Fanfic: O Estranho | Tema: Suspense
Prólogo
Eu não consigo controlar a minha mente, ás vezes não sei quem sou e nem do que sou capaz de fazer. Muitas vezes me vi pensando em cometer atos fora do comum... Será normal desejar a morte de outras pessoas? A lâmina da faca é brilhante, como é belo quando esta é cravada bem no peito, muito sangue, muita dor. É divertido ver alguém sentindo dor, há pessoas que merecem a morte, pois só vivem para perturbar a vida dos outros. EU NÃO SOU ESTRANHO... Talvez só um pouco...
***
Todos já sabiam quem levaria o prêmio de melhor aluno do ano, por isso não foi surpresa quando a diretora Regina disse sorridente o meu nome no microfone. Subi nervoso até o palco em meio às palmas de todos os alunos acompanhados de seus pais, avistei os meus acenando alegremente na primeira fila do auditório.
_Parabéns Renato! Fale alguma coisa... _disse a diretora Regina me entregando o Microfone.
_Hã... Bem... _Eu comecei nervoso. Falar em publico sempre me deixa muito nervoso. _Gos-gostaria de agradecer aos meus pais e a todos os meus professores..._Disse com as mãos tremulas no microfone, o entreguei a diretora e procurei descer rapidamente do palco.
_Você está esquecendo o seu troféu!_ ela disse me abraçando e entregando mais um troféu para minha coleção.
“Melhor aluno de 2015 do Colégio Objetivo” _lia-se no troféu.
“Parabéns, nós vencemos mais uma vez!” _ disse uma voz conhecida em minha mente.
_Me deixa em paz! _Eu disse em voz alta.
_Desculpa, eu só vim te parabenizar... _Disse minha amiga Amanda me olhando sem entender.
_Perdão Amanda, e-eu... Não estava falando com você! _tentei me explicar.
_Se não era comigo, então estava falando com quem? _ela perguntou me olhando desconfiada.
_Meu filhinho! _ mamãe apareceu de repente dizendo, ela estava acompanhada de meu pai e do meu irmão Rodolfo, este estava com uma expressão de tédio.
_Filho eu e sua mãe estamos muito orgulhosos de você! _disse papai batendo de leve em meu ombro. Eu sorri em resposta.
_Nós temos que comemorar mais essa vitória. Que tal sairmos para jantar fora? Você escolhe o restaurante filho... _mamãe disse se voltando para mim.
_Não mãe, eu só quero ir para casa. _ eu disse numa expressão desanimada.
_Ainda bem, porque não estou com saco para sair. _disse Rodolfo emburrado.
_Podemos comemorar em casa. _Sugeriu papai o ignorando _E você querida pode fazer aquela pizza maravilhosa que só você sabe fazer!
_Ótima ideia querido... O que acha filho?
_Não dá para resistir a sua pizza mamãe... _ eu respondi.
_E você está convidada Amanda! _ Disse mamãe olhando para ela.
_Muito obrigada pelo convite Dona Marcelina, mas diferente do Renato minhas notas não estão nada boas e se eu quiser ser aprovada é melhor estudar muito. Deixe para outro dia. _disse Amanda _Até mais Renato! _ Ela disse me dando um beijo no rosto e saindo.
Como de costume, todo meu corpo estremeceu ao sentir seus lábios me tocarem. Amanda sempre se despedia de mim dessa maneira, será que ela nunca percebeu o quanto isso me deixa nervoso?
_Então vamos para casa família? _Chamou papai.
_Vamos logo! _disse Rodolfo andando na frente.
Pertenço a uma comum família de classe média. Meu pai, Arthur, é dono de um supermercado muito popular na cidade. Minha mãe, Marcelina, é cabeleireira e tem seu próprio Salão de beleza. Os dois sempre tiveram de trabalhar bastante desde a juventude, graças ao trabalho deles hoje temos uma casa própria, eu e meu irmão Rodolfo estudamos no melhor colégio da cidade e temos uma vida com muitas regalias.
A minha relação com os meus pais sempre foi muito boa, sou o filho exemplar, o orgulho da família. Meus pais me viam como a realização de toda família e depositavam em mim o sonho de eu ser o primeiro membro a entrar para uma universidade e me tornar médico. Por isso investiam muito em meus estudos e sempre ficavam felizes com meus resultados: O aluno mais brilhante do ensino fundamental, O aluno com a maior nota no torneio Nacional de matemática, Prêmio de melhor redação e o premio do melhor aluno 2013, 2014 e 2015 do ensino médio.
O oposto acontecia com meu irmão Rodolfo, prestes a ser reprovado no ensino médio, meus pais viviam brigando com ele por conta de suas notas e de seu mau comportamento no colégio. Inúmeras vezes ao reprimi-lo papai exigia que ele seguisse o meu exemplo, isso fazia com que Rodolfo e eu tivéssemos uma péssima relação. Ele vivia implicando comigo e me fazendo me sentir um verdadeiro idiota.
