E por que 11?



— Quem disse que eu estou com ciúmes? Que biquíni eu levo? – Mostrei as opções.



— Os três. E até parece que você não ficou se mordendo de ciúmes quando ele falou para onde ia.



— Cala a boca, Becca.



— Só quando você admitir quer está com ciúmes. Não se esquece de levar protetor.



— Ok, eu estou com ciúmes. Satisfeita?



— Agora estou. Mas ficaria muito mais se vocês dois admitissem o que sentem.



— E porque eu faria isso? Para começar a agir que nem uma descontrolada? Eu passo.



— Ai meu Deus.



— É a verdade, amiga. Sim, eu fiquei criando um monte de paranoias na minha cabeça, fiquei me mordendo de ciúmes quando ele disse que ia a uma festa. Mas não tem nada que eu possa fazer, eu não tenho nada com ele. Ok, a gente se curte, se pega sempre que pode, mas é só isso, o máximo que nós somos é amigos, coloridos, porém amigos. Assim como eu não acho que ele tenha direito de me proibir de sair com um amigo por ciúmes eu não acho que eu tenha direito de dizer que ele não pode ir para uma festa só porque eu estou com ciúmes. E vamos ser sinceras, nunca vou ter, porque essa coisa que a gente tem não vai evoluir.



— Na moral, Bárbara, vocês dois se merecem, sabia? Um mais incrédulo que o outro.



 



Ela saiu revoltada do quarto e me deixou com uma cara de quem não estava entendendo nada. Desisti de gastar meus neurônios tentando entender e fui terminar de arrumar minha mala. Ainda fiquei vendo um filme até depois de meia noite e depois fui dormir. Acordei com a Becca me chamando para irmos buscar o Caio no aeroporto. Arrumei-me rápido e nós fomos, ainda passamos na casa da Sof antes. O voo dele atrasou, então ainda ficamos um bom tempo esperando. Quando ele finalmente chegou, fomos para o apartamento dele e passamos a manhã toda lá.



Eu voltei mais cedo porque tinha marcado de ir à praia com o Caíque. Passei em casa para trocar de roupa e me encontrar com ele. Ainda estava jogando as coisas na bolsa quando ele tocou a campainha.



 



— Então, como foi a festa ontem? – Perguntei quando entramos no carro.



— Foi ótima. Peguei várias. – Ele me olhou quando falou isso e eu fiz o máximo de esforço possível para não deixar meu ciúme transparecer. O que claramente não funcionou porque ele imediatamente começou a rir.



— Sabe que eu só falei isso para te deixar com ciúmes, não sabe?



— Ah que pena, porque não funcionou. – Dei de ombros, mas por dentro querendo matar ele por saber cada ponto fraco meu.



— Sei, estou vendo. – Revirei os olhos.



 



Ainda conversamos sobre outros assuntos aleatórios pelo caminho. Quando chegamos à praia, o Diego e a Mirella já estavam lá. Sentei perto do Diego enquanto a Mirella e o Caíque discutiam alguma coisa sobre o vento.



 



— Então quer dizer que vocês se acertaram?



— Como assim, nos acertamos? – Perguntei confusa.



— Da treta com teu amigo.



— Que treta? – Se a intenção era me confundir, conseguiu completamente.



— Como ‘Que treta’, Babi. Com o tal do Miguel, que o Caíque ficou louco.



— Como é que é?



— Puta merda, ele não te falou isso, não foi? – Ele parecia querer sumir da face da Terra naquele momento. – Esquece o que eu falei, Babi.



— Esqueço não. Pode contar essa história direito.



— Não, Babi. Pelo amor de Deus, o Caíque me mata se souber que eu abri o bico.



— Agora já era, Diego. Vamos, conta logo.



— ‘Tá, mas me põe fora dessa. Ontem à noite, o Caíque foi com a gente na festa de um amigo nosso. Só que ele chegou lá super chateado e a gente passou a noite toda tentando descobrir o que era, só quando nós estávamos voltando para casa foi que ele explicou que estava com raiva porque você tinha saído com outro cara, um cara que ele, inclusive, já tinha visto te beijando. Enfim, eu disse para ele que vocês deviam conversar e tal, daí quando eu vi que você veio com ele, eu presumi que ele tinha te contado e vocês tinham conversado e se acertado. Mas pelo visto, eu fiz merda.



— Não fez não. Quem fez foi ele de não ter me dito que estava com ciúmes.



 



O coitado do Diego mudou de assunto e eu preferi deixar para falar com o Caíque quando já estivéssemos em casa. Os meninos chegaram e eles caíram no mar. Depois a Mirella me emprestou a prancha dela e eu fui surfar com o Caíque, depois de sairmos do mar, ainda ficamos conversando um pouco. Só fomos embora da praia quando já começava a escurecer.



Esperei chegarmos em frente ao apartamento do Caíque para tocar no assunto.



 



— Você provavelmente vai culpar o Diego por isso, mas a culpa não foi dele, ele só tocou no assunto porque achava que nós tínhamos conversado sobre o assunto. Então, a culpa na verdade é sua que não tocou no assunto.



— O Diego tocou em que assunto? – Ele levantou a sobrancelha.



— Ele comentou que você ficou com ciúmes de eu ter ido encontrar com o Miguel ontem.



— Eu vou matar ele.



— Não vai não, ele não tem culpa de nada.



— Claro que tem, não era para você ficar sabendo disso.



— O porquê disso eu não sei, mas enfim.



— Como não, Bárbara. Eu não tenho o menor direito de reclamar por ciúmes de ti quando eu sou o babaca que beijou a primeira garota que apareceu na minha frente um dia depois de ter ficado contigo.



— Ai meu Deus, Caíque, eu não estou acreditando nisso.



— O quê? É mentira? Não né.



— Não estou dizendo que é mentira, nem que você não tem direito de sentir ciúme, só não vejo motivo para esconder isso. Aliás, você sabe por que eu fui encontrar com o Miguel ontem?



— Eu não preciso de detalhes. – Ele revirou os olhos e eu não consegui não rir da confusão que ele estava fazendo.



— Na verdade, precisa sim.



— NÃO.



— SIM. Eu fui me encontrar com ele porque eu precisava explicar que não ia dar certo entre a gente, porque eu o vejo como meu amigo e só isso. – Ele ficou com uma cara de bobo.



— Então vocês...



— Não ficamos? Não. – Eu comecei a rir e quando ele percebeu o exagero dele começou a rir também.



 



Ainda conversamos um pouco sobre nós dois e nós beijamos até que eu entrei no meu apartamento.




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Autor(a): missdisaster

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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