Fanfics Brasil - Capítulo 38 A promessa da rosa

Fanfic: A promessa da rosa | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 38

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Maite teria gostado de ver Alfonso em privado depois de todo o tempo que tinha transcorrido. Entretanto, Henry a levou diretamente à porta de Graystone. A jovem o agradeceu educadamente por seus esforços e com a mesma educação o convidou a passar.


     — Não perderia isto por nada do mundo, Maite — afirmou sorrindo.


     Ela tinha crédulo em que declinasse o oferecimento, mas o príncipe não fez nenhuma ameaça de dissimular sua espera ante a cena que sem dúvida ia ter lugar. Maite já tinha bastante com o que se preocupar sem a necessidade de ter ao redor ao enigmático príncipe.


     Sentia-se aterrada. Seu coração pulsava com força e tinha mal-estar no estômago. Tinham demorado dois dias para chegar a Londres. Devido a sua condição, tinha viajado em uma liteira, e não tinha sido capaz de comer nem de dormir. O medo a consumia. Sua vida e seu futuro estavam em jogo. Imaginava cheia de medo qual seria a reação de Alfonso quando a visse. No melhor dos casos ordenaria com frieza que retornasse a Tetly, no pior, ficaria furioso por tê-lo desafiado de novo.


     Embora tinha tido uma boa razão para lhe ocultar a notícia de sua gravidez, certamente seu marido não veria do mesmo modo. A cada passo que dava, Maite arrependia mais e mais de ter ocultado isso. O que deveria ser um momento feliz se via escurecido pelo medo e o temor.


     Tentando armar-se de coragem, a jovem encolheu dentro da capa, arrumou o capuz, e, com o príncipe a seu lado, avançou para a porta de entrada. Já era tarde, a noite começava a cair rapidamente e havia muitas possibilidades de que


Alfonso estivesse em casa. A enorme comitiva com que Henry viajava tinha provocado uma grande comoção ao parar no prado que havia ao outro lado do caminho, assim que sua chegada não seria nenhuma surpresa. O conde de


Northumberland estava de pé diante a porta aberta vendo como se aproximavam e sorriu ao príncipe a modo de saudação. Depois, deslizou o olhar para ela, esquadrinhando-a. Embora Maite confiava em ocultar seu rosto e sua identidade durante o maior tempo possível, suspeitava que sua pequena estatura a delatava.      — O que o traz aqui, Henry? — perguntou Rolfe.


     — Queria lhes dar uma surpresa — respondeu o príncipe rindo em voz baixa.


     Maite seguiu aos dois homens para o interior. Alfonso, de costas à lareira, observava-os atentamente.      — Uma surpresa? — A voz de Rolfe soou cética.


     Henry se limitou a rir.


     Maite encolheu. Alfonso a tinha reconhecido imediatamente, a desconfiança nublava as feições masculinas, competindo com a ira.      — Traz-me isso aqui? — Perguntou a Henry com incredulidade sem deixar de olhar Maite.      — Foi minha idéia, Alfonso — sussurrou a jovem, tirando o capuz.


     Ou não a escutou ou decidiu ignorá-la.


     — Traz-me isso aqui sabendo o que penso dela? — Insistiu dirigindo-se ao príncipe.      — Tinha urgência por vê-lo o quanto antes — assinalou Henry com secura.


     Alfonso aproximou dela. A fúria desfigurava as feições.


     — Deixei-te em Tetly por uma razão, milady. Não acredito que a tenha esquecido, verdade? — Sua voz soava como um trovão.      — Já é suficiente, Alfonso — disse ela tentando não retroceder. — Podemos falar um momento a sós, por favor? — Pediu, contendo as lágrimas.      — Não tenho nada a dizer — assegurou ele com frieza. — Retornará a Tetly imediatamente.


     — Não — sussurrou Maite desesperada.


