Minha noite não poderia ter terminado de forma melhor: fechei com chave de ouro na cama de uma loira gostosa. 

Bri... Alguma coisa. Ah, não importa.

Me levanto tentando não fazer muito barulho para não ter que dar nenhuma satisfação à loira esparramada na cama. Gemo quando pego o celular e vejo que estou super atrasado para a reunião. Coloco a roupa rapidamente, não me importando que esteja toda amassada. Pego um táxi e, para piorar a minha situação, ainda fico preso quase quarenta minutos no trânsito.

Pago o valor do táxi e entro na empresa como se não tivesse nada de errado acontecendo, afinal sou o fodido dono dessa empresa.

— Bom dia Sr. Collins. 

— Bom dia Sra. Branson.

— O Sr. e a Sra. Bittencourt estão te esperando. 

Resmungo um palavrão. 

— Há quanto tempo eles estão me esperando? 

Observo uma ruga se formar em sua testa e me preocupo mais ainda. Sra Branson é minha secretária é uma senhora de uns cinqüenta e poucos anos. Foi a secretária de meu pai e quando assumi seu cargo conservei Sra Branson, afinal não preciso de um processo por assédio sexual caso eu comesse a minha secretária gostosa e a jogasse fora depois como todas as outras. Meu trabalho é sagrado.

— Há mais de uma hora Sr. Collins. 

Vou para minha sala e procuro uma forma de não parecer muito irresponsável chegando com mais de uma hora de atraso.

Entro na sala e vejo Alaric Bittencourt e sua esposa – Beatrix Bittencourt – sentados à mesa, juntamente com meu advogado Armin Reynolds.

— Sr. e Sra. Bittencourt, desculpem-me o atraso.

— Não venha com suas desculpas esfarrapadas, Castiel. Sabemos muito bem que não se atrasou por algo importante. – Disse Alaric exaltado. Olhando-o agora, com seus cabelos e barba grisalhos, ele em nada se parece com o homem que meu pai contava em suas histórias de estripulias na juventude.

— Tem sorte de ainda estarmos aqui. Se não fosse por respeito a seu falecido pai, juro que não estaríamos aqui tendo essa conversa. – Beatrix suspirou, se levantando. – Para não perdermos mais tempo, essa é a nossa única objeção para que tome conta de nossa empresa. Queremos que tenha mais responsabilidade... – Interrompi-a rindo sarcasticamente.

— Com todo respeito, eu tenho responsabilidades, Sra. Bittencourt.

— Já passamos dessa parte, Castiel, não tem por que ficar me chamando pelo sobrenome, pois parece que estão brigando comigo – Fala enquanto enumera com o rosto franzido – E se você chama de responsabilidade chegar atrasado em uma reunião porque caiu de paraquedas na cama de uma qualquer não temos contrato nenhum a fechar. 

— Querida não precisa se exaltar. – Alaric virou para mim suspirando fundo – Eu prometi a seu pai, Castiel, que no leito de morte faria de você um homem melhor, e eu vou cumprir essa promessa. Por isso a nossa objeção é que você tome juízo. Pare de gastar suas noites com mulheres que não valem a pena. Você não é mais um adolescente, Castiel, e já está na hora de criar raízes.

Irritado por mais uma vez as pessoas tentarem me dizer o que fazer falo exasperado.

— Vocês só podem estar de brincadeira. Vocês são loucos e não podem interferir assim na minha vida pessoal. – Falo irritado.

— E você acha mesmo que iremos entregar nossa empresa nas mãos de um irresponsável que passa seus dias na farra? Ou melhor, as noites?  

Sorrio irônico, coçando a barba, e procuro uma desculpa para sair dessa enrascada.

— Eu tenho uma noiva – (Falo rápido sem saber direito o que estou falando, Armin olha para mim com a sombrancelha erguida como se dissesse "eu sei o que você está tentando fazer") – é com ela que eu estava. Só não levei a público porque queria dar um pouco de privacidade para ela. (Minto na maior cara de pau, e ainda faço uma cara de bobo apaixonado)

— Se ela te ama de verdade, ela entenderá e se encaixará na sua rotina. – Diz Catarine.

