Fanfics Brasil - Capítulo 8 A promessa da rosa

Fanfic: A promessa da rosa | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 8

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     Maite percebeu que a pequena estava esperando uma resposta e fez um esforço por recordar a pergunta. Então entendeu o que queria dizer a menina. Depois da noite anterior, uma noite que tinha passado nos aposentos de Alfonso, deveria sentir certo carinho por seu seqüestrador.


     — Não, Dulce, lamento dizer que não — assegurou, ficando em pé.


     — Mas, como é possível? — perguntou a menina assombrada. — Todas as criadas que conheço rogam para que ele as leve a cama. E depois estão sempre muito satisfeitas. De fato rezam esperando que volte a se fixar nelas.


     — Suponho que ele... Alfonso, coloca a muitas damas em sua cama.


     — A muitas — confirmou Dulce muito séria. — Mas não são damas, são criadas da cozinha e prostitutas. Você é diferente.      Maite não disse nada. Aproximou-se da cozinha e olhou para fora. Decidiu que tentaria escapar imediatamente e abraçou a si mesma com força.


     — Não encontra atraente meu irmão?


     A jovem se negou a responder. Estava custando trabalho tirar da cabeça uma imagem desagradável: a de Alfonso e alguma amante fundidos em um tórrido abraço.


Deu as costas à menina e agarrou o áspero batente de pedra.


     — Dulce, já que somos quase do mesmo tamanho, seria possível que me buscasse um traje que resultasse mais apropriado que a roupa que levo agora?      Maite sentiu que o coração pulsava com força. Não tinha sido absolutamente sutil. Mas a necessidade de fugir era agora irresistível.


     Dulce piscou, mas depois sorriu abertamente.


     — É obvio, por que não me tinha ocorrido antes? É uma dama, e nenhuma dama poderia suportar essa roupa suja durante muito tempo. Estarei encantada de te emprestar a minha.


     Vestida com uma túnica azul gelo e bandagem chapeada, meias também chapeadas, sandálias azul escuro e um manto púrpura debruado com pele de esquilo, Maite desceu pelas escadas com Dulce. À medida que transcorria a manhã foram convertendo em boas amigas, e a escocesa lamentava a estar utilizando. A menina era inteligente, hábil e obstinada, e recordava bastante a si mesma.


Igual a ela, Dulce tinha sido criada com um punhado de irmãos e uns pais importantes e ao mesmo tempo carinhosos. Maite pensou que em circunstâncias diferentes, sua amizade teria florescido quando a menina se convertesse em mulher. Mas é obvio, aquilo não ia ocorrer.


     A jovem ficou tensa. O normando estava abaixo, e podia escutar claramente sua voz enquanto descendiam pelas escadas. Estava imerso em assuntos de estado no salão com seu administrador, seu assistente e seus dois irmãos. Maite escutou seu tom de voz, forte e ligeiramente rouco. Ao parecer estava também com um arrendatário que estava solicitando um favor.


     Dariam permissão para sair do castelo com Dulce? Animada por sua nova amiga, a menina se ofereceu para lhe mostrar seu poney, que tinha resultado proceder das Hébridas, um grupo de ilhas pertencentes a Escócia nas que estava exilado seu tio Donald Bane.


     Sem dúvida, aquela seria sua única oportunidade de escapar antes que caísse a noite. Maite não queria pensar além daquele momento, pelo que a esperava se não conseguia escapar. Sentia como se tivesse uma laje no peito.      Dulce agarrou a mão dela com firmeza.


     — Não lhe tenha medo. Não é tão mau como você pensa.


     — Não tenho medo de seu irmão, Dulce — afirmou enquanto umedecia os lábios secos.      A menina não parecia muito convencida.


     — Mas estou segura de que não me deixará sair deste castelo contigo.


     — Se eu o peço, deixará! — Exclamou soprando.


     Decidida a guardar a calma e não deixar a descoberto seu plano, Maite acompanhou Dulce até o salão, que correu alegremente para seus irmãos. Enquanto


Geoffrey a recebia com alguma brincadeira que a fez rir, Alfonso deixou bruscamente de dar ordens e observou sua recente amante com interesse. Ela foi consciente da admiração com que a olhavam seus olhos enquanto percorria com eles a elegante roupa de sua irmã.


     — Uma grande melhoria — murmurou.


     Maite apertou a mandíbula e se negou a manter o olhar. O coração pulsava com tanta força que tinha medo de que pudesse ouvi-lo e adivinhasse que nem tudo era o que parecia.      — Quero mostrar a Mairi o Rei Rufus, Alfonso. Posso? Por favor — interrompeu Dulce.      Nervosa, Maite esperava sua resposta pensando em escapar. Alfonso nem sequer olhou a sua irmã.      — Os poney a interessam?


