Fanfics Brasil - O mundo não gira, ele tomba Oceanos nada pacíficos

Fanfic: Oceanos nada pacíficos | Tema: Romance


Capítulo: O mundo não gira, ele tomba

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Mal sabia eu... Lembram que eu disse que podia estar completamente certa ou totalmente errada sobre o Caíque? Pois é, eu estava totalmente errada. Descobri isso quando abri a porta do meu apartamento e encontrei umas quarenta pessoas gritando “Surpresa”.



Toda a minha ganguezinha estava lá, além de uns conhecidos da faculdade e do prédio. Até o Diego, a Mirella, o Allan e o Pedro estavam lá. Mal consegui dar alguns passos antes que todos viessem em minha direção me desejar “Feliz aniversário”. O Caíque foi o último e meu deu um beijo que deu aquela balançada nas estruturas.



Claro que meus amigos maravilhosos fizeram questão de cantar “Parabéns para você” para me deixar naquela posição constrangedora de aniversariante, em que você não sabe se canta junto ou só fica lá parado. E para me dar o pacote completo de vergonha alheia, ele cantaram o “Com quem será?”, com o nome do Caíque, claro.



Cortamos o bolo e saí cumprimentando um monte de gente. Até o Thiago estava lá, a Becca fez questão de me apresentar ele. Fizemos uma rodinha e ficamos conversando, eles dois, eu e o Caíque.



 



— Eu ainda não estou acreditando que vocês fizeram tudo isso.



— Vocês não. Dê os créditos ao seu namorado. Eu só fiquei responsável por te deixar fora de casa o dia todo e te trazer na hora certa, o resto foi tudo por conta dele.



— Nem foi. Vocês ajudaram muito. – O Caíque falou todo envergonhado.



— Tão modesto, gente. Está doente, Caíque? – Ergui a sobrancelha.



— Haha. – Ele fez careta para mim.



 



Ainda ficamos conversando um pouco, mas depois eu fui com o Caíque para a varanda. Ele encostou-se na grade e ficou olhando as estrelas, enquanto eu olhava o movimento na rua.



 



— Sabe uma coisa que eu notei? – Falei de repente fazendo-o virar para mim.



— Não. O quê?



— Quando a Becca falou que eu devia dar os créditos pela festa ao meu namorado, você não discordou desse título. – Ele sorriu de canto ao ouvir.



— Não discordei mesmo.



— E o que isso quer dizer?



— Que eu me considero teu namorado.



— Ah é? Então, isso é um pedido de namoro?



— Depende.



— De quê?



— Se você vai ou não aceitar.



— Ah. E o que acontece se eu disser “Não”?



— Você pretende dizer “Não”? – Ele olhou-me assustado.



— Não, não pretendo. Mas, você não respondeu, o que acontece se eu disser “Não”?



— Eu sofreria por um tempo e iria começar a te provocar até você mudar de resposta. O que nós sabemos, por experiências anteriores, que uma hora ia funcionar. – Logo em seguida, ele deu aquele sorriso de canto que me fazia querer beijá-lo até perder o fôlego.



— Talvez funcionasse. – Não pude conter o riso.



— Mas você também não me respondeu.



— Não cheguei a ouvir nenhuma pergunta. – Ele revirou os olhos.



— Não seja por isso. Bárbara Sampaio, você me dá a honra de alegrar meus dias todos os dias, de me dar beijos que me tiram de órbita, de poder implicar com teus amigos homens só por medo de te perder... Resumindo, me dá a honra de ser a minha namorada?



— Sim, sim, sim. – Meu sorriso mal cabia no rosto e minha única reação foi beijá-lo.



 



Ainda ficamos um bom tempo lá, mas as pessoas começaram a ir embora e nós achamos melhor ir para a sala para nos despedirmos de todos. Depois que todos foram embora, o Caíque e o Thiago ainda ficaram lá. Não que tenhamos entrado num papo super cabeça de casais, mas nós conversamos. Algum tempo depois, o Caíque foi para o apartamento dele, eu me despedi da Becca e do Thiago e fui para o meu quarto.



Eu dormi quase que instantaneamente já que estava super cansada, mas acordei bem disposta no dia seguinte. A Becca já estava de pé quando eu cheguei à cozinha.



 



— Ué, está doente, Becca? Acordada a essa hora?



— Haha, esse teu bom humor matutino me mata de rir, Babi.



— Obrigada. – Fiz uma mesura.



