Fanfic: Porto Seguro | Tema: Vondy; Ponny; Chaverroni

CAPITULO 2 — Os Paulistas

Annie e Angel rapidamente começaram a se arrumar na frente do vidro da sala de embarque. Ao contrário da equipe de Goiânia que só tinha o Christian de homem, a equipe de Campinas só tinha a Karla de mulher, o resto era tudo homem. Karla foi uma das primeiras a falar com todo mundo, olhos verdes e cabelos ruivos, sotaque puxado de paulista, parecia uma modelo. Christian logo agarrou na cintura da moça, deixando a marca do goiano ali mesmo. Quem não fez uma cara muito boa foi Maitê, eles vieram o voo todo de papo um com outro né. Mas estamos em Porto, nem combina isso de romance aqui.

— Uai, quanto moço bonito Annie! – disse Angelique. — Pena que tudo novinho.

— E desde quando tu gostas de homem mais velho Angel? – perguntou Anahí.

— Desde que completei dezoito anos. – brincou Angelique.

— Parece que todos têm olho claro gente, que humilhação sô! – disse observando os meninos aproximarem.

— Nem todos Dulce. – disse Christophr, o único que não tinha olhos claros, seus olhos eram um mel escuro que mesclava com seu cabelo castanho escuro. A barba com cavanhaque, o tom de voz grossa lhe dava uma idade a mais. — Tudo bom? – perguntou, abraçando-me em cumprimento.

— É, parece que nem todos mesmo. – ri, sem graça. — Bão demais da conta.

— Ah esse sotaque goiano dá hora, que me deixa louco. – disse Jack abraçando-me.

— Vai devagar man, assusta as minas assim. – disse Diego, sorrindo.

As apresentações prosseguiram. Alfonso ou Poncho, tinha os olhos verdes, cabelos pretos e diria que uns dois metros de altura. Na verdade, eu com meus 1,57 de altura me senti a verdadeira anã perto de tanto homem alto assim. Todos aparentavam ter bem mais de dezoito anos, mas todos bem extrovertidos. O Eddy parecia ser o mais sério, talvez, por ser de outro colégio. Ao que entendi Diego, Christopher, Poncho e Jack estudam no Dom Barreto aqui em Campinas, Eddy e Karla no Anglo. Essa é uma das magias de Porto, a mistura até mesmo da própria região.

— Então, vamos fazer mamãe mandou para quem ver quem fica com quem? – disse Angelique.

— Eu prefiro conhecer gente lá. – disse Maitê.

— Não é o que parece May! – provou Anahí.

— Nem começa Annie, to falando sério.

— Sem estresse meninas, Porto deve ter muito guri bonito. – disse Zoraida.

— E mais velhos também. – acrescentou Angelique.

— Mas aquele 1% é vagabundo... – cantarolava enquanto elas comentavam sobre os homens paulistas.

— Sua música Dul? – perguntou Christian.

Escondi minha mão com o rosto assim que a galera começou a gritar “Ehhh”. Christian me paga por essa.

— Não respondeu à pergunta Saviñón. – disse Eddy, encarando-me com aqueles olhos verdes.

Ao que percebi ele tem mania de chamar quase todo mundo pelo sobrenome, diferente. Neguei com o dedo envergonhada, uai que moço esc/roto, como ele pode querer se certificar de que essa música é minha. Ele está pensando o que ao meu respeito sô! Num dô conta desses atrevimentos. As meninas começaram a rir, com a provocação. Mas eu fiquei quieta.

Diego conversava com Maitê sobre o sonho de fazer medicina na Unicamp, enquanto Christian puxava o saco da Karla. Parece que ele é dos meus, também não tinha muito interesse em conterrâneas. Depois de algumas horas esperando, os cariocas chegaram para finalmente fazermos o check-in. Sebastian, moço de Macaé ao que percebi o único moreno da turma com cabelos pretos e olhos escuros, uns lábios carnudos que chega arrepiou a lombar e uma altura considerável.

— Aprovado! – brincou Anahí. — Aprovado! Esse pode hein, esse carioca, um tantinho longe.

— Para com isso Annie, não me mata mais de vergonha uai.

— Inté parece que você é tímida assim, dona Saviñón. – provocou Anahí, imitando o sotaque do Eddy a poucas horas.

Sebastian cumprimentou todo mundo, o sotaque bonito sô! A Alessandra, a única dos cabelos coloridos do grupo de meninas e eu diria que a mais alta também, dona dos olhos verdes claros falava com todo mundo. Olhei para Christian de imediato, e cês não sabem o que ele fez, largou a Karla e já foi puxar o saco da carioca. Uai, meu filho, decida-se.

