Fanfic: Não mereço você | Tema: Vondy

Encolhida na cama que me pareceu grande demais refleti sobre os meus conceitos.  Transou com um homem na cozinha e ele foi embora sem dizer uma palavra.

 Talvez seja o modo dele dizer que não foi tão bom para ele como foi para mim, só de relembrar a sensação que meu corpo viveu sinto-me formigando, pior, talvez seja o modo dele dizer que não cheguei aos pés da Esposa ou melhor da ex esposa, o que você queria Dulce?? Deixou ele te tocar como quis e se comportou como se nunca tivesse tido relações, submissão e carente de qualquer carícia. 

Se  tivesse pelo menos um pouco consciente mostraria meus talentos, Não sou um tipo de meretriz, ao contrário tivera pouquíssimos envolvimentos sexuais mas nessas poucas fora muito bem elogiada.

Onde ele estaria?? Deitado no quarto ao lado da mulher que dormiu como o amigo dele obviamente não. Na casa dos pais talvez?? Mais provável que esteja na do irmão. Não se importaria se tivesse aqui ao meu lado. Fechei os olhos tentando não ser envolvida por recordações.

Acordei mais cedo que o costume naquela manhã. Arrumei-me e desci para tomar o café mas assim que pus o pé na soleira da cozinha fiquei absorvida em um transe encarando apenas a bancada onde realizou aquele ato tão... chega Dulce. 

Mastiguei o cereal com mais força do que pretendia. Não pode ser verdade, não pode estar tão fascinada por um cara que não teve a dignidade de pronunciar meras palavras depois da relação.

Mal fechei a porta da entrada e vi ele. O dono do meus tormentos. Estremeci ao vê a mulher que o agarrava com intimidade. Braços envolta do pescoço másculo e as mãos dele.... as mãos dele segurando-a pela cintura.

Paralisei encarando-os por alguns segundos mas pareceram-me uma eternidade.

-Dulce.- o grito tirou-me dá paralisia assustando-me.- Desculpa. Estou te chamando a século.

Sorriu iluminando o rosto jovem. Me tornei uma irmã mais para Zora e até que gostei disso.

-Quer uma carona?

Assentiu empolgada. A menina adorava trocar de rádio e escolher CD's no trajeto que fazíamos até a escola. 

Não voltei a olhar para christopher tentando manter ao menos um pouco de dignidade, pelo menos tentei.

Zora deve ter percebido meu estado de espirito e não fez a tagarelice de sempre apenas se concentrando no som. 

-Obrigada Dulce. 

Sorri vendo a menina saltar do carro e correr para um grupo de adolescentes. Finalmente fez amigos, geralmente sempre que a deixo aqui, ela caminha para dentro sem cumprimentar ninguém. 

Não sentia a menor vontade de trabalhar nem ao menos sentia vontade de levantar da cama mas nem tudo na vida é como queremos, tentei não demonstrar minha chateação mas a cada segundo ouvido as queixas infinitas de Fani sobre como é azarada com os homens se tornava uma missão impossível.  levantei sem dizer uma palavra e sai. 

-O que deu nela? 

Consegui ouvir a pergunta de Angel mas não voltei para me explicar ou pedir desculpas por ser rude. Só preciso de um tempo apenas para mim. empurrei a porta da cantina com mais forma do que pretendia sem ver a pessoa atras dela e por puro azar ela acabou acertando um medico da ala pediatria. reconheci pelo jaleco com um leão desenhado. 

-Ai deus.- arregalei os olhos- Me desculpe. 

-Tudo bem.-Sorriu. segurando o nariz que se encontrava vermelho pela pancada. 

Consegui ver melhor seu rosto  quando tirou as mãos dele e respirei aliviada. alguns dos médicos  são extremamente chatos que poderiam fazer uma queixa para administração e pum, ganhei uma advertência mas esse não. Sempre gentil com todas as enfermeiras e completamente apaixonado por Estefania. no momento não lembrava-se o nome dele, trabalhei poucas vezes com ele, já que aparentemente alguém sempre dava um jeitinho de quem o auxiliar ser a Fani. 

-Jack.-estendeu a mão parecendo notar meus pensamentos. - Jack Duarte 

-Dulce Maria. – Apertei a mão dele. Uma mão firme, ele é médico cirurgião obviamente tem firmeza nas mãos. 

Seguindo  seu olhar e dei de cara com uma Fani muito curiosa. Tinha uma expressão tão meiga no rosto que senti raiva da minha amiga ser tão cega. Com certeza uma ironia do destino ela estar sentada naquela mesa reclamando o quanto não consegue arrumar um namorado que a ame sendo que trabalha com um médico super bem sucedido que está literalmente de quatro e ela nem ao menos percebe. 

-Aceita um café?- voltou-se para mim. 

-Na verdade... 

-Por favor.- sorri. 

-Está bem.- o acompanhei até uma mesa afastada. 

O movimento estava devagar, bom para conversar. tem dias que isso parece o centro da cidade de tanta movimentação. 

-É daqui mesmo Dulce?? 

Ri da forma que pronunciou meu nome com um sotaque italiano ou russo. Não sou boa em linguística, mas sem duvidas não é dessa cidade. 

-Sim, Nascida e criada. 

Neguei com a cabeça. Jack fica tão distraído com A presença de Estefânia que não sei como não matou uma criança Ainda. 

-por que não chega nela?? 

Suas bochechas ficaram fofamente vermelhas. 

-Nã... nã.. não sei do que está falando. – ri. Abaixou o olhar.- está muito na cara?? 

-Só um pouquinho. Se não fosse o rastro de saliva que deixa atras Dela ninguém ia notar. 

Rimos. 

-Deveria falar com ela.- segurei suas mãos. 

-Ela não gosta de mim.- revelou sem graça. 

-Então a conquiste.- sugeri sorrindo-lhe. 

O sinal estridente ecoou por toda a cantina anunciando um desastre com muitas vítimas e todos deveriam deixar-se de prontidão. 

-Código azul. Código azul.- a voz eletrônica anunciou pelos altos falantes. 

Levantei-me apressada, isso aqui vira uma loucura. 

-o dever nos chama. 

Sorri por me incluir na frase. Alguns dos médicos são egocêntricos demais achando que são os únicos que fazem alguma coisa nesse hospital.