Havia um pacote grande e marrom na minha cama quando voltei para casa do trabalho, e o contemplei com curiosidade. Quem será que mandou? Não era meu aniversário e fazia tempos que eu não comprava nada pela internet.
Fui até o pacote animada para ver o que era. Sorri para mim mesma entusiasmada. Era a primeira vez em quase duas semanas que me senti animada com alguma coisa.
Mai e eu não voltamos para a casa dos meus pais depois do bar, e ninguém ligou para saber o que tinha acontecido. Fiquei triste por minha família nem se incomodar a descobrir por que fomos embora, mas fiquei ainda mais magoada por Christopher não ter ligado nem me visitado. Tive a expectativa de que ele apareceria naquela noite, mas não veio. Eu não sabia nem se ele tinha consciência de que não havia nenhum bebê. Eu estava certa de que Annie não contaria. Ela não tinha senso de moral nem consciência. Não se importaria.
Eu me sentei na cama e abri o pacote depressa, rasgando o embrulho. Abri a caixa e observei o conteúdo com o cenho franzido. Havia uma língua ali. Peguei-a e vi um bilhete. Era de Christopher, e dizia:
"Por favor, me ligue. Quero falar com você."
Joguei o bilhete e a língua na cama e saí correndo do quarto. Ele achava aquilo engraçado?
Fui à cozinha beber água, tentando acalmar meu coração, que batia depressa.
-Ei, não ouvi você entrar. -disse Mai com um sorrisinho ao entrar na cozinha.
-É, acabei de chegar. -falei, e tomei outro gole d’água. -Eu vi o pacote. Obrigada por colocar no meu quarto.
-De boa. -ela assentiu. -Alguma coisa legal?
-Não. -respondi, balançando a cabeça, e franzi o cenho quando meu telefone tocou. -É Will. -revirei os olhos para ela e atendi ao telefone. -Alô.
-Dul, aqui é Will. -disse ele em tom rígido.
-Eu sei. O que você quer?
-Você vai para a casa dos nossos pais no final de semana?
-Não.
-Acho que você devia ir. -declarou com a voz mais leve. -Annie precisa do seu apoio.
-Por quê? -retruquei.
-Christopher terminou o noivado.
-É mesmo? -falei, surpresa, embora não quisesse admitir o quanto fiquei feliz. -Por quê?
-Acho que não era um noivado de verdade. -suspirou ele. -Acho que ela estava aprontando algum de seus velhos truques ou algo do tipo.
-Ah, é?
-É, ela não está grávida, mas mentiu e disse que estava esperando um bebê e que precisava de ajuda.
-Ah, é? Nossa. -fingi estar chocada.
-Pois é, parece que ele pediu para terminar o noivado naquele primeiro final de semana. -continuou Will. -Ele achou que tinha cometido um erro ou algo assim, mas ela falou para ele que mamãe e papai a desonrariam se ela não se casasse. E que ela se mudaria para a França com o bebê ou algo do tipo.
-Minha nossa! -exclamei, balançando a cabeça. -Que loucura.
-Pois é. Mas, então, todos nós vamos nos reunir este final de semana para consolála.
-Não vou, desculpe.
-Você devia ir, Dul. Você e Mai.
-Mai e eu não vamos. -falei em voz alta, e vi Mai me olhando. Sabia que ela estava se perguntando do que estávamos falando.
-Por favor, Dul.
-Se você quiser ver Mai, é só pegar o telefone e chamá-la para sair ou algo do tipo.
-Dul. -resmungou ele. -Não quero namorar Mai.
-Aham. Então por que você quer encontrar com ela este final de semana?
-Dul, é complicado.
-Will, cresça. Eu sei que você gosta de Mai. Chame-a para sair. -gritei ao telefone, e vi Mai balançando a cabeça para mim.
-Dul, eu vi Mai e Chris se beijando. -murmurou Will. -Não há nada entre mim e Mai. Ela já escolheu.
-Você o quê? -retruquei, boquiaberta. -Você viu o quê?
-Aquela noite em que fomos à boate. Eu fiquei acordando esperando Mai para me desculpar. E, quando entrei no seu quarto para falar com ela, eu a vi com Chris e eles estavam se beijando.
-Ah. -guinchei, e percebi pela expressão no rosto de Mai que era verdade. -Eu não sabia.
-É, pois é, as coisas são assim.
-Sinto muito, Will. -murmurei.
-Não tem problema. -suspirou ele. -Vamos sair para almoçar qualquer dia.
-O quê? Você e eu?
-É, você e eu. -confirmou, rindo. -Acho que já temos idade para sermos amigos, não acha?
-Sim, eu gostaria disso. -falei com um sorriso. -Gostaria muito.
-Ah, e, Dul?
-Sim, Will?
-Pegue leve com Christopher. -murmurou ele. -Ele é um cara legal.
-Do que está falando? -perguntei, com o coração acelerado e o rosto corado.
-Eu sei de tudo. -ele riu. -Vejo você em breve. -disse, e desligou. Coloquei o telefone no bolso e olhei para Mai em silêncio, sem saber o que dizer.
