Fanfics Brasil - Capítulo 6 A promessa da rosa

Fanfic: A promessa da rosa | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 6

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Alfonso observou seu irmão, o arquidiácono de Canterbury. Tinha sido recompensado com aquele cargo por seu mentor, o arcebispo Lanfranc, quando este se encontrava em seu leito de morte quatro anos atrás. Depois da morte de seu amigo e mentor, tinha continuado com suas obrigações. A primeira delas era administrar a Ordem até que se fizesse cargo dela o sucessor. E não só tinha completo com isso, mas também além teve que brigar com o rei em uma constante batalha oculta para controlar os recursos eclesiásticos.    


— Trago também outras notícias — disse Geoffrey. — Convocaram a corte. Meus espiões me disseram que vai ser solicitado um relatório preciso de minhas posses, sobre tudo dos cavalheiros e soldados que tenho a meu serviço. — Ruborizou-se. — Melhor dizendo... um relatório sobre as posses da sede.    


Aquilo era toda uma notícia. Podia ser coisa do novo arcebispo, ou não. Alfonso elevou uma sobrancelha antes de responder.    


— Enviaram-me a Carlisle para comprovar se for o momento oportuno para tomá-lo.    


— E o é? — perguntou o arquidiácono tamborilando os dedos sobre a mesa cheia de marcas.     — Sim.  


  — Bom, no momento pode estar tranqüilo. Rufus não pensa em uma invasão, a não ser no arrependimento de seus pecados — murmurou Geoffrey.    


— Talvez seu medo de morrer mude os planos que tinha, fossem quais fossem — repôs Alfonso com voz sombria. — Mantivemos uma paz muito frágil durante um espaço de tempo muito curto. Eu não gostaria que se rompesse, e menos que fôssemos nós os que provocássemos a ruptura.   


 — Embora o rei dita contra a invasão — replicou Geoffrey — e pode estar seguro de que nosso pai fará tudo o que possa para que troque de opinião, sem dúvida Malcolm romperá a trégua. É um bárbaro, não mudará seu modo de atuar.    


Alfonso sabia que seu irmão tinha razão e que era só uma questão de tempo que aquela preciosa paz se rompesse de um modo ou outro. Malcolm Herrera tinha jurado fidelidade a William Rufus em Abernathy dois anos atrás, mas isso não seria um impedimento para que cometesse uma traição. Nunca o tinha sido. Era inevitável que cedo ou tarde o rei escocês invadisse as terras da fronteira. Sua última incursão, embora não tenha tido êxito, tinha provocado muitos danos nas terras situadas mais ao norte de Northumberland. Aqueles imóveis perderam suas colheitas, e o último inverno Alfonso se viu obrigado a utilizar um dinheiro que não sobrava para importar provisões extras e impedir que seus vassalos do norte morressem de fome. Alguns de seus mercenários não tinham cobrado ainda tudo o que ele devia por aquela campanha. Sem dúvida, seu matrimônio com Anahi Portilla resolveria aquele problema, igual a muitos outros. De repente, Stephen se encontrou pensando não na guerra ou na paz, a não ser em sua prisioneira. Por que diabos tinha seguido desafiando-o até que fosse muito tarde?    


— E me diga, quem é essa moça tão ruidosa? — Perguntou Geoffrey como se tivesse lido o pensamento. Seu tom era agora abertamente zombador.   


 Muito a seu pesar, Alfonso ruborizou. Tão óbvios eram seus pensamentos?    


— É minha amante, e advirto que não quero falar sobre isso.    


— Sua amante! — Mofou Geoffrey com falsa incredulidade. — Que vergonha! Tomar uma amante quando está a ponto de casar! Quer que te imponha uma penitência?   


 — Não, obrigado.    


O arquidiácono ficou sério.    


— Surpreende-me que esteja aqui, irmão. Ande com cuidado. As notícias correm muito rápido. Sobre tudo as que têm potencial destrutivo. Não quererá pôr em perigo sua aliança com a herdeira de Essex... Dá-me a impressão de que lady Portilla não é uma mulher pormenorizada nem indulgente.    


— Primeiro Brand e agora você — explodiu Alfonso furioso. As palavras de seu irmão mais novo eram um desagradável aviso do dilema no qual achava. — Não sou um adolescente que terá que ralhar. Lady Portilla estará a meu lado no altar este Natal.    


Naquele momento, antes que Geoffrey pudesse replicar, um ruído provocou que ambos os irmãos girassem para as escadas. O normando observou como sua prisioneira dobrava a esquina cambaleando e ficava paralisada olhando-o. Parecia que tinha perdido o equilíbrio enquanto permanecia grudada a parede nos degraus abaixo, escutando. Estava olhando-o só a ele, e se as olhadas matassem, estaria já morto. Alfonso sorriu lentamente e ficou de pé. De repente foi consciente de que só sua presença o excitava, podia recordar cada detalhe e cada instante da noite anterior, seu desafio, sua rendição. Alfonso estava longe de ter se satisfeito.    


