Fanfics Brasil - Dois lados da moeda O garoto do cachecol vermelho - Vondy

Fanfic: O garoto do cachecol vermelho - Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Dois lados da moeda

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                       Dois lados da moeda



  Estávamos na rua da minha casa. Christopher tinha tagarelado o caminho inteiro sobre como havia ganhado todos aqueles CDs do Legião Urbana, e eu estava dando graças a Deus por estarmos chegando. Ele já tinha diminuído a velocidade quando avistei o carro de Pedro parado em frente ao meu jardim. Coloquei uma mão em frente aos olhos, já sabendo que aquilo não acabaria bem.



— Você tem visita — falou o vândalo.



 Seu tom ficou sombrio de uma hora para outra. Christopher estacionou atrás do carro de Pedro. Era a primeira vez que desligava o motor para que eu saísse. Esperei alguns segundos antes de abrir a porta. Pedro estava de pé, encostado em seu carro, encarando Christopher como se ele tivesse acabado de xingá-lo ou algo assim. Murmurei, antes de sair:



— Obrigada pela carona.



— Nos vemos amanhã — murmurou de volta, retribuindo o olhar de Pedro com a mesma intensidade.



 Eu mal havia fechado a porta quando meu “namorado” veio até mim. Segurando com força nos meus braços e me chacoalhando sem a menor gentileza, perguntou:



— O que você estava fazendo com ele?



— Ai! — reclamei, tentando me livrar do puxão. — Ele me trouxe pra casa! Só isso!



— De onde, Dulce?! — gritou. Ouvi o barulho do vidro do carro de Christopher se abrindo. Não faça isso, seu idiota. Não diga nada. Apenas saia daí, ou a coisa vai acabar mal pra você. Não me dei o trabalho de olhar para ele, mas quase podia vê-lo encarando Pedro com uma expressão forçada de curiosidade.



— Algum problema aí? — perguntou.



— Vai embora! — Pedro ordenou. — Isso é entre mim e a...



— Não falei com você. — Passei o olhar para ele, ainda tentando me afastar. — Dulce, você precisa de ajuda?



 Balancei a cabeça, e Pedro me soltou. Empurrei-o com força para trás e corri para a porta da minha casa. Vi por cima do ombro enquanto Christopher subia o vidro mais uma vez, ignorando o que quer que aquele imbecil que se dizia meu namorado tivesse dito para ele. Quando tranquei a porta, olhei pelo olho mágico enquanto o garoto dava a partida. Pedro o esperou sair de vista para vir em direção à minha porta mais uma vez. Me afastei dela quando ele a socou. Engoli em seco. Mas o que deu nele?!



— Dulce! — berrou. — Abre essa porta agora! — Me mantive no lugar, sentindo o coração acelerar. Nunca o tinha visto tão agressivo. — Abre essa porta ou eu vou derrubá-la.



 Vera não estava trabalhando naquele dia. Havia pedido para ir à casa de sua filha, do outro lado da cidade, para visitar o neto recém-nascido. Eu estava sozinha em casa, e não sabia o que fazer. Ok. Só precisava respirar fundo e abrir a porta. O que ele iria fazer?! Me bater? Não. Eu o conhecia bem. Ele nunca faria isso. Só estava irritado.



 Abri a porta, tentando parecer o mais calma possível, e Pedro entrou como um furacão. Parou no meio da sala de estar. Eu me mantive ao lado da porta, encarando-o enquanto ele caminhava na direção do sofá, respirando pesadamente, e se sentava. Pedro esfregava as mãos, como se tentasse se acalmar. Avisou:



— Vou perguntar só mais uma vez: por que você estava com aquele cara?



— Eu fui assaltada hoje de manhã, perto da faculdade. Levaram o meu carro. Quando cheguei lá, o Christopher me viu e me ajudou. Ele só estava me trazendo de volta pra casa. — Em parte era mentira, mas, do jeito que Pedro estava agindo, eu não correria o risco de contar a verdade.



— E o que vocês ficaram fazendo do período da manhã até agora, hein? Eu não te vi na faculdade. Muito menos ele. Foi por causa dele que você me pediu mais espaço?



  Pensei por alguns segundos, tentando não deixar aparente o fato de eu estar procurando uma desculpa ou algo assim. Podia dizer que Christopher tinha me levado para fazer um boletim de ocorrência, mas... nós não teríamos ficado tantas horas na rua só por causa disso. Eu sabia que não havíamos feito nada de errado, mas, no estado em que Pedro estava, duvidava que fosse entender numa boa. A campainha tocou. Eu não estava esperando ninguém. Vera só voltaria no dia seguinte, e minha mãe costumava chegar tarde da noite. Não às quatro da tarde. Pedi um segundo a Pedro para atender. Ele me fuzilou com o olhar. Abri a porta o suficiente para ver quem estava lá fora, e meu coração descompassou quando vi que era Christopher. O que ele...? Estendeu minha bolsa em minha direção.



— Você esqueceu isso no meu carro.



— Ah... O-Obrigada — agradeci, enquanto a tirava das mãos dele. Por cima do ombro, ele olhou para o carro de Pedro, que continuava estacionado em frente à minha casa, depois voltou a olhar para mim. Perguntou:



— Precisa de ajuda?



