Fanfics Brasil - Capítulo 37 A promessa da rosa

Fanfic: A promessa da rosa | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 37

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     — Cavaleiros, milady!


     Maite elevou a vista do estrado no qual estava comendo sozinha e deixou cair o talher que sustentava.


     — Cavaleiros?


     — Estão muito longe para distingui-los, mas é um contingente bastante grande e levam uma bandeira, milady — anunciou o servente. Acabava de vir correndo da torre e estava sem fôlego.


     Maite não se moveu, mas o coração pulsava com tanta força que sentiu que ia desmaiar. Era Alfonso. Sabia. Oh, Deus, sabia! Estava completamente emocionada, cheia de ilusão e de medo. Oh, Deus, devia fazê-lo tudo bem! Devia recuperá-lo!      Maite ficou em pé de um salto. Estava grávida de cinco meses, mas por ser de constituição magra, sua condição ainda não era óbvia quando estava completamente vestida. É obvio, Alfonso notaria imediatamente que tinha ganhado peso, que tinha o rosto mais cheio e os seios maiores. Maite sentiu de repente angustiada. E se já não fosse tão bonita como antes?


     Subiu as escadas como uma exalação e entrou em seu quarto para comprovar que sua vestimenta fosse a correta e colocar cada mecha de cabelo em seu lugar sob a touca. De repente, ficou imóvel. Alfonso adorava seu cabelo. As mulheres casadas não o levavam solto, mas era sua arma agora que tinha perdido a figura.


A jovem vacilou... O soltaria. Com o coração acelerado e as mãos trementes, tirou as forquilhas a toda pressa e o deixou livre, deixando que caísse como uma cascata dourada e selvagem por suas costas. Se Maite estava segura de algo era que nunca antes tinha tido o cabelo tão bonito. Entretanto as mãos ainda tremiam quando o escovou rapidamente.


     Estava tão nervosa que quase se sentia doente e tentou respirar fundo várias vezes para tentar acalmar-se. Tinha escutado aos homens entrando no salão inferior. Oh, Deus. E se ainda a seguia odiando? Parou na entrada de seu quarto e elevou uma rápida e curta prece. Logo ergueu as costas e elevou a cabeça. Abriu a pesada porta, parou um instante, e depois desceu lentamente pelas escadas.


     Quando entrou no salão, ficou paralisada sem acreditar. Ali havia um homem, mas não era Alfonso. Em seu lugar, sentado no estrado como se fosse o senhor de Tetly, estava o príncipe Henry. Um sorriso que encerrava todos seus perversos propósitos apareceu em seus lábios quando a viu. Como tinha prometido aquela solitária e escura noite nos muros de Alnwick, tinha ido a ela em seu exílio.


     Maite o olhou fixamente e Henry fez o mesmo. Tinha um olhar divertido como resposta a sua comoção, a percorria com olhar de cima abaixo, primeiro o rosto, logo o cabelo e finalmente o corpo. Quando voltou a olhá-la nos olhos o fez com intensidade.


     — Que formosa é. — Maite sentiu que encolhia o coração de medo, enquanto ele deslizava a vista para seus voluptuosos seios, que marcavam sob o tecido da túnica. — Nunca estiveste mais bela, princesa — assegurou Henry.      O coração de Maite voltou a pulsar com força. Avançou lentamente, lamentando ter soltado o cabelo. Mas já era muito tarde.      Pálida e assustada, decidiu jogar Henry dali... depois de saber do paradeiro de Alfonso e o que andava fazendo.


     — Bom dia, milorde. — Fez uma reverência. — Que surpresa.


     Ele fez um gesto para que levantasse e lhe ofereceu uma mão para ajudá-la a subir ao estrado. Maite soltou rapidamente e o olhar de Henry voltou a refletir sua diversão.      — Por que te surpreende? — Perguntou. — Não disse que iria vê-la quando estivesse exilada?      Maite voltou a sentir uma de onda de pânico, mas sentou a seu lado com calma aparente.


     — É muito amável de sua parte vir me visitar em uns momentos tão solitários — disse enchendo a taça de vinho. — Entretanto, custa-me trabalho acreditar que a amabilidade seja sua única motivação. Tetly está afastado de todos os caminhos.


