Fanfic: Procura-se uma Amante(Rendezvous with Revenge) - (VONDY - ADAPATADA) | Tema: VONDY

Dulce suspeitou que seus olhos estivessem injetados de espanto, mas duvidava que qualquer pessoa da mesa pudesse ter visto, pois Christopher inclinou-se para beijá-la.

O choque transformou-se em ressentimento ao toque daqueles lábios, mas a intensidade do desejo insano que sentia por ele era mais forte. Como podia negar um beijo a Christopher? Sonhara com aquilo, desejara aquilo.

Então, decidiu retribuir, abrindo os lábios para deixá-lo beijá-la de verdade.

Porém mais uma vez foi apenas um beijo rápido. Mesmo assim, tudo parou de existir durante aqueles segundos: Henry, Ann, e até mesmo a glamourosa Natália.

A língua de Christopher insinuou-se pela boca de Dulce, explorando-a. Quando ele se afastou, ela quase gemeu de desapontamento, e só então lembrou-se de onde e diante de quem estava.

Ann e Henry sorriram ao notar seu rubor, mas o rosto de Natália transformou-se em uma máscara fria. Dulce sentia-se desorientada, mas ainda assim concluiu que aquilo devia fazer parte do plano engendrado por Christopher.

Teria sido ele capaz de usá-la daquela forma, só para impressionar Natália? Já devia saber que isso não seria o bastante para demovê-la de qualquer idéia, pois no passado ela demonstrara não dar importância nenhuma ao compromisso entre duas pessoas.

E Natália queria Christopher. Dulce não tinha nenhuma dúvida a esse respeito. Mas a pergunta era: será que ele a queria de volta?

Talvez Christopher desprezasse aquela mulher, apesar de continuar desejando-a. Era possível que a promessa sensual que Natália oferecia ainda atormentasse os sonhos dele.

Dulce foi forçada a abandonar esses pensamentos quando Ann e Henry a cumprimentaram pela novidade. Eles apenas reclamaram por não terem sabido de tudo antes.

— Não pretendíamos dizer nada até que eu comprasse um anel de noivado — Christopher explicou, abraçando Dulce com afeto. — Não vai nos cumprimentar, Natália?

— Mas é claro. Apenas fiquei surpresa por nenhuma garota de sorte tê-lo conquistado antes.

— Duvido que eu fosse um bom candidato ao casamento nos últimos dez anos — ele comentou de forma casual. — Conhece o ditado: muito trabalho e pouca diversão fazem do homem um tolo.

— Não você, Christopher. Você nunca foi um tolo.

— Ele nos surpreendeu também, Natália — Henry interveio. — Estranhei quando apareceu com Dulce. Não imaginava que alguém pudesse levar um romance a sério trabalhando tanto quanto Christopher.

— É mesmo? — Os olhos castanhos lançaram um olhar esperançoso na direção de Dulce.

Ela reagiu de imediato, encarando fixamente o olhar penetrante de Natália.

— Christopher não gosta de falar sobre sua vida particular, entende, querida? — murmurou, olhando para o rosto dele com adoração antes de beijá-lo de leve nos lábios. — Na verdade, ficamos apaixonado desde o primeiro instante, seis meses atrás, mas levou algum tempo até podermos encarar nossos sentimentos. Mas tudo isso acabou valendo a pena.

— Oh, que romântico! — Ann suspirou.

O garçom voltou para servi-los, interrompendo a conversa. Uma garçonete muito jovem o seguiu, oferecendo canapés a todos.

Natália preferiu não beber nenhum dos drinques servidos pelo garçom, pedindo a Henry para apanhar um martíni seco no bar, desde que não se importasse, claro. Ele levantou-se como um cachorrinho treinado, ignorando o olhar letal que Ann dirigira à moça. Quando voltou, Natália mais uma vez fez elogios, chamando-o de "um perfeito cavalheiro".

Pobre Henry! Ele se transformara em seu escravo. Mas a súbita declaração de amor de Christopher desviara a atenção de Natália em outra direção.

Ann estava lívida, Christopher mantinha um silêncio constrito e Dulce desejava com todas as forças sumir dali. Estava metida numa confusão enorme, fingindo estar noiva daquele homem terrível.

