Fanfic: Procura-se uma Amante(Rendezvous with Revenge) - (VONDY - ADAPATADA) | Tema: VONDY

— Não fui eu! — Dulce gritou em meio ao pesadelo. — Eu não fiz isso. Tem de acreditar. Oh, Deus, por que não acredita em mim?+

— Dulce — Christopher tocou-lhe o ombro. — Dulce, acorde. Está tendo um pesadelo.

Ela ergueu-se, olhando ao redor, confusa por alguns segundos, antes de perceber onde estava.

Tinha sido um sonho que sempre acontecia quando ela estava nervosa. Nele, Dulce revivia o momento de seu julgamento, quando tentara convencer o júri de sua inocência. Claro que não acreditavam nela.

O pior de tudo é que não era um simples pesadelo, e sim uma recordação.

— Oh, Graças a Deus! — ela gemeu, soltando um suspiro aliviado.

Quando sentiu os braços de Christopher ao redor de seu corpo, conseguiu enfim se acalmar e aninhou-se no peito dele.

— Foi apenas um sonho. Só um sonho...

Christopher acariciava-lhe os cabelos.

— Só um sonho, meu amor.

Dulce respirou fundo, ainda incapaz de falar.

— Conte-me seu sonho — ele pediu.

O quarto estava às escuras, iluminado apenas pelo luar prateado. A silhueta poderosa de Christopher permanecia envolta pelas sombras.

— Eu... eu não acho que... — Lembrou-se da advertência da Dra. Seymour, mas sabia que apenas honestidade não era o bastante. Tinha de fazê-lo acreditar.

— Conte-me, amor — ele insistiu.

— Você... disse "amor"?

— Sim. — Christopher beijou-lhe a testa. — Você me pegou de jeito. A próxima coisa que eu ia dizer era isso: eu amo você.

Dulce congelou nos braços dele.

— Não diga isso!

— Por que não? Não me odeia mais, não é? — ele perguntou, sorrindo ternamente.

— Sabe que não.

— Eu estava muito inseguro... Na verdade, não sei quase nada sobre você. Não consigo entender suas reações.

— Quer dizer que você gostaria de saber? — ela arriscou, incapaz de acreditar que Christopher se importava tanto com aquilo.

— Sim, eu quero — ele respondeu sem hesitar. — E acho que deve começar me contando sobre esse pesadelo.

Dulce queria fazer isso, mas tinha muito medo.

— Não se preocupe — Christopher murmurou com gentileza, como se pudesse ler seus pensamentos. — Não fico chocado com facilidade.

Mais uma vez ela deixou escapar um suspiro.

— Você pode ficar mais chocado do que imagina. Mas tudo bem, Christopher. Vou lhe contar por que tive este pesadelo.

— É sempre o mesmo sonho?

— Sempre.

— Parece que passou por grande trauma — ele refletiu, pensativo. — Quer que eu acenda a luz antes? Ou, quem sabe, um copo de água?

— Não. Apenas me abrace e escute.

— Será um prazer.

— Deus, por onde posso começar...

— Por que não tenta do princípio?

— O princípio...

Onde tudo aquilo começara?

Por alguma razão estranha, a mente de Dulce voltou ao dia em que retornava da aula de balé para descobrir que a mãe abandonara a casa.

— Ela fugiu com o amante — seu pai dissera, com sua habitual rudeza.

— Mas... para onde foram? — Dulce perguntara, sentindo-se muito infeliz. Sua mãe nunca fora um modelo de conduta, mas na época Dulce estava com apenas doze anos, portanto não compreendia quase nada.

— Não sei, e não me importo, minha filha. Ela sempre foi devassa. Só me casei com ela porque já estava grávida de você. Não houve um homem que tivesse entrado nessa casa sem que ela tentasse seduzi-lo, e devo dizer que ela foi bem sucedida na maioria das vezes.

O homem fizera uma pausa, encarando a filha.

— Vejo que você parece ter herdado isso. Nem sei como poderei suportar você dentro de alguns anos. Mas cuidado, Dulce. Basta me envergonhar uma vez e colocarei você para fora desta casa sem um tostão. Não suportaria ver tudo acontecendo outra vez.

Fora assim que a discussão acontecera. Nem uma palavra de conforto ou apoio, apenas uma descarga de raiva cega, causada pelo comportamento de sua mãe. No dia seguinte Dulce fora mandada para o colégio interno.

Por que se lembrara daquilo? Dulce franziu as sobrancelhas.

Enfim, concluiu que aquele fora o início de uma adolescência solitária e sem amor, o que a transformara numa vítima perfeita para um canalha como Dillon.

Dulce ergueu a cabeça para ver Christopher.

— Promete que não vai fazer julgamentos sobre mim outra vez? Que vai ouvir toda a história?

— Prometo.

Com um suspiro, Dulce começou a contar enquanto Christopher ouvia com atenção.

Repetiu o trecho que acabara de lembrar, dando seqüência à história e descrevendo a forma como, quando ela voltara do internato, o pai a maltratara e a cobrira de ameaças quando os garotos começaram a dar-lhe mais atenção. Durante todo aquele período ela vivia sob constante pressão, com medo de tornar-se uma pessoa fria e egoísta como a mãe.

Evitara o contato masculino durante todo o colégio, como uma forma de agradar o pai. Ele, é claro, ficara muito satisfeito quando a filha se formara entre as primeiras da turma, presenteando-a com um cruzeiro pela Europa e América. Os homens continuavam tentando se aproximar, mas Dulce mantinha-os longe, negando-se a possibilidade de conhecer qualquer um deles.

Ao voltar para Sydney, começou a freqüentar a universidade, escolhendo o curso de ciências e, depois de dois anos, o pai lhe dera um carro esporte. Ele dissera que Dulce era uma boa filha e que merecia tudo de bom.

