Fanfic: Porto Seguro | Tema: Vondy; Ponny; Chaverroni

CHRISTOPHER UCKERMANN

E novembro passou rápido, rápido mais intenso. Andava nervoso e todos estavam notando isso, inclusive meus pais. Eles acreditavam que era por causa das ameaçavas que vinham sofrendo da Belinda depois que finalmente criei coragem para terminar aquilo que já não tínhamos há meses. Toda Campina acabou sabendo do nosso relacionamento, o que fez dona Marie brigar comigo por uma semana inteira.

— A essa hora Belinda deve estar recebendo uma ação judicial. – disse Victor, essa foi a única solução que o papai encontrou para manter Belinda distante da nossa família, especialmente de mim.

— Não que eu ache que vá adiantar muita coisa, mas não custa tenta. – dei de ombros.

— Ela é advogada mais não é dona das leis do país meu filho.

— Mas possui muita influência, e o senhor sabe disso.

Ouvi novembro inteiro todos comentando sobre o suposto Natal Friends que aconteceria em Goiânia, fiquei intrigado por não optarem por ser em Campinas, mas, por causa das condições de Dulce a decisão foi tomada e o Natal Friends aconteceria lá, todos comentavam o que fazer, o que levar menos eu, por que até agora sequer fui incluso no grupo e me senti traído pelos meus amigos, mas não podia brigar ou ficar chateado eles me avisaram que isso aconteceria em agosto.

— Puta merda, isso não vai dá certo, eu não vou. – dizia, andando de um lado para o outro na sala da casa do Poncho.

— Qual foi Ucker? Vai perder a coragem agora? – perguntou Diego.

— Não vou cara, vou estragar o natal dela e ela me odiará ainda mais.

— É por isso que estamos indo dois dias antes, só por garantia. – acrescentou Poncho.

Todos meus amigos estavam apoiando-me com a ideia, quer dizer, pareciam até mais satisfeitos comigo, mas próximos.

— Não sei.

— Que não sabe por/ra. – esbravejou Poncho. — Viajaremos esta madrugada e você com história de não sabe.

— É melhor não dá para trás agora. – pediu Diego.

E chegou. O grande dia chegou, estamos a caminho de Goiânia. Minha família estava tão contente que por pouco não pegaram um voo para Goiânia também. Havíamos planejado tudo para estar noite mesmo, porque caso Dulce não quisesse olhar na minha cara ou estivesse irredutível eu viria embora, não era essa a decisão que tomamos em Campinas, mas foi essa decisão que acabei de tomar aqui dentro desse avião. Os meninos ficariam no apartamento de Zoraida por ser mais e por seus tios estarem em Porto Alegre e eu? Iria para o apartamento do Christian, onde Anahí – que por muito não me ajudou, passei um mês tentando fazer que ela confiasse em mim, para que o plano desse certo – levaria Dulce para lá, com uma desculpa qualquer.

— Boa Sorte. – disse Christian, saindo do apartamento.

Estava tudo pronto, as meninas organizaram tudo do jeito que ela supostamente gosta. Até a música do fundo colocaram, mas não me demorei a desligar, andava de um lado para o outro sem fazer a menor ideia do que dizer, planejei tudo menos um texto porque nunca fui um bom romântico. O apartamento do Christian era um cubículo, mas muito bem decorado para um homem que mora sozinho, mas nem mesmo os quadros do Bob Marley na parede acalmava-me.

— Esqueci de pegar as caixas na portaria. – ouvi a voz de Anahí no corredor.

— Como assim uai, acabamos de chegar de lá..– e a voz dela deu eco no meu coração, senti-la tão próxima deixou minhas mãos úmidas, meus lábios e garganta secaram e não era possível que fosse perder a voz agora.

— Deveria, vai tocando... – brincou Anahí — Volto já, se ele estiver no banho espera um pouco.

Essa era a parte do plano que me deixou nervoso, Annie disse que Dulce andava impaciente e que não esperaria por ela e que... a campainha tocou, tocou três vezes e era possível notar atrás da porta, ela batendo o pé no chão, não seja tolo, não vá deixa-la estressada isso pode piorar as coisas. Abri a porta e senti meu coração parar de pulsar por míseros milésimos de segundo quando vi Dulce com aquela barriga tão saliente, ela estava com 4 meses pelos meus cálculos, seus cabelos estavam bem maiores e bastante ondulados. Aqueles olhos pretos olharam-me rapidamente surpresos e ela inclinou-se olhando para o corredor, provavelmente a procura de Annie e minhas pernas tremiam, tremiam muito e nunca tive essa sensação estando próximo de alguém antes.

— Entre. – pedi, foi tudo que consegui dizer com a voz entrecortada.

— Mas. – engoliu seco. — Eu vou embora!

E a confusão parecia está começando, ninguém disse que seria fácil. A puxei pelo braço impedindo de dar mais um passo, ainda tinha forças para mantê-la perto eu acho.

— Fique. – pedi, a encarando nos olhos. — Por favor, pelo nosso filho.

A surpresa nítida nos olhos dela por ouvir “nosso filho”, seus olhos marejaram, mas ela mordiscou os lábios por provavelmente não querer chorar, essa é a Dulce que conheci em Porto. Era possível sentir seu pulso aumentar ao segurar meu braço, os seios que estavam grandes subiam e desciam incontrolavelmente. E a soltei esperando uma resposta, mas a forçaria a ficar se não quisesse, mas não a deixaria ir senão tentar. Dei passagem e ela entrou para a calmar meu coração na sala do minúsculo apartamento do Christian.

