Fanfics Brasil - Capítulo 29 A promessa da rosa

Fanfic: A promessa da rosa | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 29

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     Maite sentou na beirada da cama com os pés pendurados, as costas retas e as mãos cruzadas sobre o regaço. Penteou o cabelo com os dedos o melhor que tinha podido e o tinha recolhido de novo, trocando de touca. Por desgraça não tinha um vestido limpo para substituir o que tinha posto, mas tinha arrumado para assear com a água que lhe levavam cada dia e confiava em ter bom aspecto. Tentou parecer acalmada e digna, no caso de Alfonso subir diretamente a vê-la.


     Acabava de chegar à fortaleza junto com seus homens. Teria sido impossível não ouvi-los, porque entraram falando animadamente em voz alta, com gritos de alegria e inclusive algumas risadas. Maite tinha estado esperando a volta de Alfonso, consciente de que só ficavam uns dias. Mas sua primeira reação tinha sido de desgosto. Compreendia à perfeição o tom do estrondo que estavam montando os cavalheiros. Retornavam vitoriosos. Carlisle tinha caído.


     Por que não se entristecia? Sabia que aquilo era só o princípio. Embora os normandos ficassem satisfeitos com aquele aumento de território, a coisa não pararia por ali. Malcolm não tinha tido nunca intenção de manter a paz e agora procuraria vingança. E esta vez estaria sem dúvida duplamente furioso, já que uma das pessoas que o tinha traído era o marido de sua filha, que além disso era um antigo inimigo dele.


     Maite não podia seguir pensando em Carlisle e no futuro das terras da fronteira. Seu marido acabava de retornar, e talvez naquele momento estivesse subindo as escadas para se dirigir a seu quarto. Era difícil manter a calma e respirar pausadamente, com normalidade. O que ocorreria quando voltassem a se encontrar? Não tinha transcorrido nenhuma semana desde que discutissem tão acaloradamente e Alfonso a encerrasse em seu quarto. Maite sabia que estava ileso, que não o tinham ferido na batalha, porque, incapaz de se conter, aproximou da janela para olhar como os cavalheiros entravam no castelo. Tinha divisado em seguida seu marido montado em seu corcel, alto e erguido, a malha coberta de barro e o elmo sob o braço. Aliviada, pensou que se estivesse ferido não poderia montar assim.


     Tinha passado largas horas dando voltas aos sentimentos que albergava para seu marido, à relação que tinham tido e ao futuro que se abria ante eles. Maite nunca imaginou que poderia chegar a amar a um homem da maneira tão completa em que o fazia, mas, por muito que lhe doesse, assim era. Não lhe alegrava a idéia de amá-lo, como poderia ser de outro modo? Alfonso tinha traído cruelmente a seu pai e sua família por causa da ambição. E também a tinha traído a ela e a seu matrimônio. Era imperdoável. Mas devia perdoá-lo.


     E seu perdão tinha menos que ver com o amor que com a sobrevivência.


Seguiria sendo sua esposa embora o odiasse, embora nunca chegasse a perdoá-lo, embora renegasse dele e o desafiasse. Mas o amava, que Deus a ajudasse. Assim que lhe perdoava tudo, e o único que lhe cabia esperar era que sua sensata resposta à loucura daquela situação se visse correspondida em um futuro próximo com serenidade no temperamento e os sentimentos de seu marido.


     Mas Maite não estava preparada para especular mais à frente, nem para analisar a profundidade de seus próprios desejos, de suas necessidades, de seus desejos secretos. Bastaria com que entre eles se estabelecesse uma paz estável. Ela faria o possível com seus atos, e talvez algum dia Alfonso compreenderia sua lealdade. Possivelmente, com o tempo, esquecesse que o tinha espionado e acreditasse nela. Devia tentar convencê-lo de sua inocência com todas suas forças.


     Maite ficou tensa quando alguém abriu o ferrolho. Transcorreu uma eternidade até que a pesada porta abriu. A desilusão se apoderou dela quando viu um servente na soleira em lugar da seu marido. Piscou para conter uma lágrima e logo se deu conta de que estavam introduzindo no quarto uma grande banheira de cobre. E o que era mais importante: Alfonso caminhava atrás dos serventes que levavam a água quente.


     Ficou imóvel enquanto que o olhava com incerteza. Não lhe devolveu o olhar.


Uma vez dentro, seu pajem o ajudou a tirar a cota de malha. Ao perceber quão esgotado estava, o primeiro impulso de Maite foi correr para ele e ajudá-lo, embora, dado o rechaço que mostrava para com ela, decidiu não fazê-lo.