— Ridícula. – Ela riu. – E para a sua informação, eu acordei cedo para fazer café para o boy.



— Ele dormiu aí? – Arqueei a sobrancelha.



— Dormiu. Você não ouviu nada?



— Não. Ainda bem. – Rimos juntas.



— Pensei até que você fosse dormir na casa do Caíque depois daquele festão que ele fez para ti.



— Seria meu sonho?! Mas eu estava acabada.



— Imagino. Mas aproveitando que estamos falando da festa. Lembra que eu disse que ia dizer “Eu te avisei” quando você se arrependesse de ficar com o Gui? Pois é. EU TE AVISEI.



— Ahh, então era por isso aquele negócio todo de “Team Caíque”?



— É. Eu sabia que ele estava planejando essa festa e que você ia ficar com cara de bocó quando soubesse.



— Fiquei um pouco mesmo. – Nós rimos.



— Mas só assim para você perceber que ele gosta mesmo de ti.



— Não só isso, não é? Mas, realmente...



— Como assim, não só isso? O que mais ele fez? – Ela me olhou curiosa.



— Um pedido de namoro, talvez? – Dei de ombros.



 



Ela começou a pular no meio da cozinha e me encher de perguntas, contei tudo sobre nosso diálogo na noite anterior e do pedido dele.



 



— É como dizem, o mundo não gira. Ele tomba. Quem que iria acreditar que nós duas estaríamos namorando AO MESMO TEMPO?



— Realmente, o mundo dá voltas REAL. – Começámos a rir.



— Quero programas de casal marcados na minha mesa até o almoço.



— Pode deixar.



 



Passado algum tempo, o Thiago acordou e se juntou a nós para tomar café. Pouco depois eles saíram para ele pegar uns documentos em casa e resolver umas pendências na faculdade.



Tomei banho e fiquei vendo serie até o Caíque bater na porta e me arrastar para a praia com ele. Troquei de roupa, rápido, e nós fomos. Todos já estavam lá quando chegamos, passamos a manhã praticamente toda na praia e claro que geral zoou o Caíque por nós estarmos oficialmente namorando, mas depois eles nos desejaram felicidades e tudo mais.



Voltamos para casa e o Caíque acabou ficando por lá, para passarmos a tarde jogando conversa fora e nos beijando, obviamente.



~~ Um mês depois ~~



Já tiveram uma conversa com alguém que pareceu durar pouquíssimo tempo, mas, na verdade, durou horas? Foi como eu me senti estando com o Caíque, só que ao invés de uma conversa era um relacionamento. As coisas estavam indo muito bem, o que não me surpreendeu já que no começo tudo dá certo. Vejam bem, eu tento não ser tão pessimista com as coisas, mas é mais fácil não se magoar quando suas expectativas são baixas.



Não nego que estar com ele me fazia muito bem. Desde o começo do nosso namoro, ele praticamente não foi mais para baladas, só tinha olhos para mim (E eu para ele) e eu não esperava, realmente, que ele estragasse as coisas, eu sabia que SE acontecesse seria por encargo da vida. Mas onde eu estava mesmo?



Ah, certo. Tudo indo bem. Como eu dizia as coisas estavam funcionando bem para gente, ele tinha até me dado uma cópia da chave do apartamento dele e eu dei uma do meu, já que nós vivíamos no apartamento um do outro.



Inclusive, eu tinha acabado de usar essa chave para entrar no apartamento dele e procurar meu fone que eu havia deixado lá no dia anterior. Eu estava verificando embaixo da cama dele quando a campainha tocou me dando um puta susto. Abri a porta sem checar o olho mágico e me deparei com uma senhora bem vestida. Demorei alguns segundos para carregar, mas logo reconheci-a dos porta-retratos na estante do Caíque. Era a mãe dele.



 



— Ah, me desculpe. Eu devo ter errado o apartamento.



— Não. A senhora é a mãe do Caíque, não é?




— Sou. Você conhece o meu filho?



— Conheço sim. Eu sou a namorada dele. Bárbara, prazer. - Lancei meu melhor sorriso conquista-sogra e estendi a mão para ela.



— Namorada? - Apesar de parecer confusa e me olhar como se eu fosse um alienígena, ela me cumprimentou e sorriu de volta.



— Isso. Pode entrar. - Abri espaço para que ela entrasse. - A senhora me desculpa o mau jeito, eu só passei aqui mesmo para pegar meu fone que eu deixei ontem, mas o Caíque deve estar chegando da faculdade. Eu vou deixar minha chave aqui e a senhora pode esperar por ele.