     — É certo, está isolado e abandonado. Que lugar tão espantoso! Mas parece que te cai bem. Resplandece, Maite. Significa isso que está encantada de estar longe de seu marido?      Henry deu um sorvo a sua taça de vinho sem afastar em nenhum instante os olhos dela.


     — Não sou feliz estando longe de meu marido, milorde. Amo-o. Sonho com o dia em que me perdoe e me chame de retorno a seu lado — espetou girando para olhá-lo.      — Não acredito que esse dia chegue nunca, Maite. Traíste-o, e não é homem que perdoe a seus inimigos — afirmou com um sorriso.      — Eu não sou seu inimigo. Sou sua esposa.


     — Uma combinação perigosa e letal, como ele bem sabe.


     Zangada, Maite afastou a vista e se forçou a manter a calma. Aquela era a primeira visita que recebia em todo o inverno, e estava decidida ter notícias de Alfonso, de seus irmãos e da Escócia. Não tinha recebido nenhuma só notícia durante os últimos meses.      — Como está Alfonso?


     — Está bem.


     Isso não dizia nada a Maite.


     — E... meus irmãos?


     — Também estão bem. Desfrutam da hospitalidade de William Rufus. Edmund, é obvio, ocupa o trono de Escócia junto com seu tio Donald Bane. — A jovem guardou silêncio. A notícia de que seus irmãos eram agora prisioneiros reais não a surpreendia. — Está muito tranqüila. Sabia que Alfonso está também ali? Passou na corte a maior parte do inverno.


     Maite custava a acreditá-lo. Seu marido odiava a corte. Seus irmãos tinham sido chamados ali, e sem dúvida Alfonso os teria escoltado, mas não podia compreender por que ficou também.


     — O que está fazendo ali? — Perguntou com cautela.


     Maite tinha esforçado aqueles últimos meses em não pensar no que seu marido poderia estar fazendo com outras mulheres, e o tinha conseguido. Mas já não. Na corte havia muitas damas formosas com pouca moral. Maite não suportava imaginálo nos braços de nenhuma outra mulher, fosse dama ou prostituta.


     — Há pouco que fazer em Alnwick durante os largos meses de inverno, como você deve saber. Imagino que estará divertindo-se com toda tipo de intrigas — disse Henry com naturalidade.      Maite o olhou. Estava sendo cruel. Ela sabia que não se estava referindo a intrigas políticas. E de repente sentiu que já tinha tido suficiente.


     Aquele distanciamento tinha chegado muito longe. Se Alfonso tinha tomado uma amante, daria rédea solta a uma fúria como nunca antes tinha visto seu marido. Imaginou-o entrelaçado com sua antiga prometida. Era um pensamento horrível. Ela era sua esposa, a que devia estar entre seus braços.


     — E Anahi Portilla?


     — Casou-se em fevereiro com Ferrars — informou Henry com um sorriso. — Embora isso não a detém em seus malvados propósitos. — Sorriu mais abertamente.


— Nem tampouco deixou a corte.


     A jovem sentiu uma pontada no peito. Acaso estava insinuando Henry que Anahi e Alfonso tinham retomado sua relação?


     Seguindo um impulso, inclinou-se para ele e pediu:


     — Leve-me contigo quando partir. Desejo ir a corte e me reunir com meu marido.


     Henry a olhou surpreso e logo riu.


     — Vá como é atrevida! Não posso levá-la comigo. Embora quase valeria a pena só para ver o rosto de Alfonso ao vê-la chegar. Mas te enviou ao exílio, e com razão. Se eu tivesse sido seu marido a teria metido em um convento para o resto de seus dias.


     — Mas não é meu marido, verdade? — Perguntou ela em tom ácido.


     — Não. — Henry inclinou para diante. — E seu marido não está aqui. — Sorriu. — Deve ter sido um inverno comprido e duro para ti.


     — Não tão largo e tão duro como você gostaria — disse Maite com frieza. — Não me interessam seus cuidados, milorde. Apesar de todo o ocorrido, amo a meu marido e seguirei sendo fiel.      — Inclusive se digo que ele não está sendo fiel a você?


