Fanfic: A Janela - AyA | Tema: AyA/Ponny/Anahí e Alfonso

Capítulo 58: Obrigada Por Tudo

Anahi

Olhar para aquelas duas pessoas me fez voltar a me sentir viva outra vez. Todos
os medos sumiram e finalmente pude sorrir. Me aproximei daquele pequeno ser porém
seus poucos ferimentos me impediram de segurá-lo, mas admirei sua perfeição da
mesma forma.

- Meu pequeno Cauã. - disse baixo sem segurar as lágrimas dando liberdade
a emoção profunda que sentia

Poncho também chorava e sorria ao ver o filho vivo. Apenas nós dois sabemos o quanto
a possível perda dele iria nos afetar para sempre. Cada um beijou a pequena cabeça de Cauã,
que se mexeu um pouco mas permaneceu dormindo.

Logo olhamos Dulce Maria deitada com soro em um dos braços, um pouco pálida e uma faixa
em uma das pernas. Praticamente ela nasceu outra vez e eu seria eternamente grata por sua
vida.

Dr. Levy checou o prontuário de Dulce e nos explicou tudo sobre seu caso. Disse que tanto
ela quanto Cauã tiveram muita sorte em sobreviver e logo ficariam bem.

DR. LEVY: Por enquanto ela está sedada. Seus batimentos cardíacos se normalizaram e o
soro é para reidratá-la pois chegou aqui desmaiada. Sofreu apenas alguns arranhões na
perna que logo estarão curados. - falou e vendo nosso olhar pegou o prontuário de Cauã
em seguida. - A criança foi o que menos sofreu arranhões. Chegou aqui chorando muito
e demos uma medicação leve para acalmá-lo, foi alimentado apenas com leite próprio
para crianças com menos de 6 meses. Ficará bom em breve também. Teve muita sorte. - não
poderíamos ter ouvido notícia melhor.

PONCHO: Então ele poderá ir para casa logo, Dr ? - quis saber doido para ver o filho
em casa outra vez

DR. LEVY: Assim que fizermos os exames novamente, creio que sim. Vou precisar ir mas
vocês podem ficar pois a paciente logo acordará e o Delegado Fábio tem de pegar o depoimento
da jovem. Boa sorte para vocês. - disse saindo em seguida

Ficamos sozinhos observando Cauã que notou nossa presença abrindo os olhos tão
azuis quantos os meus. Outra vez estava chorando mas era de uma imensa alegria que
não cabia dentro de mim.

- Oi, filho. Tá olhando a mamãe e o papai aqui ? - falei para ele que ficou quetinho
nos olhando como se quisesse se certificar que estava tudo bem conosco.

Foi então que Dulce acordou. Sua aparência estava muito frágil.

- Como está ? - perguntei me virando em sua direção. Poncho ao meu lado.

DULCE MARIA: Um pouco melhor. Me perdoem, por favor ! Nunca quis fazer mal a Cauã. - começou
a chorar. senti sinceridade em seu olhar pela primeira vez.

PONCHO: O importante é que os dois estão bem. Você poderá viver em paz e meu filho voltará
para mim e a mãe dele. - disse a tranquilizando.

- O Delegado Fábio logo vai chegar e precisará que você o explique tudo.

DULCE: Claro que sim. Afinal tudo aconteceu de forma rápida e trágica. - baixou a cabeça
e percebi o quanto estava arrependida.

Ouvimos batidinhas na porta e Delegado Fábio apareceu junto a Christian para tomar
o depoimento de Dulce.

DELEGADO FÁBIO: Sra Dulce Maria, preciso que me diga exatamente tudo que aconteceu. Será
de extrema importância para o caso. Meu assistente Christian irá anotar tudo. Podemos começar ? -
a perguntou e prontamente assentiu.

Flash Back ON

Por Dulce Maria

"Tudo começou quando minha mãe voltou depois de ter me abandonado quando eu
ainda era criança. Procurou-me para me dizer que havia se arrependido e queria
voltar a fazer parte de minha vida mas eu no princípio não aceitei. Foi então que
Eduardo nos achou, obrigando a mim, pois minha mãe aceitou por vontade própria,
a ajudá-lo no sequestro de Cauã."

Delegado Fábio ouvia tudo com atenção. Eu e Poncho estávamos surpresos com a audácia
de Eduardo

"Fomos até a casa de Anahí e Alfonso. Ele tinha um capanga de nome Rodrigo que por qualquer
quantia aceitava todo tipo de serviço. Foi quem entrou na casa durante a noite para pegar o
menino. O plano era levá-lo para um lugar distante e lá Eduardo decidiria se iria pedir resgaste
ou matar a criança."

As lágrimas de Dulce tinham que ser contidas pela mesma o tempo todo pois lembrar
disso era doloroso para ela. Comecei a chorar junto só de imaginar o perigo que Cauã
passou mas queria ouvir a história até o fim.

"Entramos no carro dele e quem segurou Cauã boa parte do tempo foi minha mãe que
estava conosco. Admito que tive medo de tirar ele dela pois a mesma mantinha uma
expressão indecifrável. Foi então que, depois de algum tempo de viagem um carro
fez uma ultrapassagem obrigando Rodrigo a desviar depressa. Porém ele entrou na
contramão e um caminhão nos atingiu em cheio. Última coisa que me lembro é de ter
empurrado minha mãe para algum canto e estar segurando Cauã já no meio da
estrada antes de me sentir tonta e desmaiar."

Flash Back Off

Precisamos de alguns minutos em silêncio digerindo tudo. Delegado Fábio leu toda a
anotação de Christian que mesmo experiente se surpreendeu com o caso. Olhava Dulce
toda hora sentindo o quanto deve ter sofrido.

DELEGADO FÁBIO: Obrigado por nos contar tudo. Será de grande ajuda para a solução
do caso. Recebi o relatório das investigações da perícia e lamento te informar que sua
mãe foi uma das que não sobreviveu. - falando isso, Dulce derramou lágrimas silenciosas
afinal era mãe dela e a trouxe ao mundo.

- Sinto muito Dulce. - peguei na mão dela tentando passar algum conforto

PONCHO: Eduardo e o tal Rodrigo também morreram ? Ou serão presos ? - perguntou
ao delegado para confirmar o que seu pai havia nos dito

DELEGADO FÁBIO: Eles até chegaram a ser socorridos, mas perderam muito sangue e
os ferimentos foram bem graves. De acordo com o relatório praticamente ao serem
retirados do carro, estavam sem vida. Os paramédicos chegaram a achar que podiam
estar desacordados porém viram que tinham mesmo vindo a óbito. - confirmou nossas
suspeitas encerrando o assunto.

Agradecemos ao Delegado por ter feito um trabalho tão bom e ele saiu em seguida
junto a Christian. Dulce, Poncho e eu acabamos nos entendendo e perdoei ela
por tudo pois sem saber havia salvado a vida do meu filho.

- Obrigada por tudo. - falei para uma Dulce muito comovida

No dia seguinte voltaríamos pois seria a alta de Cauã. Lean e Nicole fizeram questão de
ir ao hospital ver o neto e trazê-lo de volta para casa.