CAPITULO 16 ― Salve-se, quem puder.

ANAHÍ PORTILLA

O passeio no Club Paradiso já estava chegando ao fim, os monitores já estavam organizando a nossa voltando, pedindo que juntássemos todo o resto da galera. Christian não conseguiu acalmar Maitê, que estava surtando por causa que Dulce sumiu desde que chegamos e não voltou mais.

― Ela está bem May, Dulce não é tão sem juízo assim. – disse Angelique.

― Eu não teria tanta certeza disso. – brincou Jack.

― Fica quieto que você tem culpa em parte disso. – disse Karla.

O clima estava diferente no grupo, Karla e Alessandra já estavam falando normalmente, e isso era bom. Inimizade nunca foi o forte, e era estranho sempre ter que ficar todo mundo muito dividido.

― Que que tá pegando? – perguntou Eddy, aproximando-se com Zoraida.

― Dulce! O que mais poderia ser? – disse Sebastian.

― Vi Dulce há poucas horas. – disse Zoraida.

― Onde? – dissemos em uníssono.

― Ela pediu para ficar sozinha, estava entrando em um dos bangalôs e bom... – tossiu Zoraida.

― Fala logo Zoraida. – gritou Angelique.

― Ucker estava atrás dela, acho que eles estão juntos.

Angelique estava dando pulinhos de alegria e falando repetidamente “que tinha razão” em tudo que disse, ela sempre tem razão essa é a parte mais engraçada de toda essa viagem. Mas não pude deixar de notar que Diego e Poncho se entreolharam preocupados.

― O que foi? – indaguei, próxima a Poncho.

― Nada, é só que não é muito comum de Ucker essas atitude bipolares. – disse, em tom preocupado.

― Mas não é nada para se preocupar. – acrescentou Diego, numa tentativa falha de me relaxar.

― Porque tenho o pressentimento de que talvez isso seja ruim e não tão feliz como Angelique pensa que é.

DULCE MARIA

Parecia um sonho, encontro-me montada nas costas de Christopher dentro da piscina que passou de gelada a quente depois do toque dos nossos corpos. Já brincamos tanto, que nem parece as mesmas pessoas que horas atrás. Estava literalmente esquecendo de tudo até o som de retorno para o hotel tocar.

― Porque está com essa cara? – perguntou Christopher, vestindo-se.

― Só estou pensativa sobre o que vai acontecer a partir de agora? – o encarei, após vestir o vestido, meus cabelos ainda pingavam agua.

Christopher franziu o cenho deixando-me ainda mais insegura.

― Nada. – deu de ombros, abrindo a porta do bangalô. ― Tudo normal.

Forcei um sorriso mordiscando o lábio inferior para não chorar, como você pode esperar algo mais Dulce? Isso também fazia parte da lista, uma noite e nada mais. Isso era para ser uma noite e não o início de um dia inteiro e hoje ainda não é o último dia da viagem, a burrada não poderia ser maior.

― Claro. – foi tudo que disse, ao sairmos em direção ao encontro das vans.

Não chegamos juntos, Christopher caminhava bem mais perto e parecia essa a intenção, já que ele usou outro caminho para ir até a van o que acabou por chegarmos em horários e por estradas diferentes. Na van todo mundo silenciou, ninguém falava nada e tudo que eu desejo era um quarto – mas não qualquer quarto – meu quarto.

― Fala logo o que aconteceu! – gritou Angelique, parecendo bastante animada ao pular nada cama.

― Não estou entendendo.

― Não faz-se de desentendida Dulce, sabiamos que estava com ele. – acrescentou Maitê.

― Com ele quem? – perguntei, deitando-me na cama, ligando a televisão afim de achar uma distração.

― Tá tudo bem, não quer contar não conta. 

Angelique levantou-se saindo do quarto, deixando-me sozinha com Anahí, uma vez que Maitê não desgrudava mais do Christian. Anahí tratou logo de trancar a porta e a minha armadura caiu, desabei a chorar em um pranto que parecia criança quando é assaltada do pirulito.

― Não acredito que você deixou isso acontecer Dulce. – dizia Anahí, abraçando-me.

― Foi tão perfeito, parecia tão surreal, mas depois buuh..

