Fanfic: ERA LA MUSICA | Chaverroni {T E R M I I N A D A}

Ela
estava me pedindo desculpa, acreditei quando que se isso acontecesse a primeira
coisa que eu faria era não resistir e beija-la, mas me surpreendi ao perceber
que aquele pedido não era suficiente.
- Não sei se posso te desculpar Maite.
- Entendo. – respondeu dando as costas pra mim.
- Eu não te fiz nada e você despejou aquele monte de ofensas.
- Não fez nada? – ela se virou e me fitou nos olhos – Nós quase transamos sem
nunca termos nos visto.
- Você disse certo nós. Eu não te forcei a nada.
- Mas foi você quem me beijou.
- E você correspondeu. – irritado acabei gritando.
Ela não disse nada e começou a chorar. Fiquei sem reação por um instante.
- Desculpa. – eu disse.
Ela se sentou na minha cama e eu me sentei ao seu lado. Me senti um verdadeiro
idiota por ter gritado com ela.
- Estamos quites. – disse ela quase sorrindo, o que me acalmou.
- Ok.
- Foi mal ter te ofendido daquele jeito.
- O problema não foi o que você disse.
- Não?
- Não.

Ele
gritou comigo e aquele me machucou, mas logo vi o arrependimento em seus olhos
e relevei. Então começamos a conversar.
- Qual foi o problema então? – perguntei.
- Você não foi a primeira a me dizer aquilo e é bem provável que não a última.
As mulheres se aproximam de mim facilmente, mesmo eu sendo um pouco estranho. –
ele riu – Mas tudo acaba quando elas descobrem o que eu faço, elas não entendem
que um homem pode rebolar, ou não entendem que eu possa ser assediado sem ter
que corresponder a isso e algumas chegam a concordar com você e dizer que
aceito dinheiro pra dormir com as freqüentadoras daqui. Então de certa forma eu
acabei me acostumando com isso, mas com você eu achei que ia ser diferente, eu
queria que fosse, até que você acabou fazendo como todas elas e foi isso que me
magoou, porque eu te julguei incapaz de fazer isso. Pra mim você era especial e
te ver aqui agora me pedindo desculpa, me fez ver que eu não me enganei.
- Eu não tenho nada de especial.
- Tem sim. – secando algumas das lágrimas que ainda estavam em meu rosto – Você
não faz idéia do poder que exerce em mim.
- Não exagere Christian.
- É verdade. Seu sorriso, o som da sua voz, sua presença, tudo isso me afeta,
causa em mim as mais diversas sensações.
Era tão bom saber que eu não era a única a sentir tudo aquilo.

Resolvi
me abrir com ela e dizer tudo que me afligia, tínhamos que ser sinceros um com
o outro.
- E você Maite, tem algo que te atormente?
- Tem. Eu sinto o mesmo em relação a você. Mas com uma pequena diferença. Você
não parece sentir o mesmo medo que eu.
- Não? Eu estou em pânico, às vezes, o ar chega até a faltar. Eu gosto de você
e a rapidez com que tudo aconteceu me deixa apavorado, pois nunca senti algo
assim.
- Eu também.
Senti vontade de beija-la naquele instante, mas não queria pressiona-la a nada.
- E o que fazemos em relação a isso?
- Por enquanto... Só me abraça.
A abracei com força como se meus braços e meu corpo pudessem lhe fazer perceber
o quanto ela era importante pra mim.

Queria
apenas ter certeza de que tudo que eu sentia por ele e ele por mim ia além de
uma atração física, e fui o que acabei descobrindo, tinha ternura naquela
abraço, me senti protegida, meu coração batia acelerado e podia sentir meu
rosto queimar. O desejo de permanecer abraçada a ele por muito mais tempo me
fez perceber que beija-lo podia ficar pra depois e isso me deixou bem
satisfeita.
- Christian. – me afastando sutilmente.
- Fala.
- Tenho que ir embora agora.
Percebi que ele entristeceu e logo tratei de completar a frase.
- Posso voltar amanhã?
- Por mim você não saía mais daqui. – respondeu ele sorrindo.
- Bom saber. Vou indo.
Me levantei da cama e fui até a porta.
- Não quer que eu te leve?
- Vim de carro hoje.
- Então venha sem amanhã.
- Combinado.
- Te acompanho até lá embaixo.
Ele pegou minha mãe e entrelaçou seus dedos aos meus. Sorri para ele e ele
sorriu de volta.
Passamos por seus pais e ambos sorriram como bobos ao nos ver juntos e
sorridentes.
Chegamos até o estacionamento.
- Seus pais são fantásticos. – eu disse me encostando em meu carro.
- Eu sei, tenho muito orgulho deles.
- Imagino. Você se parece muito com eles, não só de aparência, mas de
personalidade também.
- Eles me fizeram mole e sentimental demais.
- Eles podiam ter feito mais algumas centenas assim e o mundo estaria bem
melhor.
- Isso foi um elogio? – perguntou ele rindo.