Fanfic: A Janela - AyA | Tema: AyA/Ponny/Anahí e Alfonso

Capítulo 2 - Entrada Proibida 

Anahí :

O Senhor Lean Herrera, nome do dono da casa e a esposa dele Senhora Nicole, nos receberam muito bem apesar do Sr. Lean ter falado mais a respeito de como as coisas funcionavam por lá e sua esposa apenas permanecido calada porém

pude notar, através de suas expressões, que andou chorando e senti pena dela que passava a imagem de alguém alegre e forte. Logo Eduardo conseguiu ser contratado e a empregada que havia nos recebido, Dona Luisa, o levou até a cozinha lhe mostrando tudo que necessitava saber a respeito do novo serviço. 

Resolvi ficar na sala observando tudo ao redor. A casa era linda e super bem decorada. com toda certeza cada parte tinha sido escolhida a dedo e custado muito mais do que se possa imaginar. Uma espaçosa sala com móveis clássicos e outros modernos dando um ar de sofisticado chique.

Esqueci completamente o motivo de estar ali, então vendo que todos haviam saído da sala fui andando pelo ambiente. vários quadros muito caros nas paredes, alguns bonitos por suas cores e outros tristes pela falta delas e outros que sinceramente faltava tudo inclusive capacidade do pintor em fazer linhas retas. 

Saindo da sala logo a frente uma imensa escada que me lembrou a do livro da Cinderella que minha mãe lia quando eu era criança. O desenho no livro sequer conseguia mostrar o quanto a realidade se fazia encantar pelos detalhes tão clássicos da escada que agora podia ver e tocar. me imaginei descendo ao lado de algum príncipe vestida com aqueles vestidos dignos de conto de fadas. 

A medida que subia meu coração se acelerava pois meu sonho não existia apenas nos livros. Logo cheguei a um corredor imenso com tantas portas as quais jamais saberia onde começa e termina qualquer cômodo. Segui até uma cuja delicadeza nos detalhes lembrava quarto de princesa. Minha mão tremou ao tocar na maçaneta e para minha surpresa estava aberta, então entrei e me deparei com um quarto grande porém cheio de equipamentos de hospital. Aparelhos que vi só em filmes, uma cama toda equipada e vários fios saídos de todos os lugares. Imaginei se alguém da família estivesse doente precisando de remédios e muitos cuidados. Senhor Lean não mencionou nada mas vendo tudo sequer precisava pois passei uns dias preocupantes com minha mãe no hospital numa de suas crises alérgicas aos quais tive medo que se fosse num piscar de olhos. segurei minha medalhinha que fora dela e contive uma lágrima. Sentia muito sua falta e sentiria por toda a vida. 

Saí do quarto com cautela após me acalmar, sempre olhando ao redor para ver se me encontrava sozinha. Caminhei mais alguns passos e quando ia entrar num outro quarto, me deparo com uma porta entreaberta. Me aproximando vejo uma pessoa de costas então encosto na porta e posso ver que se trata de um rapaz jovem porém ele parece ter algo diferente pois está apoiado com ajuda de duas moletas. Logo dá uns passos para trás se sentando numa poltrona individual de aparência muito confortável. Fico curiosa querendo ver seu rosto e quem sabe até conversar com ele, quem sabe posso ajudar pois um dos meus sonhos futuramente é ser médica. Empurro a porta levemente e entro devagar. o quarto é tão grande quanto o anterior em que estive e a decoração de super bom gosto como o resto da casa.

Uma cama bem grande logo no centro do quarto, parede repleta de fotos de diversos esportes radicais, uma grande mesa perto da onde o rapaz está sentado com notebook e uma infinidade de coisas para escritório. 

Reparo que o tal rapaz caiu no sono pois já me encontrava dentro do quarto e não tinha sido notada. Cheguei próxima a ele e pude ver como é jovem além de muito bonito. seus cabelos pretos bem cortados, pele clara e uma aparência de quem já foi muito saudável porém está debilitado. Olhando melhor se parece demais com Senhor Lean então concluo que seja seu filho com a senhora nicole. me pergunto o porque deles não o mencionarem afinal se o filho precisa de cuidados todos os empregados devem cuidar dele, menos Eduardo que veio com outros propósitos. 

