Fanfics Brasil - Tão fodida, e nem é no bom sentido... Oceanos nada pacíficos

Fanfic: Oceanos nada pacíficos | Tema: Romance


Capítulo: Tão fodida, e nem é no bom sentido...

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— Porque... - Ele beijou meu pescoço e meu corpo inteiro pareceu responder. - Como eu já te falei... - Ele beijou o outro lado do meu pescoço. - Eu sou um cara de palavra... - Ele falou e mordeu minha orelha e se não fosse muita força de vontade minhas pernas provavelmente teriam falhado ali mesmo. - Eu só vou te beijar quando você me pedir. Boa noite, Babi.


 


Ele piscou e entrou no apartamento dele. Simples assim. Ele fazia toda aquela provocação e depois simplesmente entrava em casa, como se tivesse acabado de comentar o placar do último jogo do Fluminense e do Vasco.


Bastardo.


Eu poderia socar ele naquela hora, mas reuni minha pouca dignidade, se é que ainda me restava alguma, e entrei no meu apartamento.


Joguei-me no sofá e fiquei olhando o teto e pensando na bagunça que aquele filho da mãe estava fazendo na minha vida. E tudo isso por uma noite. Era claro que a única intenção dele era essa, dormir comigo, mais uma na lista, um tchau no dia seguinte e só. E talvez por isso eu estivesse evitando-o tanto. Era quase óbvio que eu acabaria cedendo, eu só estava tentando adiar isso porque eu estava começando a gostar da companhia dele.


Apesar de toda aquela pose dele, ele era uma pessoa agradável, alguém com quem valia a pena conversar. Fiquei mais alguns minutos tentando entender que merda estava acontecendo comigo, mas acabei desistindo.


Fui tomar banho e tentar tirar aquilo da minha cabeça. Preparei meu jantar e depois de comer, fiquei lendo no quarto. Acordei no dia seguinte com uma preguiça enorme de me levantar. Mesmo assim, levantei e fui fazer o café, o resto do dia passou voando, perto das 16:00 alguém tocou a campainha. Antes de conferir o olho mágico eu já imaginei quem era.


 


— O que foi agora, Caíque?


— Boa tarde para você também, Bárbara. Eu trouxe filmes. Diário de uma paixão, Querido John e A Culpa é das estrelas.


— Isso é trabalho demais para ficar comigo. Além do mais, romance?! Sério?


— O que? Eu imaginei que você fosse gostar.


— Ah claro, porque eu sou mulher, então eu tenho que gostar de romance.


— Não. Ok, eu posso trocar os filmes. Mas você faz a pipoca.


— O que exatamente te faz pensar que eu quero ver filme com você?


— O fato de você não ter me expulsado ainda.


— Bom argumento. Mas eu ainda acho que isso é trabalho demais para quem só está a fim de ficar comigo.


— E quem disse que essa é a minha intenção? Ahh, Bárbara... Se você soubesse do meu histórico você ia repensar os seus conceitos.


— Ah ia? Eu não tenho tanta certeza. Mas eu faço a pipoca se você voltar aqui com filmes decentes. - Eu o encarei.


— Ótimo, eu volto em cinco minutos.


 


Não sei porque eu aceitei isso, talvez fosse a minha carência de dignidade afetando meus processos cognitivos, ou talvez a blusa branca que ele usava e que destacava bem os músculos dele. O fato é que cinco minutos depois eu estava na cozinha fazendo pipoca, enquanto ele colocava um filme no DVD. Levei a pipoca para a sala e me sentei ao lado dele.


 


— Que filmes você trouxe agora?


— Match Point, Psicose e Donnie Darko.


— Eu sabia que com o incentivo certo você podia fazer melhor que aquilo. - Nós dois rimos.


 


Quando terminamos de assistir os filmes já passava das 20:00.


 


— Bom, eu não sei fazer uma lasanha maravilhosa nem tenho um vinho chique, mas conheço uma pizzaria maravilhosa que entrega rápido. - Dei de ombros.


— Isso é um convite, Babi?


— Uma tentativa de recompensa pelos bons filmes.


— Nesse caso, eu aceito.


 


Liguei para a pizzaria e menos de 20 minutos depois já estávamos à mesa, comendo. Depois de terminamos ainda ficamos conversando durante um bom tempo e quando ele voltou para o apartamento dele já passava de meia noite. Fui dormir com um sorriso estúpido no rosto e uma felicidade sem motivo, ou talvez tenha um motivo, mas eu detesto admitir, então vamos fingir que eu estava no começo de uma doença psiquiátrica. Acordei no outro dia com meu celular tocando. Era o Caio.