     — Será melhor que ouça o que tem a lhe dizer — indicou Henry a seu amigo. O tom autoritário de sua voz resultou evidente para todos.


     Alfonso girou e olhou ao príncipe, furioso também com ele. Logo agarrou com brutalidade o braço de Maite provocando que a jovem lançasse um gemido de angústia. Ignorando-o, o normando a levou para as escadas.


     — Trata-a com cuidado — advertiu Henry muito sério.


     Alfonso não parou, mas a agarrou com mais suavidade. Obrigou-a a subir a toda pressa as escadas, meteu-a no primeiro quarto que encontrou e fechou com uma portada quando entraram.      Maite separou dele, nervosa.


     — Suas lágrimas não me comovem — disse Alfonso.


     Ela enxugou os olhos.


     — É que não vai me perdoar alguma vez?      — Não.


     — Maldito seja — sussurrou entre soluços de tristeza enquanto tirava a capa.


     — Mudaste — assinalou ele com brutalidade.


     Maite piscou e ajustou o vestido ao ventre com as mãos. No caso se ficava ainda alguma dúvida, colocou-se de lado. Alfonso não podia afastar seu chocado olhar da evidência de sua gravidez.      — Não o pergunte. Se te atrever a perguntá-lo, matarei-te. O menino é teu.


Não estive jamais com nenhum outro homem e nunca o farei — soluçou Maite.


     Alfonso seguiu em silêncio, incapaz de falar.


     Finalmente, a jovem deixou cair as mãos, aproximou-se da cama e, esgotada, sentou-se nela.


     — Acredito que nascerá em julho.


     Alfonso se recuperou. Entretanto, quando falou, sua voz soou estranhamente rouca.      — Isso significa que concebeu antes que nos casássemos e que o soubeste durante todo este tempo.


     Maite não permitiria que a acovardasse. Já não.


     — Soube tão rápido o quanto pode saber uma mulher com ciclos menstruais irregulares. Queria te contar antes da guerra. Estava reservando a notícia para um momento especial. — As lágrimas nublaram sua visão. — Queria dar esta notícia como um presente de amor em um momento de amor. Estúpida de mim!


     — Nem sequer me disse isso em Dunfermline — a acusou Alfonso empalidecendo.      Ambos recordavam como a tinha golpeado e atirado ao chão na abadia cheio de raiva.


     — Sabia que você adoraria ter uma razão mais para me culpar, para me acusar de deslealdade. Não lhe contei isso porque deixou claro que me enviaria longe para ter o menino e não podia aceitar algo assim.      — E quando, pelo amor de Deus, quando ia me dizer isso. — Sua voz tinha adquirido um tom perigoso.


     — Quando fosses me visitar em Tetly, como me prometeu. — Maite o olhou com os olhos muito abertos, doída. — Mas nunca foi. — Apertou os punhos e a raiva que levava durante tanto tempo contendo explodiu de repente. — Estiveste se divertindo aqui na corte, milorde? É essa a razão pela qual não foi me ver, porque está apaixonado por outra mulher? De seu última amante, talvez?      — Suas perguntas resultam do mais impertinentes — respondeu ele com calma.


     Maite tragou as lágrimas.


     — Às vezes — sussurrou — odeio-te. E é um alívio.


     — Acredita que me importa? — Alfonso deu um passo adiante e a dominou com sua imponente altura. — Maite, alegra-me que tenha concebido, mas nada mais.


Isso não troca o que tem feito nem o que é. Assim que tenha recuperado da viagem a enviarei de retorno a Tetly. Nada mudou. — Dizendo aquilo aproximou-se da porta e parou na soleira sem olhá-la.


     A jovem soluçou e cobriu o rosto com as mãos. Tudo estava acontecendo tal e como tinha temido. Seu marido não tinha esquecido nem perdoado e pretendia que tivesse a seu filho no exílio.