     Dando-se conta de que estava contendo a respiração, que o coração pulsava muito depressa, a jovem aspirou fundo um par de vezes para se recuperar. E quando Alfonso tirou por fim o amparo de couro que levava sob a armadura, Maite percebeu que a estava olhando.      — Bom dia, milady — a saudou inclinando a cabeça.


     — Bom dia, milorde — sussurrou ela.


     Dito aquilo, fez-se silêncio enquanto o pajem despia rapidamente a seu senhor, um trabalho que corresponderia a Maite já que estava presente. Alfonso lhe dava as costas. Ela sabia que carecia de modéstia, assim que se tratava de um óbvio rechaço que doeu profundamente. Uma vez que a banheira esteve cheia e partiram os serventes, Alfonso se meteu na água olhando para outro lado, outro sinal de que as coisas não estavam bem. Logo disse ao escudeiro que podia partir. O moço obedeceu e ficaram a sós.


     Maite se sentia insegura. Seu marido se estava comportando de forma acalmada e racional, entretanto, duvidava que a tivesse perdoado. O fato de que tivesse lhe dado as costas não uma, a não ser duas vezes, era muito significativo. Talvez se tratasse de uma advertência, um sinal para que mantivesse distância. De repente, a jovem recordou durante um instante fugaz a última vez que o tinha ajudado a se banhar. Sem poder evitá-lo, experimentou uma profunda nostalgia. Estava completamente segura de que nunca se repetiria aquela paixão tão livre e esmagadora, aquele desejo mútuo e indisputável.


     — Quer que o ajude, milorde?


     Alfonso estava ensaboando-se naquele instante e não girou a cabeça para responder.


     — Talvez em outro momento — disse com tom de evidente cansaço.


     Maite ficou paralisada. Não o tinha interpretado mau. Seu marido não tinha esquecido nem perdoado nada. Esteve a ponto de soluçar, mas conseguiu emitir um som de decepção em seu lugar. Aquele homem não tinha absolutamente nada que ver com o ardente e quente amante que tinha sido antes da briga.


     Sem saber no que empregar as mãos, Maite decidiu atender o fogo, já que não tinha outra coisa que fazer. Colocou o atiçador entre os lenhos e deixou escapar parte da frustração e a raiva que tinha, embora não foi suficiente. Estava claro que Alfonso tentava evitá-la. Mas, durante quanto tempo? Ao recordar o impossível que se apresentava seu futuro, soube que aquela situação não podia continuar daquele modo, não devia permitir que seguissem naquela linha.


     Quando uma Maite, tremente, girou, Alfonso tinha terminado de assear e estava em pé. Um instante mais tarde secou seu poderoso corpo nu com uma toalha e começou a vestir-se sem lhe falar, nem dirigir um simples olhar.      Maite não se atreveu a aproximar para ajudá-lo já que estava convencida de que a rechaçaria uma vez mais. Seus atos falavam isso.      — Fugirá o resto de nossas vidas, milorde? — Perguntou, incapaz de guardar silêncio.      — Fugir? — Alfonso girou. — Não tenho nenhuma intenção de evitá-la, milady.


Mas se esperava algo diferente a minha indiferença, então está enganada.


     — Ainda está zangado — disse elevando a cabeça.


     Alfonso soltou uma áspera e desagradável gargalhada.


     — Sim, ainda estou zangado. Mas não tema, não perderei o controle.


     Olhava-a de forma tão aberta que Maite pôde ver a raiva refletida em seus olhos, uma raiva fria e dura.      — Fui castigada, mas ainda não pedi perdão. — Saber que era inocente do delito de traição o fazia difícil continuar. — O sinto.      — Que sincera parece! — Exclamou em tom incrédulo.


     — Sinto muito! — Gritou Maite. — Alfonso, juro que nunca tentei traí-lo.


     Ele inclinou a cabeça.


     — Não parece que essa afirmação chega um pouco tarde?


     — Talvez, mas é a verdade.


     — Duvido muito que compreenda o significado da palavra “verdade”, milady.


     — É cruel — sussurrou.


     — Por que tenta me convencer agora? Acaso não estava espionando?      — Sim, mas...


     — Está conspirando outra vez contra mim? Pretende me abrandar de novo para poder me golpear de novo?


     — Não!