 


— Alô.


— Eu tenho esperanças que você tenha me deixado plantado aqui na sua porta porque está de ressaca ou porque tem um boy muito gato na sua cama.


 


Levantei e fui abrir a porta para ele.


 


— Eu vim me desculpar por ter te deixado na mão ontem e te levar no shopping para fazer compras antes que eu viaje.


— Verdade. Quando é seu voo?


— Amanhã, 8:00. E eu quero você e a Sof lá.


— Estarei. E pode esperar enquanto eu me arrumo pra essas compras aí.


 


Tomei banho e me vesti, o Caio estava grudado no celular enquanto me esperava. Adorei fazer compras com ele, essa era a principal diferença entre ele e a Sof, uma das várias, aliás, enquanto a Sof me dava milhares de conselhos sobre a vida, o Caio simplesmente me fazia rir de 8 de 10 palavras que ele dizia e era uma sensação ótima conversar com ele, levantava meu astral. Almoçamos no shopping e depois eu voltei para casa.


Passei o resto da tarde fazendo maratona de Supernatural. Cozinhei qualquer besteira para jantar e fiquei vendo TV.


No dia seguinte, acordei atrasada para deixar o Caio no aeroporto, então nem comi nada. A Sof já estava lá quando eu cheguei, mas nem sinal do Caio. Pouco depois ele chegou. Nos despedimos dele e depois fomos até a livraria que estava inaugurando. Passamos um bom tempo lá e eu voltei com mais livros para a minha lista de 'Preciso terminar de ler antes do fim do ano'.


À tarde eu fiz pipoca e fiquei vendo alguns filmes. Perto das 16:00 minha campainha tocou e eu imaginei que fosse o Caíque, já estava ficando comum ele aparecer na minha porta.


 


— Dessa vez, você não tem desculpa para não me acompanhar à praia. - Ele piscou.


— Por que tudo isso, posso saber?


— Porque eu gosto de boas companhias em bons lugares. - Ele sorriu.


 


Considerando que a Becca e o Caio haviam viajado e que a Sof estava com o namorado, eu não tinha mais nada interessante para fazer, então acabei aceitando.


 


— Eu vou me trocar. Entra. - Abri espaço para que ele entrasse.


 


Troquei minha calça de moletom e minha regata por um biquíni branco tomara-que-caia e um short jeans. Coloquei só meu celular, minhas chaves e um livro na bolsa. Quando eu saí do quarto o Caíque estava em pé, olhando os porta retratos que haviam na estante.


 


— Estou pronta.


 


Ele se afastou da estante e me olhou. Fiquei com vontade de rir da cara que ele fez quando me viu, mas ao mesmo tempo aquilo colocou um sorriso no meu rosto... O que eu quero dizer é que não é que eu não soubesse que tinha um corpo bonito, mas ver que eu deixei o Caíque sem fôlego por alguns segundos fez bem à minha autoestima.


 


— Hoje, nós vamos no meu carro, que finalmente voltou do conserto.


 


Passamos na casa do Diego, o amigo dele do shopping.


 


— Oi, Babi.


— Oi, Diego.


— Então, o Caíque resolveu te trazer?


— Pois é, ele apareceu quase chorando na minha porta e eu resolvi fazer essa caridade com o pobrezinho.


 


O Diego começou a rir quando eu falei isso e o Caíque só fez careta para mim. Fomos o resto do caminho conversando, o Diego era bem sociável e engraçado. Ao chegarmos à praia encontramos o resto dos amigos dele. Dois meninos e uma menina. O Diego logo me apresentou eles.


 


— Galera, essa é a Bárbara. Esses são o Pedro e o Allan. - Ele apontou para cada um dos garotos, um mais alto de cabelo castanho, o Pedro, e o outro mais fortinho e loiro, o Allan. - E essa é a Mirella.


 


A garota tinha o cabelo castanho claro, daqueles bem praianos. Ela sorriu e me cumprimentou. Ficamos conversando até que eles decidiram que era hora de pegar onda, todos surfavam. E como eles iam para o mar, o Caíque tinha que tirar a blusa. Eu preferia que ele não tivesse feito isso, porque quando ele ficou só de bermuda, eu quase babei. Ele tinha o abdômen mais definido que eu já vi na vida e nem era aquela coisa forçada, tipo frango de academia. Era sexy, acho que isso descreve bem. Enquanto eles iam para o mar, eu fiquei tentando me recuperar daquele corpo, mas claro que antes de sair o bastardo ainda deu uma piscadinha para mim.


