Fanfic: Não mereço você | Tema: Vondy

Olhando o reflexo no espelho do quarto. Sorri satisfeita, raramente sinto o desejo de me produzir tanto. Depois de um cochilo mais do que merecido sentei-me na cama sem saber o que fazer então o telefone toca. May chamando-me  para extravasar, algo sobre o casamento e o futuro marido a estarem enlouquecendo. Irônico foi ela decidir ir no “ O Bar” onde ele trabalhar, concordei. Pintei minhas unhas dos pés e coloquei unhas postiças nas mãos. Combinando-os em vermelho. Amo a enfermagem mas, ter as unhas sempre curtas e bem lixadas sem esmalte escuro é a prova disso. Durante a adolescência usei tanto esmalte escuro que... bom não sei com o que posso comparar isso mas larguei essa vida.

Meu vestido preto justo. Deixando minhas pernas expostas, ficar tanto tempo em pé correndo de um lado para o outro na loucura do hospital serve como um bom exercícios. Elas estão torneadas, um pouco brancas demais confesso mas bonitas. Preciso tirar um dia pra ir a praia é pegar uma cor.

Ajeitei o decote generoso, sorri orgulhosa do que vi.  Peguei a bolsa pequena na poltrona, mandei um beijo para o reflexo e sai.

Hoje não levaria carro, Angel me buscaria e iremos juntas. Durante o caminho não conversamos, não tínhamos o que falar. Um ponto ruim de trabalhar com suas melhores amigas, o assunto acaba.

Entrei no bar e senti os olhares masculino. Sentido-me bonita e glamurosa, ergui a cabeça presunçosa. Sorri para as garotas que acenavam feito loucas. Franzi o semblante  ao ver um homem, sentado ao lado delas. 

-Pensei que não chegariam mais.- revirei os olhos para o comentário de May, Sentando.

-Meninas, esse é Dylan.- apresentou com um sorriso gigante nos lábios.

Nos cumprimentamos. O silêncio constrangedor dominado o ar.

-Vou pegar um bebida.- levantou. Forçamos um sorriso.

-Ele não é lindo?? Acho que o amo.-Rimos.

Virei-me Ainda com um sorriso e então o vi. Christopher sentado no bar encarando-me com um amigo ao seu lado. Acenei um pouco envergonhada, paralisei vendo-o levantar e caminhar tão lindamente em minha direção que por um momento pensei que iria parar de respirar. Conforme se aproximava percebi a forma com que fitava-me, desejo clamando em seu olhar. Sentindo todo meu corpo arde em satisfação ajeitei a postura.

-Olá.- sorri, olhando em seus olhos.- Gostaria de jogar dardos ??

Fechou os olhos com força como se tivesse tido a coisa errada.

-Desculpe.- pigarreou.- acho que o certo seria convidar para dançar.

Parecendo envergonhado comprimiu os lábios e coçou a nuca.

-Adoro dardos.- percebi quando soltou o ar e sorri satisfeita por finalmente está fazendo algum efeito sobre ele. Mal pus os pés no chão quando sua mão firme segurou na minha. Ouvi as risadas femininas de minhas companheiras mas ignorei. Caminhando em silêncio pela extensão do bar até a tábua de dardos, me surpreendi ao notar que ficava praticamente do outro lado do estabelecimento. Onde a música soava mais abafada permitindo uma conversa, um pouco vazio, talvez pelas pessoas sempre decidirem pela movimentação, barulho e por dardos estarem meio ultrapassado. 

-Primeiro as damas.- entregou-me três dardos que provavelmente deve ter pego enquanto eu estava ocupada avaliando o lugar.

-Obrigada.-sorri sapeca.- vamos simplesmente jogar os dardos?? Sem nada para apimentar?

Seu rosto contemplou-me com uma careta pensativa.

-Que tal uma aposta ??-Sugeriu.

-Acho ótimo. -segurando em uma mão, observei a tábua colada na parede e os círculos que iam se afastando do ponto vermelho.

-Valendo?- indaguei.

-Cem dólares.- o assisti abrir a carteira e tirar a nota de cem dólares.

-Fechado.

Fechei um dos olhos para melhorar a mira e taquei. Sorri ao ver que acertei exatamente no ponto vermelho.

Depois de enfrentar bêbado chorões implorando e se debatendo para não ganhar injeções acabei ganhando um pouco de destreza.

-Como assim??- se aproximou da tábua verificando se realmente tinha visto certo.

Jogamos mais uma rodada. Agora não valendo grana, a pontaria de Christopher confesso que deixava um pouco a desejar mas suas caretas estavam divertidas.

-Desisto.- ergueu as mãos como se fosse se render.- você é ótima nesse jogo.

Sentou-se em uma cadeira que eu não tinha reparado. Franzi o semblante, as mesas e cadeiras totalmente diferente da outra parte, Um espaço amplo.

-durante  o dia essa parte funciona como restaurante. Em dias de muita lotação a outra parte também vira. Uma esposa que adora cozinhar e um marido que adora beber.

Ri da sua última frase, sentando-me ao seu lado. Mas a palavra esposa fez-me lembrar de algo ou alguém.

-É Belinda?- indaguei de supetão.