Me perco na sua fragilidade e ao mesmo tempo porte muito atlético e lembro da minha vida perdida. pelo menos alguém aqui é amado e bem cuidado. Ouço vozes vindas da sala e lembro de que provavelmente eduardo veria que não me encontro mais por lá. deixo o rapaz ainda dormindo e vou em direção a porta mas tropeço sem jeito em algo fazendo o rapaz despertar tendo tempo suficiente para notar minha presença. sinto meu coração saltar do peito e consigo sair tão rápido enquanto o recém despertado pergunta aos gritos o que faço ali. 

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Alfonso:

Estava imerso em meus pensamentos lembrando do tempo em que era realmente feliz. viajava com minha turma de amigos, surfava, andava de skate e só não pulei de Bungee jumping devido ao acidente ter acontecido cerca de 1 mês antes do planejado por um dos meus amigos que acabou se mostrando não ser amigo, pois simplesmente sumiu depois de saber o ocorrido comigo. 

Imaginei onde estariam essas pessoas tão "indispensáveis" que viviam dizendo que não importasse o que houvesse, estaríamos juntos. A vista da grande janela do meu quarto, aquele mundo imenso lá fora ao qual eu não poderia mais ter

acesso junto com todas as coisas que ainda quis fazer um dia, respondiam a minha pergunta. Todos estavam seguindo suas vidas fazendo o que amavam e eu preso num quarto com muletas e cercado de empregados até para ir ao banheiro pois a tentativa de ir sozinho se mostrou perigosa, segundo minha mãe, depois que me desequilibrei e bati a cabeça sem gravidade. 

Segurando firme uma muleta de cado lado, me sentei numa mini poltrona deixada ali da antiga arrumação do meu quarto e de forma um pouco desajeitada consegui tal tarefa antes muito simples. Percebi o silêncio na casa e imaginei que haviam saído ou ido a outra parte da casa. Sem perceber adormeci, e pelo menos nos sonhos minha vida poderia ser a mesma de antes. 

Minutos depois despertei com o som de algo caindo e foi quando avistei alguém, que sequer vi entrar e muito menos sabia quanto tempo havia ficado ali, me olhando assustada. Minha reação foi de fúria. Gritei para que saísse chamando tanta 

atenção que em segundos minha mãe estava ao meu lado querendo entender o motivo de meus gritos. Não vi exatamente quem era, só queria todos fora dali para ficar em paz.

NICOLE: Calma, Poncho ! Não aconteceu nada. Por que gritou ? - minha mãe perguntou assim que Dona Luisa me trouxe o calmante. De uns tempos para cá, praticamente tudo me deixa agitado além do limite e o novo Psicólogo acabou receitando um dos muitos calmantes que já tomei nesse tempo de tratamento.

ALFONSO: Alguém entrou no meu quarto. já falei que não gosto de ninguém estranho aqui. - falei após respirar com dificuldade. Era difícil me acalmar então tudo passou a ser avisado para se evitar isso, só não contava com alguém quebrar essa regra.

NICOLE: Pode deixar que vou saber com Dona Luisa quem foi e será chamado a atenção. Agora relaxe e descanse, logo pedirei para trazerem algo para você comer. - falou me dando um beijo na cabeça e saindo do meu quarto

Se passou um tempo, dona Luisa me trouxe um lanche que eu mal encostei porém ela insistiu dizendo que se eu ficasse muito fraco o trabalho dela de preparar algo bom com minha dieta restrita a deixaria triste. Dona Luisa era como uma segunda mãe, única das governantas que tinha meu carinho e respeito. Engoli a comida sem vontade tomando outro comprimido, então me

ajudou a deitar na cama e relaxar um pouco. Pude ouvir do andar de baixo, minha mãe questionando quem entrara em meu quarto porém não quis saber então dormi profundamente me sentindo em paz. 

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Anahí :

Naquela tarde ouvi a maior bronca tanto da dona Nicole como da governanta dona Luisa, tudo por ter entrado no quarto do filho deles. Porém se fosse apenas isso uma hora iria esquecer, afinal ninguém avisou que o menino estava doente. 

