Fanfic: Fica comigo | Tema: original
Eu estava moída, morta, pedindo ajuda e querendo ser carregada no colo, mas finalmente as gravações daquele dia haviam terminado. Já era uma da manha, estava com fome, mas tudo que eu queria era deitar na minha cama e dormir por longas e boas horas, já que as gravações começariam só depois do meio dia.
Parte das gravações eram feitas no meio da noite, não era algo que eu gostava de fazer, gravar no meio da madrugada, mas não havia o que ser feito, já que aceitei o papel de caçadora de vampiros que se apaixonada por seu maior inimigo. Clichê, eu sei, mas adoro histórias clichês. E como vocês bens sabem, vampiros são noturnos, então quase todas as cenas eram gravadas a noite, o que não me dava forças para mais nada.
Suspirei cansada e joguei meus sapatos no meio do quarto, junto com minhas roupas do dia e fui direto para o banheiro. Ainda me restava um pouco de dignidade e eu precisava escovar os dentes e colocar um pijaminha, antes de me jogar na minha maravilhosa cama.
Se você quer saber sobre Rain, a minha notícia é: Não tenho notícias.
Já fazia alguns dias que havia o visto e conversado com ele na cafeteria perto do estúdio onde estava gravando no momento. Nem se quer pensava na possibilidade de ligar para ele, mas para falar a verdade e confessar, eu salvei seu número na agenda do meu celular. Nunca se sabe, não? Meg pode atender e nada de bom sairia dessa história.
Então estava apenas me contentando com minhas gravações e minha vida de festa.
Joguei-me na cama como se estivesse desmaiando e puxei as cobertas quentinhas, fechei meus olhinhos como uma boa criança e resmunguei aliviada. Era hora de nanar.
- Luci. - Alguém me chamou. - Luci. - Repetiu. - Lucinda. - Dessa vez a voz estava alta e com urgência o que me forçou a abrir os olhos. - Levante, agora!
- Jorge? - Perguntei meio perdida. - Já é de manha? - O olhei sem entender. Ele estava com uma calça de moletom e uma camiseta qualquer. Ele costumava treinar com os outros seguranças desse jeito, eu os via as vezes no meio da noite perto da piscina.
- Não, estava no meio da madrugada, mas preciso que levante. Agora. - Olhou pela porta, em direção ao corredor e veio até mim, enquanto eu tentava levantar. - Eu preciso que você fique calma. Respire pela boca, do jeito que aquela terapeuta lhe ensinou. - Concordei com a cabeça sabendo que tínhamos problemas. - Eu vou te colocar no quarto do pânico. - Arregalei os olhos começando a respirar de uma forma esquisita. - Respire pela boca. - Preciso que fique lá até que eu volte. - Olhou novamente em direção a porta. - Se eu não voltar... Vou precisar que ligue para a polícia e para Rain também. Sei que ele vai cuidar de você.
- Jorge, o que está acontecendo? - Peguei meu celular. - Você precisa me dizer.
- Tem alguém tentando entrar na casa. - Disse com sinceridade, enquanto fazia sinal para eu respirar pela boca. - Quero você fora de vista. Quero que pensem que você está com outra equipe de seguranças em alguma festa. - Procurou o botão que abria a porta do quarto do pânico na cabeceira da minha cama.
- Você só não pode atirar para cima e espantar eles? - Jorge me empurrou para dentro do quarto pequeno.
- Não dessa vez, Lucinda. - Sorriu. - Deletei minhas digitais do sistema, os únicos a destravar a porta depois que ela se fechar, são seus pais e Rain. Rain é o único na cidade nesse momento. Não esqueça de ligar para ele.
- Por que está falando comigo como se nunca mais fosse voltar? - Perguntei, mas sem resposta a porta começou a se fechar. - Jorge? - Gritei. - Jorge. - Comecei a espancar a porta.
Merda. Merda. Merda. Merda.
Os únicos a abrirem a porta são meus pais e Rain?
Deus. Deus. Deus. Deus.
Jorge não retirou apenas suas digitais do sistema, tirou as minhas também.
Quando meu pai decidiu criar um quarto do pânico, ele também decidiu colocar um sistema de segurança de última geração. O botão na cabeceira da minha cama, a porta invisível aos olhos, mas não a objetos circulares. E o dispositivo de tranca baseado em digitais. Depois que a porta se fechava, eram poucas as pessoas que conseguiam a abrir novamente.
Do lado de dentro havia uma um teclado com um teclado de números e o espaço para digital. Do lado de fora, uma caixa parecida atrás de um quadro. Por vez eram possíveis cadastrar digitais de cinco pessoas diferentes.
Os últimos cadastros eram: Meu pai, minha mãe, Jorge e eu. O quinto elemento nunca era cadastrado, muitas pessoas, muitos problemas.
E bem, a única forma de burlar o sistema das digitais era reiniciar o sistema. E eu não tinha ideia de como fazer isso. Talvez nem a empresa Bouter tivesse. Então, eu literalmente estava preza ali.
- Filho de uma puta. - Andei de um lado para o outro.
Junto com o quarto do pânico havia uma coleção de monitores, quais mostravam as transmissões de todas as câmeras espalhadas pela casa.
- Como é que se liga essa merda? - Parei na frente dos monitores.
Não era de se admirar que eu não soubesse como funcionava nada daquilo. Nunca precisei usar o lugar, e nem estava quando vieram estalar os aparelhos.
Decidi começar pelo começo. Coloquei tudo na tomada e apertei todos os botões possíveis, algum deles teria que funcionar. E bem, funcionou, já que o sistema criou vida e as câmeras de segurança começaram a passar pelas telas.
As imagens da entrada da casa pareciam normais, como todos os dias. Normalmente havia alguém, sempre um segurança, mas o lugar estava vazio, uma porta branca solitária. Mudei de câmera e vi a porta que dava na cozinha, ela estava bem escancarada na verdade. O que era preocupante, já que sempre ficava fechada.
Porem, o mais preocupante de toda a história, entre ser presa no quarto do pânico apenas de pijama, era o modo em que a cozinha se encontrava. Virada ao contrário, essa seria uma boa descrição. E havia um homem armado do lado de dentro, com um capuz preto escondendo seu rosto.
Acho que eu deveria começar a me preocupar, não?
AH, eu estava literalmente fodida.
Olhei pelas outras imagens, até achar os três seguranças que estavam comigo essa noite. Jorge, Clarkson e Taylor. Eles estavam escondidos atrás de uma das paredes do andar de baixo. Todos armados, apenas esperando. Mas no meio da sala de jantar, haviam muito mais homens do que eu esperava ver. Todos eles com os rostos cobertos e armados.
Eu realmente estava muito, muito fodida.
Peguei meu celular da mesa onde estavam os monitores com as mãos tremendo e liguei para a primeira pessoa que veio em minha mente. Deveria ser a polícia? Deveria! Mas eu nem se quer sabia o número da central.
- Rain?
Autor(a): keller
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Rain Quatro dá manha, três toques do celular e eu já havia pulado da cama. Meu sono estava péssimo, e nesses anos eu havia apreendido que era preciso sempre estar alerta, mesmo quando seu subconsciente pedia por outra coisa, como dormir ou transar. O número que me ligava era desconhecido, para mim, porém era da reg ...
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