Fanfic: A dama de Vermelho (Vondy) Terminada

Dulce deu de
ombros. - Depende. Às vezes, mandam outro anjo para substituí-lo. Um que não
falhe. Como fizeram comigo no Sarducci`s ou com
Ralph, no Grand Majesty. De outras, quando o anjo danifica demais o brilho de
sua auréola... - Ela hesitou. - Ele é enviado para o outro lado do portão.

Não quis falar mais
detalhes para não deixar todo aquele peso sobre os ombros de Christopher.

- Outro anjo não
resolveria o meu caso - afirmou ele. - Chuck ou Dotty não conseguiriam
encontrar um amor verdadeiro para mim. Conseguiriam?

- Provavelmente
não, se você preferir se casar com Emily.

Dulce fitou-o com
um último brilho de esperança no olhar. Se não o amasse tanto, talvez...
Conteve o fôlego de repente. Oh, Deus... Amava Christopher!

Como isso
acontecera? Quando? A resposta estava além de sua compreensão, mas ela não se
importava. Um sorriso curvou seus lábios, ao se dar conta de que finalmente
conhecera o amor.

- Obrigada, Gentil
- sussurrou quase para si mesma.

Mesmo que acabasse
sendo expulsa do paraíso, levaria seu amor por Christopher para qualquer lugar
do universo. E ele lhe daria forças para lutar, se fosse preciso.

- E esse seu
desejo, Christopher? Encontrar Emily e se casar com ela?

- Quero pensar mais
um pouco, antes de decidir.

Dulce assentiu, mal
conseguindo disfarçar o alívio. Talvez ainda houvesse uma chance de Christopher
mudar de idéia.

- Agora vamos ao
seu problema - ele sugeriu, prendendo com delicadeza uma mecha de cabelos atrás
da orelha dela.

- Não se preocupe
com isso. E apenas um medo tolo que carrego comigo.

- Esforçou-se para
me ajudar e quero lhe retribuir de al­guma maneira.

Dulce apertou os
lábios. - Eu agradeceria muito se não fosse uma aula de natação. Além disso,
não estamos vestidos apropriadamente.

- Estamos de
bermuda - salientou Christopher. - Não importa se nos molharmos. Vamos apenas
tentar livrá-la dessa fobia.

- Christopher,
agradeço muito, mas...

- Confie em mim.
Prometo que pararei se não funcionar.

Dulce hesitou, mas
aquela mão firme e carinhosa segurando a sua lhe trouxe uma onda de segurança.

- Está bem, mas
seja rápido, por favor.

Devagar, Christopher
a conduziu até a beira do lago, deixando a água tocar as pernas de ambos. Dulce
sentiu um frio no es­tômago, mas permitiu que Christopher a virasse de frente
para a água, mantendo suas costas junto ao peito dele.

- Nem vou pedir que
relaxe - disse Christopher.

- Ótimo, porque eu
não conseguiria.

- Mas preciso que
feche os olhos. - Assim que Dulce obe­deceu, ele disse: - Sabe o que eu pensei
na primeira vez em que a vi?

- Aí vem problema?

- Exatamente. - Christopher
riu, pegando um pouco de água e molhando os braços dela.

Dulce estremeceu, a
princípio de medo, mas depois de prazer.

- Que tal? -
perguntou ele.

- Nada mau - ela admitiu,
surpresa.

- Ótimo. Agora
relaxe. Está sentindo a água tentando le­vantá-la e levá-la?

Dulce abriu os
olhos no mesmo instante, apavorada. - Não deixe, por favor.

Christopher a
enlaçou entre os braços, transmitindo-lhe segurança.

- Nunca a deixarei
ir - sussurrou ele. - Então, sem­pre causou problemas por onde andou, mesmo
antes de se tornar anjo?

- A cada dia da
minha vida - confessou ela, mantendo os olhos abertos.

A essa altura, a
água já estava alcançando sua cintura e tentando molhar sua blusa vermelha com
leves ondulações ao seu redor. O lago parecia inócuo, com sua cor ligeiramente
esverdeada, refletindo o brilho do sol em uma espécie de dança dourada ao longo
de toda sua extensão. Mais adiante, em outra margem, ela avistou alguns chorões
inclinados na direção da água, como que tentando vislumbrar seus próprios
reflexos na superfície brilhante. Os longos galhos de folhas pendentes tocavam
a água como tranças, sussurrando segredos à brisa curiosa. Christopher afrouxou
um pouco o braço ao redor da cintura de Dulce.