— Espero que o cheiro forte da mistura de alimentos não a deixe enjoada.

Droga, que merda foi essa?! Mas precisava quebrar o silencio.

— Não. – disse monossilábica. — Já tem 1 mês que não fico enjoada.

Obvio, você saberia disso Christopher se mantivesse contato com ela, e a situação só piorava. Dulce nunca foi tão fria quanto agora, nem mesmo quando esteve na minha casa, aquele dia ela estava vulnerável e hoje me parece tão segura, tão mulher, e está tão linda gravida que mal consigo achar um elogio para ela neste momento. Ela olhava para a decoração da mesa, com rosa e um abajur que tinha uma semelhança com uma vela, Christian ficou com medo que brigássemos e acabássemos tocando fogo no apartamento então...  Mas ela não falava nada, e continuava sem saber o que dizer, queria beija-la seus lábios estavam rosados e sua pele perfeitamente hidratada.

— Desculpas. – comecei pela a única maneira que parecia certa. — Desculpas por ter sido o canalha e covarde que fui ao te deixar ir embora de Campinas sem te dar nenhuma segurança, desculpa por ter mentindo sobre quem eu era, por ter... – respirei fundo, e ela me olhava sem desviar e aquilo estava me matando. — Por não ter falado sobre Belinda, por ter deixado você pensar que era um homem livre, não que eu não seja, porque eu sou agora...

E a minhas palavras já se embolavam sozinha.

— Não fui atrás de você no dia seguinte que esteve em Campinas por não saber exatamente o que dizer, na verdade achei que você precisaria de atitudes e não de meras palavras. Sei que estava nervosa com a situação, mas acredite eu estava mais, a ideia de ser pai me espantou, surtei meses depois e se duvidas pergunta a todo mundo.

Dulce continuava a me olhar sem expressão nenhuma no rosto e já estava quase desistindo daquilo tudo, mas já estava ali não estava? precisava continuar.

— E sei que você não quer ouvir qualquer merda de explicação sem sentido que eu tenha a dizer, então vamos ao que verdadeiramente importa. – dei a volta no balcão e retirei uma rosa de lá, e agora sim, ela umedeceu os lábios. — Dulce eu nunca me apaixonei antes por alguém assim, nunca fiz nada tão louco a esse ponto e desta vez não é porque você está gravida ou porquê todo mundo me pressionou a tomar uma atitude, porque eles pararam de fazer isso um mês depois da sua visita. – aproximei-me e ela não se afastou, e aquilo era uma resposta. — Quero o seu perdão e se for necessário reconquistarei o seu amor, porque é por isso que estou aqui hoje. – ajoelhei-me, pôr as pernas pediam por isso. — Por não conseguir lutar mais sobre o que sinto por você, você dominou a minha mente desde do maldito beijo em Porto Seguro e desde então tenho enlouquecido e tentado suprir a sua falta com qualquer merda que aparecer.

Minha mão tremia junto com a rosa e os olhos da minha menina gravida brilhavam tanto que me deram a certeza de que estava prestes a fazer a coisa certa. Tirei a caixa do bolso, e o brilho do anel tomou conta do local, anel que comprei com a ajuda do papai.

— E eu já não sei mais o que dizer, porquê nunca estive tão nervoso. – segurei sua mão, mesmo correndo risco dela soltar. — Quer casar-se comigo, ser a minha mulher, continuar a ser a minha menina...

Dulce permaneceu em silencio e não é assim que funciona, ao menos não vi isso em nenhum filme que assistir.

— Por favor. – supliquei. — Fale alguma coisa.

Dulce olhava para a porta ao ouvir passos.

— Ninguém aparecerá aqui, todos sabem desse plano. – disse, com o intuito de deixa-la mais calma.

— Não sei se posso fazer isso Christopher. – disse finalmente e sua voz estava embargada, queria chorar e por isso não conseguia falar. — Não é só assim, a vida não é não um conto de fadas em que você faz o que fez e depois me chega com tudo isso, depois de quase 5 meses sem nem mesmo saber se eu ainda estava viva...

A interrompi com um beijo. Um beijo caloroso, um beijo cheio de desejo e saudade. Pressionei as mãos entre seus cabelos e ela correspondeu, correspondeu porque desejava aquilo tanto quanto eu. Parei o beijo quando o salgado das suas lagrimas tomaram conta do beijo.

— Responda o que você quer, por favor, eu suplico.

Quero ouvir tudo que ela tenha a dizer, mas depois de ter a certeza de que ela ficará eternamente comigo, porque antes disso não consigo me concentrar em uma palavra sequer.

— Eu sempre sonhei com....

— Sim ou não Dulce. – interferi, com os nossos olhares fixos um no outro.

— Sim. – murmurou e apesar da insegurança na resposta era tudo que precisava ouvir, levantei o rosto dela e a beijei novamente.

O meu corpo entrava em chamas com a forma que nos beijávamos, queria mais, implorava por mais, dormi muitas noites com Belinda e até com outras garotas, mas nada se comparava ao que tive com ela em Porto Seguro, era estranho a sensação que sentia quando saia da cama após transar com ela, em especifico com Belinda uma vez que o nosso sexo sempre foi 100%.

— Como isso vai funcionar? – interrompeu o nosso beijo, parecia preocupada e ansiosa. — Como ficaremos juntos com você lá e eu aqui?

— Conversaremos sobre isso depois, por favor, não quero brigar com você. – acariciava seu rosto. — Não sabe o quanto estava nervoso em vir para cá, em saber como você me receberia, juro que pensei que não aceitaria.