— Estava nos espiando a meu irmão e a mim? — Perguntou descendo do estrado. 


   Ela apoiou as costas contra a parede e se ergueu. 


   — Não.     Alfonso seguia sorrindo. Seu sorriso era parecido com o que ele tinha usado em muitas ocasiões, quando tinha que enfrentar algum inimigo particularmente perigoso. Parou na frente dela e se olharam nos olhos. 


   — Ah, a moça de ontem à noite — remarcou Geoffrey com genuíno interesse, olhando-os a ambos. — Não poderia ter escolha melhor, Alfonso. É uma beleza.    


O aludido girou ligeiramente a cabeça para dedicar a seu irmão um olhar assassino.    


— Estou completamente de acordo contigo. — Seu tom territorial não deixava lugar a dúvidas.    


Maite apertou os punhos, tremendo. Que falassem de sua pessoa como se não estivesse presente, enfurecia-a quase tanto como o fato de que tivessem estado falando com total naturalidade dela quando acreditavam que não estava. Mas o que realmente tinha a enchido de raiva era o que acabava de descobrir: aquele normando bastardo e arrogante estava prometido a outra.    


— Não vai nos apresentar — disse Geoffrey de boa vontade, provocando que Maite o olhasse. O intenso brilho de seus olhos não era nem remotamente educado. — Sem dúvida teme que faça comparações e encontre deficiências — assegurou com um sorriso.    


Ela o olhou. Não a tinha enganado nem por um instante. Levava um hábito de prelado, comprido e escuro, mas não tinha nada de santo. Nenhum homem de Deus tinha aquele rosto nem aquele olhar. Era um homem muito viril, muito angustiante e poderoso, e, mais importante ainda, era um Herrera, o que o convertia também em seu inimigo.  


  — Não preciso comparar para encontrar deficiências — espetou antes de voltar a cravar o olhar em Alfonso.    


Geoffrey estremeceu... e riu.    


— Ontem à noite não teve queixa. — Alfonso também estava se divertindo.    


— Demonstra ser um bruto em toda situação, normando — sussurrou com uma fúria sem limites, sentindo que ruborizava. — Só uma besta se dirigiria a mim em público desse modo.     Maite deu as costas com frieza. Tinha baixado as escadas porque despertou e não podia dormir, e muito menos ficar na cama como se estivesse esperando o prazer do normando. De fato, logo que tinha podido dormir, só tinha fingido fazê-lo quando ele deu por fim uma oportunidade de descansar. Em troca Alfonso tinha dormido profunda e silenciosamente a seu lado.  


  A vergonha de Maite não conhecia limites. Quando chegou a ele sua virtude estava intacta e tinha tentado resistir. Se a tivesse violado ao menos ficaria algum vestígio de orgulho, mas não tinha sido assim. Sua resistência tinha sido nula, ele tinha seduzido-a sem nenhum esforço. Enquanto ele dormia e também depois, quando levantou da cama, Maite não tinha podido deixar de rememorar cada detalhe de seu encontro por muito que tentasse. Não queria enfrentar o que a tinha feito sentir na cama. Mas lhe era impossível não pensar nisso.    


A jovem era dolorosamente consciente de ter falhado a seu país e a seu rei, de ter traído a seus pais, a Doug e a si mesma.    


Tentou encontrar consolo no fato de que tinha perdido uma batalha, mas não a guerra. Seu captor ainda ignorava que era a filha do rei Malcolm. E nunca saberia, prometeu, embora isso significasse que tivesse que compartilhar com ele sua cama uma e outra vez. Tentou não pensar naquela possibilidade. Não se atrevia. Devia concentrar em sua sobrevivência. Maite sentiu os olhos de Alfonso cravados nela e notou um comichão na pele. Devolveu o olhar e ruborizou apesar de sua raiva.   


 Anahi Portilla. A fúria que a atravessou não tinha nada que ver com a ira que tinha experimentado antes. Anahi Portilla. Quem era Anahi Portilla? Tinham falado dela com certo respeito. Ao parecer era formosa e herdeira de uma fortuna. Oh, como desejava poder dizer que ela era filha do rei Malcolm, que era uma princesa e muito mais importante que qualquer herdeira inglesa!    


Alfonso falou então, atraindo por completo sua atenção.   


 — Pode me chamar do que deseja se decide tirar o pior partido desta situação, ou pode aproveitá-la. Isso não mudará minhas intenções, quão único conseguiste é despertar meu interesse. Sugiro que aproveite desse fato.   


 — Conseguiste o que procurava — respondeu Maite com voz tremente. — É mais forte que eu, e sem dúvida muito mais experiente. Mas isso não muda minhas intenções. Não serei sua amante, sem importar o que tiver acontecido ontem à noite. Sou sua prisioneira e nada mais, e estou obrigada a sofrer seus cuidados. Tenha isso muito em conta, normando.    


— Prefiro considerar os atos, não palavras.    


Que ele tivesse aquela satisfação era mais do que a jovem podia suportar.    