E nem sequer o amava. Aliás, nem ao menos gostava dele. Mas importava-se com o que podia acontecer a Christopher. Só Deus sabia por quê! Talvez tivesse algo a ver com Maite. Ou então, era a manifestação de um sentimento profundo, desconhecido por ela mesma.

Mas o que a preocupava mesmo era reconhecer que a atração sexual que a unia a Christopher podia fugir de seu controle a qualquer momento. Não tinha mais certeza de que o orgulho ou seu auto-respeito seriam suficientes para deter aquele impulso. Desejava-o. Por que não podia tê-lo? O que a deteria?

Um arrepio percorreu sua espinha.

— Está com frio, querida? — Christopher murmurou, estreitando ainda mais o abraço.

Ela engoliu em seco.

— Não. Bem, talvez um pouquinho. — Olhou para Christopher de modo firme, advertindo-o a não seguir adiante com aquilo.

— Tome um pouco de champanhe, então — ele sugeriu, com os olhos brilhando estranhamente. — Isso vai aquecê-la.

— Duvido — Dulce murmurou, lembrando-se do efeito devastador que o álcool exercia sobre ela.

— Diga-me, Christopher — Natália interrompeu com doçura. — Como vai sua irmã? Ela já se casou, ou continua brincando de ser sua mãe?

Mais uma vez, Dulce notou que os músculos dele enrijeceram.

— Maite tem sido uma irmã maravilhosa, Natália — afirmou com ênfase, fazendo Dulce sentir uma ponta de orgulho. — Não sei o que seria de mim sem a ajuda dela, ainda mais depois da morte de meus pais. Mas, respondendo à sua pergunta, não, ela não se casou. Acho que nem mesmo deseja isso. Maite é muito ocupada...

— E ela aprova seu casamento? Ou será que vai ter ciúme de Dulce?

Christopher riu.

— Ciúme? Maite adora Dulce. Na verdade, acho que ela resolveu fazer o papel de cupido quando a contratou.

— Dulce trabalha para você? — Natália perguntou, surpresa.

— Eu não cheguei a dizer isso? Sim, Dulce é minha recepcionista. Posso dizer que o trabalho fica mais agradável apenas com a presença dela.

Dulce sorveu um longo gole de seu drinque. Christopher Uckermann sabia como ninguém contar uma mentira!

Mas ela adorou. Era muito agradável observar a decepção alterando as feições prepotentes da morena fatal.

— Oh, querido — ela murmurou, aninhando a cabeça no ombro de Christopher. — Você diz coisas adoráveis.

— Ele diz? — Henry zombou. — Nem parece o homem que aterrorizava as enfermeiras do hospital. Ele vivia gritando com elas.

— Ele nunca gritou comigo — Natália murmurou, cheia de charme.

— Nenhum homem gritaria com você, Natália — Henry emendou, encantado.

Ann desviou o olhar e chamou o garçom para pedir outro cherry. Sentia-se incomodada pelo comportamento do marido. Dulce sorveu o resto do champanhe e decidiu pedir mais um.

De súbito, a idéia de convidar Natália para a mesa transformara-se em um tremendo incômodo para todos. Dulce perdera o apetite, e não fazia mais questão de aparentar simpatia. Talvez fosse melhor beber um pouco mais...

Para piorar as coisas, Henry convidou-a para o jantar, mas felizmente para Natália, ela não aceitou. Dulce sentiu-se decepcionada por não poder lançar suas farpas sobre a mulher.

Ann, por sua vez, não perdeu a oportunidade:

— Nunca... eu disse nunca mais convide aquela mulher para nossa mesa, Henry Maclean — ordenou logo que Natália se afastou.

Henry meneou a cabeça, inclinando-se para beijar a mulher no rosto.

— Adoro quando fica com ciúme.

— Como pôde ficar adulando aquela megera bem na minha frente?!

— Eu estava apenas sendo gentil.

— Não brinque comigo, Henry! Pode ser muito perigoso!

E o jantar transcorreu assim. Henry e Ann discutiam, enquanto Dulce ficava abismada com os comentários de Ann, apesar de concordar com todos eles.