― Depois o que? O que ele disse? – disse, afastando-se olhando nos meus olhos.

― Ele agiu como se não tivesse acontecido nada, e o pior de tudo, eu gosto dele, gosto de verdade.

― Isso não é novidade amiga, todo mundo, até os monitores sabem disso, é nítido nesses seus olhos escuros que brilham mais que a lua quando ele está próximo. – dizia Anahí, mexendo nos meus cabelos.

― Só não consigo entender porque não lembrei disso, na hora eu estava muito segura Annie, não me arrependo, doeu, não é algo tão prazeroso. – disse entre risos. ― Mas, fica bom depois.

Anahí escondeu-se com vergonha e joguei uma almofada.

― Mas tem algo estranho. – disse, em um tom mais serio. ― Diego e Poncho ficaram super preocupados quando Zoraida mencionou que ele estava a sua procura.

― Claro, não é muito comum da parte dele está a minha procura.

― Exato. – levantou-se, andando um lado pro outro. ― É melhor você se afastar, de toda forma, é isso que tem na lista: nunca mais vê-lo.

― Difícil quando ele é da equipe, mas eu juro. – levantei a mão direita. ― Que está tudo bem, e que se não estiver irá ficar na festa de hoje à noite.

Nos abraçamos e depois abrimos a porta para que as meninas não percebessem. A festa da noite era a White Party uma festa exclusiva da forma, e não preciso dizer que era todo mundo de branco e hoje estou decidida a não dar trela a Christopher. Vesti como se fosse atacar uma presa, e como diria Angelique senão estivesse apaixonada pelo o Diego – os baianos que me aguardem.

― Ual, hoje, é hoje. – brincou Maitê.

― Claro May, porque hoje não é ontem. – zombou Eddy, já na praça do hotel.

O jogo de luz em meio a toda essa gente de roupa branca era surreal o efeito que causava, comecei com uma mistura de Jager, Rumple Minze e Bacardi 151 que desceu trincando tudo, mas que um só não foi suficiente.

― Preciso arrumar novas parceiras.

― Dulce, Dulce, cuidado. – disse Sebastian.

― Claro, todas namorando agora, deu ruim hein.

― Isso nem de longe parece Porto. – brincou Christian, que acabou por levar um tapa de Maitê, mas logo a puxou e a beijou.

― Viu! – revirei os olhos.

Depois de algumas horas comecei a dançar e tentar aproximar-se com uma turma próxima a nossa, que estava bem mais divertida do que essa antiga boa galera que vim para Porto. Logo fiquei entrei dois homens deliciosos, que acariciavam a minha cintura e outro beijava o meu pescoço e riamos juntos. Não queria ficar com ninguém aquela noite, apenas beber e me divertir. Porque eu só preciso de mim, e de mais ninguém.

― Dulce, lembra que hoje são três festas. – pediu Alessandra.

― É cara, lembra que hoje são três festas. – disse Poncho a Christopher, que bebia mais que eu.

― Fiquei com confusa. – disse Anahí, observando a situação.

― Controle-se Ucker. – disse Poncho, tirando o copo da mão de Christopher.

― Vai pra por/ra Poncho! Que cara/lho! – esbravejou Christopher, distanciando.

― Merda! – disse Poncho, fazendo um sinal para Diego.

― Dá pra você me explicar, o que está acontecendo. – pediu Anahí.

Yasmin logo anunciou que daqui a duas horas a van sairia para a balada universitária no Beat Beach e como a nossa a turma havia combinado de participar das duas festas, obviamente não demoraríamos aqui no hotel. Você tem várias opções de ingressos, mas desde do grupo do WhatsApp que havíamos combinado de aproveitar tudo que Porto pudesse nos oferecer, mas o que não esperávamos era que todos se encantassem e amarrassem seus burros assim.

― Vou subir, para trocar essa roupa logo, nem de longe vou de branco. – brinquei, já cambaleando.

― Isso, isso que está acontecendo Annie. – afirmou Poncho, após ver Christopher jogar o copo e sair atrás de Dulce.

― Aonde ele vai? – perguntou Anahí nervosa.

― Diego! – gritou Poncho.