— Galera, um minuto da atenção de vocês. – pediu Jean, um dos monitores. — Preciso que todos se certifiquem de que estão com os documentos originais em mãos, temos apenas trinta minutos para fazer o check-in então, quanto mais rápido melhor.

— Bom para facilitar, chamarei em ordem alfabética e peço a colaboração de vocês na organização da fila, ok? – acrescentou Caíque.

Todos assentiram que sim.

— Eu acho que vou ficar com os monitores. – disse Angelique.

— Estava esperando por esse comentário Angel. – disse negando com a cabeça.

— Uai, quanto monitor bonito, e eles nem devem ser tão velhos.

— Uai, achei que queria um coroa de uns 45 anos. – brincou Anahí.

— Bem, vamos começar. – disse Vitor, com a pasta nas mãos. — Anahí Portilla. – à medida que chamava a fila de organizava. — Angelique Boyer; Alessandra Casavieja; Alfonso Herrera; Christian Chavez; Christopher Uckermann; Diego González; Dulce Maria; Eddy Vilard; Jack Duarte; Karla Cossío; Maitê Perroni, Sebastian Narváez e por último, Zoraida Gomez.

O check-in foi rápido, a organização da viagem era completa mesmo. Eu cheguei a duvidar quando vi a quantidade de alunos na sala de embarque. Mas, com oito monitores para cada corredor, certamente era impossível que não houvesse uma organização. Seguimos em direção a fila de embarque.

— Porto todo dia! – gritou Yasmin e todos gritaram junto com ela.

Senti os pelos do meu braço arrepiar com tamanha emoção. Depois de tanta luta para finalmente ir para essa viagem, estava mais próximo do que nunca.

— Porque essa cara? – perguntei a Maitê, que estava sentada ao meu lado esquerdo.

— Nada, uai.

— Te conheço May, que que houve? Chateou com o Chris?

— Hum, e já é Chris?

— Sem ciúmes hein, comigo não. – brinquei.

— Não tem nada a ver Dul, deixa de trela errada.

— Tão tá bão, se não quer falar, não vou insistir. – dei de ombros, encostando-me na cadeira fechando os olhos.

— Coé, estamos indo para Porto, tu não vais dormir agora né? – tomei um susto com o Sebastian falando comigo, ele estava sentando ao meu lado direito.

— Oh tem dó, tô acordada desde as oito da manhã, a conexão em Campinas quebrou comigo. – sorri.

— Então, não vai curtir a night hoje?

Desviei o olhar tão rápido quanto um flash de uma câmera, que mania que esses moços têm de olhar no fundo dos olhos enquanto conversa com a gente. Por Deus, não tem coração e carne que aguente não.

— Ocê ainda dúvidas? Essa daí não perde uma. – intrometeu-se Maitê.

— Desse jeito cê me coloca em uma situação custosa, né dona Maitê. – brinquei, e senti meu rosto corar.

Uma hora dentro do avião e eu já estava impaciente. Sebastian engatou em um papo longo com o Poncho, que nem me ousei tentar fazer parte. Maitê cochilava do meu lado, e o que me restava? Meu bom sertanejo. Observando o avião, Zoraida estava com a cabeça deitada no ombro do Diego, e a Angelique fazia planos com a Karla do que iriam aprontar na festa de hoje à noite.

— Nunca me senti assim, eu gosto de você e você gosta de mim... – cantarolava.

— Um mais um é dois, casou certin... – ouvi alguém completar a música ao fundo.

Inclinei o pescoço e o Christopher que estava sentado entre a Zoraida que dormia e a Angelique que planejava suas bebedeiras com a Karla, sobrando pobre coitado.

— Então curte sertanejo? – perguntei, ainda meio ajoelhada.

— É bom, não escuto muito, mas é bom. – respondeu, com um sorriso de ponta a ponta.

— Af, pelo jeito sou a única viciada no sertanejo aqui uai. Até o próprio Christian, curte o funk, cê credita nisso?

Christopher começou a rir passando a mão na barba, oh homem bonito sinhôr! Ele tinha pinta de homem mais sério, diferente dos meninos, ele tinha limites nas brincadeiras – só para o leitor tentar sentir a pressão, a voz dele parecia a voz do Bruno, cantor da banda malta.

— Que foi?

— Nada, - deu de ombros. — Seu sotaque é o mais puxado também, uai. – imitou-me.

Revirei os olhos, e sentei-me de volta no meu lugar.