Fanfic: Não mereço você | Tema: Vondy

Dormi extremamente bem pela primeira vez em dias. O motivo ?? Não faço a menor ideia!!
De manhã sentia-se empolgada para ir ao trabalho, acordara até mais cedo que o normal. As batidas baixas chamaram a minha atenção, envolvi o cachecol no pescoço e abri a porta.

-O que quer?- afastei-me da porta ajeitando minha bolsa. Sem nem olhar Christopher diretamente.

-Não posso visitar uma linda mulher??Meu coração encheu-se de algo totalmente desconhecido e repreendi-me por isso.

-Conta outra vai.- coloquei a bolsa sobre o ombro e o encarei.- por que não me esquece e some como fumaça?- estalei os dedos.

-É o que realmente deseja??- ergueu as sobrancelhas.

-imensamente.- completei irônica. Virando-me para o espelho e mexi no cabelo.

-Está bem.- falou em um tom baixo e neutro. Não demonstrando qualquer reação. Lutei firmemente para não o olhar partir.

Durante todo o trajeto até o hospital senti uma pontinha de orgulho por ter aguentado firme. O trabalho pareceu-me um pouco triste na pediatria, a administração obriga-nos a ter pelo menos um turno em todas as áreas. É hoje aqui estou eu, examinando RN muito lindos.
O sonho de ser mãe em si nunca apareceu mas a ideia de ter uma criança tão pequena é frágil para proteger e amar parece soar bem, desde que Christopher jogou sua “profecia” os bebês começaram a chamar-me a atenção. Quando a pequena clara nasceu foi como se tivéssemos em festa todo o tempo. Imagino como seria se a família ganhasse um bebê.

-Dulce.-virei-me com um sorriso ao reconhecer a voz do doutor Duarte.

-Doutor.

-Por favor chame-me apenas de Jack.- abaixou o olhar para a prancheta.- parece que ficaremos juntos hoje... quer dizer... vai ser minha companheira..- pigarreou.- a enfermeira da área.- Ri de seu jeito tímido.

-Exato. Começamos com as rondas??- ele assenti um pouco corado.

-Dulce.- pigarreou.- aceita jantar comigo amanhã ??- encarei seus olhos verdes fofos.

-Sim.- sorri mais Ainda quando seu rosto ficou corado. Jack é um bom homem, o que poderia acontecer??

-Então te pego as oito.

Concordei com a cabeça. Trabalhar com Jack foi como estar vendo ele pela primeira vez. O plantão foi incrivelmente calma, todos os pacientes estavam bem. Notei os olhares que lançava-me mas não fiz nenhum comentário. Quase não pensei em Christopher. Isso mesmo QUASE... A paciente do 405, uma menina com enormes olhos escuros e um rostinho Angelical.

-Um dia quero ter o cabelo como o seu.- mostrei-lhe meu sorriso.

-Vai ter, meu bem.- beijei-lhe a testa.
Embora não fizesse parte de meus planos ter um filho pelo menos não nesse momento, não sou uma megera com as crianças apenas
Nunca me imaginei com minha própria criança.
Na hora do almoço, sentei-me com um sorriso no rosto. Obviamente As garotas estranharam levando em consideração meu humor de cão. Nunca entendi essa expressão “humor de cão” cães são tão fofos. Enfim.

-Então??
Ri da forma que angel se dirigiu a mim.

-o que?- fiz -me de desentendida.

-O motivo desse sorrisinho.- gesticulou com o indicador.

-Tenho um encontro!- contei finalmente depois de prender a respiração para fazer um mistério, colocando uma batata frita na boca.

-Então finalmente o cara que vem te deixando um saco te convidou para sair?

Revirei os olhos, um dia chego no trabalho de mal humor e elas começam uma conspiração para afirmar que tem um “cara” na minha vida. Ignorando totalmente o fato que nunca e eu digo “nunca” falei de Christopher para nenhuma delas e isso me faz duvidar se elas tem algum poder sobrenatural. Acabando com a felicidade do meu encontro amigável. Enfiei outra batata na boca mastigando com força.

-Quem é o sortudo?

-Jack Duarte.- de repente a emoção se esvaiu do meu corpo bem lentamente.

Os três par de olhos encaravam-me como se eu fosse louca.

-por que vai sair com ele ??- Fanny perguntou em um tom que não me agradou.

-Ele é um homem e eu uma mulher. Pessoas do sexo oposto costumam ter um encontro antes de transar.

Não que eu tivesse com a ideia de transar mas durante meses o Jack foi “afim” Dela e então de repente quando tenho um encontro com ele. Ela simplesmente age como se eu estivesse furando-lhe o olho, além do mais acredito que seja apenas um jantar de amigos e se não for ?? Que mal tem ?? Somos adultos. Ele é um bom homem.

-Ui gatinha selvagem.- Angel esticou a mão em garra como uma tigresa.- depois me conte tudo.- piscou um olho provocante.

-Como se você já não soubesse, transou com o edifício todo.

Abri a boca chocada com o que Fanny falou. Tudo bem que Angel não é nenhum tipo de Santa mas não é como uma p*ta. Tá bom talvez seja uma raparig* mas é a nossa raparig*.

-Desculpe se a minha vagina não é um enfeite empoeirado e se sei viver sem estar caçando um marido 24 horas por dia.

Nossa do céu, essa doeu até em mim. Fanny se esticou todo como se fosse iniciar uma discussão com vários palavrões mas a Santa may interviu.

-Meninas, por favor!- olhou Fanny com confusão estampada no rosto.- o
Que há com você??

Suspirou cansada. Sabia que nenhuma das duas estava disposta a fazer as pazes mas May tem tido dias complicados, seu pai internato quase não saindo do hospital, seu casamento e as brigas que tinha com seu futuro marido. Claro que todas temos problemas mas compaixão nunca foi um excesso.

-A prova do vestido vai ser no sábado, não faltem por favor.- passou a mão pelo curto cabelo escuro.

O silêncio foi uma benção comparada com a discussão que possivelmente surgiria. Mastiguei minha comida com desanimado, a empolgação do encontro não estava mais presente.