Quando já estavam tomando café, Ann não conseguiu disfarçar um bocejo.

— Está cansada, amor? — Henry perguntou, de imediato.

— Um pouco. Foi um longo dia... Tive de acordar cedo para levar as crianças até a casa de sua mãe.

— Que tal tomarmos um último drinque no bar, e depois encerrarmos a noite? — ele sugeriu.

— Tudo bem — Ann suspirou.

Christopher concordou com a sugestão de Henry. Dulce também não fez objeções. Mas, por obra do destino, Natália estava no bar, acompanhada de mais um membro de sua legião de admiradores.

"Onde estará o marido dela, afinal?", Dulce perguntou-se.

— Oh, droga! — Ann disse ao notar a presença de Natália, que também já os vira, pois estava voltada em sua direção.

Ela sorria de forma sedutora, olhando para Christopher.

— Já ouviram falar da aranha viúva-negra, que mata o macho depois do acasalamento? — Dulce deixou escapar.

— Vocês podem estar certas, garotas — Henry comentou sem conseguir desviar os olhos das pernas expostas de Natália. — Acho que eu e Ann vamos tomar nosso drinque no quarto.

Dulce olhou esperançosa para Christopher, esperando que ele concordasse.

— É muito cedo, Henry — ele disse. — Podem subir. Vejo vocês amanhã.

O casal olhou espantado, mas apenas encolheu os ombros e foi para o quarto. Dulce ficou confusa e desanimada. Como poderia manter Christopher longe daquela mulher se ele continuava a procurá-la? Era óbvio que Natália notara o que estava acontecendo, pois de algum jeito conseguiu se livrar do acompanhante, o que deixou o assento a seu lado desocupado.

— Importa-se que a acompanhemos num drinque? — Christopher perguntou com casualidade quando chegaram a seu lado.

Os olhos castanhos da moça faiscaram na direção de Dulce.

— Claro que não — ela ronronou. — Estava esperando que você viesse.

Ele esperou Dulce sentar-se, segurando-a pelos ombros com um gesto possessivo.

Natália arqueou as sobrancelhas, em evidente desconforto, e depois voltou a lançar toneladas de charme sobre aquele que um dia fora seu amante.

— Mal posso acreditar... você está maravilhoso, Christopher — ela o cumprimentou. — Claro que sempre foi um homem bonito, mas parece muito melhor agora. A maioria dos homens não se cuida, o que é uma vergonha. Não acha isso, querida? — ela se dirigiu a Dulce, com um tom de voz falso e calculado.

Dulce foi forçada a concordar.

— Você realmente se cuida, Natália — Christopher comentou. — Não envelheceu um dia sequer.

Ela sorriu, satisfeita.

— Que gentileza a sua dizer isso. Mas você sempre foi muito galante, querido.

— Nem tanto. Sempre preferi dizer a verdade.

— Sim... sim, devo concordar. — Natália olhou-o com desconfiança. — É mesmo bom vê-lo outra vez, Christopher. Pensei muito em você durante esses anos todos.

— Devo dizer o mesmo, Natália.

O rosto de Dulce corou no mesmo instante. Como ele podia flertar daquela forma diante dela? Sentiu vontade de levantar e deixá-los a sós, mas reparou que os dedos de Christopher pressionavam seus ombros com força, mantendo-a firme no lugar.

Ele parecia ler seus pensamentos, lembrando-a sempre do motivo que a levara até aquele hotel. Afinal de contas, Dulce fora paga para representar aquele papel.

Mas não podia se controlar. Era ciúme o que estava sentindo? Ou apenas orgulho ferido? Ressentia-se por estar sendo usada, por ser uma marionete nas mãos de Christopher.

O barman apareceu para servi-los, e Natália pediu um conhaque.

— Christopher, você vai querer um conhaque também, não é? Lembro que você adorava, mas isso foi nos velhos tempos... Você é uma garota de sorte, querida — dirigiu-se outra vez a Dulce. — Eu diria que Christopher pode ter tudo o que quiser hoje em dia. Você vai viver no sétimo céu.

— Ainda não parei para pensar em meu futuro.