     — Alfonso — sussurrou elevando o rosto a modo de súplica. Ele girou a contra gosto e a olhou. — Aceite-me de novo. Amo você. Preciso de você. Eu perdi


muito…      O normando apertou a mandíbula e saiu do quarto.


*******


     Todos dormiam exceto Alfonso, que sabia que aquela noite não conseguiria fechar o olho. Cheio de angústia, olhava sem ver o fogo agonizante do grande salão.      Aqueles últimos meses não tinham sido fáceis. Odiava a corte, mas depois de entregar aos três filhos de Malcolm aos cuidados de Rufus, tinha decidido ficar. Tratou-se de uma decisão fria e calculada. Embora se sentia obrigado a assegurar que os três meninos estivessem bem cuidados, o que mais desejava era permanecer o mais longe possível de sua traiçoeira esposa.


     Entretanto, as milhas que os separavam não podiam apagar as lembranças.


Ela, na distância, seguia presente em todos seus pensamentos. Despertava com sua imagem, às vezes brincalhona, às vezes séria, às vezes sedutora e instigante.


Deitava-se com sua imagem. Perseguia-o como o faria o melhor dos fantasmas.


     Naqueles momentos, em frente à lareira, só via Maite. Maite, sua esposa, que estava ainda mais bela que quando a conheceu, como se não a tivesse afetado o comprido inverno no exílio. Bela e muito grávida. Alfonso não podia separar de si a corrente de intensas emoções que o alagavam. Oh, Deus! Como a tinha sentido falta! Como tinha ansiado tê-la a seu lado! Aqueles últimos meses tinha pensado que a odiava e tinha permitido que aquele ódio o consumisse. Dedicou-se a alimentá-lo, a se entreter inclusive nele. Sabia que nunca seria capaz de perdoá-la, que o tivesse abandonado em tempos de guerra, oferecendo sua lealdade a Escócia em lugar de a ele. Recebia o ódio com os braços abertos porque acalmava sua dor. Uma dor que não devia sentir sob nenhum conceito.


     Mas o certo era que sim o sentia. A dor o consumia. E sabia que enganava a si mesmo. Não a odiava. Não podia odiá-la porque lhe tinha dado a coisa mais preciosa que tinha no dia que entregou a rosa vermelha, tinha lhe entregado seu amor eterno. Se pudesse recuperá-lo... Mas não era possível. Os homens como ele só amavam uma vez e para sempre.


     Alfonso percorreu o salão uma e outra vez. Devia estar louco. Aquela noite enfrentava os sentimentos que não queria reconhecer, e muito menos aceitar. Mas não podia livrar-se deles. Em realidade, não queria livrar-se deles.


     Entretanto, escapava a toda lógica que um homem pudesse sentir falta da uma mulher que o tinha traído daquele modo. Como era possível que um homem como ele, com aquela vontade de ferro, pudesse amar a uma mulher assim, uma traidora!


Aquilo desafiava à racionalidade. Mas agora Alfonso, muito tarde, compreendia o maior mistério do universo. O amor não era racional, não poderia sê-lo nunca, sua mera definição desafiava ao raciocínio. O amor afundava suas raízes, não no poder da mente a não ser no poder do coração.      Não devia investigar esse amor destrutivo, em sua necessidade obsessiva por ele.  Não devia investigar esse desejo que o consumia.      Se Alfonso deixava se levar por ele perderia. E não só uma batalha, mas também a guerra. Isso sabia muito bem.


     Nenhuma outra mulher podia satisfazê-lo, tinha aprendido bem a lição durante aqueles meses de separação. Tinha havido umas quantas mulheres, todas prostitutas, mulheres cujos rostos e nomes não recordava, mas os encontros com elas tinham sido breves, impessoais, uma mera saída para sua ira.


     Nada parecido ao que supunha estar com Maite.