     — Se acreditasse que o lamenta sinceramente, bastaria com isso. Não poderia pedir nada mais que um arrependimento sincero. Mas nenhuma desculpa, autêntica ou não, basta para acalmar minha dor e minha raiva. Eu não tomo a traição à ligeira, e muito menos se vier de minha esposa. Isso nunca.      — Mas te juro que estou dizendo a verdade... Nunca esteve em meu ânimo traí-lo!      — Igual jurou diante de Deus me honrar e me obedecer? — Perguntou ameaçador, os olhos brilhavam perigosamente em sinal de advertência.      — Eu não tenho quebrado meus votos — afirmou sem voltar atrás.


     — Já tive suficiente, milady — declarou ele com voz tensa. Maite fez um esforço por manter a compostura ao perceber que o estava olhando através de um véu de lágrimas. — Seu confinamento terminou, se isso te servir de algo — comunicou com voz dura. — Espero-a esta noite para jantar conosco. Meu banho está ainda quente. Por que não o aproveita?      — Muito generoso de sua parte.


     Alfonso apertou os punhos enquanto seus olhos escureciam ainda mais.


     — Uma vez fui muito generoso contigo, ou já o esqueceste? Tem sorte, milady, muita sorte de que tenha posto fim a seu castigo, que por certo foi muito leve, e que tenha a intenção de que siga sendo minha esposa apesar de sua traição.


     Maite não foi capaz de ocultar a amargura na voz ao protestar.


     — Não tem escolha, milorde, e sabe. Estamos casados diante de Deus até que a morte nos separe!      — Há muitas maneiras de acabar com um matrimônio como o nosso — assinalou Alfonso.


     A jovem pôs-se a tremer entre assustada e horrorizada. Sem dúvida tinha entendido mau. Não podia estar ameaçando-a com...      — O que... o que está dizendo, milorde?


     — Estou te sugerindo que ande com cuidado, milady.


     — Vais pedir a anulação? — perguntou Mary horrorizada.


     — Eu disse isso? Não, milady, nunca pediria a anulação. Ainda tem que me dar um herdeiro, faz falta que a recorde disso? — A jovem cruzou com seu frio olhar enquanto ele sorria sem nenhum indício de bom humor. — Se tiver lugar outro episódio de traição, milady, enviarei-te ao exílio. Se esse dia me sentir generoso iria a Tetly, uma propriedade que tenho na costa. Em caso contrário, ingressarei-te em um convento na França.      — E... e se estou esperando teu filho? — A palidez de Maite era cadavérica.


     Alfonso sorriu fria e brevemente.


     — Isso não mudaria nada, Maite, todos os dias nascem filhos de mães exiladas, como você bem sabe. — Alfonso lhe deu as costas uma vez mais. — Não nos faça esperar.


     Dito aquilo, fechou a porta atrás dele.


     Maite permaneceu imóvel, mas só durante um instante. Logo recolheu o elmo de seu marido, que estava sobre a cômoda que tinha ao lado, e o jogou furiosamente contra a porta. Fez muito ruído ao ricochetear, embora isso apenas a consolou. Sentia como se estivesse a bordo de um destino quase tão terrível como a morte, e talvez igual de irrevogável. O exílio. Alfonso não albergava já nenhum sentimento para ela e tinha deixado claro que a afastaria de seu lado sem pensá-lo.


     Com vontades de chorar, levou as mãos ao abdômen. Alfonso tinha afirmado que a enviaria ao exílio embora estivesse esperando um filho. Aquela declaração era a prova de que ainda esperava que lhe desse um herdeiro. O que ele ignorava era que provavelmente, Maite já estivesse grávida. O segredo que guardava a jovem, bem podia se converter na única carta que ficava por jogar, se é que alguma vez se atrevia a utilizá-la. Aquela era a razão pela qual não se aproximava dele para dizer o que tanto gostaria Alfonso de escutar. E sua contenção não tinha nada que ver com um romantismo ridículo. Depois do que acabava de ocorrer, não podia ser tão estúpida para pensar que chegaria um tempo no que as coisas resultariam fáceis entre eles, um tempo de luz e risadas, um tempo no que desfrutassem da paixão mútua em lugar de viver em meio de uma guerra não declarada.


* * * * * * *


     Durante o jantar, Maite se inteirou dos detalhes do ocorrido em Carlisle. A condessa queria que a informassem de tudo, e suas perguntas foram certeiras, diretas e intermináveis. O conde ficou no norte restabelecendo a ordem e


Geoffrey tinha retornado a Canterbury, mas Brand, de caminho a Londres com seus homens, passaria a noite em Alnwick. Entretanto, foi Alfonso quem respondeu às perguntas de sua mãe sobre a terra e os compatriotas de Maite com tom tranqüilo e desapaixonado.


