Fanfic: É proibido Sonhar | Tema: Fantasia
Ana olhou para sua nova casa e sentiu um arrepio, era um ambiente sinistro, frio e escuro, ela se lembrou do que estava escrito na placa da fachada do prédio “o lar dos sonhos”, mas aquela casa estava parecendo o lar dos pesadelos. Pensou em dizer à Carla que queria voltar para casa, mas lembrou-se do que havia escutado no carro: “A coitadinha ficou sozinha, só tinha a mãe...”.
A figura de uma mulher medonha surgiu de repente para completar o sinistro ambiente em que se encontrava. Ana a olhou com certo pavor, era uma mulher alta, gorda, cabelo preso em um coque e estava vestida de preto, andava pisando firme como se estivesse marchando, parou próxima a Ana, olhou bem nos olhos da menina, que desviou rapidamente o seu olhar e se escondeu atrás de Carla. A mulher deu um sorriso sarcástico e disse:
_Parece um animalzinho frágil e medroso... Todos chegam assim aqui.
_Por favor, Amélia! Não fale assim, pode deixar a menina mais nervosa do que já está...
_Carla me poupe! Você já fez o seu trabalho, já pode ir embora!
Carla olhou ao redor e assim como Ana, ficou arrepiada com a frieza e a tristeza daquele lugar.
_Isso aqui precisa de mais cores, nem parece uma casa para crianças...
_O lugar está ótimo, se acha que precisamos de reforma então reclame com a administração municipal, quem sabe o nosso digníssimo prefeito atenda o seu pedido, bonitinha. _disse Amélia em um tom irônico.
Carla ignorou o comentário de Amélia, olhou para Ana com ternura e disse:
_Meu amor eu tenho que ir...
_Você não vai ficar? _perguntou Ana desejando não ter que ficar sozinha com aquela mulher.
_Infelizmente eu não posso ficar, mas prometo que assim que tiver uma folguinha, passo aqui para te visitar. _ ela disse se despedindo de Ana beijando em seu rosto.
_Tchau Carla._ disse Amélia revirando os olhos.
_Tchau..._ Carla disse saindo.
_Ei magrela! _gritou Amélia para Ana quando ficaram a sós _Pegue suas coisas e me acompanhe! _disse Amélia começando a subir a escada.
Ana olhou para suas malas no chão e disse:
_Mas elas estão... Pesadas...
_Não perguntei se suas malas estão leves ou pesadas, eu MANDEI VOCÊ PEGA-LAS E ME ACOMPANHAR, AGORA! _ Amélia gritou parando no meio da escada.
Ana estremeceu de medo, pegou as malas com dificuldade e seguiu Amélia que gritava:
_ANDE LOGO SUA LESMA!
Quando terminou de subir a escada Ana acompanhou Amélia por um corredor ainda mais sinistro, cheio de quadros horripilantes na parede, ela tremia cada vez que olhava para as estranhas imagens que surgiam nos quadros.
_Chegamos! _disse Amélia parando em frente a uma grande porta de madeira. No meio da porta havia uma placa com a seguinte frase:
“DORMITÓRIO DAS MENINAS. PROIBIDO A ENTRADA DE MENINOS!”
Elas entraram em um grande quarto com varias camas. Amélia apontou para uma das camas dizendo:
_Aquela é a sua cama, em cima está o seu uniforme. Se vista rápido, eu mandarei uma das meninas vir te buscar... Não demore se não quiser ser castigada! _ ela disse saindo do quarto.
Ana se sentou na cama com os olhos lacrimejando, as lagrimas não demoraram a escorrer em seu rosto. Ela abriu a mala e pegou uma foto de sua mãe.
_Mamãe... Por que você me deixou?_ ela disse olhando para a foto, onde sua mãe sorria alegremente, nunca mais iria ouvir a risada dela, nem receberia os seus carinhos e abraço, tudo ficaria apenas em suas lembranças.
_Ana? _disse uma menina se aproximando.
_Eu já vou me arrumar... _Ana disse se levantando da cama.
_Seja rápida se não quiser levar uma bronca da bruxa gorducha... _disse a menina.
Pela primeira vez naquele dia Ana sorriu. Em alguns segundos ela vestiu o uniforme: um macacão verde, uma camisa branca e sapatilhas pretas.
_Já estou pronta! _ ela disse á menina.
_Ana, eu me chamo Carolina, mas pode me chamar de Carol. Sou uma das mais velhas das meninas aqui da casa._ a menina se apresentou, ela parecia mesmo ser um pouco mais velha do que Ana.
Carol era uma menina negra, de cabelos cacheados, olhava Ana com um sorriso simpático.
_Não precisa ficar com vergonha de chorar ou de desabafar..._ ela continuou a dizer _Aqui todos têm historias parecidas, eu também perdi meus pais, eles morreram em um acidente e por isso trouxeram meu irmão e eu para esse orfanato...
_Eu ainda não acostumei com a ideia de ter perdido minha mãe... _disse Ana com os olhos lacrimejando.
_Perder os pais é uma ferida que dói para sempre, mas um dia ela cicatriza... Você vai ficar bem... _disse Carol tentando consolar Ana.
De repente elas ouviram um grito que ecoou por toda casa:
_ANDEM LOGO BANDO DE LESMAS HUMANAS, EU NÃO TENHO O DIA INTEIRO! _ era a voz de Amélia.
Autor(a): eliote_junior_
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