     Alfonso fechou os olhos. Morria por ela. Inclusive agora, que ele sabia o que esperar, estava duro como uma rocha, desesperado pelo alívio que só ela podia lhe proporcionar, desesperado por fazê-la sua e por muito mais. De fato, não estava desesperado por seu amor? Um amor que Maite nunca lhe daria.      Não iria procurá-la.


     Porque se o fazia, embora fosse só uma vez, estaria perdido.


     Entretanto a tentação era muito forte.


     Repetia a si mesmo que Maite não tinha mudado e que não podia voltar a colocá-la em sua cama... nem em sua vida. Era muito perigosa. Ainda exercia poder sobre ele. Isso tampouco tinha mudado.


     Sabia que tinha tomado a decisão correta. Quando um médico testemunhasse que estava em condições de viajar, a enviaria de retorno a Tetly. Era sua única esperança.


     O problema era que não sabia como ia permanecer longe dela agora que havia tornado a vê-la, agora que estavam sob o mesmo teto, justo subindo as escadas, dormindo em sua cama.


*******


Enquanto Alfonso caminhava diante da lareira em Greystone, Henry estava sentado no estrado do grande salão da torre branca. A estadia era um desastre. Tinha sido uma noite muito longa, com muitas diversões e festejos. A maioria dos visitantes estavam atirados bêbados sobre os bancos de uma mesa interminável, outros copulavam livremente nas sombras com as donzelas ou moços que serviam, e muitos roncavam no chão.


     Ao lado de Henry, seu irmão o rei estava terminando outra taça de vinho enquanto contava seus próximos planos. William Rufus tinha decidido que tinha chegado o momento de colocar a seu adorado amigo Duncan no trono da Escócia.


     Henry elevou uma sobrancelha.


     — Entre você e eu, querido irmão, só entre você e eu, de verdade acredita que se consegue colocar Duncan no trono poderá seguir controlando-o?      Rufus sorriu e moveu a mão com gesto lânguido.


     — Deve saber a verdade, meu irmão. Duncan me ama.


     Henry voltou a levantar a sobrancelha.


     — Confio em que isso seja certo — sorriu. — Que feliz coincidência. Ele suspira por ti e você morre por outro. — Rufus tinha deixado de sorrir e olhava a seu irmão com gesto áspero. — Será interessante ver como trata Alfonso a sua esposa, agora que ela retornou grávida, não acredita?


     — Já não está deslumbrado com ela — afirmou o rei com um sorriso. — A despreza. Nem sequer suporta falar dela. Eu sabia que se cansaria logo. Nenhuma mulher o interessou durante muito tempo.      — Para sua sorte — murmurou Henry. — Ou isso deve acreditar.


     Mas Rufus não o ouviu.


     — Então, o que acha dos meus planos?


     — Acredito que não é fácil derrocar a um rei... E menos fácil ainda manter a outro no poder.      — Não se pode dizer que Donald Bane seja rei da Escócia. Há muitos que não o apóiam. E ninguém gosta de Edmund.      — E você prometeste a Duncan durante todos estes anos que veria realizado seu sonho mais desejado.      — Nenhuma vez prometi nada abertamente — assegurou Rufus cortante. — Por que duvidas de que possa controlá-lo?


     — Duncan tem grandes ambições. É cruel e decidido, e se parece muito a


Malcolm. Leva trinta anos desejando a coroa de seu pai. Não resultará tão fácil dirigi-lo como você gostaria. Se necessitar um cachorrinho, por que não apóia ao jovem Edgar? Sua reclamação é legítima e é o suficientemente jovem para que possa moldá-lo com facilidade.


     — Não estou de acordo. — Rufus, que já não parecia bêbado, olhou a seu irmão com expressão de desagrado. — É muito jovem, necessitaria muito apoio e poderia se voltar para Stephen em lugar de mim. Não, prefiro ao Duncan, que sempre foi leal. Posso contar contigo, querido irmão?


