Fanfic: Não mereço você | Tema: Vondy

Me deu vontade de vomitar ao sair de casa e ver a ordinária agarrada nos ombros do marido como uma garotinha apaixonada. Lançou-me um olhar debochado.

Que bela maneira de começar o dia ein.

O mal humor impregnou em meu ser. 

Como desejava que adultério fosse crime e a pena fosse enforcamento. Ia se deliciar com uma grossa corda envolta daquele pescoço de galinha. Sorri com meus pensamentos homicidas.

Peguei o prontuário. A mulher loira encontrava-se de costas.

Contusões com presença dor.... Anahí pontillo 

-Anahí.- chamei.

A mesma se virou, o belo rosto com manchas avermelhadas.

-Sou desastrada.- forçou um sorriso.

-Não precisa dar-me explicações.

Peguei todos os acessórios necessários para cuidar das feridas.

-Aparentemente são superficiais mas se preferir posso chamar o médico.

-Não. Não, obrigada!! Confio em você.

Mostrou-se envergonhada.

Cuidei dos machucados em silêncio. Já vira muito isso, nas famílias mais perfeitinhas. Nesse tempo aprendi que nunca se casa o que realmente acontece na intimidade de ninguém. Na faculdade ouvirá alguns casos de violência mas nunca acontecerá perto de alguém tão próxima, Bom de certa forma Anahí é próxima mesmo que não tenhamos tido tempo de sentar-mos para nos conhecer melhor e de certa forma afeta o interior de cada mulher.

Abri uma da gavetas e tirei um pequeno cartão com o endereço e nome de um grupo para mulheres vítimas de violência doméstica e que tinha o número da delegacia da mulher bem grande. Anotei meu telefone Celular no verso.

-Olha sei o que parece mas..

-Anahí.-Chamei-lhe a atenção.- só quero que seja lá o que estiver acontecendo na sua casa ligue para esse número ou para mim.

Segurei em suas mãos trêmulas e sai.

Devia se sentir privilegiada. Nunca sofri traumas na infância ou adolescência, ao meu ver sempre fui justa e correta. Tive uma vida calma e perfeitinha com pais carinhos e bons com irmãs engraçadas e companheiras. 

Nunca experimentei a dor verdadeira. A dor física ou emocional que as maiorias sentem mas o que não entendo é o por que de me sentir tão vazia como se não tivesse criado raizes. Sou tão ingrata, passei a mão pelo coque rígido.

Ergui o olhar para uma May animada que entrou saltitante na sala de descanso.

-Vamos ao “O Bar”?

A encarei, nesses anos todos May sempre foi a que fugiu das festas ou encontros. Coloquei a mão na testa Dela.

-Você está bem??

-para.- empurrou minha mão.- Vamos ou não??

-Pode ser.

-Preciso casar.- anunciou.

Fani que permaneceu completamente fora da conversar ergueu-se.

-Precisamos.

Ri. Fani é uma garota maravilhosa e se parece apenas um pouco de procurar marido é simplesmente percebesse o cara que é completamente afim dele a meses. O médico da ala pediátrica fica um bobão ao lado dela e a criatura nem ao menos percebe.

-Estou falando serio.- olhou envolta e se aproximou.- meu pai está morrendo.

A tristeza tornou-se visível nos olhos escuros.

-Ele fez de tudo por mim durante toda minha vida e agora chegou minha vez. O maior sonho dele e me ver casar então irei me casar.- Anunciou decidida.

-May. Seu pai vai querer que se case por amor!!

Ela não falou mais nada. Levantou com aquele olhar que nada nem ninguém tiraria essa ideia da cabeça Dela.

-Já está decidido.