     Deus, como doíam aquelas palavras.


     — Inclusive assim.


     — Acredito que te admiro, milady — disse o príncipe recostando-se em sua cadeira e exalando um suspiro. Seus olhos brilhavam perigosamente.


******


     Aquela noite a jovem não pôde dormir. As palavras de Henry perseguiam-na. A infidelidade de Alfonso produzia uma dor tremenda. Não deixava de imaginá-lo com a formosa e imoral Anahi Portilla, que agora devia chamar Anahi Ferrars. Maite tentou pensar em uma maneira de escapar de Tetly e chegar a corte para reclamar a seu marido e sua posição como esposa. Mas escapar dali era uma tarefa impossível. A única maneira de sair era pelas portas de entrada, e tinham expressamente proibido de as atravessar. Se Henry tivesse levado uma carroça tentaria esconder-se nela quando partisse, mas não tinha sido assim. Revolveu-se na cama e ficou finalmente de flanco.      O único que podia fazer era enviar uma carta a Alfonso com Henry. Sem dúvida o príncipe lhe faria esse favor.


     De repente, ficou tensa. No meio do rugido do vento e do distante trovão das ondas rompendo na borda, Maite acreditou escutar o ruído produzido por uma porta ao abrir. Henry ocupava o outro quarto que havia naquela última planta, mas já devia estar dormindo profundamente.


     De novo, pareceu escutar outro ruído que acelerou o pulso. Finalmente, quando o vento parou durante um instante, quando só ficava o suave e puxador som das ondas golpeando a borda ao longe, aos pés dos escarpados, tranqüilizou-se porque não escutou nada.      O alívio só durou um instante. Um segundo depois, Henry tinha deslizado em sua cama rindo entre dentes e apertando seu corpo excitado contra suas costas.


Maite sufocou um grito, chocada.


     — Não te surpreenda, querida — murmurou o príncipe esfregando-se contra o corpo feminino e acariciando seus seios com a mão. — Sei que deve estar desejando um homem.      Por um momento, Maite não pôde replicar. Ao menos, Henry ainda não se despiu, mas ela estava completamente nua.      — Farei com que me deseje — assegurou o príncipe com voz pastosa lhe apertando brandamente um seio e beijando-a no pescoço.      Maite saiu de seu estupor. Amava Alfonso e não ia consentir que outro homem a tocasse.      — Saia de minha cama! Saia de minha cama neste instante!


     Ele respondeu esfregando-se prazerosamente contra ela.


     A jovem fechou os olhos e amaldiçoou seu marido por havê-la deixado assim, expondo-a a uma situação como aquela. Logo aspirou com força... e cravou o cotovelo nas costelas de seu agressor com todas suas forças.


     Ele afogou um grito e Maite conseguiu ficar sobre suas mãos e joelhos.


Henry emitiu um grunhido zangado e a empurrou bruscamente obrigando-a a ficar de barriga para baixo.      Maite gritou quando se colocou em cima dela e começou a manipular suas calças.


     — O bebê, maldito seja! Você vai fazer mal a meu bebê!


     O príncipe ficou paralisado. Um instante depois a pôs de barriga para cima e pôs as mãos sobre seu ventre. Desesperada, Maite conseguiu escapar e sair da cama.


     — Maldição! — Exclamou Henry chocado enquanto sentava.


     A jovem estava em frente ao fogo, olhando ao seu redor enlouquecida em busca de uma arma. Por fim, cravou os olhos no atiçador. Agarrou-o e o elevou com gesto ameaçador.


     O olhar do príncipe posou imediatamente no arredondado ventre. A gravidez era mais que evidente. Logo fixou no “v” que formavam suas coxas e em seus seios trementes.      — Isso não é necessário — disse secamente. — A violação não entrava em meus planos.      — Ah, não? — Perguntou Maite com voz quebrada. Não importava o que dissesse. O príncipe tinha estado a ponto de violá-la.