     Henry recostou na cadeira. Não sentia nenhum desejo de colocar seu exército em outra guerra que só serviria para fortalecer a posição de seu irmão na Inglaterra, além de lhe dar a opção de concentrar em recuperar o ducado da Normandia.


     — Não tenho necessidade de mais prata nem de mais terras.


     — Todo mundo necessita mais prata e mais terras.


     — Acaso não conta com o apoio de numerosos nobres? Se esquece do grande conde de Northumberland? O filho de Alfonso, se for um menino, será neto de Malcolm. Certamente prevêem uma relação amistosa com a Escócia. Vá, Duncan será o tio do menino! Não acredito que me necessite.


     Rufus franziu o cenho.


     — Como você mesmo há dito, não resulta fácil derrocar a um rei — reconheceu


Rufus franzindo o cenho. — Tem que me ajudar, Henry. Recompensarei-te generosamente. Talvez tire a outra princesa escocesa do convento e a entregue para você.      — Agora que Malcolm morreu, não vejo no que poderia me beneficiar uma aliança semelhante — comentou Henry. — Sobre tudo com Duncan no trono.      — Diga-me o que te interessa então.


     — Pensarei nisso — concluiu o príncipe.


     Mas já tinha tomado uma decisão e a resposta era não. Que outros nobres se debilitassem naquela guerra, que semeassem a semente de sua própria destruição.


Quando tudo tivesse terminado, o exército de Henry seria o mais poderoso do reino. Não importava esperar para conseguir seus sonhos. A paciência era seu forte. Acaso não tinha ambicionado a coroa de seu irmão durante toda sua vida?


******


     Maite tinha dormido umas horas, mas agora estava totalmente acordada. Não sabia o que a tinha despertado, talvez algum ruído, ou possivelmente um sonho.


Deitada de lado, observou o fogo que ainda ardia na lareira e recordou imediatamente onde estava. Em Graystone, no quarto de Alfonso, em sua cama. O desejo a assaltou.


     De repente, escutou como fechava a porta do quarto e se sentou tentando averiguar quem era o intruso. Entre as sombras havia um homem olhando-a, imóvel, sua identidade encoberta pela escuridão. Mas Maite sabia que era seu marido. E só podia ter uma razão para ter vindo.      — Alfonso.


     Ele não se moveu, e quando falou o fez com voz baixa e profunda.


     — Desejo-te, Maite, do modo em que um bêbado anseia o vinho.


     — Eu também te desejo, Alfonso.


     Ele aproximou um pouco, ficando à altura da lareira. Foi então que Maite viu o brilho de seus olhos e soltou um pequeno grito de alegria. Não importava que tivesse ido só satisfazer seu desejo.


     Elevou os braços para ele e Alfonso a alcançou de uma só pernada. No momento em que suas mãos se tocaram, seus corpos acenderam em uma labareda de desejo. Durante um breve instante, a jovem sujeitou o rosto dele entre as mãos. O formoso e amado rosto de Alfonso refletia o anseio que habitava em seus olhos.


Ele manteve o olhar e entre eles se estabeleceu uma comunicação ardente e silenciosa. Logo a estreitou entre seus braços e a deitou sobre a cama, lhe devorando a boca com a sua. Foi um beijo provocador no que ela deu tanto como recebeu. Transcorreu muito tempo antes que separassem os lábios e pudessem recuperar o fôlego.


     Maite tinha vontades de chorar. Não importava o que ele dissesse, suas negações não tinham nenhuma base. Qualquer homem que beijasse daquela maneira estava consumido por algo muito mais poderoso que o simples desejo. A jovem apostaria seu futuro nisso. De fato, apostaria seus sonhos mais selvagens.


     Voltaram a se beijar, mas em seguida se afastaram, estavam muito impaciente para jogos preliminares. Alfonso parou só um instante para lhe acariciar os seios, generosos e turgentes, murmurando palavras ternas, e para tocar maravilhado o ventre duro e redondo. Quase imediatamente, colocou Maite de lado e deslizou profundamente em seu interior.