Fiquei observando eles um pouco, todos surfavam muito bem, mas a Mirella e o Allan se destacavam. Depois de um tempo, peguei meu livro na bolsa e comecei a ler, era um dos meus preferidos, Doidas e Santas, da Martha Medeiros. Mal notei quando o Diego apareceu e sentou do meu lado.


 


— Boatos que ela escreve bem. - Ele apontou para o livro.


— Muito.


— Já li alguns livros dela e não dá para negar que ela é muito boa. Mas eu tive a impressão que o público dela é mais feminino.


— Um pouco. - Eu dei de ombros.


 


Não me perguntem como, mas pouco tempo depois o assunto tinha passado de livros para eu e o Caíque.


 


— Eu nunca pensei que fosse viver para ver o Caíque apaixonado. - Eu engasguei com a água de coco que eu estava bebendo.


— Oi?


— Ah, qual é, Babi? Vai me dizer que você não notou que ele está caidinho por você?


— Sem ofensas, Diego. Mas eu não acho que ele seja o tipo de cara que fica apaixonado assim tão fácil.


— Eu também não, acredite em mim, eu conheço ele há anos e eu nunca pensei que fosse viver para ver isso.


— Eu acho que isso é loucura, a gente não chegou a ficar e... - Ele me interrompeu.


— Calma aí. Vocês não ficaram?


— Não. - Dei de ombros.


— Nem um beijo? - Neguei com a cabeça e ele começou a rir.


— Ah meu Deus, se vocês não chegaram nem a se beijar e ele já está nessa situação então é pior do que eu imaginei. - Ele riu mais um pouco e nós mudamos de assunto. Depois, o resto do pessoal chegou e eles pediram alguma coisa para comer. Aproveitei para dar um mergulho e não para minha surpresa o Caíque veio junto.


— Então, o que você e o Diego estavam conversando? - Ele estava com uma expressão estranha no rosto.


— Nada demais. - Dei de ombros enquanto molhava meus pés.


 


Fui entrando devagar no mar já que a maré estava forte. Em um certo momento, o mar me empurrou forte demais. Feliz ou infelizmente o Caíque me segurou e eu acabei abraçada a ele o que nos deixou muito próximos e eu parecia cada vez mais refém daquela boca. Se o mar não tivesse nos puxado eu provavelmente teria beijado ele naquele momento. Achei melhor voltar para a nossa barraca antes que eu acabasse caindo em tentação. Como já estava escurecendo, decidimos ir embora. Despedi-me do Pedro, do Allan e da Mirella e prometi vir mais vezes. Deixamos o Diego em casa e voltamos para o nosso prédio.


 


— Então, gostou dos meus amigos?


— Adorei. Nem parece que eles tem gostos tão ruins para amizades. - Ele fez careta e ficou me olhando. - Eu gostei de hoje, de verdade. - Dei de ombros e sorri.


— Claro que gostou, eu estava lá.


— Deixa de ser convencido, garoto. - Dei um tapa de leve no braço dele.


— Eu sei que você gosta. - Ele piscou e eu revirei os olhos.


 


Ele ficou me encarando e eu não consegui não encarar aquela boca. Eu sempre fui uma pessoa perseverante. Por exemplo, se eu queria perder alguns quilos, eu sempre consegui manter a dieta, se eu queria manter minhas notas, eu conseguia manter meus horários de estudos em dia. Mas parecia que a única coisa que eu mais deveria manter, minha perseverança em não beijar o Caíque, era justamente a coisa em que eu mais falhava. Naquele momento, eu queria muito beijar ele. Mesmo sabendo que eu me arrependeria depois, que ele iria me descartar depois de dormir comigo, mesmo com tudo isso.


E foi ali que eu percebi o quão ferrada eu estava, foi ali que eu admiti para mim mesma que eu estava apaixonada por aquele idiota com o sorriso mais lindo que eu já vi. E eu nem sequer havia beijado ele. Como eu estava fodida, e nem era no bom sentido.



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Autor(a): missdisaster

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Talvez por isso ou por algum outro motivo que eu ainda não identifique até hoje, eu acabei fazendo o que fiz. Puxei-o pela nuca e aproximei nossas bocas, mas ele foi mais rápido e colocou o dedo indicador sobre os meus lábios.   — Ainda não. - Ele sorriu de canto.   Bastardo. Ele não ia abrir mão daquilo. ...


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