— Então deveria ter tido em conta todos meus atos! Não estava tão disposta como se tivesse gostado, normando. — Ele a olhou, e no caso de não a tinha entendido bem, Maite sorriu. — Ontem à noite só ganhou uma batalha. Uma que eu considero muito menos importante que a batalha de minha identidade. De fato, acredito que ganhei a guerra.    


Alfonso avermelhou de raiva. Por cima dele, no estrado, embora fingia não estar escutando-os, Geoffrey engasgou.    


A jovem tremia. Mas não podia parar agora. A vitória era muito doce.    


— Nunca — espetou — nunca arrancará de meus lábios as respostas que está procurando.     Transcorreu um comprido instante durante o qual o normando fez um esforço por recuperar o controle. Tinha a mandíbula tensa, os punhos apertados e o rosto sombrio. Maite se negou a acovardar embora o coração pulsava com verdadeiro terror. Qualquer outro homem a teria golpeado por seu atrevimento e sua insolência. Mas não lamentou ter falado com tanta valentia. — Moça — a acautelou Geoffrey baixando do estrado para se colocar ao lado de Alfonso e agarrar com força seu braço. — Desiste. Meu irmão nem sequer bate em seus cães mas temo que foste muito longe.   


 Antes que ela pudesse replicar, Alfonso ladrou.    


— Não! Deixa que fale tudo o que queira. — Seu sorriso era cruel. — Me assombra, moça. Mas não tenha medo. Não me importa não ter conquistado sua mente, só me importa ter conquistado seu corpo. Uns golpes seriam pouco para ti. Tenho um castigo pensado muito melhor e muito mais entretido. — Maite empalideceu. — Milady? — desafiou-a ele.  


  Ela ficou paralisada durante um instante. Estava recordando o que tinha sentido ao tê-lo em seu interior, e imaginava a tortura tão deliciosa que poderia inflingir-lhe. De repente faltou o ar e resultou impossível encontrar uma resposta.    


— O que é o que esconde? — inquiriu o normando.    


Maite seguiu em silêncio. Suas palavras reverberavam em seus ouvidos. Mas Alfonso tinha recuperado o controle absoluto.    


— Tira esse sorriso de seu rosto, Geoff — disse olhando seu irmão. — Esta dama se negou a revelar sua identidade e em troca escolheu entregar sua virtude. Sem dúvida algum senhor da fronteira reclamará vingança. E eu tenho outras obrigações que atender, como você bem sabe.     — Você não é uma pessoa impulsiva nem imprudente — disse Geoffrey assombrado.     Alfonso não respondeu, mas sim se limitou a estender a mão para Maite com brutalidade.    


— Declaremos uma trégua.    


Seu tom resultou firme e autoritário. Mas o pior era seu olhar, que, talvez pela lembrança, tornou-se suave e sedutor. Embora não sorrisse, era inegavelmente atraente, muito mais que qualquer de seus irmãos. A jovem observou sua mão e passou pela cabeça que poderia aceitar sua oferta de paz e deixar de desafios.   


 Como se tivesse lido o pensamento, o normando deu um passo adiante e um segundo mais tarde tinha a palma de sua mão na sua.    


— Cede, Mairi — tentou persuadi-la. — Em lugar de lutar comigo quando vais perder, por que não te dobrar? Sei que ao final cederá e que estarei de novo entre seus braços... E você também sabe. Vou agradá-la apesar de seu orgulho.    


— Acredito que está tratando de me seduzir inclusive agora!



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • Beatriz Herroni Postado em 23/03/2018 - 15:37:22

    Pq postou tudo de vez?Fica um pouco ruim de ler assim

    • taynaraleal Postado em 24/03/2018 - 15:57:33

      Oi Beatriz, então eu postei tudo de uma vez, pois tenho novas adaptações vindo por ai, e como essa eu só estava repostando pq havia sido apagada eu resolvi finalizar toda de uma vez, sei que fica ruim de ler, mas foi a unica forma de me dedicar as outras, pois meu tempo é minimo. Espero que consiga ler essa, e as outras que estão por vir

  • maite_portilla Postado em 03/08/2017 - 17:24:36

    Agora sim a mai vai ter que dizer tudo pro poncho... Dulce melhor pessoa kkkk... Coninua logo <3<3<3

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:13:27

      Ainda está ai? vou continuar e com maratonaaaaa, espero que goste

  • Postado em 03/08/2017 - 17:22:18

    Ai Deus, acho que agora sim a mai vai revelar a vdd pro poncho... Adorei a Dulce kkkk... Continua logooo

  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 17:56:39

    eita, agora a mai nao tem mais para onde fugir. coitada, ate eu fiquei com um pouco de medo desse alfonso. sera que ele vai descobrir quem ela é de vdd? continua... to amando

  • maite_portilla Postado em 22/07/2017 - 00:57:58

    Adorei a historia... Continua <3

  • lunnagomes Postado em 19/07/2017 - 21:04:10

    Estou apaixonada pela história... continua

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:14:06

      Desculpa pelo sumiço, vou continuar e com maratona, se ainda estiver por ai, e quiser voltar, os comentários me estimulam muito


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