Fanfic: Não mereço você | Tema: Vondy

Cada partícula do meu corpo dói. O turno foi mais longo do que esperava, o acidente do túnel envolveu vários carros, um batendo no outro sucessivamente. Embora não tivesse muitos feridos gravemente, suturar tantos Cortes também não é fácil.

-Aí.

Virei-me. Soltei uma risada ao ver que o senhor Duarte entrou no vestiário com as mãos no rosto. 

-O que está fazendo?

-Falaram que estava por aqui é bom... vim falar com você ... rum mas não queria pega-lá em situação intima.... nenhuma de vocês.

Só estavam nos dois, May e Fani. Fomos uma das últimas a encerrar o turno e tudo que mais quero é cama.

-estou vestida.- Avisei. Ri mais Ainda quando o vi suspirar e finalmente tirar as mãos do rosto de forma receosa.

Os banheiros unissex da faculdade meio que me preparou para isso. Claro que Ainda sinto-me desconfortável mas com o tempo parou de ser um problema.

-Aceita uma carona??- as bochechas vermelhas.

-Não precisa se incomodar senhor. Aliás estou de carro.

-Aah sim. Então vou indo 

Saiu exatamente como entrou esbarrando nos armários.

-Não sabia que eram amigos.- Fani comentou.

-Está com ciúme??-provoquei com esperanças que meu mais novo amigo tivesse alguma chance no amor. 

-Não, só curiosidade.

Mudou de assunto tão rápido como piscar os olhos. comentando que achava estar amando. um carinho que estava saindo. revirei os olhos, como pode ser tão cega. Peguei minha bolsa no armário, acenei com um murmuro baixo de despedida e sai.

A caminha pelo gramado ate a porta de entrada nunca me pareceu tão longa. Com a cabeça baixa observando meus pés calçados por um sapatilha que ganhara de natal de Bianca. Darem os passos que levaria meu corpo para o conforto da cama macia/

-Dulce.

Reconheci a voz e  estanquei não sabendo como agir, poderia muito bem resolver problemas de situações extremas mas a raça masculina se encontrava longe de minhas capacidades ainda mais ele, o homem que eu gosto. Olhe lá Dulce, no máximo uma atração. muito forte. Espontaneamente completei.

Virei-me para pode olhar em seu rosto aristocrata. Relembrando a noite que passamos juntos, se bem não chegou a ser uma noite inteira, o momento que passamos chegou com força total, corando ate as raizes do cabelo, torci para que ele não tocasse no assunto. já foi humilhante a forma com que simplesmente sairá e seria maçante ouvir uma explicação sem pé nem cabeça.

"Ele voltou para os braços da mulher" o pensamento afloreceu como uma erva daninha, os vi abraçados com intimidade. Oh deus e se ele dissesse que nunca cheguei aos pés da esposa amada dele.

-Sobre ontem a noite.

Finalmente soltou depois de ficarmos por vários instantes, prendi a respiração esperando-o completar a frase.

-Sinto muito por qualquer coisa que eu tenha feito.

Como assim? então fazer amor...TRANSAR, minha parte racional gritou imediatamente. então transar comigo se tornou "qualquer coisa" tentei não demostrar o ressentimento.

-Não me lembro de nada do que aconteceu ontem.

A pontada em meu coração podia ser considerado um alerta para se afastar enquanto ainda tinha orgulho, mesmo o tom calmo e sereno, ate um pouco envergonhado que usou para tocar no assunto, fez-me acredita. Fui uma transa tão insignificante que fui esquecida sem o menor problema, nenhum vestigio do que acontecera em sua mente. Melhor assim aos olhos dele, continuo a vizinha amigável. Por algum motivo não me agradou a ideia.

-Misturei bebidas. não deveria ter ido ate sua casa importuna-lá.

Forcei o meu melhor sorrir, posso não saber mentir mas interpretar. isso as aulas de teatro ensinou. mas mentir não seria isso? interpretar um papel?

-Tudo bem, apenas conversamos. -Proferi as palavras com demasiada cautela.

Seria melhor que não se lembrasse. minha dignidade ficaria intacta. seu olhar penetrante de um castanho tão mais tão perfeito encarou-me. Queria que parasse de olhar.

-É Belinda?-Perguntei institivamente numa tentativa de que ele parasse de encarar daquela forma, minha estratégia funcionou bem demais. Pude perceber a tristeza se instalar de mansinho em seus olhos.

-Bem.- murmurou, obviamente não querendo entrar no assunto esposa.- Preciso ir.

Beijou-me na bochecha, um beijo breve e carinhoso desprovido de malicia depositado em meu rosto revivei a lembrança de quando fez o mesmo mas com malicia muita malicia e em minha nádega. Correu para caminhonete, fiquei como boba olhando-o partir.