-Você beijou Chris? -falei, por fim, e ela suspirou.
-Não, sim, mais ou menos. -ela começou a chorar. -Ele me acompanhou até o quarto aquela noite e, na porta, ele se inclinou para me dar um beijo. E eu pensei, que mal faria um beijinho? Você sempre me falou para investir nele. Então me ofereci e ele me beijou, mas, assim que nossos lábios se tocaram, percebi que não gostava dele dessa forma, mas era tarde demais. Enquanto nos beijávamos, vi Will no corredor nos fuzilando com o olhar e fiquei sem saber o que fazer. -contou ela, aos soluços. -Ah, Dul, o que vou fazer?
-Ah, Mai. -resmunguei. -Nós realmente estragamos tudo.
-Eu não sabia o que fazer. -choramingou ela. -Eu gosto muito de Will e agora ele me odeia.
-Ele não odeia você. -suspirei. -Vou pensar num plano. Vamos dar um jeito.
-Obrigada, Dul. -ela esfregou os olhos. -Vou me deitar agora.
-Está bem. -assenti e a observei sair da cozinha. Fiquei ali por alguns segundos, então peguei o telefone e fiz uma ligação.
-Alô. -a voz dele era preguiçosa e sexy, e senti o coração saltar só de ouvi-la.
-Aqui é Dul.
-Eu sei. -ele riu. -Imagino que recebeu meu presente.
-Sim. -falei, balançando a cabeça, a caminho do quarto. -Recebi.
-O que achou?
-Pervertido. Quem manda de presente uma língua de plástico?
-Eu. -murmurou ele. -Já usou?
-Usar? Do que está falando?
-Ah, você ainda não sabe o que é?
-Não, o quê?
-Tire da caixa e a examine com cuidado.
-Está bem.
Peguei a língua na caixa. Olhei-a com atenção e notei um pequeno botão que não tinha visto antes. Liguei-o e a língua começou a vibrar, movendo-se para frente e para trás.
-Ah, meu Deus, é um vibrador?
-Sim. -confirmou ele.
-Christopher! -gritei. -Como pôde?
-Como pude o quê? -retrucou, rindo. -Pensei que, se você não ia ter minha língua milagrosa, poderia ficar com algo quase tão bom quanto.
-Nossa, que atencioso da sua parte. -eu ri e deitei de costas na cama.
-Só quero agradar. -disse com uma risadinha. -Que bom que você ligou, Dul.
-Fiquei sabendo sobre você e Annie. -murmurei.
-É, o noivado acabou.
-Sinto muito por tudo. Sinto muito por ela ter mentido sobre estar grávida.
-Terminei tudo antes de saber que ela estava mentindo, Dul. -contou. -No final de semana em que você apareceu com Brock e Jock.
-O quê? Isso foi há duas semanas. -falei, magoada por ele não ter me ligado.
-Eu estava com raiva de você, Dul. Queria conversar com você naquele dia, mas você saiu com Mai e não voltou mais.
-Eu estava muito magoada e com ciúmes.
-Entendo por que você estava chateada comigo. Agi como um idiota. -suspirou ele. -Eu não deveria ter esperado que você lidasse numa boa com o fato de que eu e Annie íamos nos casar, mesmo que fosse um casamento falso.
-Era uma loucura, mas eu poderia ter sido mais compreensiva.
-Nós dois fomos um pouco loucos. -admitiu ele. -Mas talvez mais que todo mundo. Não sei nem o que eu estava pensando. Tudo o que posso dizer é que aquele primeiro final de semana com você me deixou com algum tipo de dano cerebral.
-Ah, Christopher. -dei uma risadinha.
-Então, você vai experimentar a língua? -perguntou em tom suave.
-O quê? -perguntei, um pouquinho excitada.
-Quero que você faça um teste com a língua e me diga se você prefere uma língua de verdade ou não.
-Christopher. -corei. -Não vou fazer isso.
-Ou talvez eu possa ajudar a tomar a decisão por você.
-Tomar a decisão por mim?
-Posso ver se você grita mais alto com seu presente ou com minha língua milagrosa.
-Hum... deixe-me pensar.
-Decida-se rápido. -ele riu, e em seguida ouvi a campainha tocar. -Estou aqui.
-Você está aqui? Na minha casa?
-Sim. Agora venha abrir a porta para mim.
-Espere aí. -corri até a porta da frente, e lá estava ele. -Christopher, você está aqui.
-Sim, sou eu, em carne e osso.
-Não sei o que dizer. -falei, corando, então ele me agarrou e me beijou.
-Diga que quer que eu entre e visite seu quarto. -ele piscou para mim enquanto desligava o telefone.
-Entre. -murmurei, e corremos para o quarto. Christopher fechou e trancou a porta e me puxou para outro beijo.
-Senti falta do seu gosto. -murmurou ele. -Senti falta de você.
-Você não ligou. -falei enquanto retribuía o beijo.
-Eu quis dar tempo para você sentir saudades também. -ele riu. -Agora vamos ver aquela língua.
-Quer que eu a use agora?
-Aham. -ele riu, massageando meus seios. -Quero muito que você a use agora.