— Queremos conhecê-la. – Completa Alaric.

— Eu não posso obrigá-la.

Olho para Armin pedindo socorro e ele da de ombros.

— Você não tem muita escolha. – Levantam-se e saem da minha sala sem me dar muita escolha.

Frustrado e sem saber como irei arrumar uma noiva, olho para Armin, que está segurando a risada.

— Não ria, cretino. Estou ferrado.

— Então, como era a sua noiva? Pelo menos lembra o nome dela?

— Gostosa com um traseiro... Hmmm... – Armin ri. – tenho que arrumar uma noiva.

— Não se preocupe. Deixe isso comigo.

— Você irá escolher a minha noiva falsa?

— Exatamente, confie em mim e você terá a noiva perfeita. 

(Diz digitando rapidamente no seu celular)

❄ ❄ ❄

Me olho no espelho gostando do que vejo. Calça preta, regata cinza bordada e um terninho preto cinturado por cima. Estou bonita e pronta para uma entrevista de emprego.

— Isso está um horror. Podia mostrar um pouco de pele, né, querida? O que adianta ter um corpão se você nem o mostra?

Esse ser que acabou de chegar é Brittany Murphy, minha melhor amiga e colega de apartamento. Dividimos o apê, mais ou menos por quê na verdade sou eu quem paga tudo então sim apenas "dividimos" o apê. Ela é linda e sabe disso provavelmente está voltando da casa de um dos seus namorados. Isso mesmo ela fica com vários ao mesmo tempo. Eu queria ter essa "coragem" que ela tem de vez enquando, mas não sou assim.

— Bri, estou indo para uma entrevista de emprego. – Censuro-a.

— Eu sei, fui eu que te convenci. E vamos concordar Lina que seu Look balada e seu Look trabalho nao muda muita coisa de um pro outro.

Reviro os olhos pegando minha bolsa e a chave do meu carro.

— Você fala como se eu não gostasse de trabalhar. E não tem nada de errado com essa roupa.

— Você só pensa muito baixo, mas ainda bem que você tem sua querida amiga aqui para abrir os seus olhos.

— Me diz, o que eu faria sem você? – Faço drama.

— Ainda estaria trabalhando como dançarina naquele lugar horrendo. – (um calafrio sobe por minha espinha, não é algo que eu me orgulhe ou goste de lembrar)– Agora vamos logo pois não queremos que se atrase. 

❄ ❄ ❄

  

Assim que chegarmos no local meu queixo caiu era um prédio enorme e lindo. Vou até a recepcionista que está sorrindo. Espero que seja para mim e não de mim.

— Estou aqui para a entrevista de emprego com o Sr. Stewart. 

— Ele está te esperando no 20° andar. É só pegar o elevador e esperar na recepção a secretária chamará seu nome. 

Entrei no elevador e apertei o botão no painel. Assim que a porta do elevador se abriu várias pessoas entraram, mas um em especial chamou minha atenção. Era claro com cabelos escuros, cujos fios bagunçados o deixavam com uma aparência muito sexy. O terno feito sob medida abraçava seu corpo fazendo minha mente não muito ingênua ter pensamentos impróprios.  

Era com certeza um executivo muito importante. 

Em outro andar as portas se abriram novamente e algumas pessoas saíram entrando outras logo depois. O moreno deu um passo para trás dando espaço para outras pessoas ficando a uma distância mínima de mim, seu perfume era deliciosamente masculino. 

Assim que o elevador parou no 20° andar vi algumas garotas saírem, pedi licença mais ele pareceu não ouvir. Dei um toquinho em seu ombro e ele olhou para trás e para baixo. Seus olhos eram de um azul esverdeado lindo. 

— Com licença, preciso descer. 

Sem dizer nada, ele me deu espaço e eu saio. Nervosa sentei-me em uma das cadeiras acolchoadas observando as outras candidatas todas muito bonitas. Mexi em meus cabelos coçando a nuca um tique de quando estou nervosa respiro fundo e espero chamarem meu nome.

Angeline

Castiel

Armin

Britt