Fanfic: A Profecia | Tema: Fantasia
Olhando aos arredores o rei acendeu a tocha que estava em suas mãos, o corredor que até aquele momento estava escuro foi iluminado pelo fogo. Ele caminhou para perto de dois soldados e ordenou que o seguissem. Ao chegarem a um ponto do castelo, deu ordens para que os soldados ficassem de guarda, tirou um quadro da parede e no mesmo instante uma porta foi revelada. Ele entrou e andou sobre uma longa escada que descia em espiral até o calabouço. Aproximou-se da cela e com a luz da tocha iluminou o seu interior, as bruxas presas em correntes magicas tentaram fugir da claridade que incomodavam seus olhos já acostumados com a escuridão do calabouço. Mas ao verem o rei sorriram e disseram em uníssono:
_Finalmente nos reencontramos Pequeno Henrique...
Há tempos não ouvia ninguém o chamando assim, as lembranças invadiram a mente do Rei Henrique que foi levado de volta ao seu passado...
Dos sete filhos do velho Francisco, Henrique era o mais moço e o que tinha a aparência mais fraca. Magricela e de baixa estatura, era vítima das piadas de todos inclusive de seus irmãos. Mas nem por isso deixava de ser o filho preferido do velho Francisco que sempre lhe dizia:
_Pequeno Henrique. Um dia você será maior do que todos, até mesmo que seus irmãos... Eles se curvarão diante de você.
E Henrique perguntava:
_E como isso acontecerá papai, se somos apenas camponeses?
E o velho respondia:
_Se agires com sabedoria, isso pode acontecer muito em breve.
Os irmãos de Henrique sentiam muita inveja da maneira como o pai o tratava, por isso viviam perseguindo e o maltratando. Baltazar, o mais velho, era o mentor de todas as maldades que faziam contra Henrique. Um dia ele teve a ideia de prender o irmão de ponta cabeça em uma arvore próxima ao vilarejo.
Benjamin, Carlos, Emanuel, Belchior e Heitor atraíram Henrique até o lugar combinado, ao comando de Baltazar os outros agarraram Henrique e o prenderam de ponta cabeça na arvore. Todos que passavam por ali riam ao verem a cena, ouvindo os seis rapazes dizerem em altas gargalhadas:
_Venham se curvar diante do pequeno Henrique!
Henrique se debatia tentando sair daquela situação, sem sucesso começou a chorar, e os irmãos foram ainda mais cruéis em suas zombarias. Ao verem Henrique chorando disseram:
_Olha só... Além de pequeno, ele é uma marica! Está chorando o pequeno Henrique Marica! _ saíram gritando isso pelo vilarejo dando as costas para o irmão preso de ponta cabeça na arvore.
Henrique implorava pela ajuda das pessoas que passavam, mas todas elas olhavam para ele e seguiam o caminho rindo. Quando já tinha desistido de ser desamarrado sentiu a corda se soltar do galho e caiu de cabeça no chão, gritou praguejando a sua má sorte e no mesmo instante ouviu alguém dizendo rindo do alto da arvore:
_Realmente você é o cara mais azarado que eu já vi!_ era uma menina, mas tinha aparência e vestia roupas de menino.
_E o que uma rapariga como você pode dizer sobre má sorte... Há má sorte maior do que ser uma rapariga que veste roupas de rapaz?
A menina desceu com habilidade de cima da arvore e disse:
_Olha aqui seu nanico, se eu soubesse que eras um mal agradecido, te deixaria preço de ponta cabeça naquela arvore!
_Foi você quem me soltou?
_E já estou arrependida!_ ela disse dando as costas para ele.
_Me desculpa e obrigado..._ disse Henrique sem jeito.
_Não foi nada... _ela disse olhando para ele novamente rindo _Então, como foi parar lá em cima?
_Foram meus irmãos..._ Henrique respondeu com uma expressão triste.
_Nossa, com irmãos como esses deve estar recusando ter inimigos...
_Meus irmãos me maltratam por eu ser magrelo e baixo... Eles são mais altos e mais fortes do que eu...
_Isso não é tão difícil, até eu sou mais alta e mais forte do que você!_ constatou a menina.
_Posso ser mais baixo, mas nunca serei mais fraco que uma rapariga!_ disse Henrique enfurecido.
_E por que vocês homens querem sempre ser os mais fortes? Por que sempre tem que ser vocês os heróis da história?
_Porque é assim que as coisas são! Está em nossa natureza sermos os heróis e salvar as mocinhas indefesas. _respondeu Henrique.
_Pois sinto lhe dizer que nessa história a heroína fui eu e não você!
_Estou perdendo meu tempo com você, adeus estranha!_ ele disse dando as costas para ela.
_Adeus seu nanico! _ela gritou.
Autor(a): eliote_junior_
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Ao voltar para casa, Henrique contou tudo o que passara para o pai, contando também outras travessuras de seus irmãos que ainda não tinha tido coragem de contar. Teria escondido aquela também se não estivesse com tanta raiva e com o orgulho ferido por ter sido salvo por uma menina. O velho Francisco castigou severamente os filhos prin ...
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