Fanfic: Não mereço você | Tema: Vondy

Tentei falar com Dulce logo pela manhã mas pareceu que a raiva Dela não diminuiu. Quando tomamos café pensei que talvez não estivesse tão chateada. Nunca tratei uma mulher com tanto descaso e não começaria agora, preciso de alguma forma me desculpar.

Estacionei o carro perto da minha casa, embora Belinda insistisse em dizer que é Dela. Zora estava sentada nos degraus de casa mexendo em seu celular como o de costume, a ideia pareceu-me brilhante. Caminhei com um sorriso nos lábios.

-Zora.- a menina ergueu o rosto que um dia se tornará muito mais belo.- tem o número da Dulce??- perguntei pigarreando no final tentando manter a voz casual e não demonstrar a cagada que fiz.

Acho que falhei miseravelmente assim que vi o sorriso malicioso iluminando aquele rostinho sapeca. Ergueu as mãos pálidas, coloquei o celular em sua palma que digitou freneticamente em uma velocidade que apenas uma adolescente seria capaz.
-Prontinho garanhão.- ri de sua provocação.

Poderia mandar uma mensagem? Talvez mais tarde. Antes que pudesse organizar o que de fato faria, o celular tocou. Bruno!! Uns dos funcionárias da obra, atendi pegando umas ferramentas no jardim e jogando na caminhonete.

Os vidros espelhados que iriam compor o edifício estavam atrasado, o homem que deveria terminar a fiação teve um problema e consecutivamente atrasou tudo então a cada 10 minutos um dos donos da empresa em construção telefona. Com sua voz enjoada de rico mesquinho.

Alexandra exigiu que eu frequentasse escola que Entre os alunos existiam esse tipo de rico mesquinho, preferia ter frequentado a escola pública como todos os seus amigos. De certa forma pode soar meio ingrato levando em consideração que tudo o que tenho em minha vida foi fruto dos estudos que ela me proporcionou.

Reclamar nunca foi um de meus hobbies então passei a maior parte que estive no colégio recebendo olhares de desprezo e ódio. As coisas melhoraram no ensino médio e de fato ficou boa na faculdade, antes gostava de pensar que foi graças ao Christian mas de repente cada atitude mesquinha dele passou em minha mente como um filme desde o “flagra”.

Fechei as mãos com força para controlar a raiva. Levantei-me de onde estava sentado e caminhei para fora do improvisado “escritório”. As coisas estavam fluindo em dias, puxei o celular do bolsa do jeans e procurei o cântaro de Dulce mas a única coisa que encontrei foi um “senhora uckermann”. Troquei o nome de contato de Belinda a muito tempo e estava mais para algo carinhoso. Sorri ao perceber o que a sapeca da Zoraida fez. Apertei em ligar e esperei.

-Chefe.- virei-me ao ouvir o chamada de mais de um homem da obra.

Não deu tempo para notar o que acertará mas a dor latente em meu rosto que me fez tombar com certeza era real.

Por um breve momento mesmo que tudo estivesse rodando consegui olhar em volta apenas para ver borrões e então tudo se tornará escuro.

Abri os olhos e estranhei o quarto em tons claros. A dor de recordação se tornou presente quase que imediatamente, olhei pela janela e vi que já escurecerá. Meus olhos doeram, toda a minha cabeça doeu.

-Deve ter sido castigo.

Não reparara na mulher sentada em uma poltrona próxima da cama. Sabia que sua voz era conhecida mas não conseguia associar a um rosto. A provocação não passou despercebida mas a missão árdua de descobrir o rosto da voz que alfinetará-me parecia tentador.