Fanfic: A Janela - AyA | Tema: AyA/Ponny/Anahí e Alfonso

Capítulo 57 : E o meu filho ?

Anahi

As próximas horas após o desaparecimento de Cauã, se estenderam como se fossem anos. Lembro
apenas de ter desmaido, acordado alguns minutos depois e logo voltar a dormir. Quem sabe
nos sonhos, tudo não teria passado de uma mera confusão então eu voltaria ao quartinho dele
e o veria dormindo como sempre. Infelizmente nem de perto isso era a verdade.

Abri os olhos vendo que Poncho segurava a minha mão enquanto falava baixinho
consigo mesmo.

- Amor ? - o chamei e foi quando percebeu que eu havia acordado

PONCHO: Como você está ? Fiquei preocupado. - senti sua voz ainda em pânico porém
ele se controlava para me passar tranquilidade.

- Acho que estou bem. - respondi e logo o acontecimento retornou a minha mente. - Nada mudou
depois, certo ? Continuamos na mesma ? - perguntei prevendo que isso iria durar muito tempo

Poncho me deu um beijo na cabeça como se pedisse para falarmos sobre isso uma outra
hora. Preferi deixar, afinal todos estamos abalados. Dona Luisa apareceu no quarto me
trazendo um suco e algumas torradas, mas eu não tinha a menor fome.

D. LUISA: Tente se alimentar um pouco menina. Não faça desfeita com minhas torradas
deliciosas. - fez uma careta engraçada e não pude deixar de sorrir. ela sempre cuidava
de todos com um enorme carinho.

PONCHO: Pode deixar que eu tenho um ótimo método para fazer essa
menina comer. Obrigado D. Luisa. Vai ver como meus pais estão. - ele pediu e
ela se retirou dizendo que voltaria depois.

Fiquei olhando Poncho querendo saber qual seria esse método infalível
dele de me fazer comer algo sendo que não tinha vontade para nada.

- Então ? Que método é esse ? - quis saber curiosa e ele riu

PONCHO: Está vendo essa torrada aqui ? - confirmei óbvia pois minha visão ainda
estava perfeita. - Cada pedaço que você comer é uma recompensa que te darei. E cada
pedaço que você recusar, será um castigo. O que você escolhe ? - falou simples fazendo
meu queixo cair de espanto

- Como assim ? Recompensa, castigo ? Ficou louco ? - olhava para ele totalmente
incrédula

PONCHO: Experimente e verás minha cara. - seu ar de galã teria me feito largar ele
falando sozinho se ainda não estivesse me sentindo um pouco fraca.

- Então não quero nada. Pode comer. - virei o rosto quando ele se aproximou segurando
uma das torradas

PONCHO: Vai começar pelo castigo ? Menina desobediente. - balançou a cabeça em
negativo

Me fiz de desentendida e ele ficou me observando até eu aceitar morder a torrada. O gosto
normalmente não seria ruim mas aquele caso era excessão. Fiz a maior careta até conseguir
engolir.

- Qual é o meu prêmio ? - quis saber bebendo um pouco do suco, que também parecia
ter mudado de gosto

Poncho se aproximou, encostou a boca na minha orelha. Aquilo me fazia arrepiar mesmo
que não quisesse.

PONCHO: Vou deixar você assistir meia hora de televisão antes de ir dormir. - sussurrou

Naquele momento eu teria corrido atrás dele o estapeando, afinal estava se aproveitando
de uma mulher indefesa para fazer gracinhas.

- Acha isso certo ? - o afastei e ele caiu numa gargalhada gostosa a qual eu amava. - Isso
não se faz amor. - fiz carinha de séria e ele riu ainda mais

Peguei o primeiro travesseiro do meu lado o acertando em cheio no ombro.

PONCHO: Assim não vale Anny. - fingiu dor e eu pude rir um pouco mas logo parei
devido a tontura.

Sem perceber eu comi outra metade de torrada e bebi todo o suco. Poncho era bom nisso. Batidas
na porta se seguiram e então Lean entrou um pouco pálido tentando se segurar em pé.

LEAN: Preciso falar com vocês urgente. Me perdoe por ter de dizer isso querida, sei que está
se recuperando. - imediatamente meu alerta ligou e Poncho pediu que falasse. - O delegado
Fábio acabou de ligar. Disse que ele e sua equipe estavam fazendo uma busca pelo sequestrador
a mais ou menos 1 hora daqui. Encontraram um carro que havia acabado de colidir feio
com um caminhão em alta velocidade. - sua voz era tão tensa que ele precisou diversas
vezes tomar fôlego.

PONCHO: E o que isso tem a ver ? Acharam o sequestrador ? - a agonia era grande

Lean ficou minutos sem saber o que dizer e como agir. Aquilo me angustiou ao extremo pois
se tratava do meu filho. Podia sentir. Coração de mãe não se engana.

LEAN: Acontece que no tal carro haviam 5 pessoas. Delegado disse
que somente duas  sobreviveram ao acidente. Os outros morreram na hora. Sinto
muito querida mas Eduardo foi um dos que não sobreviveram.

Receber aquela notícia me deixou em choque. Jamais imaginaria que o fim dele pudesse
ser assim. Levei alguns segundos para entender e minha pergunta não poderia ter sido outra.

- Meu filho estava com ele ?

LEAN: Ainda não foram totalmente identificados os corpos. Mas essas duas vítimas que
sobreviveram estão a caminho do hospital e o Delegado pediu para vocês confirmarem
quem são. Acham que pode se tratar sim de uma criança e um adulto. - seu olhar
era de quem jamais queria ser portador de tal notícia porém alguém tinha de fazê-lo

PONCHO: Eu iria agora mesmo mas Anny ainda está... - logo o interrompi

- Quero ir agora ! - dito isso, levantei correndo sendo seguida por eles que
me pediam para esperar.

Chegamos depressa no hospital. Algo me dizia que eu estava certa e Cauã logo voltaria
ao meus braços. O delegado Fábio nos esperava ao lado do Dr. Levy. Mal nos cumprimentamos
e entrei com os dois e Poncho no quarto onde as duas vítimas estavam.

DR. Willliam Levy: Vou pedir a vocês que evitem falar alto pois estão em choque
ainda. - falou e precisei segurar forte na mão de Poncho.

Entramos no quarto e foi então que soube na hora. Meu coração disparou e parou várias
vezes mas a sensação era libertadora no fundo.