CAPITULO 18 ― A minha presa

Estávamos deitados na sua cama, ele parecia mais calmo e isso me acalmou também. Olhei rápido para o relógio e faltavam trinta minutos para a saída da van a balada.

― Preciso ir me trocar. – disse, levantando-me rápido, mas Christopher puxou-me de novo, fazendo-me sentar na cama.

― Será minha acompanhante hoje. – disse, em tom de ordem. ― Ninguém mais, espere me vestir.

― O que você quer dizer com minha acompanhante?

― Isso mesmo que você pensou. – Christopher já estava de pé, abrindo a porta do quarto para sairmos. ― Você é minha agora Dulce, de mais ninguém, ninguém. – frisou.

Saímos em direção ao meu quarto e não tive tempo de digerir isso. Christopher esperava dentro do quarto, enquanto trocava de roupa e tentava limpar a maquiagem borrada pelas as lagrimas agora a pouco. Sei que não deveria dá essa moral a ele, que deveria dispensa-lo e colocá-lo no seu devido lugar, mas interiormente ele já encontrava-se no seu devido lugar, uma luta constante entre a razão e a emoção começou dentro de mim e isso não era nada bom.

― Pronto vamos. – disse terminando de passar o batom.

― Você está linda. – olhava-me com aqueles olhos mel, sorrindo delirantemente sensual, mexendo internamente com os meus instintos quase incontroláveis.

Ao saímos do quarto ainda no corredor, Christopher surpreendeu-me pegando as minhas mãos e apertando forte. No elevador por pouco ele não quebrou a cara de um moço que estava ao nosso lado, porque segundo ele o cara estava mas/turbando-se ao olhar para a minhas pernas. Estava contente mas um pouco insegura de tudo que estava acontecendo, lembrei do conselho de Anahí sobre me afastar, mas é nítido que é mais forte do que eu possa controlar.

No hall do hotel todos olhavam assustados ao notar Christopher andando de mãos dadas comigo, Anahí tinha uma preocupação no olhar – a mesma preocupada que Diego e Poncho tinham, Angelique estava contente e os monitores assustados.

― Porque está tão composta? – perguntou Angelique, ao me ver com uma calça legging preta e um cropped preto de tarja.

Não precisei dizer muito, Christopher soltou-lhe um sorriso irônico explicando o motivo de estar tão composta o que causou ainda mais estranheza em Angelique. Jack aproximou-se e sussurrou um nome desconhecido e indecifrável no ouvido de Christopher, que o deixou estranho e arrepiado imediatamente, apertando com toda a força a minha mão.

― O que ele disse? – indaguei curiosa.

― Nada demais, vamos. – sorriu, quer dizer, ele forçou um sorriso.

Seguimos em direção a Balada Universitária, o grupo estava contente por finalmente Christopher e eu estarmos bem e sem brigas.

― Dulce, vamos ao banheiro comigo? – chamou Anahí, depois de quase duas horas de festa.

Antes que pudesse responder Christopher me puxou, em negação, Anahí entendeu o recado. E era assim que encontrávamo-nos, Christopher não me largou um segundo sequer desde a hora que chegamos na balada, nem mesmo para que eu fosse ao banheiro com as meninas. A bebida estava devidamente controlada, senti-me como se estivesse saindo com o meu próprio irmão.

― Não posso deixa-la ir sozinha Ucker. – pedi.

― Tudo bem, eu vou junto. – sorriu, caminhando atrás de Anahí que assustou-se ao perceber a nossa presença.

E assim fomos, o banheiro feminino ele ficou a nossa espera lá fora com o Poncho que também acabou fazendo questão de acompanhar, Anahí resmungava o tempo inteiro dentro do banheiro que não imaginou que eu fosse ser uma submissa logo dele, e eu sabia que estava irritada por tudo que aconteceu nesse dia tão extenso.

― Não inventa Annie, o Poncho também está lá fora.

― Mas o Poncho está lá fora por causa do Christopher, não por minha causa.

― O que quer dizer com siso? – questionei confusa, saindo do banheiro.

Um homem puxou o meu braço, mas logo tratei de largar, porque balada é assim, tem homens por todo canto querendo lhe agarrar, mas não tão inexperiente, mas Christopher não entendia disso quando acabara de depositar um murro no rosto do homem.