     A jovem escutava em silêncio. Estava furiosa depois do desastroso encontro que tinha tido horas antes com seu marido, e escutar quão rápido tinha caído Carlisle não fazia que seu humor melhorasse muito. Além disso, era a primeira vez que Maite via alguém que não fosse Alfonso desde que a encerrassem por espionagem. Era culpada de escutar o que não devia, mas inocente de traição, e entretanto tinha medo de olhar à condessa nos olhos. Sabia o quanto inteligente que era aquela mulher, e quanto amava a seu marido e Alnwick, que no passado foi um feudo saxão que pertenceu a seu pai. A jovem supôs que lady Ceidre estaria furiosa com ela... E que também se sentiria terrivelmente decepcionada, assim que se sobressaltou quando a condessa dirigiu a ela com tom amável.      — Suponho que isto deve ser difícil para você, Maite.


     A jovem elevou os olhos, assombrada, e sustentou o olhar da condessa.


     — Perdão, milady, o que disse?


     — Deve ser muito difícil para você estar casada com meu filho, um normando que luta contra seu país... e contra sua família.


     Maite empalideceu. Sentia todos os olhares da mesa cravadas nela, incluído o de seu marido, que estava sentado a seu lado no estrado. Mas a condessa parecia simpatizar sinceramente com ela. Como era possível?      — Sim — murmurou ao fim. — É muito difícil e muito triste. — Para seu horror, uma lágrima deslizou pela bochecha.      A condessa estava sentada ao lado de Alfonso, mas se inclinou sobre seu filho para dar a sua nora um tapinha na mão.      — Certamente meu filho não lhe disse isso, mas me contou que sua família está bem.


     Maite conteve a respiração, tinha estado terrivelmente preocupada com sua família. Ao parecer, embora tinha aprendido quão cruel podia chegar a ser seu pai, era impossível deixar de querê-lo. Sempre seria seu pai. Incapaz de conter a impaciência, olhou a seu marido pela primeira vez desde que baixou as escadas.


     — Está seguro?


     — Tão seguro como se pode estar. Acredito que Edgar resultou ferido. Mas o vi lutar até o final, assim não deve ser nada grave — afirmou Alfonso.


     — Edgar! — o coração de Maite deu um tombo. — Está seguro de que está bem?


     Seu marido assentiu com a cabeça sem deixar de olhá-la, e Maite, tremendo, suspirou aliviada. Se algum de seus seres queridos morria, sua situação atual se complicaria ainda mais. A jovem rezou para que aquilo nunca ocorresse. Mas se as forças de Northumberland continuavam enfrentando às de Malcolm, acaso não seria inevitável? Estremeceu presa de uma horrível premonição.     


— Para mim tampouco resultou fácil em seu momento — estava dizendo a condessa.


     A jovem não pôde evitar observar de soslaio a Alfonso, que agora olhava seu copo de vinho com expressão sombria. Teria tornado a desagradá-lo de algum jeito? Tratando de ignorá-lo, Maite girou para sua sogra com genuína curiosidade.


     — Devido a que fosse saxã?


     — Não só era saxã, também era filha natural de meu pai — admitiu lady Ceidre com sinceridade. — E Rolfe, como certamente terá ouvido, era um dos homens de confiança de William I, o Conquistador. O abismo que havia entre nós não podia ser maior, sobre tudo porque lhe tinham encomendado pessoalmente a


responsabilidade de dobrar o norte do país com crueldade e brutalidade. A primeira vez que vi meu marido estava ordenando que colocassem fogo a uma aldeia por ter escondido a uns arqueiros que tinham tentado uma emboscada a seus homens. Ordenou que não deixassem absolutamente nada sem destruir, nem sequer o milho, o que significava que todos seus habitantes não só se congelariam aquele inverno, mas também morreriam de fome. Roguei-lhe clemência, mas ele se negou, o que fez com que o odiasse.      — Mas... se o odiava tanto, como pudestes chegar a amá-lo como o ama? — Perguntou a jovem, assombrada.


     Enquanto esperava a resposta da condessa, Maite foi mais consciente que nunca da presença de Alfonso a seu lado. Só um par de centímetros separavam seus corpos, assim teria resultado impossível não sentir sua proximidade e experimentar por isso um certo desassossego. Mas Alfonso parecia não respirar, tão interessado na conversação que Maite estava mantendo com sua mãe como ela mesma, ou ao menos isso parecia.