— Verdade, Dulce? — Natália riu com sarcasmo.

Todos acabaram escolhendo conhaque. Dulce bebeu o seu avidamente. A bebida parecia queimar-lhe o estômago, mas em seguida subiu direto para o cérebro. Precisava acabar com aquela situação de uma vez por todas, ou acabaria rolando no chão com Natália.

— Estou cansada — disse com firmeza. — A viagem foi muito longa. Quero ir para a cama agora, querido. Não se importa, não é? — Lançou um olhar implacável na direção dele.

Christopher retribuiu, olhando-a com a mesma frieza.

— Não, claro que não, querida. Além disso, álcool demais pode nos... atrapalhar. Não queremos isso, não é? — A voz dele era um murmúrio abafado. — Bem, boa noite, Natália. Teremos chance de conversar sobre os velhos tempos em outra ocasião.

Ao dizer isso, ele pegou a mão de Dulce e guiou-a direto para a saída.

— Pensei que tinha deixado claro quem dava as ordens por aqui, Dulce. No futuro, eu decido quando vamos para a cama. Sou o chefe, lembra-se?

A reação dele a feriu. Precisava dizer alguma coisa. Qualquer coisa!

— Ainda não está cansado de brincar de passado, Christopher?

Ele encarou-a com um olhar selvagem.

— Cale-se, Dulce, querida. Já tive o bastante por uma noite.

— E eu tive mais do que o bastante! — ela devolveu, furiosa, retirando os brincos. Já estavam diante da porta do quarto, que ele abriu rápido, fazendo-a entrar. — O que pensou que estava fazendo, anunciando nosso noivado, beijando-me daquela forma? Isso não fazia parte do acordo.

— É mesmo? Pensei que sua reputação seria menos abalada se eu a apresentasse como minha noiva, em vez de uma simples amante. Mas notei que você gostou muito daquele beijo. Então, qual é o problema? Quer mais dinheiro? Ou mais beijos? Talvez queira os dois!

— Agora, me escute, seu hipócrita! Não vou negar que gostei do beijo, porque sim, eu gostei! Acontece que sou uma mulher normal, que gosta de carinho, por isso não deve ficar tão satisfeito com minha reação. Mas não vou admitir que você comece a falar de dinheiro outra vez!

Fez uma pausa. Seus lábios tremiam de raiva. Na certa, a bebida causara aquela explosão.

— Aceitei essa farsa porque a única pessoa que se importa comigo no mundo, uma velha inválida, teve todas as suas economias roubadas. Ela estava prestes a comprar uma cadeira de rodas motorizada para não ter de ir para o asilo... por isso eu aceitei. Tinha de ajudá-la! Ela foi a única pessoa que me apoiou quando... eu precisei. Não sou uma prostituta, entendeu?

Ele encarou-a por um longo momento com uma expressão desconfiada no olhar.

— Está me dizendo a verdade?

— Claro que estou dizendo a verdade! Por que eu mentiria?

Dulce avançou na direção dele, segurando firme seu braço. Christopher baixou a cabeça, e ela perdeu-se na magia daqueles olhos castanhos intensos e brilhantes.

— Oh, Christopher! Pare com isso. Deixe o passado para trás.

Os ombros dele encolheram-se de imediato, e seu olhar ficou ainda mais duro.

— Você não sabe sobre o que está falando. Agora, deixe-me sair! — Ele livrou-se da mão de Dulce com um gesto brusco.

Ela estacou, mortificada, incapaz de esconder o sofrimento que sentia.

— Droga, não me olhe desse jeito — ele murmurou, e o tom de sua voz indicava preocupação. — Certo, eu julguei você mal, por isso devo me desculpar. Peço desculpa por uma série de coisas... Mas isso que está acontecendo não lhe diz respeito, Dulce, portanto, fique de fora. Agora, vá dormir e deixe-me ir. Pode ficar com a cama. Eu usarei o sofá quando decidir voltar.

Odeio essa Natália!! Christopher é muito idiota, pq não esquece o passado de uma vez?!

Por hj é só amores. Obrigada a todas que comentam e as que favoritaram! Até amanha,um bjo enorme pra vcs!! Obrigada Line por Comentar!!!