     Maite gemeu seu nome e sussurrou ao ouvido que o amava. Tinha perdido por completo o controle do que fazia e dizia, deixando-se levar por completo, gritando de prazer para que todo mundo pudesse ouvi-la, sem que nada exceto seu marido importasse.


     Alfonso a tomou como se não tivesse estado com nenhuma mulher em muito tempo. Não reteve nada. E quando por fim achou seu próprio alívio, gritou várias


vezes o nome de Maite


     Quando tudo acabou, a jovem refugiou em seus braços. Ali era onde queria estar, onde pertencia. Amava tanto Alfonso que doía fisicamente. Entretanto, lagrimas ardentes escorriam pelas bochechas apesar da imensa felicidade que sentia por estar outra vez junto a seu amado.


     Não queria chorar. Não ali, nem naquele momento. Estava feliz. Seu marido tinha retornado a ela. Mas quando recebeu Alfonso em seus braços, as poderosas emoções poderosas que tinha contido durante tanto tempo ficaram nuas e expostas, todas as barreiras e os diques derrubados sem nenhum cuidado.


     — Maite? — chamou ele.


     Aquela única palavra, seu nome, venceu-a, e suas silenciosas lágrimas converteram em incontroláveis soluços.      Alfonso a embalou entre seus braços com expressão preocupada.


     — Não chore — sussurrou.


     — O... Sinto — conseguiu dizer entre soluços que ameaçavam afogá-la.


     — Era mentira — confessou ele com brutalidade. — Suas lágrimas sim me afetam, Maite. Não vou enviá-la de volta.


     Não ia enviá-la de volta. O comprido inverno de seu exílio tinha terminado definitivamente. Alfonso tinha retornado de verdade a seu lado. A felicidade misturou com uma dor que acreditava firmemente enterrado em algum lugar de seu interior, uma pena que lhe queimava o peito. A dor por ter perdido a aqueles que amava, o pesar pelo rechaço de seu pai, a dor do exílio...      — O que é o que a aflige tanto? — perguntou Alfonso alarmado. — Se a machuquei sinto… sinto muito.      Maite agarrou a seu marido com força e transcorreu muito tempo antes que fosse capaz de falar com coerência.      — Perdi minha mãe, meu pai e meu irmão, e estive a ponto de perder você também. E ainda me pergunta por que choro?      Alfonso guardou silêncio, tratava de ser forte, mas a dor de sua esposa lhe partia o coração.


     — Sinto muito, Maite — grunhiu enquanto a abraçava com força e a acariciava com ternura. — Sinto o de Malcolm, o de Margarida e o de Edward. Queria te castigar, mas nunca quis vê-la sofrer pela perda de seus seres queridos. Sempre o lamentei... Mas as circunstâncias não eram as apropriadas para dizer isso.   


     Maite precisava contar todo o ocorrido.


     — Malcolm me repudiou. Quando fui vê-lo para pedir que... que detivesse a guerra. Disse-me... Disse-me que... — Não pôde continuar. Derrubou-se outra vez sobre o peito de Alfonso e agarrou-o com força como se fosse uma tábua de salvação.


     — O que te disse? — conseguiu perguntar Alfonso, pálido como a cera.


     — Que... que já não era sua filha. Que sua filha era uma valente moça escocesa, não alguém como eu.      Alfonso amaldiçoou Malcolm, abraçou a sua esposa e a balançou como se fosse seu tesouro mais prezado.


     — É uma valente moça escocesa, Maite, a mais valente que eu tenha conhecido. De verdade foi ver seu pai para pedir que parasse a guerra? — Perguntou elevando o rosto cheio de lágrimas da jovem para o seu.


