Fanfic: Porto Seguro | Tema: Vondy; Ponny; Chaverroni

CHRISTOPHER UCKERMANN

— Sabe o que eu desejo Ucker? – gritou Poncho.

E foi impossível deixar de notar que Diego não parava de olhar para o relógio e batia o pé no chão impaciente.

— Que Dulce arranje alguém para ser o pai que o filho dela merece, porque registro no papel é muito fácil, você deveria suportar as consequências.

— Já chega dessa ladainha Poncho, não fale besteiras.

— Besteira por/ra? Eu te avisei, quantas vezes eu te avisei Ucker?

E as imagens passavam na minha mente como um dvd, todos os dias ao acordar Poncho sempre pedia que não implicasse com Dulce, que não se aproximasse dela, que tentassem ser amigos que ele já viu aquela história, e viu como tudo terminou. É o meu melhor amigo, me conhece desde que me entendo por gente, ele sabia o que estava dizendo, mas a gente sempre acha que mudou, sempre acha que tem o controle das coisas.

— Eu te implorei para que você não fizesse o que eu estava pensando em fazer, era nítido que Dulce era inocente nesse quesito e o que aconteceu? Parece que só lhe instigou mais.

Os meus pais olhavam confusos, mas é que eles não me conhecem tanto quanto o Poncho, antigamente meninas virgens me instigavam mesmo, a conquista, a inocência me deixava cheio de adrenalina, mas tudo uma hora precisa de limite. Mas o meu limite chegou da pior forma possível, que não vale contar agora, e bom, desde aquela época que decidi não ficar com meninas inexperientes e comecei a procurar por mulheres mais velhas, mulheres que não trariam problemas, ao menos não tão intensos quanto as outras traziam.

— O que é que você quer que eu faça Poncho? – gritei, derrubando o vaso que tinha sobre o centro da sala.

— Que diga ao menos que vai cuidar do filho de vocês, que vai se fazer presente, não precisa prometer ficar com ela, porque acho que nem a própria Dulce quer isso.

E aquilo me incomodou, saber que Dulce não tinha planos de ficar comigo, que ela não me desejava mais deixou-me triste e confuso, não que a tivesse como segurança de que qualquer hora poderia voltar que ela estaria comigo, mas não sei.

— Ela confessou hoje de manhã. – acrescentou Diego.

Fomos interrompidos com o celular de Poncho tocando e pela imagem que aparece na tela é o Eddy, Poncho atendeu e fez questão de colocar no viva-voz.

— Poncho, cadê vocês? – perguntou Eddy. — Estamos de saída para o aeroporto, vocês vão?

E não falaram mais nada, Poncho tirou o celular do viva-voz pediu desculpas aos meus pais e saiu da minha casa, puto comigo e sem exigir que eu fosse, o que me surpreendeu. Minhas pernas perderam as forças depois daquela discussão, e foi a primeira vez que cai no sofá sentindo-me literalmente perdido.

DULCE MARIA

Derrick estava irritado não queria esperar pelo o Diego e pelo o Poncho, e achou desnecessário que todos nos acompanhassem até o aeroporto, mas pedi que eles se controlassem que eles eram meus amigos agora. Não demorou muito avistamos Diego e Poncho correndo em direção ao taxi, confesso que nutria a esperança de ele estar juntos, dele vir ao meu encontro, dele falar qualquer coisa que fosse e que me fizesse acreditar ou que plantasse uma esperança de que tudo poderia mudar, de que poderíamos ficar juntos em um futuro próximo ou que somente ele ficasse perto do nosso filho. Criar um filho sem pai nunca esteve nos meus planos, sei que não faltará nada, desde a criação ao financeiro, mas todo filho sente quem é o pai, todo filho precisa do pai e não pretendia esconder ou dizer que morreu quando meu filho tivesse idade para entender. Sei que é cedo para pensar nisso, mas sou jovem e penso em tudo ao mesmo tempo e as vezes penso em nada, porque se tivesse pensando em tudo mesmo não teria feito a besteira que fiz em Porto Seguro e teria ouvido mais a Maitê com aqueles contos românticos de que isso é mesmo uma preciosidade feminina. Despedimos de todos no aeroporto sem promessas de quando iríamos nos rever novamente, a minha volta a Campinas não estava programa e nem nos meus planos, então isso seria algo que demoraria. Talvez visse o Diego porque pela a saudade que ele diz sentir da Angel, ele cometa uma loucura, mas o resto só posso dizer que sentirei muitas saudades. A volta para Goiânia foi bem mais tranquila do que a ida para Campinas, talvez porque agora sim estava tudo esclarecido, tudo resolvido, a viagem teve seus lados bons e ruins.

— Graças a Deus. – disse Blanca, abraçando-me aflita.

— O vôo atrasou um pouco, mas nada de espantoso. – disse Derrick.

O meu pai estava ali emocionado ao reparar melhor na minha barriga já mais saliente e sorri, sorri porque agora sim estava segura e em casa.

— O meu bebê agora não é mais tão bebê. – disse, ao abraçar-me.

E Christian gargalhou alto, inconveniente como sempre, mas acabou que todos riram. A expressão de tranquilidade no rosto de Blanca era inexplicável, sei disso porque antes quando estávamos tentando esconder o papai essa história, ela era aflita o tempo inteiro. Ela e o papai sempre foram um casal exemplar, faziam tudo junto, confiavam e contavam um no outro sempre. E era a primeira vez que ela enfrentava um problema sozinha. Derrick permaneceu em silencio todo o trajeto o seu rosto tinha uma culpa e conheço o meu irmão, não está contente com tudo que fez – e talvez até arrependido.

— Serei a melhor tia de todas. – gritou Nina, que veio ao meu abraço assim que adentramos a sala do nosso lar.

Respirei aliviada por finalmente toda essa confusão ter acabado.

**

Ir ao colégio era o momento mais torturando do meu dia, Goiânia não estava na sua época mais fria e mesmo assim eu andava com um moletom com o objetivo de cobrir a minha barriga e vinha dando certo, a sorte de estar ainda no 2º mês de gestação, mas bom, estava pilhada com medo do que todos iriam pensar. Todos perguntariam pelo o pai e não saberia o que dizer, apesar das fotos de Porto terem sido as mais comentadas na sala de aula.

— Finalmente estamos nas últimas provas. – comemorei, sentando no nosso antigo banco da praça.

— Sentirei falta desse lugar. – disse Maitê, em tom nostálgico.

— Não May, você só pode ser louca. – brincou Angelique.

— Feliz que a notícia não tenha se espalhado.

— Vi que adicionou suas cunhadas nas redes sociais, dá me dizer o que pretende com isso? – questionou Anahí e fiquei desconfortável.

— Anda me vigiando agora é dona Annie? – perguntei entre risos.

— Vi que deletou Ucker também e até saiu do grupo, não acha que exagerou? – prosseguia Anahí.

— Pode parecer qualquer coisa, inclusive maturidade, mas não me importo, tudo que eu quero é distância.

— Não acha isso agora é um tanto impossível, está carregando um filho dele. – disse Maitê.

— Tenho planos para isso, meu filho não sentirá falta do pai.

— Não seja um inconsequente igual a muitas mulheres por aí Dulce. – pediu Angelique.

E todas nós rimos, porque era engraçado a Angelique falar sobre inconsequência.