     — Bom — lady Ceidre sorriu ligeiramente — é um dos homens mais atraentes que viu em sua vida, verdade? Não pude evitar me fixar nele. E, como sabe, meu marido é um bom homem. Estava obedecendo a seu rei, como todos devemos fazer. Embora eu apoiasse em segredo a meus irmãos rebeldes, apaixonei-me por ele. E para piorar as coisas, ele se casou em seguida com minha irmã Alice, a filha legítima de meu pai. Fomos inimigos desde o começo, mas nos apaixonamos. — Durante um instante a condessa se perdeu em suas lembranças do passado. Seus olhos brilharam com força e seu rosto, à luz das velas, pareceu de repente jovem. — Não foi fácil. Eu o traí uma e outra vez, acreditando que era meu dever. Ele estava furioso. Mas... o tempo cura as feridas, Maite. E quando as feridas resultaram menos dolorosas, o amor seguia ali, ainda mais forte que antes.


     Maite se perguntou o que teria ocorrido com Alice, a primeira esposa do conde. Sem dúvida havia falecido no momento oportuno, permitindo que o conde se casasse com sua amada.      — É uma história em certo modo triste — disse Maite, consciente de que Alfonso a estava escutando atentamente. — Mas formosa, muito formosa.


     — Sou uma mulher muito afortunada — assegurou Ceidre sorrindo com amabilidade. — E você também, querida, embora ainda não saiba. Em ocasiões o caminho para a felicidade é comprido e difícil, mas as provas que terá que superar fazem com que a recompensa final seja muito mais doce.


     Maite baixou os olhos para a bandeja que compartilhava com seu marido.


Embora ele escolhia para ela os bocados mais deliciosos, não havia nenhum carinho, nenhum amor em seus atos. Tão somente estava sendo cortês e educado. A jovem se sentiu invadida por um desejo absurdo que lutava por evitar e se encontrou suspirando por um amor como o que a condessa tinha encontrado com seu marido, um amor o suficientemente forte para suportar os piores tempos... Um amor o suficientemente grande para durar para sempre.


     O salão estava sumido em um incomum silêncio, e a jovem percebeu que os numerosos soldados que estavam sentados tinham estado escutando cada palavra que pronunciaram tanto a condessa como ela. Elevou a vista bruscamente, bem consciente do que todo mundo estava pensando, incluída a condessa: estavam convencidos de sua culpabilidade. Pensavam que, igual a lady Ceidre, ela também tinha cometido traição contra seu marido, amalucada, mas deliberadamente. No contexto de uma história de amor narrada com o estômago cheio e sob o influxo do bom vinho, era aceitável e inclusive romântico, mas não era assim absolutamente.      — Eu não traí a meu marido, milady — declarou olhando a sua sogra. Sua voz foi clara e todo mundo a escutou. — Nunca romperia os votos que pronunciei em minhas bodas.



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • Beatriz Herroni Postado em 23/03/2018 - 15:37:22

    Pq postou tudo de vez?Fica um pouco ruim de ler assim

    • taynaraleal Postado em 24/03/2018 - 15:57:33

      Oi Beatriz, então eu postei tudo de uma vez, pois tenho novas adaptações vindo por ai, e como essa eu só estava repostando pq havia sido apagada eu resolvi finalizar toda de uma vez, sei que fica ruim de ler, mas foi a unica forma de me dedicar as outras, pois meu tempo é minimo. Espero que consiga ler essa, e as outras que estão por vir

  • maite_portilla Postado em 03/08/2017 - 17:24:36

    Agora sim a mai vai ter que dizer tudo pro poncho... Dulce melhor pessoa kkkk... Coninua logo <3<3<3

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:13:27

      Ainda está ai? vou continuar e com maratonaaaaa, espero que goste

  • Postado em 03/08/2017 - 17:22:18

    Ai Deus, acho que agora sim a mai vai revelar a vdd pro poncho... Adorei a Dulce kkkk... Continua logooo

  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 17:56:39

    eita, agora a mai nao tem mais para onde fugir. coitada, ate eu fiquei com um pouco de medo desse alfonso. sera que ele vai descobrir quem ela é de vdd? continua... to amando

  • maite_portilla Postado em 22/07/2017 - 00:57:58

    Adorei a historia... Continua <3

  • lunnagomes Postado em 19/07/2017 - 21:04:10

    Estou apaixonada pela história... continua

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:14:06

      Desculpa pelo sumiço, vou continuar e com maratona, se ainda estiver por ai, e quiser voltar, os comentários me estimulam muito


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