Fanfic: ERA LA MUSICA | Chaverroni {T E R M I I N A D A}

... saindo do fornoo  `

Enquanto ia embora, liguei para as minhas amigas e pedi que elas fossem pra
casa, queria conversar com alguém.
Quando cheguei elas já estavam lá.
- Pensei que ia demorar mais um pouco. – disse Anahí sarcástica.
- Duas horas andando de ônibus. – respondi.
- E você tem carro pra que? – perguntou Dulce.
- Tenho muito que contar pra vocês.
- E nós também não é Dulce?
- Com certeza.
Nos sentamos as três na minha cama.
Deixei que elas falassem primeiro já que minha história era mais longa que a
delas. Elas me contaram dos lindos e gostosos – palavras delas mesmas – que
conheceram e passaram a noite toda.
- Não transaram com eles né? – perguntei já imaginando a resposta.
- Eu sim. – disse Anahí com o rosto corado.
- É uma galinha mesmo. – brincou Dulce.
- Olha quem fala. – disse Anahí – Eu transei com o Poncho porque eu senti que
ele era especial e você transou com o Ucker porque gostou da bunda dele.
Galinha é você!
- Por que nós somos amigas? Eu sou tão diferente de vocês, já vi que vão rir do
que tenho pra contar e me chamarão de tonta e idiota.
- Primeiro nós somos amigas, porque Deus quis assim. – disse Anahí – E
segundo... Ai! Amiga conta logo, nós sabemos que você ficou com o tal
professor.
- Os garotos disseram que ele é uma ótima pessoa. – disse Dulce.
- Ai Dul, não faça eu me sentir pior.
- Hã?
- Deixa-me contar de uma vez.
Contei para elas tudo que aconteceu, tudo mesmo.
- Tonta! – disse Dulce.
- Idiota! – disse Anahí.
- Obrigada. – respondi com um sorriso forçado.
- Ai amiga você ofendeu ele, forçou a barra não é Any?.
- É isso aí concordo com a Dul e você não tem nem o direito de ter raiva do que
ele fez com você, mereceu e ele ainda te beijou, se fosse comigo teria te
expulsado de lá a ponta pés.

- Ain
que raiva! Eu estava toda empolgada, fui pra lá de ônibus, crente de que tudo
daria certo e o dia terminaria com ele me trazendo pra casa, mas quando eu
cheguei lá, nem tudo aconteceu como eu havia previsto.
- Pelo o que você contou ele foi super fofo, não sei o que pode ter dado
errado. – disse Dulce.
- Meu corpo. Ele chegava perto de mim, minhas pernas fraquejavam, ele me tocava
minha cabeça girava e só ouvir a voz dele fazia meu coração disparar e ele
também parecia saber do efeito dele em mim e ficava me provocando. Não sei o
que me deu, tive medo, me senti uma qualquer desejando tanto alguém que eu mal
conhecia.
- Em momento algum passou pela sua cabeça que ele pode sentir por você o mesmo
que você sente por ele e que o que você fez pode ter o magoado profundamente?
- O pior é que você tem razão Any.
- Eu sempre tenho. – disse ela rindo.
- O que eu faço?
- Você tem que pedir desculpa pra ele.
- Mas Dul, ele não vai querer nem me ver.
- Será Mai? Nada tira da minha cabeça que ele gosta de você. Você mesmo disse
que a sintonia entre vocês foi incrível, eu não acredito muito, mas dizem que
alma reconhece alma.
- Calma Dul, não exagera também.
- Pra mim pode até ser exagero, mas pra você Mai? Até me espanta você falando
assim, você sempre acreditou nesse lance de alma gêmea.

- Eu vou ter que pedir desculpas mesmo, o peso na consciência não vai me
deixar ficar em paz. Eu
errei, reconheço. O acusei de fazer coisas que ele com toda certeza não faz.
Vocês precisam ver o jeito dele. Precisam ver aquele lugar vazio, precisam
falar com os pais dele, ou simplesmente os olhar, tão apaixonados, os olhos
deles brilham quando olham um para o outro e é bem claro ver que todo esse amor
fez do Christian a pessoa maravilhosa que ele parece ser, quando ele beijou
minha mão por causa do corte ele disse que foi a mãe dele quem o ensinou a
fazer isso e embora o clima estive tenso entre nós dois desde que trombamos um
no outro, naquele momento eu percebi que ele fez aquilo sem malicia nenhuma,
como se aquele gesto fosse realmente uma cura milagrosa. A casa dele é pequena,
mas tão aconchegante, tem cheiro de lar, se aquelas paredes falassem tenho
certeza de que contariam lindas e divertidas histórias daquela família, me dá
vontade de fazer parte daquilo. O Christian tem um sorriso solto, como se
sorrir fosse tão simples e fosse a resposta pra todas perguntas, ele é
cavalheiro como ninguém, ele abriu a porta do carro pra mim. Que homem faz isso
hoje em dia? Ele não é nem de longe o homem que eu lhe disse que era. Me sinto
péssima por isso.
- Amiga, o seu caso é sério.- disse Anahí.
- Acho melhor procura-lo hoje mesmo. – completou Dulce.