Fanfic: Porto Seguro | Tema: Vondy; Ponny; Chaverroni

DULCE MARIA

Internamente meu coração está saltitando, mas uma parte da razão que ainda existe no meu cérebro está preocupada e mostrando-me as inúmeras chances de que isso possa vir a não dá certo, estava surpresa por estar ali com, por todas as palavras, por todos os beijos, ele saiu de Campinas até aqui com tudo planejados, recorreu aos nossos amigos para ajuda-lo e isso já me é quase uma prova suficiente de que pode sim vir a dá certo. Por pouco não aceitei, não estava lucida o suficiente estava com raiva por Anahí ter conseguido me enganar e por ele pensar que era tão fácil, mas não tenho porque esconder, adiar o que desejo desde quando o conheci, seria burrice da minha parte não arriscar quando sempre estive perdidamente apaixonada por ele. Aceitei meio relutante ainda, mas ele estava certo, não era o momento de conversamos sobre isso.

Sentamos ao redor do centro da sala do Christian onde uma mesa estava posta com um churrasco que parecia delicioso e tudo que gosto. Ele afastou-se para ligar a música ao fundo, um sertanejo universitário que a cada letra os nossos olhos se encontravam, como se as músicas falassem por nós dois no meio de todo aquele silencio.

— Quem preparou isso tudo? – perguntei curiosa.

— Acho que Maitê e Annie, não sei, apenas pedi que organizassem. – deu de ombros, obvio que eu já estava esperando demais.

— Feliz que esteja aqui. – sorri, encorajando-o.

— E bom, como está, er..

Parecia sem jeito, sem saber as palavras certas para usar, mas sabia exatamente o que ele queria perguntar.

— Estamos bem, está tudo bem, não sei ainda se é menino ou menina, porque a posição não está favorável nos últimos exames, mas sinto que é um rapazinho. – disse alisando a minha barriga.

— Espero que seja. – assustando-me. — Digo não que é uma menininha não seja bem-vinda. – corrigiu-se. — Mas, dará menos trabalho e meus cabelos não ficarão brancos tão cedo.

— Rafaela e Victoria como estão?

— Vicky está impossível, Rafaela é sempre mais calma.

— É tão interessante, Rafa ser a sua cópia fisicamente e Vicky geniosamente.

— Não é para tanto.

E rimos juntos depois de muito tempo. Depois de algumas horas conversando e conhecendo um pouco mais sobre as irmãs dele, o apartamento foi invadido por todos os pilantras dos nossos amigos. Levantamos instantemente e todos começaram a nos abraçar emocionados, os garotos faziam o maior barulho. Pareciam estar todos ansiosos para as cenas dos próximos capítulos, tão nervosos quanto estava o Christopher algumas horas atrás.

— Porque o Diego não veio? – perguntei, ao sentir falta da presença dele.

— Por causa do vestibular, ele está enlouquecido com essas provas, nem sequer vai curtir o ano novo eu acho. – respondeu Poncho.

— Angelique também viajou por causa do vestibular. – acrescentou Anahí, e todos se entreolharam.

— O papo está bom, mas preciso ir buscar o Sebastian no aeroporto. – disse Christian. — Amor organize a casa e controle os copos. – sorria e todos gargalharam.

O apartamento nunca esteve tão congestionado quanto agora. Os paulistas pareciam confusos com a afirmação de Christian em pedir que controle os copos.

— Vou tentar explicar. – disse, sentando-me no sofá.

Era um sonho estarem todos ali, Jack, Eddy, Maitê, Zoraida, Poncho, Annie, Karla, e ele, principalmente ele que me olha intensamente enquanto explicou o motivo do controle dos copos, e por pouco não me fez perder o sentido das palavras, até que ele se sentou ao meu lado do sofá enquanto Karla contava do estresse que foi a viagem até Goiânia.

Poncho e Annie conversavam como se fossem pessoas que acabara de se conhecer, não conseguia entender e ninguém tentava entender o que eles sentiam, pareciam não sentir a mesma coisa ou o grupo que fantasiou demais.

— O que pretende fazer para ceia de Natal? – perguntou Eddy.

— Não pensamos no cardápio ainda, estávamos organizando essa bendita surpresa. – respondeu Anahí.

— Senti a ironia Annie. – acrescentou Zoraida.

Christopher segurava a minha mão forte agora, como se quisesse me passar a segurança que Annie duvidava no tom de voz.

— Pensei em algo simples, sem muita firula. – disse Maitê.

— Isso é de total acordo, porque não viajei de tão longe para ficar de barriga vazia no natal. – disse Jack e todos gargalharam.