     — Adoro os cavalos — conseguiu dizer a jovem.


     O normando a olhou durante outro instante interminável e logo deu um tapinha no ombro de Dulce.


     — Podem ir.


     A menina deu um grito de alegria e o abraçou antes de sair correndo do salão. Incapaz de acreditar na boa sorte que tinha tido, Maite deu a volta para segui-la, sentindo o olhar de Alfonso cravado em suas costas.      — Cuidado — disse com voz suave e ao mesmo tempo inquietante. — Não tem permissão para sair de Alnwick.


     A jovem conseguiu que seus passos não vacilassem. Nada ia detê-la agora.


Nada. Uma vez fora, Maite se colocou ao lado de Dulce, que não parava de falar, sem prestar atenção. Teria Alfonso percebido que pretendia escapar? Ou suas últimas palavras tinham sido uma mera advertência? Sem dúvida, se tivesse adivinhado seus planos, não teria permitido que se separasse de sua vista.


     A caminho dos estábulos, Dulce se adiantou enquanto a escocesa, que tinha a garganta seca e o pulso acelerado, começava a procurar sua oportunidade. Atrasou um pouco, algo que não resultou difícil porque a menina ia correndo.


     A parte exterior do castelo estava tão abarrotada como no dia anterior, quando Maite entrou pela primeira vez em seus limites. Um grupo de lavadeiras limpava a roupa em uma imensa cisterna, o ferreiro trabalhava golpeando sua bigorna e um pastor tinha introduzido um pequeno rebanho, sem dúvida para preparar guisado. As ovelhas se moviam por todos lados, criando ainda mais confusão e ruído. Dois cães pequenos e peludos se divertiam perseguindo o rebanho, enquanto o pastor ia de um lado a outro depois de um cordeiro e uma ovelha. Ao mesmo tempo, dois cavalheiros cruzavam pelas portas do castelo.


     Muito longe agora de Maite, Dulce parou e exclamou:


     — Não pode me seguir o passo? Jogamos uma carreira? — Rindo, pôs-se a correr.


     A escocesa parou e viu como a menina desaparecia entre a multidão de escravos e homens livres. Olhou ao redor com cautela, mas ninguém a estava observando. Lançou-se sem pensar para a entrada da fortificação, e ali se deteve.


     Estava sem respiração. Tremendo de medo, levantou rapidamente a capa, cobrindo a cabeça. Dois homens vestidos em cota de malha e armados com espadas passaram diante dela. Um deles a saudou e a jovem devolveu a saudação.


     O coração pulsava a toda velocidade. Tinham-na confundido com Dulce... Seu plano estava funcionando. Olhou ao redor e cravou a vista no carpinteiro e seus aprendizes, que esvaziavam um carro de madeira perto da edificação que estavam construindo. A Maite resultou evidente, já que o boi seguia preso, que o carro não tinha terminado seu trabalho ainda por aquele dia.


     Armando-se de valor, deixou a segurança das sombras e avançou com a cabeça baixa. Caminhou devagar e se aproximou de um montículo de caixas de vinho empilhadas. Os homens terminaram de descarregar a madeira e retornaram ao trabalho, enquanto o servente subia no assento. O carro estava agora vazio à exceção de uma lona que tinha servido para proteger previamente a madeira da chuva.


     Aquela era sua oportunidade. E talvez fosse a única. O servente partiria a qualquer momento. Maite, paralisada, com o coração pulsando com força, olhou ao seu redor. Havia muita gente, mas ninguém a olhava. Os que não estavam ocupados, observavam com grandes risadas os esforços do pastor por reunir seu rebanho. De repente, a jovem foi consciente que o carro tinha começado a avançar. O servente estalou o látego, gritando ao boi.


     Ela não se deteve. Com a alma em chamas, levantou as saias, subiu à parte traseira do carro raspando os joelhos naquela amalucada ascensão, e se ocultou sob a lona, fazendo um novelo. O coração pulsava grosseiramente, esperando escutar gritos quando a descobrissem. Fazia ruído ao subir, e certamente o condutor da carreta a tinha ouvido. Tinha medo de se mover, medo de respirar.


Fechou os olhos e rezou.


     Milagrosamente, ninguém afastou a lona nem a tirou do carro puxando-a pela orelha. Não escutou nenhum grito de alarme e o carro seguiu rodando para diante.


******


     Alfonso desceu pela estreita escada de caracol. Seu aspecto era sombrio e não sorria quando entrou no grande salão. Will tinha retornado de Liddel. E sua rápida chegada significava sem dúvida que tinha descoberto a identidade de sua prisioneira. Já não estava tão seguro de querer conhecer a verdade. Tinha um mau pressentimento.