A noite enquanto o jantar estava sendo servido na sala de jantar pelo Eduardo, que sempre que podia elogiava os patrões apenas em prol da imagem de bom empregado, coisa que se via de longe o quanto falso era, Dona Nicole mandou

que o jantar do filho fosse servido lá em cima e por D. Luisa e Eduardo estarem ocupados tive de ir enfrentar a fera.

Segurando a bandeja com as duas mãos, mesmo tremendo de medo, fui ao quarto do Alfonso, cujo nome só descobri assim que Dona Nicole disse quando Eduardo me olhou sério para eu aceitar a tarefa afinal. Subi a escada indo direto pelo imenso corredor e ao parar de frente a porta o medo voltou mas não tinha opção então bati duas vezes da maneira mais normal possível e ouvi a voz do Alfonso mandando entrar. 

Mal entrei no quarto e ele virou para olhar quem havia entrado. Ao me ver fez uma expressão tão séria como se eu fosse alguma notícia muito grave. Controlando meu nervosismo, me aproximei colocando a bandeja em cima de um apoio na frente dele. O vi observar todo meu movimento e aquilo me deixou ainda mais tensa.

PONCHO: O que é isso ? - perguntou sem me olhar e sinceramente queria sumir dali

Tentando controlar minha voz falha respondi :

- Seu jantar senhor Alfonso. - consegui dizer e ele permaneceu da mesma forma.

Simplesmente senti minhas pernas carregarem meu corpo para fora daquele lugar e se possível nunca mais voltar, porém o ouvi me chamar e tive de voltar a meio passo da porta. - Sim ? - ainda com minha voz bem falhada

PONCHO: Qual o seu nome menina ? - quis saber como se estivéssemos em um tribunal e eu fosse acusada de algum crime.

- Anahi. - estava apavorada com o tom frio dele

Me analisou de cima a baixo antes de fazer outra pergunta :

PONCHO: Foi você que entrou no meu quarto hoje ? - seu tom era firme e 

sério de intimidar qualquer um.

Permaneci calada tentando fugir daqueles olhos lindos e frios ao mesmo tempo. Fiquei sem entender como um jovem da idade dele sequer sorria ou era feliz, afinal mesmo naquelas condições ele estava vivo e isso deveria ser levado em conta. O vi repetir a pergunta, apenas assenti com a cabeça. Aquilo o intrigou, jurei que se pudesse me tornaria invisível naquele instante. Antes que outra pergunta fosse feita, Dona Nicole apareceu me questionando da demora e que Eduardo precisava de mim. Aproveitei algo que Alfonso perguntou a ela e saí as pressas daquele quarto. 

Ao chegar no andar de baixo Eduardo pediu licença ao patrão que havia acabado de comer e iria se recolher e me puxou para o pequeno quarto ocupado por nós. Havia somente uma cama de solteiro antiga e foi colocado um colchão no chão onde eu teria de dormir sem questionar, apesar do Senhor Lean dizer que seria provisório. 

Eduardo me jogou no colchão fechando a porta em seguida. Olhou para mim e sua voz só não foi aos gritos para os senhores Herrera sequer desconfiarem.

EDUARDO: Olha aqui menina, você não ouse atrapalhar meus planos ouviu ? Foi fazer o que no quarto do filho deles ? Virou enxerida agora ? - sua raiva era tanta mas teria de se conter, afinal por enquanto não poderia chegar perto de mim.

ANAHI: Foi um acidente. pedi desculpas para a Dona Nicole, agora me deixa em paz. - precisei reunir toda coragem em dizer aquelas palavras e isso o deixou furioso. 

EDUARDO: Não me desafie ou irá se arrepender. Agora vamos dormir que aqui essas pessoas acordam cedo. - deitou na cama sem ao menos trocar de roupa e em minutos estava dormindo. 

Fiquei encolhida no colchão apenas com um leve cobertor me cobrindo, aliviada da noite estar com uma temperatura amena. Segurei as lágrimas sentindo saudade da minha antiga vida porém não iria me render ás ordens de Eduardo e muito menos o que os patrões ou o filho pensaram de mim. Adormeci exausta de um dia tão longo. Me perguntei quais outras coisas me esperariam no dia seguinte.