― Droga. – murmurou Poncho, que não se demorou para puxar Christopher e tira-lo dali, Christopher tratou de puxar-me rápido pelo o braço e por pouco não cai do salto em meio àquela multidão.

Jack e Karla que estavam no pub ao lado pareciam espantados com a situação e agora consigo entender o que que Anahí quis dizer no banheiro.

― Porque bateu naquele homem? – gritei, estressada com o ocorrido. ― Ele pode vir atrás de você e estragar a nossa festa Ucker.

― Como se ele se importasse com isso. – disse Jack entre-risos.

― Foi fofo gente. – disse Alessandra, e encarei enfurecida. ― Calei-me.

Estava todo mundo estranhando a atitude dele, mas ele permanecia calado virado para o pub, virando um copo atrás do outro.

― Estou falando com você. – esbravejei.

― Estou ficando preocupada. – dizia Maitê do outro lado pub. ― Ele se transformou.

― Obvio está apaixonado. – comentou Christian, bem tranquilo.

Distante dali os amigos afastaram-se para que eu pudesse finalmente conversar com Christopher.

― Tenho medo disso. – comenta Diego ao longe.

― Porque essa preocupação toda? – disse Angelique, já embriagada. ― Foi só um murrinho.

― Ele está completamente descontrolado. – gritava Poncho, emputecido com o amigo e por isso Christopher estava distante de todos. ― Que por/ra Ucker, você tem que parar de brigar.

― Poncho, deixa eu falar com ele.

― Não adianta Dulce, ele não escuta ninguém. – dizia Poncho, andando de um lado pro outro, Anahí tentou se aproximar, mas não conseguiu.

― Ihh gente. – murmurou Angelique.

― Fica quieta Angel. – pedia Diego.

― Vem, vamos embora. – disse Christopher, puxando-me pelo braço.

Já estava insuportável ver ele me puxando o tempo inteiro de um lado outro como se eu fosse uma boneca. Mas não disse nada, ele estava com álcool no sangue e a briga já havia deixando-o muito estressado. Estava apenas com três horas de festa e eu já estava indo embora, inacreditável, obvio que fiquei irritada e ele provavelmente percebeu quando chegamos na van.

― Já querem ir? – perguntou Caíque, estranhando.

― Dulce está passando mal. – mentiu Christopher, usando poucas palavras.

― Você mente muito mal cara. – brincou Vitor, assustando-me quando apareceu na porta da van. ― Ciúmes?

― Como sabe? – perguntei curiosa.

― Porque ele está ofegante demais e te esconde como se fosse uma joia.

Só agora percebi que Christopher está completamente a minha frente e segurando minha mão com toda a sua força, como se de fato estivesse me prendendo.

― Isso não é da sua conta, vamos logo. – disse Christopher.

― Viu, ciúmes. – Vitor ria e foi impossível não rir também.

― Não provoca Vitor, vamos logo, levar os garotos. – disse Caíque.

Vitor estava prestes a subir na van quando Pamela apareceu ofegante.

― Que foi Pamela? – questionou Vitor.

― Encontrei com a garotada, falaram que Uckermann arrumou uma confusão, mas não está por lá.

Vitor não se demorou e abriu a porta da van. Pamela encarou-nos aliviada.

― Graças a Deus. – murmurou Pamela.

― Então quer dizer que bateu no carinha? – perguntou Vitor. ― Esse é dos meus.

― Não é certo instigar esse tipo de atitude Vitor. – repreendeu Pamela.

― Será que podemos ir nesse car/alho? – perguntou Christopher já irritadiço.

― Vão, vão rápido. – Pamela riu, despedindo-se.

Chegamos ao hotel, e durante todo o trajeto Christopher por pouco não dormiu no meu ombro e tudo que eu queria era esgana-lo por estarmos indo embora, enquanto todos os nossos amigos estão se divertindo.

― Bom, vou dormir. – disse, já no corredor.

― Exato, comigo. – disse abrindo a porta do quarto.

― Mas os meninos Ucker, eles já estão irritados demais.

― Eles se viram Dulce, entra logo, me ajuda a te ajudar.

― Não já chega disso! – gritei. ― Você fez aquele show, e agora quer...

Ele beijou-me antes que pudéssemos continuar, e só depois percebi que já estávamos dentro do quarto dele, com a merda da porta trancada como sempre.