-Hum... Vou pensar a respeito. -levantei sua camisa e toquei sua barriga, deixando os dedos deslizarem por dentro da calça para sentir sua ereção.
-Ah, Dul. -gemeu ele, e pegou minha mão. -Não comece o que não puder terminar.
-Ah, eu posso terminar. -sorri para ele e lambi os lábios.
-Quero que você vá a um casamento comigo este final de semana. -disse junto à minha cabeça, enquanto suas mãos levantavam minha camisa.
-Não vou só para você transar na igreja de novo. -retruquei com uma risadinha, e levantei os braços para ele tirar minha blusa. Em seguida, abriu o sutiã e sugou meus seios com vigor. -Ah, Christopher. -gemi, enquanto suas mãos desciam e desabotoavam minha calça.
-Não é por isso que eu quero que você vá comigo. -murmurou ele, tirando minha calça.
-Ah, é? -falei, observando-o despir a camisa.
-Quero que você vá como minha namorada. -ele ergueu os olhos para mim enquanto baixava a própria calça. -Vai ser nosso primeiro encontro oficial.
-Hum... É mesmo? -ofeguei quando ele me agarrou e me levou até a cama.
-Com certeza. -ele beijou meu pescoço, e seus dedos deslizaram entre minhas pernas e me acariciaram com delicadeza.
-Ah, Christopher. -gemi enquanto ele beijava meu estômago e então parou bem no meu umbigo.
-Sim, querida? -ele sorriu para mim.
-Senti saudades. -murmurei, passando as mãos pelos cabelos dele.
-Também senti saudades. -ele voltou a beijar minha barriga e me olhou nos olhos. -Quase permiti que o medo arruinasse a melhor coisa que já aconteceu comigo.
-Ah, é? -murmurei, retribuindo o olhar. -Qual foi a melhor coisa que aconteceu com você? Ficar com alguém num casamento? Fazer sexo casual comigo?
-O que fizemos não foi sexo casual. -ele beijou meus lábios de leve. -Foi muito mais. E não estou dizendo só por dizer. Não estou convidando você para o casamento para transar num quartinho dos fundos. Estou convidando porque quero ter você ao meu lado numa ocasião especial. Quero mostrar aos meus amigos e à minha família que tenho uma namorada e sinto orgulho em apresentá-la a todos os que conheço e amo.
-Ah, Christopher. -beijei-o avidamente, com o coração derretendo.
-E, Dul, quero fazer um voto para você.
-E qual é? -perguntei, com o coração batendo forte.
-Prometo que o próximo casamento em que transarmos vai ser o nosso. -disse ele com a voz profunda, carregada de emoção, enquanto me observava com amor nos olhos.
-Ah, Christopher. -olhei fundo nos olhos dele, sem ousar acreditar no que tinha ouvido.
-Eu amo você, Dul. -ele me beijou nos lábios, no nariz e nas bochechas. -Amo você desde que a vi. Você é a razão do meu viver. Você é tudo para mim. Nunca esperei me sentir assim. Nunca tive vontade de acordar ao lado de alguém antes. Fiquei apreensivo no início, mas agora sei quanta sorte tenho. Eu amo você, Dul, com todo o meu coração. Sei que você é a única com quem quero passar o resto da minha vida. Sei que você é a mulher para mim. Então saiba que faço esse voto de todo o coração. Eu nos vejo nos casando, Dul. Ninguém poderia amar você mais do que eu porque amo você com tudo o que significa amar. Nós não nos conhecemos tão bem ainda, mas temos o resto da vida para nos conhecermos melhor. -ele me beijou mais uma vez, com suavidade, e acariciou meu rosto. -Você me aceita como seu Sr. Língua para sempre, Dul?
-Ah, sim, Christopher. -assenti. -Eu também amo você.
-Que bom. -disse ele, convencido. -E agora é a hora de conduzir o teste. -anunciou, sorrindo. -Quero que feche os olhos para não ver se estou usando a língua ou o brinquedo, e então quero que me diga qual é melhor.
-Ah, Christopher. -falei com uma risadinha, e estava prestes a dizer mais alguma coisa, mas me calei quando o vi agitando a língua para mim. Quer dizer, quem era eu para dizer não à competição? Eu precisava me concentrar e me preparar para os orgasmos que viriam. É um trabalho duro, mas alguém tem que fazê-lo.
Oie!! Finalmente Christopher terminou o noivado com a Annie e se declarou pra Dul
Sinto informar mais amanhã é o epílogo, nossa historia esta chegando ao fim :(
Christopher já esta no Brasil :) Vcs de São Paulo cuidem ao redor quando estiverem na rua vai que encontram o boy kkkkkk.
Cês viram que esse ano veio pro Brasil Dul, Mai, Poncho, Ucker, Chris tbm vai vir, agora cadê Annie?? Queremos ela tbm né!!
Respondendo comentario do face:
Geovana Aparecida: Comprovadissímo Annie ñ vale nada, Christopher já terminou com ela e agora esta com a irmã certa *-* Será mesmo que a Dul esta grávida? Seria fofo um bb vondy né :) Continuando, bjuu
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Bjuu