_Papai e mamãe estão chamando o “Aluno nota 10” para descer_ Rodolfo disse entrando em meu quarto.
_Eu já vou... _disse sem olhar para ele.
_Você se acha perfeito não é mesmo? Mas não passa de um imbecil estranho. _ele disse virando as costas para mim.
Eu fechei a porta tremendo, me dava muita raiva quando ele falava dessa maneira comigo, às vezes eu tinha vontade que ele...
“Morresse?”. _ perguntou meu reflexo no espelho.
_Não! Pare de me fazer pensar essas besteiras! _ disse tentando afastar aquilo de meus pensamentos.
“Pense comigo, o Rodolfo é um inútil... Papai e mamãe não sentiriam falta de um filho como ele. Ele é descartável e você Renato é o grande futuro da família”.
_Renato, venha logo, a pizza já está na mesa! _gritou mamãe lá debaixo. Eu saí do quarto ainda ouvindo a voz em minha mente dizendo entre risos:
“Se livre do seu irmão inútil!”.
_Até que em fim você desceu filho, só estávamos te esperando para devorar essas delicias. _disse papai de olhos fixos nas pizzas que estavam com um cheiro muito bom.
_ Deveriam ter começado sem mim. Eu não me importaria... _eu disse me sentando.
_Nada disso, família toda reunida para comemorar a sua vitória! _disse mamãe.
_Grande vitória... _ironizou Rodolfo.
_Muito grande mesmo Rodolfo, diferente de você que só tem derrotas... Enquanto seu irmão está prestes a se formar no ensino médio com as maiores notas, você mais uma vez vai repetir o ano. Você deveria se espelhar no Renato. _ Papai o repreendeu nervoso.
_Muito obrigado pai, mas eu não estou nem um pouco a fim de ser igual o Mané do meu irmão perfeito! _disse Rodolfo saindo com raiva da mesa.
_Rodolfo volte aqui já!_ mamãe o chamou.
_O deixe ir querida! O Rodolfo precisa de uns bons castigos.
_Talvez você tenha pegado um pouco pesado com ele papai... _eu disse.
_Seu irmão mereceu meu filho, e quer saber do mais se ele não quer comer nós comemos sem ele!
“Seu irmão mereceu largue de ser bonzinho... Não seja Mané!”. _ disse a voz.
_Eu não sou um Mané! _eu disse alto.
_Claro que não meu filho... Seu irmão só está com um pouco de ciúmes de você, por isso disse aquilo. _disse mamãe me olhando com ternura.
_Então... Vamos comer? _disse papai já pegando um pedaço enorme da pizza. Mamãe o reprimiu com um olhar e eles simularam uma briga entre risadas, eu ria junto com eles.
“Como são patéticos... E você está se tornando tão patético quanto eles...”. _dizia a voz, eu tentava ignorar enquanto estava perto de meus pais, mas ela insistia e continuava falando:
“Você é mais do que qualquer um dessa casa, você é melhor que todos principalmente que o otário de seu irmão, não deixe barato as ofensas dele, se livre daquele imbecil...”.
_Pare! _eu gritei assustando meus pais.
_Renato, tudo bem? _perguntou papai me olhando preocupado.
_Já estou satisfeito, melhor eu ir para o meu quarto. _disse me levantando.
_Mas você comeu tão pouco filho... _disse mamãe.
_Como eu disse o pouco que eu comi já me deixou satisfeito... Boa noite papai, boa noite mamãe.
_Boa noite meu filho! _eles disseram em uníssono enquanto eu subia as escadas. Entrei em meu quarto e me deparei com todos os meus troféus destruídos no chão. Ajoelhei-me em meios aos vidros quebrados e comecei a chorar.
_Tem certeza que é isso que você vai fazer? Chorar? _eu ouvi a minha própria voz vinda de uma pessoa que estava sentada em minha cama. Levantei em um salto e perguntei:
_Quem é você e por que quebrou os meus troféus?
_Para começar não fui eu quem quebrou os seus troféus... Foi seu irmãozinho Invejoso e para terminar... Tem certeza que você realmente não sabe quem eu sou? Como pode alguém não reconhecer a si mesmo? _ele perguntou se aproximando de mim.
Autor(a): eliote_junior_
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_Isso é impossível! Isso não é normal... _ eu disse perturbado. _Como se fosse normal ouvir vozes! Esse tempo todo eu estive falando com você apenas em sua mente, resolvi sair dela para batermos nossos papos pessoalmente... _Ele disse sem tirar o sorriso debochado dos lábios. Eu estava vendo a mim mesmo em uma figura totalmente ...
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