     A resposta de Henry foi sair da cama e acender uma vela. Levantou-o e voltou a olhá-la.      — Alfonso não sabe? — Sua voz tinha adquirido um tom frio e duro. Era a voz de um aristocrata irritado.


     Ao ser repentinamente consciente de sua nudez, Maite baixou o atiçador e se cobriu com uma das peles da cama. Tentando manter a calma, obrigou-se a enfrentar o príncipe com cuidado, em plena posse de suas faculdades.      — Não, Alfonso não sabe.      — É dele?


     — Sim, milorde, é de Alfonso. Não poderia ser de outro. — Sua voz era firme e soava indignada. — Nunca deitei com nenhum outro homem e nunca o farei. — As lágrimas nublaram de repente a visão.      Henry seguia muito sério.


     —Tem direito de saber.


     Maite estava de acordo, mas ficou paralisada. Sua única esperança de ver


Alfonso residia em que pensasse que não estava grávida. É obvio, o que tinha ocorrido com o príncipe ocorreria também com seu marido. Assim que tirasse a túnica veria que já estava esperando um filho... se não adivinhava antes. Mas ao menos poderia vê-lo e falar com ele, era a única possibilidade de arrumar sua relação. Mas se Henry lhe contava que já estava grávida, enviaria-a longe, como tinha prometido que faria. Aterrada, Maite imaginou algo muito pior que tudo o que tinha ocorrido até o momento: dar a luz a seu bebê e que o tirassem enquanto ela ficava atrás, encerrada em um convento francês para sempre.      — Não pude contar-lhe.


     — Devo fazê-lo. Tem que sabê-lo imediatamente!


     — Que bom amigo é! — Espetou-lhe Maite com lágrimas nos olhos. Odiava ter que suplicar, mas o faria. — Por favor, deixa que eu conte.


     — Quando? Quando tiver nascido o menino? — perguntou em tom sarcástico.


     — Não — ocorreu a Maite a solução de seu dilema, a resposta a suas preces, acabava de chegar. — Pedi isso antes, mas por uma razão diferente. Agora volto a lhe pedir isso. Leve-me contigo. Eu direi, mas cara a cara. Por favor. Tenho direito.


     Henry a olhou fixamente, mas a jovem não pôde discernir no que estava pensando, seus indecifráveis olhos não deixavam transparecer nada. Por último, assentiu com a cabeça.      Maitee esteve a ponto de desvanecer de alívio. Ia a corte. Contaria a Alfonso sobre o menino e lutaria por seu futuro.                                                     


 



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • Beatriz Herroni Postado em 23/03/2018 - 15:37:22

    Pq postou tudo de vez?Fica um pouco ruim de ler assim

    • taynaraleal Postado em 24/03/2018 - 15:57:33

      Oi Beatriz, então eu postei tudo de uma vez, pois tenho novas adaptações vindo por ai, e como essa eu só estava repostando pq havia sido apagada eu resolvi finalizar toda de uma vez, sei que fica ruim de ler, mas foi a unica forma de me dedicar as outras, pois meu tempo é minimo. Espero que consiga ler essa, e as outras que estão por vir

  • maite_portilla Postado em 03/08/2017 - 17:24:36

    Agora sim a mai vai ter que dizer tudo pro poncho... Dulce melhor pessoa kkkk... Coninua logo <3<3<3

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:13:27

      Ainda está ai? vou continuar e com maratonaaaaa, espero que goste

  • Postado em 03/08/2017 - 17:22:18

    Ai Deus, acho que agora sim a mai vai revelar a vdd pro poncho... Adorei a Dulce kkkk... Continua logooo

  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 17:56:39

    eita, agora a mai nao tem mais para onde fugir. coitada, ate eu fiquei com um pouco de medo desse alfonso. sera que ele vai descobrir quem ela é de vdd? continua... to amando

  • maite_portilla Postado em 22/07/2017 - 00:57:58

    Adorei a historia... Continua <3

  • lunnagomes Postado em 19/07/2017 - 21:04:10

    Estou apaixonada pela história... continua

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:14:06

      Desculpa pelo sumiço, vou continuar e com maratona, se ainda estiver por ai, e quiser voltar, os comentários me estimulam muito


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