Fanfic: Não mereço você | Tema: Vondy

Toquei a campainha da casa que Anahí apontou no dia anterior. Lembra-se por ser a única casa sem gramado no quintal da frente.

Hoje é meu último dia de folga. Praguejei ao notar que trabalharia em uma sexta, as pessoas perdem a noção e o hospital fica uma loucura. Com bêbados vomitando para todos os lados.

Decidida a aproveitar meu último dia em casa, convidei algumas amigas para uma confraternização é como sou nova no bairro é bom ser simpática. Depois de esperar por uma eternidade, toquei novamente. Dessa vez a porta foi aberta tão rápido que tive que dar um passo para trás pela surpresa. Um homem muito mal encarado olhou-me dos pés à cabeça. Olhos verdes e músculos, muitos músculos. Diferente dos de Christopher os deles chegavam a parecer artificiais. Sorri tentando ser simpática mesmo estando um pouco aterrorizada

-Oi, sou Dulce. Me mudei a pouco tempo.- esperei ele sorrir ou pelo menos parar de avaliar meu corpo como se estivesse olhando um pedaço de carne no açougue. 

-A Anahí está??- perguntei finalmente quando nenhuma das duas aconteceu. Senti repulsa pela forma descarada e maliciosa que encarava-me.

Não houve uma resposta, simplesmente fechou a porta na minha cara. Olhei em volta para conferirá se isso realmente tinha acontecido, descia os degraus da entrada quando a porta voltou a abrir. Virei-me e vi um Anahí muito sem graça.

-Desculpa pelo meu marido.- tentou sorrir.- ele não é muito sociável.

Tive vontade de gritar que não tinha nada haver com sociável mas que não passava de um cavalo sem educação e um tarado. Balancei a cabeça lembrando que criar confusão em um lugar onde Ainda ninguém me conhece, não seria a forma certa de começar em uma comunidade e talvez isso deixasse Anahí magoada. Podia ver em seus olhos o quanto sentia-se desconfortável pelo marido . Fui ensinada a tentar compreender as pessoas mas esse homem ultrapassa o nível de grosseria universal.

-Vou fazer uma confraternização lá em casa, só para garotas! Se quiser aparecer vai ser as sete.

Comuniquei tentando não demonstrar a irritação.

-obrigada  pelo convite.

Não falei mais nada e sai antes que o homem das cavernas saísse.

Olhei Zoraida sentada na entrada de casa. Tudo bem que dona Hilda não é bem uma garota mas foi tão gentil e amável desejando-me boas vindas. 

-oh querida, com certeza comparecerei. Adoro essas festinhas.- sorri para empolgação da senhora.

Peguei as chaves, Zoraida continuava na mesma posição alternando entre olhar a rua e mexer no celular. Mesmo com o espírito jovem, que Hilda possui não é muito satisfatório passar tanto tempo com alguém com o triplo de sua idade quando se é tão nova. Digo isso por experiência própria, passei um verão na casa de vovó. No começo tricotar e Beber chá era inovador e até mesmo divertido, apenas na primeira semana.

-Quer me acompanhar Zoraida? Irei ao shopping.

A menina ergueu o olhar e um brilho passou por seus olhos. 

-Vá. Ficar em casa o dia inteiro não faz bem para ninguém.

A senhora fez gestos indicando que saísse um pouco.

-Tenho muito dever de casa vovó.- olhou-me de relance antes de correr para dentro.

-Pobre menina.- negou desgostosa.- seus pais morreram a pouco mais de um ano, Ainda não superou.

-Entendo.

A confirmação fazia-me entender o motivo de ser tão fechada. Apressei-me Ainda preciso comprar umas coisas para inauguração do meu lar.