Fanfics Brasil - Capítulo 5 A promessa da rosa

Fanfic: A promessa da rosa | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 5

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O sol começava a aparecer quando Alfonso tomou a primeira comida do dia. Estava sozinho. Todo o pessoal do castelo se encontrava na missa que o padre Bertold estava celebrando na capela familiar, uma obrigação que ele saltou aquele dia. A mulher que assegurava se chamar Mairi seguia dormindo em sua cama.    


De repente afastou bruscamente a fatia de pão branco com a qual estava brincando. Em nome de Deus, o que tinha feito?   


 Ela não tinha revelado sua identidade. Alfonso nunca imaginou que escolheria a perda de sua inocência antes de confessar. Não tinha nenhuma pequena dúvida de que se tratava de uma dama de bom berço. Poderia tê-la pressionado um pouco mais, levá-la até o abismo sem tomá-la realmente, forçar seus lábios inocentes para que dissessem a verdade. Mas não o tinha feito. A tinha tomado e deixou de importar o assunto que estava em jogo.    


Apertando a mandíbula, perguntou-se por que ele, um homem de grande experiência e disciplina, tinha atuado como um moço imberbe diante de sua primeira cortesã.    


Fechou os olhos durante um instante e foi consciente pela primeira vez aquela manhã de que pulsavam as têmporas. A noite anterior falhou a si mesmo e tinha medo de voltar a fazê-lo, porque a mulher que se dizia chamar Mairi seguia em seus aposentos, em sua cama. E ele já estava pensando na chegada da noite. Já imaginava seu encontro. Não podia pensar em nada mais.    


Mas devia enviá-la para longe. Agora, antes que pusesse realmente em perigo seu matrimônio com Anahi Portilla. Tinha que fazê-lo. Seu dever, como sempre, era Northumberland, e uma amante que ameaçasse seu proveitoso matrimônio era também uma ameaça para Northumberland.    


Incômodo, cravou a vista na fatia de pão que tinha diante, em cima da mesa. A imagem de Mairi apareceu diante ele tal como estava na noite anterior em sua cama, com uma paixão igual à sua, uma paixão que Alfonso não tinha visto nunca antes, nem em nenhuma outra mulher nem nele mesmo. Ela tinha tirado de seu interior algo que Alfonso não se permitiu nunca conhecer com antecedência. O que estava ocorrendo com ele?    


Não podia se arrepender do que tinha feito, e sabia que não a enviaria para longe. Ainda não. Mas, que preço teria que pagar por semelhante loucura?   


 Com determinação, apurou de um gole de sua jarra de cerveja e se disse a si mesmo que em questão de uma noite ou duas se cansaria dela, e a esqueceria antes que causasse algum dano. Não tinha escolha. O som de uns passos decididos o devolveu bruscamente ao presente e Alfonso alegrou de ter uma distração para sua obsessão. Surpreso, enrugou ligeiramente a testa quando viu seu irmão mais novo. Geoffrey não estava acostumado a ter tempo nem vontades de ir a seu lar em Northumberland.    


— O que o traz tão ao norte, irmão?    


O aludido o olhou com um leve sorriso dançando nos lábios.    


— Que recebimento é esse depois de tanto tempo? — Perguntou com ironia, cruzando o salão com seu comprido hábito flutuando a seu redor. Não havia dúvida de seu parentesco com Brand. Era alto, forte e loiro, um homem incrivelmente atraente que as mulheres sempre giravam para olhar duas vezes. Inclusive agora, a sua chegada na casa onde tinha passado sua infância, um lugar onde seu rosto era familiar, tinha provocado que as donzelas que serviam ruborizassem com interesse.    


— Não mereço alguma amostra de afeto?    


Alfonso nem sequer piscou.    


— Não estou de humor para demonstrar afeto.    


— Já me dei conta disso.    


Geoffrey subiu com agilidade ao estrado e tomou assento ao lado de seu irmão. Imediatamente, materializou uma adaga em sua mão, uma adaga muita larga e afiada para ser usada com o só propósito de comer. Geoffrey cortou com ela uma parte de carne fria com naturalidade.    


— Tão ardiloso como sempre — remarcou Alfonso. — Quando chegaste? Ontem à noite?    


— Com o alvorecer. Por que tem uma expressão tão sombria? Eu tinha a esperança de dormir umas horas depois da primeira missa da manhã, mas saía tanto ruído de seus aposentos que o intento resultou inútil. — Limpou a adaga e a guardou em seu pesado cinturão com um sorriso que fez que aparecesse umas covinhas que combinavam com seu tom zombador e seus olhos brilhantes. — Sua amante é das mais ruidosa. Acreditei que esta manhã estaria de muito bom humor.    


Alfonso o olhou com frieza, negando-se a comentar aquilo.   


 — Trata-se de uma visita familiar ou de algo mais?    


O sorriso do monge desapareceu.    


— Sabe que não tenho tempo para visitas familiares. Trago notícias. O rei está doente e guarda na cama. — Elevou a mão, uma mão bronzeada e calosa ao mesmo tempo, a mão de um homem que passava muito tempo ao ar livre. — Os médicos dizem que não é grave, mas nomeou a Anselm arcebispo de Canterbury.   


 Alfonso guardou silêncio um instante antes de falar.    


— O rei deve estar às portas da morte.    


— Assim é.    


— Como isso afeta a ti? E a nós?    


