Fanfic: A Janela - AyA | Tema: AyA/Ponny/Anahí e Alfonso

Capítulo 13 : Segredo 

Anahí :

Acordei sentindo um peso em cima de mim. Achei que estivesse com mais alguma dor além das que ainda sentia, mas quando reparei vi Alfonso dormindo tranquilamente em meu colo. Sorri com a cena e automaticamente estiquei a mão tocando os cabelos negros que já amava mesmo sem saber. Cada fio bagunçado e enrolado. Como era macio, imergi em pensamentos durante alguns minutos acariciando aqueles cabelos até que Alfonso acordou e rapidamente encolhi a mão fingindo que nada havia acontecido.

ALFONSO: Bom dia. - me olhou com uma carinha linda de sono que eu tentei disfarçar para que ele não percebesse isso. Passou as mãos no rosto a fim de acordar e bagunçou um pouco mais os cabelos que a segundos atrás meus dedos estavam enrolando ainda mais os fios

- Bom dia dorminhoco. - ri acompanhada dele

De repente, após se ajeitar na cadeira, Alfonso percebeu que havia dormido de um modo diferente porém não disse nada. Imaginei que fosse por vergonha ou algo assim. Logo a enfermeira entrou acompanhada do médico, me examinaram e por fim recebi alta. Me arrumei tão depressa que Alfonso se surpreendeu. 

O motorista dos Herrera, um senhor muito educado chamado Luis, nos buscou no hospital levando de volta a casa. Chegamos sendo recebidos pelos pais de Alfonso que ficaram muito satisfeitos ao ver meu estado de melhora em pouco tempo.

LEAN: Que bom que retornou, Senhorita Portilla. Como se sente ? - perguntou o patrão após eu entrar na casa com Alfonso ao meu lado e Dona Luísa chegando em seguida

- Estou muito bem Sr. Obrigada. Me perdoe por tudo. - falei envergonhada pois havia dado um tremendo susto em todos.

NICOLE: Não se preocupe querida. O importante é que está recuperada. - disse a patroa sorrindo

Tentei voltar as minhas obrigações, porém tanto os patrões quanto Dona Luísa me obrigaram a descansar mais um dia para garantir que me alimentasse e estivesse mesmo pronta para seguir com o trabalho. Então apenas acompanhei Alfonso até o quarto dele. 

Depois que o ajudei a deitar e estava indo descer ele me chama me pedindo que sentasse ao seu lado na cama. Estranhei mas obedeci. 

ALFONSO: Estou muito feliz que você tenha melhorado. Me perdoe, Anny. - falou se desculpando pela milésima vez.

- Está tudo bem, Sr Alfonso. Eu também tive culpa. - disse e o vi me olhar meio feio. - O que foi ? - perguntei confusa

ALFONSO: Sr Alfonso ? Já que posso te chamar pelo apelido, então me chame de Poncho. Nada de formalidades, certo ? - me encarou e apenas esse fato já me fazia estremecer. 

- Tudo bem então, Sr.. Alfon.. Poncho. - minha vergonha era tamanha que acabei atropelando as palavras o fazendo rir. Minhas bochechas deviam estar vermelhas como tomate porque ele demorou para parar com as risadas. - Agora que está tudo bem, eu posso ir embora. Com licença. - tentei levantar porém ele me impediu e tive de sentar novamente na cama

ALFONSO: Preciso te contar um segredo. - falou sério e sinceramente achei que fiz algo errado. 

- Pode dizer, Poncho. - pronunciar seu apelido fez meu coração acelerar e precisei segurar o nervosismo

Poncho me puxou para perto dele. Senti seu cheiro ao qual não havia sentido ainda e a proximidade já me tirava os sentidos. Simplesmente encostou a boca em meu ouvido e sussurrou :

ALFONSO: Eu gosto muito de você. 

Fiquei completamente sem ar, sem reação, sem chão, sem cor e sentindo mais um monte de coisas as quais nem sabia poder sentir. Ficou me observando reagir ou falar qualquer coisa mas nada acontecia, então um silêncio se instalou. 

"E agora ? O que devo dizer ? Faz pouco tempo mas já o adoro também", pensei enquanto meus batimentos iam a mil por hora. Fugir seria a melhor opção porém da última vez que a usei as coisas não surtiram efeito. Algo eu precisava fazer.

- Poncho... Porque ? - perguntei mais pelo choque do que realmente por não saber a resposta

Poncho se indireitou com certa dificuldade e me manteve próxima a ele. Me olhou mais alguns instantes como se criasse coragem para dizer as palavras certas. 

ALFONSO: Você é uma menina muito dócil, inteligente... Todos aqui gostam de você. Me ajuda sempre que preciso. Obrigado. - apenas aquelas palavras já me fizeram querer abráça-lo porém me contive

- Obrigada. - falei envergonhada abaixando a cabeça.

Poncho segurou meu queixo me fazendo olhá-lo outra vez. Senti que algo aconteceria caso não impedisse o mais rápido possível. Vi o olhar dele sair dos meus olhos chegando rapidamente até minha boca e novamente meu coração indo a mil, pois afinal o que um cara rico que pode ter qualquer uma viu numa simples garota do interior que nada tem a oferecer ? Aquilo me deixou mal de repente e como um raio desviei o rosto do quase beijo que daríamos e saí correndo do quarto sentindo lágrimas grossas em meu rosto. Dessa vez Poncho não gritou meu nome mas sequer precisava olhar para trás e ver que a decepção nos olhos verdes estava estampada.