Enquanto discutíamos os comes e bebes da ceia de Natal, vi quando Christopher afastou-se ao ouvir seu telefone tocar sob o balcão, meu corpo estremeceu com a possibilidade de ser Belinda, obvio que temia por ela, ela era uma mulher mais velha e muito bonita por sinal. Ele inclina-se e tento desviar a atenção, tentando voltar ao assunto que o grupo fala. E parecendo ler meus pensamentos, ele aproximou-se e mostrou-me a tela do celular com a foto da Victoria. E estranhamente aquilo piorou a situação, porque fez-me lembrar dos meus pais, da minha família, especialmente do Derrick, o que ele vai achar disso tudo, se o papai ira concordar depois de tudo que aconteceu há três meses atrás.

— Não me parece mais tão feliz. – disse Anahí, percebendo que me afastei um pouco.

— Estou pensando no que o papai e o Ricky irão achar do pedido, não pensei neles quando aceitei. – disse, olhando para o anel no meu dedo.

— Christopher esteve na sua casa pela manhã, ou você acha mesmo que eu levantaria ás 9 da manhã por querer? – brincou Anahí.

— Explique isso direito Annie.

— Obvio que o Ucker tentaria fazer as coisas direito dessa vez, eu ordenei isso, ele conversou com seus pais pela a manhã, não garanto se o Ricky estava presente, com o tio e a tia sim.

E um sorriso resplandeceu no meu rosto automaticamente, aquele sorriso que pertencia aquele homem que anda de um lado para o outro puxando os cabelos sabe Deus lá o que sua irmã danada esteja falando ao telefone.

— Acho que tem algo a me contar. – disse aproximando-se do Christopher, quando notei que ele desligou a ligação.

— Sobre o que? Era só a Vicky...

— Não. – interrompi, segurando a mão dele. — Sobre os meus pais. – o puxei para o quarto.

— Ah claro.

E lá estava ele nervoso de novo.

— O Ricky não gostou muito, mas achou “adequado” por você está gravida. – e ri porque realmente esses são termos usados pelo o linguajar do meu irmão. — E deixou explicito, mais do que isso que não gosta de mim e que eu não tentasse conquista-lo, porque infelizmente ele não é da reconquista.

— Isso é a cara dele, mas e o papai e você?

— Seus pais ficaram contentes, seu pai disse que compreendia e que sabia o que eu passei, acho que tem algo na história dos seus pais que você e nem mesmo o brutamonte do seu irmão sabem.

— Ei, não fale assim dele, ele só quis me proteger.

— Ah claro, era melhor que não tivesse lhe deixado ir para Porto, porque é essa coisa que estou tentando fazer com Vicky mesmo faltando 2 anos.

— Ele tentou. – fiquei cabisbaixa.

— Ei, não se arrependa. – disse levantando meu rosto. — Estou aqui agora e não vou te deixar, nunca. – beijou na testa, um beijo protetor.

CHRISTOPHER UCKERMANN

Claro que omiti muita coisa da extensa conversa que tive com os pais da Dulce hoje pela a manhã, especialmente sobre as coisas que o irmão dela me disse e sobre a pressão que ele me fez também. Mas não era necessário conversamos sobre aquilo ali e agora, precisamos de um momento de paz, de um tempo juntos, nem que sejam apenas três dias. E hoje ela já sofreu emoções demais, e não posso esquecer que está gravida e mesmo estando já no 4º mês tudo é possível acontecer. A confusão ainda estava por vir, uma confusão na qual não imaginei quando planejei tudo isso, o local do casório, onde iriamos morar. Meu sogro recusou-se a deixar Dulce vir embora comigo para Campinas, e pode parecer egoísta da minha parte, mas a minha vida é em Campinas, a minha banda é em Campinas, traze-la para Goiânia seria suicido, seria como colocar mil góticos em um show sertanejo. Mas abraçado com ela agora nessa cama, tudo que quero pensar é que não vou deixa-la nunca mais.

— Preciso ir. – disse Dulce, após atender uma ligação do Derrick.

— É sério que ele está mandando você ir embora? – perguntei, inconformado.

Dulce assentiu que sim.

— Mas você é minha noiva agora, não precisa seguir as ordens do seu irmão.

— Mas ele ainda é o meu responsável quando o papai não está, só deixarei de seguir as ordens dele quando casar.

— Achei que fossemos dormir junto hoje.

— Ucker, relaxa cara, ainda temos mais dois dias aqui. – disse Poncho, no intuito de relaxar.

— Isso é muito para você? Porque para mim não é.

— Não vamos brigar, por favor, não vamos estragar essa noite. – pedia Dulce, beijando-me rapidamente.