— É um bom homem. Faz tempo que necessitava que nosso querido rei escolhesse a alguém que seguisse os passos de Lanfranc — comentou, movendo as aletas de seu fino nariz.   


 — E?    


— Ganhei um aliado em minhas batalhas contra os intentos da coroa de tirar o sangue de Canterbury, espero — disse apertando a mandíbula.    


— Esperas?   


 O tom de voz do monge encerrava uma certa brincadeira para si mesmo.    


— Anselm se parece muito a Lanfranc, é um autêntico santo. Talvez persigamos os mesmos fins, mas não acredito que me dê sua aprovação. — Seu sorriso era ambíguo. — Talvez ganhe um novo inimigo.    


Alfonso observou seu irmão. Era muito atraente. Em algumas coisas se pareciam, e ele o entendia muito bem. Geoffrey faria o que tinha que fazer. Mas, acaso não o faziam todos?     — Melhor um amigo que um adversário. Assegure de que o queira tanto como Lanfranc.     O monge olhou a seu irmão mais velho enquanto que olhos refletiam uma profunda tristeza durante um breve instante.    


— Lanfranc foi um autêntico pai para mim. Mais que nosso próprio pai, como você bem sabe. Apesar de minha forma de ser, foi compassivo... e pormenorizado. Para ser justo, estou dividido. Desejo e não desejo que chegue o dia da escolha de Anselm. A princípio seremos amigos diante a necessidade de proteger a ordem contra o rei, mas e ao final? — Encolheu os ombros.   


 — Anselm seria idiota se não visse o poderoso aliado que teria em ti — assegurou Alfonso com brutalidade.   


 — Há homens que não comprometem sua moral. Simplesmente, não podem fazê-lo.     Alfonso observou o rosto de seu irmão e tentou espionar sua alma, mas Geoffrey afastou o olhar.    


— Você nunca pôs sua moral em dúvida.    


— Perguntou-me por que não me ordenei.  


  Alfonso o olhou fixamente. Não era estranho que Anselm queria saber por que seu arquidiácono não tinha pronunciado ainda os votos finais que o uniriam ao clero para sempre. Inclusive ele mesmo o tinha perguntado. Acreditava, embora não podia assegurá-lo, que era o próprio Geoffrey quem estava atrasando o momento. E também acreditava suspeitar a razão.     — E o que respondeu?    


— Que não sou Lanfranc. — Tinha o olhar nublado.    


Aquela resposta decepcionou Alfonso, mas devia ter imaginado que seu irmão guardaria para si seus escuros segredos. Sorrindo, tentou aliviar a tensão.    


— Graças a Deus.    


Geoffrey riu. Tinha recuperado a máscara. Seu irmão se uniu a ele. O momento de incômoda intimidade tinha passado.   


 — Era inevitável que Rufus escolhesse o sucessor, não crê? — comentou Alfonso servindo cerveja para os dois. — Quanto tempo mais podia manter a Ordem sem um sucessor? Por muito que sangrasse os recursos de Canterbury, não ter arcebispo é um assunto muito grave inclusive para o rei. Sem dúvida você já o tinha previsto.    


Geoffrey cruzou os braços e olhou a seu irmão com os olhos brilhantes.    


— Desde que morreu Lanfranc já faz três anos e meio, estive me preparando para este dia administrando a Ordem o melhor que soube com a ajuda de meu leal e capacitado pessoal, e guardando os recursos para nada. — Seu rosto era uma máscara impenetrável. — Anselm encontrará este navio de muito fácil navegação, mas a viagem que deve empreender está infestada de perigos. Além disso, estou convencido de que Anselm será muito mais fanático em seus acordos com o rei do que qualquer um possa imaginar.   



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • Beatriz Herroni Postado em 23/03/2018 - 15:37:22

    Pq postou tudo de vez?Fica um pouco ruim de ler assim

    • taynaraleal Postado em 24/03/2018 - 15:57:33

      Oi Beatriz, então eu postei tudo de uma vez, pois tenho novas adaptações vindo por ai, e como essa eu só estava repostando pq havia sido apagada eu resolvi finalizar toda de uma vez, sei que fica ruim de ler, mas foi a unica forma de me dedicar as outras, pois meu tempo é minimo. Espero que consiga ler essa, e as outras que estão por vir

  • maite_portilla Postado em 03/08/2017 - 17:24:36

    Agora sim a mai vai ter que dizer tudo pro poncho... Dulce melhor pessoa kkkk... Coninua logo <3<3<3

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:13:27

      Ainda está ai? vou continuar e com maratonaaaaa, espero que goste

  • Postado em 03/08/2017 - 17:22:18

    Ai Deus, acho que agora sim a mai vai revelar a vdd pro poncho... Adorei a Dulce kkkk... Continua logooo

  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 17:56:39

    eita, agora a mai nao tem mais para onde fugir. coitada, ate eu fiquei com um pouco de medo desse alfonso. sera que ele vai descobrir quem ela é de vdd? continua... to amando

  • maite_portilla Postado em 22/07/2017 - 00:57:58

    Adorei a historia... Continua <3

  • lunnagomes Postado em 19/07/2017 - 21:04:10

    Estou apaixonada pela história... continua

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:14:06

      Desculpa pelo sumiço, vou continuar e com maratona, se ainda estiver por ai, e quiser voltar, os comentários me estimulam muito


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