Por ironia, fora o carro que chamara a atenção de Dillon sobre ela. Ele reparara na garota de expressão ingênua por trás do volante, caindo sobre ela com a agilidade de um tigre.

Dillon...

Loiro e bronzeado, ele era capaz de deixar qualquer garota da universidade sem fôlego. Era inteligente e charmoso também. Cursava engenharia.

Dulce tinha sido uma presa fácil para ele.

Era evidente que ele tivera de se esforçar para quebrar as barreiras sexuais dela, causadas por anos de repressão e medo. Mas o charme de Dillon era algo espetacular, e quando ele falava era capaz de convencer as pessoas sobre as coisas mais absurdas.

Depois de se tornarem amantes, ele insistira para que Dulce se vestisse de maneira mais sexy e provocante. Alguma tara secreta fazia com que ele gostasse de vê-la sendo observada por outros homens. Mas ela estava cega de paixão. Acreditava que Dillon era o responsável pela súbita felicidade que sentia. Ele operara um milagre, transformando o patinho feio numa linda mulher. Ela era louca por ele.

Quando Dillon começou a pedir pequenos empréstimos, Dulce nem reparou; costumava dizer para que ele não se importasse em pagar. Dillon dizia que devolveria tudo, mas isso nunca acontecia. Chegara até mesmo a emprestar o carro a ele, já que o dele vivia na oficina para ser consertado.

Mas a situação estendeu-se por meses. A vida parecia maravilhosa. Dulce sentia-se amada, desejada e querida pela primeira vez em sua vida.

Nunca passou por sua cabeça que Dillon pudesse estar se utilizando dela para conseguir tudo o que queria com mais facilidade. Dinheiro. Sexo. Um belo carro. Roupas de grife.

Dulce fora muito tola em não notar que Dillon estava envolvido até o pescoço com as drogas. A maneira como ele dirigia. O jeito como ele dançava a noite inteira...

Estavam voltando de uma festa, numa noite de sábado, quando o desastre aconteceu. Passava das quatro horas da manhã e Dillon dirigia rápido, como sempre. Dulce tentara convencê-lo a andar devagar, mas ele limitara-se a rir dela.

Com medo de ver o que estava acontecendo, ela baixara a cabeça em pânico.

— Eu estava nessa posição quando ele passou num sinal vermelho e o acidente aconteceu. Bati a cabeça no painel e desmaiei. Quando acordei, estava sentada no banco do motorista, e minhas mãos tinham sido postas no volante. Dillon desaparecera... e a mulher que dirigia o outro carro estava morta.

Christopher acendeu a luz do abajur, e Dulce encarou-o com hesitação. Ele parecia chocado, mas não cético.

— Quando saí do hospital, onde trataram da minha concussão! — ela continuou cuidadosa — fui presa.

Ele ergueu as sobrancelhas.

— Qual foi a acusação?

— Acusações — ela corrigiu, séria. — Direção perigosa, homicídio culposo e posse de drogas. Dillon deixara um pacote de cocaína sob o banco do carro.

— Meu Deus!

— Não havia testemunhas, entende? — ela explicou-se, ansiosa. — E era o meu carro. Dillon com certeza fugiu a pé. Não estávamos longe da casa dos pais dele. Ele disse à polícia que eu o deixara em casa antes...

— Mas que canalha! Oh, minha pobre querida! Deve ter ficado arrasada com tudo isso!

— Exato. Meu pai recusou-se a contratar um bom advogado para mim. Tive de recorrer ao advogado que a corte indicou, mas o homem ficou ressentido por ter de cuidar da filha de um milionário sem cobrar honorários. O júri me condenou por preconceito contra minha posição social privilegiada. Aos olhos deles, eu era um exemplo vivo de que a justiça podia ser cumprida... uma mulher rica e desocupada, que levava uma vida imoral e condenável. Fui condenada a oito anos, mas saí da prisão seis meses atrás, por bom comportamento.

— Oh, Dulce... eu sinto tanto! Sinto-me tão pequeno... Você passou pelo inferno, enquanto eu imaginava que... — Ele interrompeu-se de súbito, como se tivesse conseguido montar um quebra-cabeça. — Espere aí! Agora tudo faz sentido! Quando disse que tinha ganhado aqueles presentes de um homem velho e rico, que você ainda amava... estava falando de seu pai, não é?

Dulce olhou-o de relance.

— Você... está zangado por causa disso?

— Você sabe mesmo como jogar com as palavras, Srta. Savinon!

— Bem, é que sua opinião a meu respeito era tão terrível... Eu queria irritá-lo para chamar sua atenção. Entende? Desejava tanto você! Às vezes sentia até mesmo vontade de gritar.

— Não vai mais precisar me irritar. Saber disso apenas aumentou minha admiração por você.

— Fico feliz por ter acreditado em mim, Christopher.

— E eu por você ter contado. Nunca mais tenha medo de mim, meu amor.

O coração de Dulce acelerou-se. Ele a chamara outra vez de "amor", e dessa vez ela podia acreditar. Christopher a amava.

— E você também... não deve ter medo de me dizer nada — ela comentou com ternura.

Mas naquele momento, se Dulce não tivesse abaixado a cabeça para aninhar-se no peito dele, poderia ter notado a expressão pensativa no rosto de Christopher.

Aaawwnnnn que lindo!!! Dulce enfim se abriu pra Christopher e, pela felicidade de geral, ele acreditou nela 😍😍 Agora é a vez de Christopher se abrir a Dulce...

os próximos serão os capitulos finais gente. sao dois capitulos somente e a fic acaba. Já postei outra fic. se chama o fotógrafo. se quiserem ler ,é vondy tbm.