     Will estava sentado à mesa, bebendo vinho com ânsia e comendo o que serviam as criadas. Geoffrey estava perto dele com os braços cruzados, olhando-o. Brand, sentado ao lado do fiel soldado, estava perguntando com ironia:      — E me diga, o que tem descoberto? A prisioneira de meu irmão é afinal a pequena Mairi Sinclair? Ou pertence a algum grande senhor escocês?


     Will fez uma careta e ficou imediatamente de pé ao ver entrar seu senhor.


Seus olhos despediam sinais de advertência. Quando Alfonso se deteve frente a ele, soube imediatamente que seu vassalo tinha descoberto a verdadeira identidade de Mairi e que aquilo traria problemas.      — Alfonso — começou vacilante — em Liddel há um grande alvoroço.


     — Fala.


     — E Malcolm Perroni está furioso — seguiu Will tragando saliva.


     O sorriso zombador de Brand desvaneceu, Geoffrey deu um pulo e Alfonso guardou silêncio. Suspeitava o que ia ocorrer a seguir, mas sua mente se negava a acreditá-lo.


     — Malcolm Perroni? — repetiu.


     — Temo que a jovem não é a bastarda de nenhum senhor — disse o soldado com gravidade.      — Quem é? — Perguntou Alfonso antecipando que tinha acontecido o pior.


     — A filha do rei Malcolm.


     Um pesado silêncio encheu o grande salão.


     Como se pensasse que não o tinham entendido, Will disse com cautela:


     — Tomaste como prisioneira à princesa Maite, milorde.


     Alfonso seguia imóvel. Durante um instante não foi capaz de falar.


     — A filha de Malcolm? Está seguro?


     O fiel soldado assentiu com a cabeça.


     O normando estava assombrado, muito assombrado para pensar com claridade. A filha de Malcolm, a filha de Malcolm... Aquela litania repetia sem trégua dentro de sua mente. Em meio de seu atordoamento, viu como seus irmãos, igual de perplexos, intercambiavam um olhar.


     — Deus — exclamou com voz rouca. — O que tenho feito?


     — Sua filha legítima — acrescentou Will. — Está prometida a Doug Mackinnon, herdeiro do senhor de Kinross. Não fiquei tempo suficiente para recolher mais informação, mas te asseguro que é uma princesa. E — fez uma careta — já se sabe que é você quem a raptou. Muitos aldeãos viram a rosa vermelha.


     O normando fez uma careta. Mas sua mente se pôs de novo em funcionamento pensando na vingança. Se Malcolm Perroni sabia que tinha a sua filha, Alfonso receberia suas notícias de forma imediata. E conhecendo-o, mais valia assegurar suas defesas. Girou para seus irmãos e disse:


     — Está prometida a Kinross. Como é que não tínhamos ouvido falar dessa aliança com antecedência? — Os olhos de Geoffrey estavam cheios de escuras suspeitas. — Parecem que têm feito todo o possível por mantê-lo em segredo.     



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • Beatriz Herroni Postado em 23/03/2018 - 15:37:22

    Pq postou tudo de vez?Fica um pouco ruim de ler assim

    • taynaraleal Postado em 24/03/2018 - 15:57:33

      Oi Beatriz, então eu postei tudo de uma vez, pois tenho novas adaptações vindo por ai, e como essa eu só estava repostando pq havia sido apagada eu resolvi finalizar toda de uma vez, sei que fica ruim de ler, mas foi a unica forma de me dedicar as outras, pois meu tempo é minimo. Espero que consiga ler essa, e as outras que estão por vir

  • maite_portilla Postado em 03/08/2017 - 17:24:36

    Agora sim a mai vai ter que dizer tudo pro poncho... Dulce melhor pessoa kkkk... Coninua logo <3<3<3

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:13:27

      Ainda está ai? vou continuar e com maratonaaaaa, espero que goste

  • Postado em 03/08/2017 - 17:22:18

    Ai Deus, acho que agora sim a mai vai revelar a vdd pro poncho... Adorei a Dulce kkkk... Continua logooo

  • maite_portilla Postado em 24/07/2017 - 17:56:39

    eita, agora a mai nao tem mais para onde fugir. coitada, ate eu fiquei com um pouco de medo desse alfonso. sera que ele vai descobrir quem ela é de vdd? continua... to amando

  • maite_portilla Postado em 22/07/2017 - 00:57:58

    Adorei a historia... Continua <3

  • lunnagomes Postado em 19/07/2017 - 21:04:10

    Estou apaixonada pela história... continua

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:14:06

      Desculpa pelo sumiço, vou continuar e com maratona, se ainda estiver por ai, e quiser voltar, os comentários me estimulam muito


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