 



Eu realmente queria meu fone, mas achei melhor esperar para procurar quando eu não tivesse uma sogra de milhares de reais me olhando da cabeça aos pés e me analisando. Como se estivesse só esperando pela deixa, o Caíque chegou e tomou um susto ao ver eu e a mãe dele na sala de estar.



 



— Mãe?



— Oi querido. - Ela se levantou para abraçá-lo.



— Oi, linda. - Ele disse depois de se soltar dela e me deu um selinho. - Ahn... Mãe, essa é a Bárbara, minha namorada.



— Nós já nos conhecemos, ela atendeu a porta para mim.



— Isso. Eu só passei para procurar meu fone de ouvido.



— Ah. Eu guardei para você, espera.



 



Ele saiu em direção ao quarto e eu quis berrar que ele podia doar para reciclagem, desde que não me deixasse no mesmo cômodo que a mãe dele. Mas claro que eu não falei isso. Só suportei o silêncio constrangedor que ficou entre nós duas. Depois de alguns segundos, que pareceram horas, ele voltou com meu fone na mão.



 



— Aqui.



— Obrigada. Bom, então eu vou indo. Não se esquece do jantar com as meninas e os boys.



— Pode deixar. A gente se vê mais tarde.



— Ok. - Dei um selinho nele e virei para me despedir da minha sogra. - Foi um prazer conhecer a senhora, dona Beth. - Ela pareceu ter sido imensamente ofendida, mas forjou um sorriso e me abraçou.



— Foi um prazer, querida. Vocês dois deviam jantar lá em casa, qualquer dia desses.



— Claro. É só marcar com o Caíque que a gente vai sim. - Forjei um sorriso também e me despedi dela.



 



Eu esperava que quando eu finalmente conhecesse a mãe do Caíque, nós não seríamos o famoso clichê nora-e-sogra-que-se-odeiam. Mas não é por isso que eu vou mentir e fingir que fui com a cara dela, porque eu claramente não fui. E a julgar pelo jeito com que ela me analisou do segundo que eu atendi a porta até o instante em que eu fui embora, ela também não havia simpatizado comigo. Claro que eu não me deixaria levar por aquilo, afinal, primeiras impressões não são tudo.



Ainda fiquei tentando entender o que exatamente havia me incomodado nela, mas desisti antes de me atrasar para a faculdade. Tomei um banho rápido, coloquei uma calça jeans, uma regata branca, uma jaqueta preta e calcei um tênis preto. Deixei o cabelo solto e peguei meus livros, o trajeto até a faculdade passou voando, ao chegar lá, encontrei o Caio sentado mexendo no celular.



 



— Bom dia, flor do dia.



— Sim, sou mesmo, apesar de já ser de tarde né, linda.



— Não corta meu barato, garoto. Deixe-me adivinhar, está marcando os esqueminhas para mais tarde.



— Claro, já que vocês traidoras me apunhalaram pelas costas com essa história de namoro. - Não conti o riso.



— De fato, onde eu estava com a cabeça?! Vou ligar para o Caíque agora mesmo e terminar.



— É o mínimo que você pode fazer. - Nós dois rimos.



— Brincadeiras à parte, se eu começar a te trocar pode mandar a real para mim.



— Cala a boca, garota. Óbvio que você não está me trocando, eu não deixaria isso acontecer jamais.



— Ótimo.



— Mas porque você demorou a chegar hoje? Aposto que estava com o boy.



— Pior que isso, com a mãe do boy.



— MENTIRA. E você nem para me contar isso quando chegou.



— Desculpa, meu erro. - Ele riu. - Enfim, eu passei na casa dela para pegar uma coisa e do nada a campainha tocou. Quando eu abri me deparei com ela.



— E aí? Uma cútis maravilhosa que nem a do filhote?



— Até é, mas uma cara de nojo que meu Deus.



— Sério?



— Seríssimo.



— Só lamento, hein amiga. Mas ela gostou de ti?



— Fingiu relativamente bem, pelo menos na minha frente.



— Nossa, ridícula. - Começamos a rir.



 



Ele ainda me contou dos esqueminhas e dos corações que ele estava partindo enquanto nós almoçávamos e esperávamos que nossas aulas começassem. Acabei sendo liberada mais cedo já que a professora do ultimo tempo faltou. Aproveitei para ir logo para casa e não me apressar tanto na hora de me arrumar para o jantar.




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Autor(a): missdisaster

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