— N-Não! Está tudo bem. Pode ir agora. — Tudo o que eu queria era me livrar de Christopher naquele momento. Só isso. Se me demorasse demais na porta, Pedro acabaria partindo para cima dele, e essa era a última coisa de que eu precisava.



— Tem certeza? — Levantou uma sobrancelha, analisando a expressão em meu rosto com atenção, como se tentasse achar algum sinal de medo ou agressão.



— Tenho sim. Pode ir.



  Estendi a mão em sua direção, pegando seu ombro e fazendo com que virasse de costas para mim. Depois, dei um empurrãozinho, encorajando-o a voltar para o carro. Ele continuou me encarando por cima do ombro, e, antes que abrisse a boca para dizer mais alguma coisa, murmurei um “por favor” da forma mais suplicante possível. Depois disso, Christopher assentiu e foi embora. Quando fechei a porta, me arrependi seriamente do que havia feito. Pedro estava de pé agora, bem atrás de mim, como se tivesse ouvido o que falamos. Engoli em seco. Tudo sob controle. Levantei a bolsa na altura do rosto, sorrindo e tentando ser casual ao contar que tinha esquecido a bolsa no carro de Christopher. Coloquei-a sobre o sofá, e senti que Pedro monitorava meus movimentos. Eu não queria olhar para ele. De repente, ouvi:



— Você ainda não respondeu a minha pergunta.



— Acho melhor você ir embora — falei, ainda evitando contato visual.



— Não vai responder?



— Pedro, vai embora — pedi, colocando a mão em seu ombro.



 Pela forma como ele olhou para mim, eu não deveria ter feito aquilo. Dei um passo para trás, voltando a baixar o olhar. É claro que eu terminaria com qualquer um que tivesse me tratado daquela forma, mas naquele momento estava assustada e surpresa demais para fazer algo assim. E duvidava que ele fosse aceitar de forma pacífica.



— O quê? O que você disse? — perguntou, num tom irritado de descrença.



— Pedro, eu...



 Antes que eu pudesse terminar de falar, ele me segurou pelos braços e me jogou com força no sofá, que quase virou para trás. Tentou se aproximar, mas passei por cima do estofado o mais rápido que podia, correndo para o telefone e discando 190. Não apertei o botão de ligar, mas fingi que haviam atendido. Mal tinha aberto a boca para falar alguma coisa quando Pedro disparou porta afora. Larguei o telefone quando ouvi seu carro dando partida. O que ele pensava que estava fazendo? Corri em direção à porta e a tranquei, então me joguei de costas no sofá, sentindo todo o meu corpo tremer. Coloquei as mãos na cabeça e respirei fundo, tentando acalmar as batidas do meu coração. Aquele idiota pensava que podia me bater?! De jeito nenhum. Nunca teria um relacionamento com um cara assim. Eu precisava pensar em uma forma de me livrar dele o mais rápido possível.



— Que dia! — falei para mim mesma, pensando em tudo o que tinha acontecido. Um assalto, um acordo com um vândalo e uma quase agressão do namorado. — Que merda. O que falta acontecer pra piorar?!




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Autor(a): GrazihUckermann

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 21



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  • candy1896 Postado em 01/09/2017 - 18:11:49

    CONTINUAA

  • candy1896 Postado em 23/08/2017 - 19:55:54

    Continuaa

  • candy1896 Postado em 22/08/2017 - 10:12:11

    CONTINUA

  • candy1896 Postado em 14/08/2017 - 18:55:10

    Continuaa

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 03/08/2017 - 22:25:16

    Pelo menos ela disse obrigada depois dele ter ajudado ela! Continua!

    • GrazihUckermann Postado em 07/08/2017 - 18:52:42

      Um grande passo para ela kkkk

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 02/08/2017 - 18:39:44

    Dulce ñ baixa essa guarda, Christopher tenta ser legal mas ela ñ coopera. Adorei quando ela viu a 'lata velha' kkkkkk. Continua!!

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 01/08/2017 - 19:12:50

    Fernanda ta de olho no Christopher *0* Dulce elogiando o Pedro só pq ele é um playboyzinho mas la no fundo ela preferia ta comendo um cachorro quente com o vadalo, nossa viajei aqui kkkk. Continua!

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 28/07/2017 - 19:45:51

    Huum Dulce pensando no delinquente pichador amo *-* Pedro ñ desiste né, espero que ele ñ faça nd errado! Continua!!

    • GrazihUckermann Postado em 01/08/2017 - 20:14:28

      Tenho uma raiva muito grande por esse Pedro, queria muito que ele não fizesse nada de errado...

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 26/07/2017 - 18:49:20

    Dulce tem que ser mais querida, ela ta muito insensível, acho que o Christopher vai fazer uma grande mudança na vida dela *-* Continua!!

    • GrazihUckermann Postado em 01/08/2017 - 20:15:31

      Ele vai ter que ter muita calma e paciência para mudar a Dulce kkk

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 24/07/2017 - 18:56:39

    Dulce ñ foi mesmo com a cara do Christopher, mas eu adoro esse jeito dele *-* Continua!!

    • GrazihUckermann Postado em 24/07/2017 - 19:01:52

      Christopher é um amor, já me apaixonei por ele s2 Como ele consegue ser tão calmo com uma Dulce dessa? kkkkk


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