     — Não estava escapando de ti. Juro, Alfonso — afirmou olhando-o aos olhos.      Ele apertou a cabeça dela contra o peito e fechou os olhos. Uma vez mais, desejou acreditá-la. Talvez fosse possível. Se havia uma mulher capaz de ter a audácia e a coragem de enfrentar um rei para tentar dissuadi-lo de seus planos de guerra, essa era Maite. E além disso, que opção tinha Alfonso? Tinha lutado contra ela durante tanto tempo que já não podia seguir fazendo-o. Agora sabia que sempre a amaria. Ela o necessitava. Tinha o necessitado sempre. E ele não tinha estado ali para ela. Doía-lhe só de pensar. Deus Santo, se tivesse sabido que Maite estava sofrendo tanto nunca a teria enviado para longe. Se tivesse sabido o que sofria teria acudido imediatamente a ela.      — Não importa — disse finalmente. — O que importa é que está esperando meu filho e que não posso viver separado de ti.      Maite olhou-o sem piscar, assombrada.


     — Não pode viver separado de mim?


     — Se quero ser feliz, não.


     — Alfonso — sussurrou ela. — Significa isso que esquecerá o passado?


     — Não sou um homem que esqueça com facilidade — disse com sinceridade. —


Mas vou nos dar uma terceira oportunidade. Começaremos de novo desde hoje, Maite.


     Ela sentiu que a alagava o alívio. As lágrimas por fim tinham parado. Era como se as palavras de Alfonso a tivessem curado, porque a angústia, a dor física que tinha estado queimando o peito, converteu-se em um leve batimento do coração com o que poderia acostumar a viver. De fato, a alegria enchia sua alma, uma alegria que ameaçava deslocando grande parte da pena.


     Alfonso a olhou muito sério.


     — Prometa-me aqui e agora pela vida do menino, que não voltará a pôr em perigo nosso matrimônio. Preciso acreditar que posso confiar em ti, Maite.    


  — Asseguro-te que pode confiar em mim. Nunca voltarei a te desobedecer, Alfonso — prometeu ela.


     Foi então que as severas feições masculinas relaxaram e sua boca curvou em um sorriso.      — Não me atrevo a esperar tanto, milady. Bastará com que atue com cuidado e cautela.      Maite sorriu amplamente e se estreitou com mais força contra ele. Tinha ganhado. Alfonso voltava a ser dela.


                                                                   



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • Beatriz Herroni Postado em 23/03/2018 - 15:37:22

    Pq postou tudo de vez?Fica um pouco ruim de ler assim

    • taynaraleal Postado em 24/03/2018 - 15:57:33

      Oi Beatriz, então eu postei tudo de uma vez, pois tenho novas adaptações vindo por ai, e como essa eu só estava repostando pq havia sido apagada eu resolvi finalizar toda de uma vez, sei que fica ruim de ler, mas foi a unica forma de me dedicar as outras, pois meu tempo é minimo. Espero que consiga ler essa, e as outras que estão por vir

  • maite_portilla Postado em 03/08/2017 - 17:24:36

    Agora sim a mai vai ter que dizer tudo pro poncho... Dulce melhor pessoa kkkk... Coninua logo <3<3<3

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:13:27

      Ainda está ai? vou continuar e com maratonaaaaa, espero que goste

  • Postado em 03/08/2017 - 17:22:18

    Ai Deus, acho que agora sim a mai vai revelar a vdd pro poncho... Adorei a Dulce kkkk... Continua logooo

  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 17:56:39

    eita, agora a mai nao tem mais para onde fugir. coitada, ate eu fiquei com um pouco de medo desse alfonso. sera que ele vai descobrir quem ela é de vdd? continua... to amando

  • maite_portilla Postado em 22/07/2017 - 00:57:58

    Adorei a historia... Continua <3

  • lunnagomes Postado em 19/07/2017 - 21:04:10

    Estou apaixonada pela história... continua

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:14:06

      Desculpa pelo sumiço, vou continuar e com maratona, se ainda estiver por ai, e quiser voltar, os comentários me estimulam muito


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